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Capítulo III CONJUNTOS, RELAÇÕES E FUNÇÕES –p. 1/37 Conjuntos, Relações e Funções Conjuntos – p. 2/37 Conjuntos Dois conjuntos são iguais se, e somente se, têm os mesmos elementos. – p. 3/37 Conjuntos A ⊆ B sse x ∈ A ⇒ x ∈ B A = B sse A ⊆ B e B ⊆ A – p. 4/37 Conjuntos O conjunto vazio designa-se por ∅ ou { }. O conjunto universal designar-se-á por E, a menos que seja explicitado o contrário. A cada conjunto E e a cada condição S(x) corresponde um conjunto A cujos elementos são exatacmente os elementos de A para os quais S(x) acontece: A = {x ∈ E |S(x)} ou A = {x |S(x)} – p. 5/37 Conjuntos Operações entre conjuntos Operação Intersecção ∩ x ∈ A ∩ B ⇔ x ∈ A ∧ x ∈ B Reunião ∪ x ∈ A ∪ B ⇔ x ∈ A ∨ x ∈ B Complementação .c x ∈ Ac ⇔ ¬(x ∈ A) Diferença − x ∈ A − B ⇔ x ∈ A ∧ ¬(x ∈ B) – p. 6/37 Conjuntos Lista síntese da relação entre operações lógicas e operações entre conjuntos: equivalência identidade implicação inclusão conjunção intersecção disjunção reunião negação complementação – p. 7/37 Conjuntos conjunto universal condição universal conjunto vazio condição vazia – p. 8/37 Tabela PC A ∪ Ac = E Lei da complementação A ∩ Ac = ∅ Lei da exclusão A ∩ E = A Leis da identidade A ∪ ∅ = A A ∪ E = E Leis da absorção A ∩ ∅ = ∅ A ∪ A = A Leis da idempotência A ∩ A = A (Ac)c = A Lei da dupla complementação A ∪ B = B ∪ A Leis da comutatividade A ∩ B = B ∩ A – p. 9/37 (A ∪ B) ∪ C = A ∪ (B ∪ C) Leis da associatividade (A ∩ B) ∩ C = A ∩ (B ∩ C) A ∪ (B ∩ C) = (A ∪ B) ∩ (A ∪ C) Leis da distributividade A ∩ (B ∪ C) = (A ∩ B) ∪ (A ∩ C) (A ∩ B)c = Ac ∪ Bc Leis de De Morgan (A ∪ B)c = Ac ∩ Bc – p. 10/37 Conjuntos ⋃ i∈I Ai x ∈ ⋃ i∈I Ai se e só se x ∈ Ai para algum i ∈ I. ⋂ i∈I Ai x ∈ ⋂ i∈I Ai se e só se x ∈ Ai para todo o i ∈ I. – p. 11/37 Conjuntos Se I = {1, 2, ..., n}, podemos escrever n⋃ i=1 Ai n⋂ i=1 Ai – p. 12/37 Conjuntos Exemplos. ⋃ 1≤i≤3 {1i, 2i, 3i} = {1, 2, 3, 4, 9, 8, 27} ⋂ 1≤i≤3 {1i, 2i, 3i} = {1} ⋃ n∈N\{0} ] − n, n[= R ⋂ n∈N\{0} ] − 1 n , 1 n [= {0} – p. 13/37 Conjuntos Exercício: Determine ⋂ n∈N\{0} ] − 1 n , 1 n [. – p. 14/37 Conjuntos Dois conjuntos A e B dizem-se disjuntos se A ∩ B = ∅ Dados conjuntos Ai, i ∈ I, dizemos que eles são disjuntos dois a dois se para quaisquer i, j ∈ I, com i $= j, se tem Ai ∩ Aj = ∅ – p. 15/37 Conjuntos Exercício: Em cada uma das seguintes alíneas, diga, justificando, se os conjuntos são ou não disjuntos dois a dois. (a) {2, 3, 5}, {4, 6, 8}, {11, 22} (b) {2, 3, 5}, {2, 4, 6}, {1, 7, 9} – p. 16/37 Conjuntos O cardinal de um conjunto finito: número de elementos do conjunto. #A cardA |A| Se A e B são conjuntos finitos, tem-se card(A ∪ B) = cardA + cardB − card(A ∩ B) . Para A1, ..., An disjuntos dois a dois, card(A1 ∪ ... ∪ An) = cardA1 + ... + cardAn – p. 17/37 Conjuntos Sejam A e B conjuntos. O produto cartesiano de A por B, designa-se por A × B e é dado por A × B = {(a, b) : a ∈ A ∧ b ∈ B} . Exemplo. A = {1, 2} , B = {a, b, c} – p. 18/37 Conjuntos Produto cartesiano de n conjuntos: A1 × A2 × ... × An = = {(a1, a2, ..., an) : a1 ∈ A1 ∧ a2 ∈ A2 ∧ ... ∧ an ∈ An} Por definição, An = A × A × ... × A. {1, 2}× {a, b, c}× {x, y} = = {(1, a, x), (1, a, y), (1, b, x), (1, b, y), (1, c, x), (1, c, y), (2, a, x), (2, a, y), (2, b, x), (2, b, y), (2, c, x), (2, c, y)} – p. 19/37 Conjuntos Se A1, A2, ..., An são conjuntos finitos, então card(A1 × A2 × ... × An) = = cardA1 × cardA2 × ... × cardAn – p. 20/37 Conjuntos Seja A um conjunto. O conjunto potência de A ou conjunto das partes de A, designado por IPA ou 2A é o conjunto de todos os subconjuntos de A. – p. 21/37 Conjuntos Exemplo. IP({1, 2}) = { ∅, {1}, {2}, {1, 2} }. Se A é finito, tem-se que card(IPA) = 2cardA – p. 22/37 Conjuntos, Relações e Funções Relações –p. 23/37 Relações Exemplo. Uma empresa vende os produtos x, y, z e w. Os clientes são considerados do tipo a, b ou c de acordo com certos parâmetros Registo das vendas num certo dia: Cliente Tipo Produto Preço J. Costa a x 50 A. Santos c y 15 C. Cardoso b y 15 H. Barros a w 30 – p. 24/37 Relações Cliente Tipo Produto Preço J. Costa a x 50 A. Santos c y 15 C. Cardoso b y 15 H. Barros a w 30 C = {clientes} T = {a, b, c} P = {produtos} D = {preços dos produtos} A relação R ⊆ C × T × P × D é constituída por: (J. Costa, a, x, 50) (A. Santos, c, y, 15) (C. Cardoso, b, y, 15) (H. Barros, a, w, 30) – p. 25/37 Relações A1, A2, ..., An conjuntos Uma relação R sobre A1 × A2 × ... × An é dada por um subconjunto de A1 × A2 × ... × An. Como R é uma relação constituída por n-uplos, R diz-se uma relação n-ária. – p. 26/37 Relações Relações Binárias A e B conjuntos Uma relação (binária) R de A para B é um subconjunto de A × B. (x, y) ∈ R:= x é R-relacionado com y Para exprimir que R é uma relação de A paraB, escrevemos R : A ↔ B – p. 27/37 Relações R : A ↔ B A é o conjunto de partida de R B é o conjunto de chegada de R – p. 28/37 Relações A relação universal de A para B é A × B . Exemplo: A = conjunto dos alunos de Matemática Discreta; B = {curso de Engenharia Informática} R = {(x, y) : x frequenta o curso y} – p. 29/37 Relações A relação vazia não contém nenhum par. Exemplo: A = conjunto dos alunos de Matemática Discreta; B = {curso de Eng. Mecânica, curso de Eng. Electrotécnica} xRy := x frequenta o curso y – p. 30/37 Relações Exemplo: P = {províncias de Portugal} C = {cidades portuguesas} x está R-relacionado com y se e só se a província x contém a cidade y. Os pares (Beira Alta, Viseu) e (Algarve, Faro) pertencem a R. O par (Minho, Viseu) não pertence a R. – p. 31/37 Relações Notações: (x, y) ∈ R xRy x R-relacionado com y x "Ry (x não está R-relacionado com y) – p. 32/37 Relações Representações de relações finitas Matrizes booleanas – p. 1/?? Representações de uma relações Matrizes booleanas A = {a1, a2, ..., am} B = {b1, b2, ..., bn} Matriz de uma relação R : A ↔ B: MR = (aR ij) tal que aR ij = { 0 se ai "Rbj 1 se aiRbj . – p. 2/?? Representações de uma relações Exemplo: Sejam A = {2, 3, 4, 5} e B = {1, 2, 3}. Consideremos os elementos de A e B ordenados pela ordem natural. Seja R a relação “é múltiplo de". A matriz desta relação é 1 1 0 1 0 1 1 1 0 1 0 0 – p. 3/?? Representações de uma relações Representação gráfica a1 • ! • b1 a2 • ! • b2 • b3 " " " " " " " " " ""# $$$$$$$$$$$% representa a relação {(a1, b1), (a1, b3), (a2, b2), (a2, b3)} de {a1, a2} para {b1, b2, b3}. – p. 4/?? Relações R : A ↔ B Domínio de R: domR = {x ∈ A : ∃y∈B(x, y) ∈ R} Contradomínio de R: cdomR = {y ∈ B : ∃x∈A(x, y) ∈ R} . – p. 5/?? Relações Novas relações a partir de relações dadas: Relação inversa de R : X ↔ Y : R−1 : Y ↔ X constituída por todos os pares (y, x) tais que (x, y) ∈ R yR−1x sse xRy (R−1)−1 = R . – p. 6/?? Relações R, S : A ↔ B x(R ∩ S)y ⇔ xRy ∧ xSy x(R ∪ S)y ⇔ xRy ∨ xSy x(R − S)y ⇔ xRy ∧ x (Sy x(Rc)y ⇔ x (Ry – p. 7/?? Relações Se R : A ↔ B e S : C ↔ D são duas relações tais que A ⊆ C, B ⊆ D e R ⊆ S, dizemos que: S é uma extensão de R R é uma restrição de S. – p. 8/?? Relações R : X ↔ Y S : Y ↔ Z A composição de R e S é a relação R · S : X ↔ Z é dada por x(R · S)z ⇔ ∃y∈Y (xRy ∧ ySz) . – p. 9/?? Relações A composição de relações é associativa: (R · S) · T = R · (S · T ) – p. 10/?? Relações Operações booleanas com matrizes Soma booleana de duas matrizes booleanas A = (aij) e B = (bij) da mesma ordem: A ∨ B = (aij ∨ bij) Produto booleano de uma matriz booleana A = (aij) m × n por uma matriz booleana B = (bij) n × p: A # B = ( n ∨ k=1 aik ∧ bkj ) – p. 11/?? Relações R : X ↔ Y S : Y ↔ Z MR MS Matriz da composição R · S: MR·S = MR " MS – p. 12/?? Relações Relações sobre um conjunto Relação identidade sobre A: IA = {(x, x) : x ∈ A} Se R é uma relação sobre um conjunto A, abreviamos R · R por R2,R · R · R por R3, etc. – p. 13/?? Relações Propriedades das relações Seja R uma relação sobre um conjunto X. R diz-se: reflexiva, se, para todo o x ∈ X, xRx; irreflexiva, se, para todo o x ∈ X, x "Rx; simétrica, se, para cada x e y em X, xRy ⇒ yRx; – p. 14/?? Relações Propriedades das relações Seja R uma relação sobre um conjunto X. R diz-se: anti-simétrica, se, para cada x e y em X, se x != y, xRy ⇒ y !Rx; ou seja, se xRy e yRx então x = y; transitiva, se, para cada x, y e z em X, xRy ∧ yRz ⇒ xRz. – p. 15/?? Relações Exercício: Caracterize a matriz de uma relação (sobre um conjunto finito) (i) reflexiva; (ii) irreflexiva; (iii) simétrica; (iv) anti-simétrica. – p. 16/?? Relações Fechos Seja R uma relação sobre um conjunto A. Fecho reflexivo de R: denota-se por R(r) e é a menor relação reflexiva em A que contém R. Fecho simétrico: denota-se por R(s) e é a menor relação simétrica que contém R. Fecho transitivo denota-se por R+ e é a menor relação transitiva que contém R. Por R∗ denotamos a menor relação reflexiva e transitiva contendo R. – p. 17/?? Relações Facilmente se concluem as seguintes igualdades: R(r) = R ∪ IA R(s) = R ∪ R−1 R+ = R ∪ R2 ∪ R3 ∪ ... ∪ Rm, supondo |A| = m. R∗ = R+ ∪ R0,onde R0 = IA. – p. 18/?? Relações Uma relação R sobre um conjunto diz-se uma relação de equivalência se for reflexiva, simétrica e transitiva. – p. 1/8 Relações Exemplos: No conjunto {−3,−2, 0, 1, 2, 3, 4, 5}, considere as relações: 1) xRy sse |x| = |y| 2) xSy sse x − y é par – p. 2/8 Relações Uma partição dum conjunto S é uma família (Ai)i∈I de subconjuntos de S, tal que cada elemento de S está em exactamente um dos conjuntos Ai; ou seja, para cada s ∈ S, existe um e só um i ∈ I tal que s ∈ Ai. – p. 3/8 Relações Teorema. Seja R uma relação de equivalência em S, e seja [x] o conjunto de todos os y ∈ S R-relacionados com x, i.e., [x] = {y : yRx}. Então os subconjuntos [x] de S determinam uma partição de S. Reciprocamente, toda a partição de um conjunto S determina uma relação de equivalência. Aos conjuntos [x] = {y : yRx} determinados por uma relação de equivalência R chamamos classes de equivalência da relação R. – p. 4/8 Relações R relação de equivalência no conjunto A [x] = {y ∈ A |xRy} [x] é a classe de equivalência de x. Exemplo A = {1, 2, 3}, R = IA ∪ {(1, 2), (2, 1)} Classes de equivalência: {1, 2}, {3} (formam uma partição do conjunto A) {1, 2} é a classe de equivalência de 1 e de 2 {3} é a classe de equivalência de 3 – p. 5/8 Relações Exemplo Z, xRy := x − y é par classe de equivalência de 1: [1] = {números inteiros ímpares} classes de equivalência de R: {números inteiros ímpares} {números inteiros pares} (formam uma partição de Z) – p. 6/8 Relações Exemplo. R no conjunto dos números inteiros Z tal que aRb se e só se |a| = |b|. É uma relação reflexiva, simétrica e transitiva, sendo portanto uma relação de equivalência. As classes de equivalência são ...? [a] = {−a, a}, para cada inteiro a – p. 7/8 Relações Seja n um inteiro positivo. Dois números inteiros a e b dizem-se congruentes módulo n escrevendo-se a ≡ b (modn) quando a − b é múltiplo de n. Exercício Verifique que a relação de congruência é uma relação de equivalência. Quais são as classes de equivalência? – p. 8/8 Relações Ordens parciais –p. 1/21 Relações Uma relação R sobre um conjunto S diz-se uma ordem parcial (fraca) se for reflexiva anti-simétrica transitiva R diz-se uma ordem parcial estrita se for irreflexiva anti-simétrica transitiva Se R é uma relação de ordem parcial no conjunto A (A,R) ou simplesmente A diz-se um conjunto parcialmente ordenado (ou poset) – p. 2/21 Relações Se R é uma ordem parcial estrita, então R(r) é uma ordem parcial fraca. Exemplo: A relação < entre números inteiros é uma relação de ordem estrita. O seu fecho reflexivo é a relação ≤. – p. 3/21 Relações Se R é uma ordem parcial estrita, então R(r) é uma ordem parcial fraca. E ao contrário: Se R é uma ordem parcial em A, então R − IA é uma ordem parcial estrita. – p. 4/21 Relações Uma ordem parcial R sobre A diz-se uma ordem total ou ordem linear se ∀x, y ∈ A (xRy ou yRx). (A,R) é um conjunto totalmente ordenado ou cadeia. Exemplos – p. 5/21 Relações Seja ! uma ordem parcial em A; ≺ é a correspondente ordem parcial estrita, ≺=! −IA $ := (≺)−1 % := (!)−1 Se (A,!) é um conjunto parcialmente ordenado, (A,%) também é um conjunto parcialmente ordenado e diz-se o dual de (A,!). – p. 6/21 Relações Seja (A,!) um conjunto parcialmente ordenado. x é um predecessor de y y é um sucessor de x } := x ≺ y x é um predecessor imediato de y := x ≺ y e não exis- tem elementos entre x e y := não existe nen- hum z ∈ A tal que x ≺ z ≺ y – p. 7/21 Relações Um conjunto parcialmente ordenado pode ser representado por um diagrama de Hasse: representamos os elementos do conjunto e sempre que x é um predecessor imediato de y ligamos x a y por um arco com x situado num nível inferior a y. – p. 8/21 Relações Caso mais simples: uma cadeia. Exemplo Diagrama de Hasse do conjunto {1, 2, 3} com a relação ≤ habitual: • 1 • 2 • 3 – p. 9/21 Relações Exemplo Diagrama de Hasse do poset (IPA, ⊆), onde A = {a, b}: ∅ {b}{a} A ! !! " " ! ! " " – p. 10/21 Relações Conjuntos parcialmente ordenados bem-fundados Seja (A,!) um conjunto parcialmente ordenado. < x1, x2, ... > diz-se uma sequência estritamente decrescente se satisfizer xi " xi+1 para todo i. Um poset (A,!) diz-se bem-fundado se não tiver sequências estritamente decrescentes infinitas. – p. 11/21 Relações Exemplos. Exemplos de sequências estritamente decrescentes no poset (ZZ,≤): < 2, 1,−2,−10 > < 4, 2, 0, −2, −4, −6, · · · > (ZZ,≤) tem sequências estritamente decrescentes infinitas pelo que não é bem-fundado. (IN,≤) é bem-fundado. – p. 12/21 Relações Exemplos: Exemplo de uma sequência estritamente decrescente no poset (IPA, ⊆), onde A = {a, b, c}: < A, {a, b}, {b}, { } > . Todo o poset sobre um conjunto finito é bem-fundado. – p. 13/21 Relações Exemplos: A sequência < IN − {0, 1}, IN − {0, 1, 2}, ... > onde o i-ésimo termo é IN − {0, 1, ..., i} é uma sequência estritamente decrescente infinita. Portanto, (IPIN,⊆) não é bem-fundado. – p. 14/21 Relações Ordens parciais em produtos cartesianos (A1,≤1) e (A2,≤2) dois posets A relação " definida por (x1, x2) " (y1, y2) sse xi ≤i yi para i = 1, 2 é uma ordem parcial em A1 × A2. – p. 15/21 Relações Ordens parciais em produtos cartesianos Exemplo: (A1,≤1) = (A2,≤2) = (N,≤) (N,≤) é um conjunto totalmente ordenado (ou cadeia). Com esta ordem, será N × N um conjunto totalmente ordenado? – p. 16/21 Relações Analogamente para (Ai,≤i), i = 1, 2, . . . , n, se induz uma ordem em A1 × A2 × · · ·× An (x1, x2, . . . , xn) ≤ (y1, y2, . . . , yn) sse xi ≤i yi, para cada i – p. 17/21 Relações Ordens parciais em produtos cartesianos (A1,≤1) e (A2,≤2) dois posets Ordem lexicográfica: (x1, x2) "l (y1, y2) sse x1 <1 y1 ou x1 = y1 e x2 ≤2 y2 – p. 18/21 Relações (A1,≤1), (A2,≤2) e (A3,≤3) posets Ordem lexicográfica em A1 × A2 × A3: (x1, x2, x3) #l (y1, y2, y3) sse (x1 <1 y1)∨(x1 = y1∧x2 <2 y2)∨(x1 = y1∧x2 = y2∧x3 ≤3 y3) – p. 19/21 Relações Analogamente se define ordem lexicográfica em produtos cartesianos A1 × A2 × · · ·× An Se (Ai,≤i), i = 1, 2, . . . , n, são conjuntos totalmente ordenados, então A1 × A2 × · · ·× An é um conjunto totalmente ordenado com a ordem lexicográfica. – p. 20/21 Relações Exercício: Ordene pela ordem crescente lexicográfica os seguintes elementos de R4 considerando R com a ordem total usual: (1,−3,−1, 0), (−1/2, 1, 5, 2), (0, √ 2, 3,−4), (0,−1, 3, 5) – p. 21/21 Relações Funções –p. 1/32 Funções Uma relação binária f ⊆ A × B diz-se uma função se para cada x ∈ A existir um e um só y ∈ B tal que (x, y) ∈ f . Isto é, cada elemento de A tem uma e uma só imagem. – p. 2/32 Funções Notações: f : A → B (x, y)∈ f f(x) = y f : x %→ y – p. 3/32 Funções função f : A → B domínio: domf = A contradomínio: cdomf = {y ∈ B |∃x ∈ A(y = f(x))} – p. 4/32 Funções Algumas funções importantes 1. Função identidade: IA : A → A definida por f(x) = x para todo o x ∈ A (coincide com a relação identidade). 2. Função constante: todos os elementos do domínio têm a mesma imagem. – p. 5/32 Funções 3. Função característica: A característica de um número real x é o maior número inteiro que é menor ou igual a x e denota-se por [x]. Por exemplo, [− 3 2 ] = −2 [−0.24] = −1 [2.5] = 2 – p. 6/32 Funções 4. Função módulo n: Dados um número inteiro x e um inteiro positivo n, existem um inteiro y e um natural r com 0 ≤ r < n, tais que x = yn + r sendo y e r únicos. y é o quociente da divisão de x por n r é o resto da divisão de x por n Facilmente se conclui que y = [xn ]. O resto da divisão de x por n diz-se x módulo n e representa-se por xmodn – p. 7/32 Funções Exemplos: 8mod3=2 -8mod3=1 Exercício (para casa): Justificar as duas igualdades. – p. 8/32 Funções A igualdade seguinte relaciona a função módulo n com a função característica: xmodn = x − [x/n]n . Exercício (para casa): Justificar. – p. 9/32 Funções Uma função f : A → B diz-se: injectiva, se quaisquer dois elementos distintos do domínio têm imagens diferentes, i.e., ∀x, x′∈A (f(x) = f(x′) → x = x′) sobrejectiva, se todo o elemento do conjunto de chegada é imagem de algum elemento do domínio, expresso doutro modo, se ∀y∈B ∃x∈A (f(x) = y) bijectiva, se for injectiva e sobrejectiva, ou seja, ∀y∈B ∃1 x∈A (f(x) = y) – p. 10/32 Funções parciais Uma relação binária f ⊆ A × B diz-se uma função parcial se para cada x ∈ A existir quando muito um y ∈ B tal que (x, y) ∈ f . Qual a diferença relativamente à definição de função? – p. 11/32 Funções parciais Claro que uma função é, em particular, uma função parcial. De uma função parcial podemos obter uma função restringindo o conjunto de partida ao domínio da função parcial. – p. 12/32 Funções Composição de funções A composição de funções define-se como a das relações. Dadas duas funções f : A → B e g : B → C, a relação composição de f com g é sempre uma função. Mas ATENÇÃO: a notação usada para as funções é diferente da usada para as relações. – p. 13/32 Funções Tal como a composição de relações, a composição de funções é associativa: (f · g) · h = f · (g · h) – p. 14/32 Funções Podemos considerar uma composição de funções mais geral do que a descrita acima: basta que cdom(f) ⊆ dom(g) Ou seja, basta que f(x) ∈ Dg, para todo o x ∈ Df . x f(x)! !! g(f(x))! !! g·f "" – p. 15/32 Funções parciais Composição de funções parciais Dadas funções parciais f de A em B g de B em C a composição g · f das duas é a função parcial de A em C tal que dom(g · f) = {x ∈ A |x ∈ domf e f(x) ∈ domg } e que a cada x do seu domínio faz corresponder g(f(x)). – p. 16/32 Funções parciais Exemplo: f, g : IR → IR f(x) = x + 1 g(y) = 1/y. Composição: g(f(x)) = 1 x + 1 dom(g · f) =? – p. 17/32 Funções Visto que uma função é uma relação, podemos falar da sua relação inversa. Por exemplo, a relação {(1, 2), (2, 3), (3, 3)} é uma função de X = {1, 2, 3} em X e a sua relação inversa é {(2, 1), (3, 2), (3, 3)} Mas esta relação não é uma função: a 3 correspondem duas "imagens"! – p. 18/32 Funções Uma função f tem inversa, ou é invertível, se a sua relação inversa for uma função, que se diz então a função inversa de f . – p. 19/32 Funções É evidente que uma função não injectiva não tem inversa. (Porquê?) Uma função que não seja sobrejectiva também não tem inversa. (Porquê?) – p. 20/32 Funções Portanto, podemos concluir que uma função para ter inversa tem de ser bijectiva. A recíproca também é verdadeira. Ou seja: Uma função é invertível sse for bijectiva. – p. 21/32 Funções Se f : A → B é uma função bijectiva, f−1 : B → A define-se fazendo corresponder a cada y ∈ B o único x de A tal que f(x) = y. – p. 22/32 Funções Se uma função f : A → B é bijectiva, a sua inversa, f−1 : B → A, também o é. Além disso, f · f−1 = IB f−1 · f = IA – p. 23/32 Funções “Funções inversas"de funções não bijectivas... Se uma função f : A → B é injectiva mas não sobrejectiva, podemos considerar uma inversa parcial. Exemplo: f : [−π/2, π/2] → IR f(x) = sin x é injectiva mas não é sobrejectiva; no entanto, restringindo o conjunto de chegada de f a [−1, 1], obtemos a inversa g : [−1, 1] → [−π/2, π/2] que a cada x ∈ [−1, 1] faz corresponder arcsinx. – p. 24/32 Funções Cardinal de um conjunto Dois conjuntos finitos têm o mesmo cardinal sse existir uma função bijectiva entre eles. Vamos estender a noção de cardinal a conjuntos infinitos. – p. 25/32 Funções Cardinal de um conjunto A relação ∼ entre conjuntos dada por A ∼ B ⇔ (existe uma função bijectiva de A para B) é uma relação de equivalência. Dois conjuntos são equipotentes se pertencerem à mesma classe de equivalência dessa relação. – p. 26/32 Funções Dizemos que dois conjuntos A e B têm o mesmo cardinal sse forem equipotentes. Escreve-se então cardA =cardB. – p. 27/32 Funções car(IN)=card({n ∈ IN : n é par}) f : N → {números naturais pares} n %→ 2n é bijectiva – p. 28/32 Funções card({n ∈ IN : n é par}); card({números naturais ímpares} =card(IN) card({números naturais múltiplos de 3} =card(IN) Exercício: Indique funções que justifiquem estas afirmações. Determine outros subconjuntos de IN que têm o mesmo cardinal que IN. – p. 29/32 Funções Para mostrar que card(ZZ+ × ZZ+) =cardIN, podemos usar a diagonalização de Cantor. – p. 30/32 Funções cardQ =cardIN cardIR >cardIN – p. 31/32 Funções Um conjunto infinito A diz-se numerável se cardA =cardIN. Exemplos de conjuntos numeráveis: IN, ZZ, Q, etc. O conjunto IR é um exemplo de conjunto não numerável. – p. 32/32 small Relac c~oes small Func c~oes small Func c~oes small Func c~oes small Func c~oes small Func c~oes small Func c~oes small Func c~oes small Func c~oes small Func c~oes small Func c~oes parciais small Func c~oes parciais small Func c~oes small Func c~oes small Func c~oes small Func c~oes parciais small Func c~oes parciais small Func c~oes small Func c~oes small Func c~oes small Func c~oes small Func c~oes small Func c~oes small Func c~oes small Func c~oes small Func c~oes small Func c~oes small Func c~oes small Func c~oes small Func c~oes small Func c~oes small Func c~oes