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Assistência de Enfermagem em Oncologia

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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NAS PRINCIPAIS PATOLOGIAS ONCOLÓGICAS DO APARELHO REPRODUTOR FEMININO
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RESUMO
Objetivo: identificar na literatura como ocorre a assistência de Enfermagem nas principais patologias oncológicas do sistema reprodutor feminino. Método: trata-se de uma revisão narrativa da literatura, estudo descritivo e de abordagem qualitativa. Foram selecionados sete artigos das bases de dados BDENF, LILACS, SCIELO e 1 artigo dos Periódicos da UFPE, mais três livros com a mesma temática com o objetivo de comparar as literaturas. Resultados: A assistência de Enfermagem ocorre desde a atenção primária no que tange às questões da educação em saúde, ao acompanhamento durante hospitalização. Conclusão: Constatou-se a importância da assistência do enfermeiro e como esse cuidado reflete na evolução do paciente e no êxito do tratamento. As diferentes intervenções, medicamentosas e não medicamentosas, assim como o acolhimento dessas pacientes passam pela mão do profissional de enfermagem, que possui um vasto espectro de métodos disponíveis.
PALAVRAS CHAVE: Cuidados de enfermagem. Oncologia. Genitália feminina. 
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ABSTRACT
Objective: to identify in the literature how Nursing care occurs in the main oncological pathologies of the female reproductive system. Method: this is a narrative review of the literature, a descriptive study and a qualitative approach. Seven articles from the databases BDENF, LILACS, SCIELO and 1 article from the UFPE Periodicals were selected, plus three books with the same theme in order to compare the literatures. Results: Nursing care takes place from primary health care to health education issues, to follow-up during hospitalization. Conclusion: It was verified the importance of nursing care and how this care reflects on patient evolution and treatment success. The different interventions, medicines and non-drugs, as well as the reception of these patients go through the hand of the nursing professional, who has a wide spectrum of available methods.
KEY WORDS: Nursing care existe. Oncology. Female genital.
_________________________
1Acadêmicos do curso de Bacharelado da Universidade Federal do Amapá-UNIFAP
2Orientadora e docente da Universidade Federal do Amapá-UNIFAP
1 Introdução
 	Câncer é o nome geral dado a um conjunto de mais de 100 doenças, e caracteriza-se como o crescimento descontrolado de células anormais, que tendem a invadir e destruir tecidos e órgãos vizinhos. Em sua maioria, as células normais crescem, multiplicam-se e morrem de maneira estruturada, portanto, a proliferação celular não implica necessariamente na presença de malignidade. Todavia, as células cancerosas, permanecem crescendo incontrolavelmente, podendo gerar metástase (BRASIL, 2011).
	Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), até o ano de 2030, 27 milhões de casos de câncer são esperados, além de 17 milhões de mortes em consequência da doença. No Brasil, o câncer é um problema de saúde pública, sendo a segunda maior causa de morte por doença. Isso se dá principalmente por essa condição de demandar ações com variados graus de complexidade (BRASIL, 2017).
O surgimento do câncer pode ocorrer em qualquer parte do corpo, sendo que alguns órgãos são mais afetados que outros, podendo ser mais ou menos agressivo. Cânceres que acometem apenas um sexo ocorrem devido a diferenças anatômicas, como o câncer de próstata e de colo do útero, enquanto outros ocorrem em ambos os sexos, mas com taxas expressamente diferentes entre um sexo e outro, a exemplo do câncer da bexiga (muito mais frequente no homem que na mulher) e o da mama (mais frequente na mulher que no homem) (BRASIL, 2011). 
	Nas mulheres, o câncer ginecológico é o mais incidente, destacando-se o câncer de colo de útero como um dos mais frequentes, atrás apenas do câncer de mama (SIQUEIRA, et al. 2017). O estudo de Soares & Silva (2010), confirma o que é apresentado na literatura, e evidencia que o câncer de colo de útero é o segundo mais incidente no Brasil, seguido pelo câncer de ovário e de endométrio, sendo estes dois, menos incidentes.
	O câncer de ovário é considerado a mais agressiva de todas as patologias oncológicas do sistema reprodutor feminino, atinge mulheres com mais de 40 anos, sendo altamente incidente entre os 75 e 79 anos, demonstrando que sua incidência aumenta com a idade (KIM, SKATES, UEDE, et al, 2002). Já o câncer de endométrio é mais comum nos países desenvolvidos e possui uma baixa mortalidade pelo fato deles estarem confinados no útero no momento do diagnóstico, acometendo mulheres de 60 anos de idade em média (SOARES, SILVA, 2010).
Ao verificar as estatísticas de alguns tumores malignos, percebe-se que, no Brasil, o controle do câncer ginecológico tem sofrido melhorias, devido, principalmente, às ações colocadas em práticas que visam a prevenção primária e a detecção precoce (SGOB, 2017). A atuação dos profissionais de saúde, diante do paciente oncológico, deve ser diversa, uma vez que o cliente é fundamentalmente ambulatorial, com repetidas idas à instituição para a realização de exames, acompanhamento pré e pós cirúrgico, aplicação de quimioterapia, radioterapia, participação em grupos educativos, e demais necessidades (SOUZA, et al, 2017).
Para que se obtenha bons resultados das intervenções, deve-se criar condições adequadas para o bom funcionamento do atendimento. Isto significa realizar consultas de qualidade com profissionais habilitados para a identificação das necessidades físicas e psicossociais dos pacientes. A assistência de Enfermagem é fundamental neste processo, pois visa a proteção e promoção da saúde, tendo o ser humano como sujeito e como marco referencial das teorias de Enfermagem. É a atenção prestada ao indivíduo, à família e à comunidade de modo sistemático e contínuo (SILVA, et al, 2015). 
	Partindo desse pressuposto, o objetivo deste estudo é investigar o conhecimento científico produzido referente à assistência de Enfermagem frente às principais patologias oncológicas do sistema reprodutor feminino, abordando, portanto, o câncer de colo de útero, câncer de ovário e o câncer de endométrio. Assim, a pergunta norteadora deste estudo foi: como ocorre a assistência de Enfermagem às mulheres com cânceres ginecológicos?
2 Material e Métodos
2.1 Tipo de estudo
Este é um estudo descritivo, de abordagem qualitativa e trata-se de uma revisão narrativa da literatura, que segundo Bernardo, Nobre, Jatene (2004), é um método que:
Não utiliza critérios explícitos e sistemáticos para a busca e análise crítica da literatura. A busca pelos estudos não precisa esgotar as fontes de informações. Não aplica estratégias de busca sofisticadas e exaustivas. A seleção dos estudos e a interpretação das informações podem estar sujeitas à subjetividade dos autores. [...].
Optou-se por esta metodologia por possuir o objetivo trazer uma revisão atualizada do conhecimento estudado, tendo como base alguns trabalhos ou fontes sobre o assunto que é considerado mais importante (CORREIA, MESQUITA, 2014).
2.2 Coleta dos dados
Há inúmeros caminhos para se refletir sobre a produção de um conhecimento de uma área, neste estudo, foi utilizado a estratégia Clube de Revistas (CR), que é desenvolvida por indivíduos que se encontram para discutir artigos científicos selecionados em periódicos. A pesquisa foi realizada no mês de Março de 2019 nas bases de dados BDENF, LILACS, SCIELO e Periódicos da UFPE e selecionou-se 8 artigos para análise.
A seleção dos artigos teve como pressuposto a utilização dos seguintes critérios de inclusão: artigos com temáticas voltadas para assistência de Enfermagem nas principais patologias oncológicas do sistema reprodutor feminino; artigos completos, artigos disponíveis gratuitamente Os artigos contemplados para o desenvolvimento da pesquisa têm como foco principal o câncer de colo do útero, câncer do ovário e de endométrio e assistência de Enfermagem. Além dos artigos, utilizou-se 4 livros sobre a mesma temática com o objetivode comparar as literaturas.
Quadro 1. Livros e Artigos selecionados para o estudo.
	LIVROS 
	N
	ANO
	TÍTULO
	edição
	AUTORES
	01
	2012
	Enfermagem na prática materno-neonatal
	1ª
	ARAÚJO, L. A.
 REIS, A. T.
	02
	2014
	Rezende Obstetrícia
	13ª
	MONTENEGRO, C. A. B. 
REZENDE FILHO, J. 
	03
	2015
	Tratado de Enfermagem Médico-cirúrgica
	13ª
	CHEEVER, KH.
 HINKLE, J. L
	04
	2016
	Guia prático da saúde da mulher
	1ª
	CALIL, M. A; MATA, M. V. M; BRETZ, P. R; MODENEZ, S. S.
	ARTIGOS
	N
	ANO
	TÍTULO
	METODOLOGIA
	ORIGEM
	01
	2005
	Rastreamento e diagnóstico das neoplasias de ovário – papel dos marcadores tumorais.
	Revisão de Literatura
	SCIELO
	02
	2007
	Terapia de reposição hormonal e o câncer do endométrio.
	Revisão de Literatura
	SCIELO
	03
	2014
	Mulheres portadoras de câncer de colo de útero: percepção da assistência de enfermagem.
	Pesquisa de natureza qualitativa em um hospital especializado no diagnóstico e tratamento do câncer situado na Zona da Mata Mineira.
	LILACS
	04
	2014
	Integralidade no cuidado ao câncer do colo do útero: avaliação do acesso.
	Pesquisa avaliativa com base no método misto sequencial. Foram utilizados dados quantitativos e, posteriormente, dados qualitativos, do tipo estudo de caso. 
	SCIELO
	05
	2015
	Cuidados paliativos na assistência de alta complexidade em oncologia: percepção de enfermeiros.
	Pesquisa descritiva, com abordagem qualitativa.
	SCIELO
	06
	2017
	Mulheres com câncer do colo do útero submetidas à radioterapia: impressões da consulta de enfermagem.
	Estudo descritivo, com abordagem qualitativa, tendo como referencial teórico o Interacionismo Simbólico.
	Periódicos da UFPE 
	07
	2017
	Espiritualidade no processo saúde-doença-cuidado do usuário oncológico: olhar do enfermeiro.
	Estudo exploratório, descritivo, de abordagem qualitativa, realizado com dez enfermeiros que exercem suas atividades em oncologia de um Hospital de Ensino.
	BDENF
3 Resultados
O organismo humano é constituído por estruturas bem específicas, sendo formada por inúmeras células que apresentam formas e funções distintas, porém que dependem uma das outras para um sucesso orgânico e fisiológico. É constituído por diversas partes inter-relacionadas, ou seja, uma depende da outra. Cada sistema é responsável por uma ou mais atividades ou funcionalidades. 
No caso do sistema reprodutor feminino, é constituído em órgãos externos e internos, os órgãos internos consistem na vagina, útero, ovários e tubas uterinas, assim como os órgãos externos que compõem a parte de fora da genitália: monte pubiano, grandes e pequenos lábios, clitóris, introito vaginal e glândulas de Bartholin (CHEEVER; HINKLE, 2016).
 	Sendo a vulva um conjunto dos órgãos genitais externos da mulher. A vagina é um canal revisto por tecidos fibroso e muscular, pelo qual escoa a menstruação e recebe o sêmen, já o útero é dividido em duas partes: o colo, localizado no alto da vagina e o corpo, que dá origem à menstruação, uma vez que os ovários produzem hormônios juntamente com a hipófise que contribuem com as características específicas das mulheres. Como define Rezende (2017), as tubas uterinas é o local onde vai ocorrer a fecundação, o útero divide-se em partes denominadas de fundo de útero, corpo e colo, portanto, torna-se importante salientar que é no colo do útero onde ocorre frequentemente infecções pelo vírus do papiloma humano (HPV). 
Desse modo, a composição do útero pode ser dividida por três camadas separadas e distintas: serosa, cobertura peritoneal externa; miométrio, camada de músculo liso; e endométrio, membrana mucosa que reveste a cavidade uterina. O miométrio possibilita as contrações no momento do parto e durante a menstruação, também ajuda no movimento dos espermatozoides (MONTENEGRO; REZENDE FILHO, 2014).
Portanto, um descontrole nas células dessas estruturas pode ocasionar algumas complicações graves para o organismo. Apesar da existência de muitos tipos de câncer, todos começam devido ao crescimento desordenado (maligno) e fora de controle das células, que invadem os tecidos e órgãos, podendo espalhar-se (metástase) para outras regiões do corpo, devido uma proliferação anormal de células do tecido, sabendo que o organismo perde o controle total ou parcial dando margem para o câncer ter autonomia e se perpetuar. 
De acordo com BRUNNER; SUDDARTH (2015, 146p.) o câncer não é uma doença única com uma causa isolada, uma vez que se trata de um grupo de doenças distintas com diferentes causas, manifestações e prognósticos, podendo acometer qualquer sistema orgânico. Nesse estudo destacam-se três principais tipos de cânceres do sistema reprodutor feminino encontrados na literatura; o câncer de colo uterino, de ovário e o endométrio.
Segundo Calil et al. (2016), o câncer de colo do útero, considerado o segundo mais incidente, é predominantemente um câncer espinocelular, ou seja originado nas células epiteliais, e também inclui adenocarcinomas derivados das células glandulares epiteliais secretoras, destaca-se como fatores de riscos; varia desde múltiplos parceiros sexuais idade precoce da atividade sexual, tabagismo, história familiar de câncer de cio de útero até infecções crônicas do colo do útero devido a exposição ao papiloma vírus humano (HPV).
Sobre o carcinoma de ovário é considerado o terceiro tipo de neoplasia maligna mais frequentes em mulheres, por ser um câncer ginecológico, portanto, mais agressivo evidenciados pelo número de casos novos com incidência mundial de 200.000 casos ao ano. Sendo associado com alguns fatores de risco, bem como a história de câncer ovários em familiares de primeiro grau, mulheres que nunca tiveram filhos, infertilidade, obesidade, ingestão de hormônio e ter tido outro tipo de câncer (CALIL et al., 2016, p.773) 
Por sua vez, o câncer de endométrio uterino (fundo ou corpo do útero) é o quarto câncer mais comum em mulheres, com mais de 42.100 novos casos de câncer de útero diagnosticado a cada ano, considerando que a exposição cumulativa ao estrogênio é considerada o principal fator de risco, uma vez que outros fatores incluem a idade de 55 anos, obesidade, menarca precoce, menopausa tardia, nuliparidade, infertilidade e diabetes (BRUNNER; SUDDARTH, 2015, p. 194). 
No que diz respeito a assistência de enfermagem ao câncer ginecológico são desenvolvidas em seis momentos; no alívio da ansiedade explicando tudo que será realizado com o cliente, na melhoria da imagem corporal relacionado com a fertilidade alterada, medos sobre a sexualidade instruindo quanto a isso, no alívio da dor avaliando a intensidade e administração de analgésicos, monitoramento e manejo das complicações em casos de hemorragias, trombose venosa profunda e disfunção vesical, orientação do cliente sobre autocuidados instruindo sobre os principais cuidados quando o cliente já está em ambiente domiciliar, manter o cuidado continuado através do contato telefônico a fim de lembrar sobre as consultas de acompanhamento (BRUNNER; SUDDARTH, 2015). 
No estudo de Souza et al. (2017), quando o paciente oncológico se encontra com a enfermeira demonstra fragilidade muito acentuado, portanto a disponibilidade desse profissional em atender as necessidades do enfermo torna-se um fator relevante em seu processo de adesão ao tratamento, a partir da relação interativa entre eles, observados no momento da prestação dos cuidados o quanto os gestos, o tom de voz, as palavras, as expressões corporais e o toque são importantes ao cliente, uma vez que proporciona confiança e momentos de conforto.
 Quadro 2. Evidências encontradas nas Bases de Dados
	Título do artigo
	Resultados
	Mulheres portadoras de câncer de colo de útero: percepção da assistência de enfermagem
	 Esse estudo aponta que há uma falha no processo de enfermagem no que diz respeito a prevenção primária na Atenção Básica de saúde evidenciado por mulheres diagnosticadas tardiamente com câncer de colo de útero, mostrando que dessas mulheres, somente uma passou pela Atenção Primária.
	Cuidados paliativos na assistência de alta complexidade em oncologia: percepçãode enfermeiros
	O estudo mostra como o enfermeiro lida com pessoas hospitalizadas em cuidados paliativos oncológicos destacando a falta de conhecimento, a necessidade de criação de leitos diferenciados, evidenciado por relatos de dificuldades no quesito profissional frente ao despreparo para lidar com situações complexas de vida e morte. Bem como, destaca a importância de capacitação da equipe por meio de educação permanente.
	 Integralidade no cuidado ao câncer do colo do útero: avaliação do acesso
	 Foi um estudo realizado nas cidades brasileiras com maior número
de estabelecimentos de saúde cadastrados e disponibilidade de profissionais, sendo o maior centro de referência em saúde do nordeste paulista, mostrou que a cobertura de Papanicolau neste local é inferior ao recomendado pela OMS (80,0%). Dentre as dificuldades no acesso à atenção básica refere-se o de não conseguir agendar uma consulta devido às restrições colocadas pela dinâmica do atendimento e sua burocratização, o que contribuem na desistência das mulheres na busca pelo serviço.
	Mulheres com câncer do colo do útero submetidas à radioterapia: impressões da consulta de enfermagem
	O artigo mostra que na percepção das mulheres com câncer do colo do útero submetido a radioterapia houve uma contribuição da assistência de enfermagem durante o seu tratamento a partir da acolhida com o cuidado humanizado e da melhor comunicação possível entre o profissional-cliente, assim mostraram questões como a importância da atenção oncológica na perspectiva da integralidade e valorização da consulta de enfermagem no percurso do tratamento oncológico.
	Espiritualidade no processo saúde-doença-cuidado do usuário oncológico: olhar do enfermeiro
	 Esse estudo mostra que existe uma relação da espiritualidade no enfrentamento do câncer, de modo que os enfermeiros percebem essa relação expressados a partir de alguns significados que se configuram como apoio/ajuda/auxílio, servir de âncora e oferecer melhor perspectiva de vida. Testemunhado pelos participantes ao observarem que existe a diferença entre aqueles que desenvolvem a sua espiritualidade e aqueles que não têm no que se apoiar naquele momento 
	Terapia de reposição hormonal e o câncer do endométrio
	 O estudo evidencia o uso da terapia hormonal em diferentes épocas, sendo os resultados surpreendentes, na década de 70 mostra as evidências de relação entre reposição hormonal com estrógenos e o carcinoma do endométrio havendo um aumento de incidência de câncer, sendo a terapia de estrógenos exógenos na menopausa como o principal fator relacionado; já nas décadas de 80 e 90, a combinação entre estrógenos e progestínicos passou a ser largamente utilizada com base na premissa de que apresentava efeitos benéficos sobre os sistemas cardiovascular e osteoarticular, sem aumento no risco de câncer uterino. Entretanto, houve um questionamento sobre a segurança da reposição hormonal e, desta vez, apontam para o risco maior de câncer total e doença cardiovascular nos esquemas combinados. Portanto, o uso de TRH combinada não é justificado para a população feminina na pós-menopausa para prevenção primária de câncer do endométrio
	
Rastreamento e diagnóstico das neoplasias de ovário – papel dos marcadores tumorais
	 O estudo mostra alguns testes de estudo para investigar a existência de tumores para o diagnóstico precoce do câncer de ovário, sendo que o aprofundamento do conhecimento dos diversos eventos das mudanças ocorridas na expressão de genes e proteínas que acompanham a transformação oncogênica permite uma melhora na leitura destas modificações podemos melhorar a detecção precoce e o diagnóstico de indivíduos com câncer. Assim como o uso da ultrassonografia usado tanto nas tentativas de rastreamento como para o diagnóstico diferencial dos tumores ovarianos.
5 Discussão / Considerações finais
O elevado número de casos novos de câncer com o passar dos anos aciona um novo tipo de demanda nos serviços de saúde, cuidados ao paciente oncológico. É de suma importância salientar que a falta de preparo do sistema de saúde para a oncologia hoje no Brasil inicia já nos cursos de graduação da área da saúde, onde a carência de ensino adequado interfere nos cuidados de qualquer doença e principalmente em cuidados específicos para tal patologia, ocasionando pouca mão de obra qualificada, gerando assim condutas desnecessárias e não humanizadas com a cliente. O papel do enfermeiro se inicia já na Atenção Primária, na busca ativa e rastreamento das mulheres com 25 a 59 anos ou com vida sexual ativa, que se caracterizam como grupo suscetível para o desenvolvimento de patologias oncológicas do sistema reprodutor feminino.
Os achados neste trabalho evidenciam a deficiência da assistência do enfermeiro e suas consequências no cuidado do paciente oncológico. A consulta de enfermagem configura como a primeira etapa para uma boa assistência, realizada nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). Seu ponto principal é a coleta de dados, através do histórico de enfermagem e do exame físico. Os entraves encontrados na UBS, como marcação de consulta e exames ou falta de profissionais, afeta um dos princípios fundamentais do Sistema Único de Saúde (SUS), a universalidade, que garante ao cidadão o direito de ter acesso aos serviços de saúde. Não realizada a consulta de enfermagem ou de maneira ineficaz, é dificultado o diagnóstico precoce e, portanto, todo o tratamento da doença é afetado. Visto isso, a facilidade do acesso às redes de saúde se mostra necessário para proporcionar o melhor cuidado.
É relevante destacar a importância do cuidado integral à mulher com câncer no sistema reprodutor. O diagnóstico e tratamento muitas vezes geram a pessoa sofrimentos que vão além do físico, como no aspecto emocional e ambiental. A escuta ativa nesse período tem como objetivo amenizar a dor e angústia da mulher e da família, dando-lhes condições para falar sobre suas necessidades e dúvidas, e com a ajuda de uma equipe multiprofissional, melhorar de forma significativa sua aflição acerca da doença. O contato direto do profissional enfermeiro com o paciente permite que dificuldades durante o processo de tratamento sejam contornadas. A comunicação entre ambas às partes tem como objetivo facilitar o entendimento do tratamento proposto e favorecer sua adesão de forma consciente.
Em consoante a isso, nota-se a importância de serem desenvolvidas estratégias a fim de prevenir e reduzir a mortalidade e as repercussões físicas, psíquicas e sociais do enfermo. Assim como, buscar prevenção primária, sendo específico no controle das doenças sexualmente transmissíveis, considerado importante fator de risco para o câncer de colo, e prevenção secundária, que se concentra na realização periódica do exame de Papanicolau.
 Neste estudo, procurou-se trazer terapias referentes ao cuidado de enfermagem das principais patologias oncológicas relacionadas ao sistema reprodutor feminino. Com isso, pôde-se constatar a importância da assistência do enfermeiro e como esse cuidado reflete na evolução do paciente e no êxito do tratamento. As diferentes intervenções, medicamentosas e não medicamentosas, assim como o acolhimento dessas pacientes passam pela mão do profissional de enfermagem, e sua execução deve ser metódica e precisa. Do papel da espiritualidade à radioterapia, o espectro de métodos disponíveis é vasto. O enfermeiro entra como mecanismo de execução desses tratamentos, assim como todo o corpo de profissionais da saúde.
6 Pontos positivos e negativos nos artigos
	MULHERES PORTADORAS DE CÂNCER DE COLO DE ÚTERO: percepção da assistência de enfermagem
	
	Positivos
	Negativo
	
	A natureza da pesquisa possibilita o desenvolvimento da temática, uma vez que, por se tratar de uma pesquisa qualitativa, permite a livre expressão dos sujeitos acerca de suas experiências.
	Foi descrito na metodologia que seriam utilizados conteúdo da literatura com a finalidade de realizar uma análise compreensiva dos depoimentos, entretanto, não se foi descrito a procedência dessasliteraturas.
	
	Os depoimentos foram gravados em equipamento de mídia digital (Mp3), obtendo-se mais fidedignidade.
	Fez uso de referências desatualizadas em relação ao ano de sua publicação.
	
	As mulheres entrevistadas tiveram diagnóstico do câncer de colo de útero muito recentemente, o que facilitou a apreensão da percepção da mulher sobre o papel da Enfermagem no decorrer de seu tratamento.
	
	
	
	Não foram explícitos os critérios de inclusão e exclusão da pesquisa.
	
	A categorização e a análise crítica do que foi dito pelas entrevistadas ocorreu de maneira precisa à facilitar sua compreensão.
	
	
	Publicado em uma revista qualis B2.
	
	
	CUIDADOS PALIATIVOS NA ASSISTÊNCIA DE ALTA COMPLEXIDADE EM ONCOLOGIA: percepção de enfermeiros
	
	Positivos
	Negativos
	
	Os métodos de abordagem da pesquisa condizem com seu objetivo.
	A coleta de dados foi realizada no período entre dezembro de 2011 a abril de 2012, desatualizada levando em consideração o ano atual e o de publicação.
	
	Os depoimentos foram gravados em dispositivo digital, o que aumenta sua fidelidade.
	Mesmo após informar que a discussão dos dados foi conduzida a partir da revisão de literatura e bases conceituais que discutem a temática, não se foi descrito a procedência dessa literatura.
	
	O estudo construiu um denso perfil dos entrevistados, por meio da coleta de variáveis como: sexo, idade, tempo de trabalho na Instituição, tempo e local de graduação.
	O local de estudo refere-se a um hospital universitário, no qual suas peculiaridades podem refletir nos resultados obtidos, limitando suas generalizações.
	
	INTEGRALIDADE NO CUIDADO AO CÂNCER DO COLO DO ÚTERO: avaliação do acesso
	
	Positivos
	Negativos
	
	Utilizou-se abordagem qualitativa e quantitativa, o que possibilitou maior abrangência de informações na pesquisa.
	A coleta de dados abrangeu período de tempo relativamente pequeno (2008-2010).
	
	O local de estudo reflete a realidade brasileira, podendo, portanto, ser aplicada as demais localidades.
	Algumas variáveis de dados quantitativos demonstraram insuficiência de registro junto ao sistema de informação em saúde local.
	
	Optou-se por gráficos e figuras para a apresentação dos dados quantitativos, o que proporciona ao leitor melhor avaliação.
	A coleta de dados foi realizada no período entre janeiro de 2008 e junho de 2010, desatualizada levando em consideração o ano atual e o de publicação.
	
	ESPIRITUALIDADE NO PROCESSO SAÚDE-DOENÇA-CUIDADO DO USUÁRIO ONCOLÓGICO: olhar do enfermeiro
	
	Positivos
	Negativos
	
	Foi realizado pré-teste do instrumento de coleta de dados para posteriormente ser aplicado aos participantes.
	Não relata gravação das entrevistas.
	
	Referencial teórico atualizado.
	
	
	MULHERES COM CÂNCER DO COLO DO ÚTERO SUBMETIDAS À RADIOTERAPIA: impressões da consulta de enfermagem
	
	Positivos
	Negativos
	
	Utiliza referencial teórico confiável para embasamento da pesquisa.
	Apesar de ter publicação recente, o estudo é antigo (2010).
	
	Coleta de dados feita a partir do uso de formulário semiestruturado e gravadas por meio de aparelho digital, de forma a garantir a fidedignidade dos dados.
	
	
	A análise, explicação e classificação dos depoimentos em categorias facilitou a explanação do conteúdo.
	Não foram explícitos os critérios de inclusão e exclusão da pesquisa.
	
	Revista qualis B2.
	
	
	TERAPIA DE REPOSIÇÃO HORMONAL E O CÂNCER DO ENDOMÉTRIO
	
	 Positivos
	 Negativos
	
	A divisão do artigo de forma temporal permitiu uma melhor análise da evolução quanto ao conhecimento sobre os efeitos da TRH
	A metodologia para a busca dos estudos utilizados na revisão não está esclarecida.
 
	
	A explanação prévia sobre os métodos de reposição hormonal permite um melhor entendimento do leitor quando esses foram citados posteriormente.
	
	
	RASTREAMENTO E DIAGNÓSTICO DAS NEOPLASIAS DE OVÁRIO: papel dos marcadores tumorais 
	
	 Positivos
	 Negativos
	
	A análise dos principais métodos de detecção dos tumores ovarianos separadamente facilitou a explanação do conteúdo.
	O objetivo do artigo não está bem esclarecido.
	
	
	Não está descrito a metodologia utilizada para busca dos estudos utilizados.
	
REFERÊNCIAS 
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SOARES, E M; SILVA, S R. Perfil de pacientes com câncer ginecológico em tratamento quimioterápico. Brasília: Revista Brasileira de Enfermagem, 2010.
SOUZA, C.Q.S. et al. Mulheres com câncer do colo do útero submetidas à radioterapia: impressões da consulta de enfermagem. Revista de Enfermagem UFPE online. v. 11, n. 4, p. 1603-1608, 2017.
SIQUEIRA, H.C.H. et al. Espiritualidade no processo saúde-doença-cuidado do usuário oncológico: olhar do enfermeiro. Revista de Enfermagem UFPE online, v. 11, n. 8, p. 2996-3004, 2017.