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Doença Agente etiológico Características do agente* Período de Incubação Sinais e sintomas Alimentos envolvidos Prevenção e controle Botulismo (intoxicação, salva execção do botulismo infantil que é toxinfecção) Toxinas de Clostridium botulinum identificadas de A a G Bacilos G+, formadores de esporos (sinal de resistência) e anaeróbios (prolifera em alimentos sem oxigênio) Toxinas termolábeis (80ºC- 100ºc por 10 a 30min) >>>> Mesófilos Germinação exige anaerobiose estrita e pH maior que 4,5 (sai da forma de esporos e se torna vegetativa) PI usual de 12 a 36 horas podendo chegar até 8 dias Náuseas, vômitos, cólicas e diarreia podem aparecer precocemente. Cefaleia, vertigens ou tonturas, visão dupla, perda de reflexos à luz, disfagia, ataxia, fraqueza, constipação, cansaço respiratório, parada respiratória. Letalidade: 50 a 65% em 3 a 10 dias Alimentos em conservas (principalmente as caseiras), alimentos á vacúo, embutidos, carnes em grandes peças, tortas sem refrigeração, mel (preocupante para crianças até 3 anos ou pessoas com problemas em sua microbiota) Evitar germinação de esporos: Aa, pH, Eh... Cocção/cozinhar dos alimentos, evitar conservas para crianças, resfrigeramento (tortas, etc) e reaquecimento de forma correta, ter um cuidado a mais com a procedência dos alimentos... Intoxicação estafilocócica Toxinas de Staphylococcus aureus identificadas de A a F Cocos G+, não esporógenos (eliminada por calor minímo de 74º) e anaeróbios facultativos (se multiplica com ou sem oxigênio) Mesófilo (se multiplica a temperatura mais prox ao do ambiente 10º- 46ºC, e durante sua multiplicação ele produz suas toxinas) Toxina termorresistente Toxina tipo A mais prevalente (75% surtos) PI de 30 min a 8 horas, usualmente 2 a 4 horas (curta duração) Repentino mal-estar com náuseas, vômitos, dor abdominal e prostração. É frequente ocorrer diarreia, porém sem febre. Curta duração (um ou dois dias) (A incidência de diarreia é menor comparada a náuseas) Presunto cozido, produtos cárneos, aves , saladas encoporadas, molhos, massas recheadas de creme, batatas, saladas, aves, peixes, leite e queijo. Alimentos c/ alta umidade e de elevado teor protéico. Umidos e nutritivos Educação e aplicação de medidas de higiene pessoal e de manipulação de alimentos. Refrigeração rápida de produtos de origem animal a temperaturas inferiores a 4ºC ou seu cozimento imediato (pós-manipulação) a temperaturas superiores a 60ºC. Intoxicacação por Bacillus cereus Toxinas do Bacillus cereus Bacilo G+, aeróbio, mesófilo e produtor de esporos Toxina diarreica: termolábil (55ºC por 20 min) e necrótica Toxina emética: termorresistente (126ºC por 90 min), tolera ampla faixa de pH (2 a 11) Síndrome emética: PI de 30min a 6 horas, duração máxima de 24 horas. Síndrome diarreica: PI de 8 a 16 horas, – duração de 12 a 24 horas. Síndrome emética: mais comum, predomínio de náuseas e vômitos Similar à ação da toxina estafilocócica. Síndrome diarreica: dores abdominais, diarreia aquosa profusa, tenesmo e náuseas Similar ao sintomas produzidos pelo C. perfringens. S. emética: arroz e outros cereais S. diarreica: vegetais crus e cozidos, pescado, massas, pudins à base de amido, carnes, leite e sorvete Os alimentos devem ser resfriados rapidamente, em pequenas porções e mantidos abaixo dos 4ºC ou acima dos 55ºC. Reaquecimento deve dar-se acima de 75ºC. Higiene dos alimentos, equipamentos e manipulação adequada. Salmonelose Salmonella enterica (+ de 2000 sorotipos, incluindo Paratyphi), S. bongori Bacilo G-, anaeróbio facultativo e não produtor de esporo Multiplicam-se entre 7 e 46ºC Destruída em temperaturas superiores a 60ºC por 12 min PI de 12 a 36 horas Salmoneloses: dores abdominais, calafrios, febre, náuseas, vômitos e diarreia. Duração de 1 a 4 dias. Febre tifóide: cefaleia, febre alta, diarreia, vômitos, septicemia – pode ocorrer sangramento no intestino e nariz. Duração de 8 semanas. Febre entérica: mesmo que o anterior só que mais brandos. Duração de 1 a 3 semanas Produtos lácteos, ovos (pudins, gemadas, maioneses), carnes (bovina, suína e de aves) e derivados. Alimentos com alto teor de umidade e elevada % proteína. Tratamento dos efluentes e dos dejetos de origem animal, higiene do abate, pasteurização do leite, manipulação adequada de alimentos, conservação e cocção nas temperaturas corretas e tratamento dos animais enfermos Listeriose Listeria monocytogenes Bacilos G+, anaeróbio facultativo e não produtores de esporo Cresce na faixa de temperatura entre 2,5ºC e 44ºC Suporta sucessivos congelamentos e descongelamentos Multiplica bem em baixa Aa e sobrevive em níveis de 120ppm de nitrato de sódio e 3% de sal PI variável de 1 dia a semanas Diarreia, febre moderada, fadiga, mal-estar, podendo manifestar náuseas, vômitos e dores abdominais. Sintomas nervosos como consequência de meningite, encefalite e de abcessos crianças e idosos evolução clínica fulminante com 70% de letalidade Mulheres grávidas aborto, parto prematuro, natimorto ou septicemia neonatal Imunodeprimidos letalidade de 30% Produtos lácteos, produtos cárneos crus ou processados, produtos vegetais e de origem marinha Limpeza e sanificação dos equipamentos, evitar contaminação cruzada, criar barreiras ao acesso de insetos e animais na indústria, higiene no ambiente e dos manipuladores. Infecção por Escherichia coli Escherichia coli Bastonetes G-, anaeróbio facultativo, mesófilo e não esporógeno Cinco categorias: EPEC - Escherichia coli enteropatogênica ETEC - Escherichia coli enterotoxigênica EIEC - Escherichia coli enteroinvasiva EHEC - Escherichia coli enterohemorrágica EaggEC - Escherichia coli enteroagregativa PI de 8 a 24 hs. PI de 12 a 72hs PI de 8 a 44 hs PI de 3 a 9 dias. Invasiva: febre, calafrios, cefaleia, mialgias, espasmos abdominais e diarreia aquosa profusa. Manifestação semelhante à Shigella. Enteropatogênica: GE em crianças: vômito, diarreia, dores abdominais e febre. No Brasil 30% dos casos de diarreia aguda em crianças < de 6 meses de idades. Enterotoxigênica: envolve a produção de toxinas termolábeis (60oC por 30min) e termoestáveis (100ºC por 30min) “Diarreia do viajante”: diarreia aquosa, dores abdominais, febre baixa e náuseas. Nos casos mais severos: diarreia semelhante à água de arroz, vômito, desidratação e choque. Enterohemorrágica: colite hemorrágica – dores abdominais severas e diarreia com grandes qtdes de sangue e ausência de febre. Pode evoluir p/ a Síndrome Urêmica Hemolítica (falência renal, insuf. renal crônica). Bovino é um reservatório natural Água e alimentos em condição insatisfatória de higiene. Higiene pessoal e de manipulação, evitar contaminação cruzada e rigoroso controle das temperaturas de processamento e de refrigeração Campilobacteriose Campylobacter jejuni, C. lari e C.coli Bacilos G-, microaerófilos e não produtores de esporo Crescem em faixa estreita de temperatura: 30 e 47ºC C. jejuni: algumas cepas produzem toxinas termolábeis Altamente sensíveis ao sal, pH ácido, desidratação, congelamento e calor. Não se desenvolve bem fora do hospedeiro. PI de 2 a 5 dias – até 10 dias Dose infectante baixa Enterocolite: diarreia acompanhada de febre baixa e dores abdominais. Em alguns casos a febrepode estar alta e as fezes c/ sangue. Vômitos são raros. Diarreia pode durar de 2 a 3 dias enquanto as dores abdominais podem persistir por até 3 semanas. Geralmente autolimitante. Quando ocorrer febre, é indicada a antibioticoterapia. Leite cru contaminado com matéria fecal, leite mamítico, carnes e miúdos de aves e de outros animais insuficientemente cozidas. Evitar contaminação cruzada entre alimentos. Medidas higiênicas e tratamento térmico adequado (frio / calor) Infecção por Vibrio parahaemolyticus Vibrio parahaemolyticus Bacilo G-, anaeróbio facultativo, halófilo e não produtor de esporo Cresce entre 5 e 42ºC, sendo 37ºC a temp. ideal Muito sensível ao calor (60ºC por 15min), ao frio (< 5ºC ele é inativado) e à desidratação PI de 4 a 96 horas, normalmente de 12 a 24 hs Diarreia profusa, dor abdominal, náusea, algumas vezes vômito e febre. Geralmente é autolimitante mas nos casos mais graves é indicada a terapia de suporte e antibioticoterapia Pode causar infecções extra- intestinais olhos e feridas Peixes recém pescados – contagem de 102 UFC/g Para que ocorra infecção: 105 – 107 UFC/g Basicamente alimentos marinhos crus. Brasil : isoladas de ostras no litoral de SP, crustáceos e moluscos no RJ e lagostas em CE. Cozimento, refrigeração e congelamento adequados dos produtos marinhos. Toxinfecção por Clostridium perfringens Clostridium perfringens tipo A, C e D. Bacilo G+, anaeróbio e produtor de esporo Possuem cepas termorresistentes (100ºC por 60min) e termolábeis (100ºC por 10min) Cresce numa ampla faixa de temp. 15-50ºC, sendo o ideal entre 43 e 47ºC Enterotoxinas sensíveis ao pH ácido e à ação enzimática. PI de 8 a 12 horas e duração de 24hs. Intoxicação: C. perfringens tipo A Dores abdominais agudas, diarreia c/ náuseas e febre. Vômitos são raros. Geralmente é branda, porém muito frequente. Enterite necrótica: C. perfringens tipo C Dores abdominais agudas e muito intensas, diarreia sanguinolenta e inflamação necrótica do ID sendo frequentemente fatal. Carnes de um modo geral, embutidos, conservas de peixes, patês e queijos fermentados. Conservação dos alimentos acima de 60ºC ou abaixo de 4ºC. Cuidado com o reaquecimento de alimentos. Yersiniose Yersinia enterocolitica Bacilo G-, anaeróbio facultativo, psicrotrófico, não produtor de esporo e termossensível Multiplicam-se entre –1,3ºC e 42ºC PI de 24 a 36 horas ou mais Região acometida é a ileocecal: enterite, ileíte e linfadenite mesentérica. Dores abdominais sugerindo apendicite aguda. Febre, dores de cabeça, mal- estar, anorexia, diarreia, vômitos e náuseas. Infecções extra-intestinais podem ocorrer: septicemias, artrite, endocardite, glomerulonefrite e lúpus eritematoso. A GE pode se estender por vários meses. Carne de porco, leite cru e qualquer outro alimento contaminado. Eliminação do microrganismo nos suínos, higiene pessoal e na manipulação e utilização de água tratada. Disenteria bacilar Shigella sonnei, S. dysenteriae, S.boydii e S.flexneri Bacilo G-, anaeróbio facultativo e não produtor de esporo Temperatura ideal de multiplicação: 37ºC Causa infecção e ainda produz toxinas (toxina de Shiga). PI de 1 a 7 dias, geralmente de 4 dias. Sintomas variam muito de intensidade: desde uma infecção fraca (assintomática) s/ febre até uma disenteria fulminante. Disenteria: diarreia na qual as fezes apresentam muco e sangue – tenesmos, desidratação, toxemia e até convulsão Geralmente autolimitante com recuperação em 1 a 2 semanas. Alimentos úmidos de vários tipos: leite, feijão, batata, peixe, camarão, peru e outros Práticas adequadas de higiene - Quais características do(s) agente(s) são importantes para sua manutenção no ambiente e seu controle nos alimentos (resistência e sensibilidade do agente)? - - Quais as principais fontes de contaminação? - O preenchimento da tabela deve enfocar a doença como enfermidade veiculada por alimento.