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Doença Transmitida por Alimentos VÍRUS Prof. Dennis Armando Bertolini DAB/UEM dabertolini@uem.br Doença Transmitida por Alimentos – VÍRUS Introdução Fatores a serem considerados num surto por DTA: a situação; o número de pessoas afetadas; o índice de ataque por idade, gênero e raça;o índice de ataque por idade, gênero e raça; o número de pessoas que não foram atingidas; o agente e o período de incubação; a natureza clínica da doença; o veículo alimentar; e o modo de transmissão para os alimentos e para as vítimas. Doença Transmitida por Alimentos – VÍRUS Introdução • OMS – crescente tendência em sua incidência; • Grosseiramente subestimada pela vigilância de rotina; • Aumentará nos próximos anos:• Aumentará nos próximos anos: � aumento da idade da população; � globalização das doenças infecciosas; � comércio de alimentos. Conceitos básicos • Os vírus não replicam no alimento ou na Doença Transmitida por Alimentos – VÍRUS Introdução • Os vírus não replicam no alimento ou na água; • A contaminação viral do alimento não aumentará durante o processamento e pode, de fato, diminuir. • A infecção viral de origem alimentar depende: � estabilidade viral; � quantidade de vírus liberada pelo indivíduo Doença Transmitida por Alimentos – VÍRUS Introdução � quantidade de vírus liberada pelo indivíduo infectado; � método de processamento do alimento ou água; � dose necessária para produzir infecção; � susceptibilidade do hospedeiro. Maioria dos vírus • não envelopados; • relativamente resistentes: Doença Transmitida por Alimentos – VÍRUS Introdução • relativamente resistentes: � calor; � desinfecção; � mudanças de pH. • Problemas na detecção dos vírus: � aparência; Doença Transmitida por Alimentos – VÍRUS Introdução � odor; � sabor; � métodos diagnósticos. normais • Alimentos de alto risco: � Frutas � Mariscos Doença Transmitida por Alimentos – VÍRUS Introdução � Mariscos � Ostras � Vegetais � Sobremesa � Água Doença Transmitida por Alimentos – VÍRUS Introdução OS VÍRUS E AS DTA • 1973 - 1987 - USA � 5% dos surtos (9% dos casos) - vírus • Surveillance for Foodborne Diseases Outbreak • Surveillance for Foodborne Diseases Outbreak USA - 1993 - 1997 � 2.751 surtos - 86.058 casos � 32% etiologia conhecida - 6% vírus � etiologia desconhecida - 50% PI ≥≥≥≥ 15 horas? ���� vírus Doença Transmitida por Alimentos – VÍRUS Introdução Nº surtos e casos associados a frutos do mar/ano Iwamoto et al., 2010, Clin. Microbiol. Reviews 23(2):399-411. Doença Transmitida por Alimentos – VÍRUS Introdução Nº surtos associados a frutos do mar/etiologia e mês Iwamoto et al., 2010, Clin. Microbiol. Reviews 23(2):399-411. Doença Transmitida por Alimentos – VÍRUS Introdução % surtos associados a frutos do mar/tipo Iwamoto et al., 2010, Clin. Microbiol. Reviews 23(2):399-411. • ~ 79 milhões de doentes/ano; • 325.000 hospitalizações/ano; Doença Transmitida por Alimentos – VÍRUS Introdução US$ 5-6bilhões/ Custos • 325.000 hospitalizações/ano; • 5.000 mortes/ano; US$ 5-6bilhões/ ano nos EUA • Salmoneloses – 1.2-1.5 bilhões/ano; • Infecções por Calicivírus pode ser tão freqüente quanto por Salmonella. • Custo das infecções virais pode ser alto: � ocorrência freqüente; � alta transmissibilidade; Doença Transmitida por Alimentos – VÍRUS Introdução � alta transmissibilidade; • Estudos sugerem que infecções virais entéricas causam mortes em idosos (preveníveis); • USA: � 84.000 casos VHA/ano; � 5% (4.200 casos) – origem alimentos/água. Doença Transmitida por Alimentos – VÍRUS Introdução % de Alimentos fora dos padrões microbiológicos Fonte: Anvisa, IDEC e Instituto Biodinâmico. Folha de São Paulo, 21/04/03, C4. Doença Transmitida por Alimentos – VÍRUS Introdução • 816 trabalhos – 80.682 casos (1927-2006): �EUA, Canadá, Europa, Austrália e outros; �Surtos causados por 14 agentes: � 338 – Norovírus ou provável Norovírus; � 151 – Salmonella entérica; � 84 – hepatite A; � 53 – Staphylococcus aureus; � 33 – Shigella spp; � 17 – Streptococcus Lancefield grupos A e G; � 23 – Ciclospora, Giardia, Criptosporidium. Doença Transmitida por Alimentos – VÍRUS Introdução • 816 trabalhos – 80.682 casos (1927-2006): Múltiplos alimentos e multi-ingredientes alimentares foram identificados, talvez devido a um contatoforam identificados, talvez devido a um contato manual mais frequente durante a preparação e ao servir. Greig et al., 2007, J. Food. Prot., 70(7):1752-61. A) Gastroenterites virais: � Astrovírus � Rotavírus Adenovírus Doença Transmitida por Alimentos – VÍRUS Introdução Viroses de origem alimentar ou por água: � Adenovírus � Calicivírus (Típico e Norwalk-Like Virus) B) Hepatites por via fecal-oral: � Vírus da Hepatite A � Vírus da Hepatite E C) Outras doenças: Enterovírus Sintomas Clínicos (PI = 1-3 dias) � febre � vômito Doença Transmitida por Alimentos – VÍRUS Introdução � vômito � diarréia � dor de cabeça Desidratação Doença Transmitida por Alimentos – VÍRUS Gastroenterites • Dificuldades no diagnóstico: � Isolamento em cultura; Doença Transmitida por Alimentos – VÍRUS Gastroenterites � ME – limite detecção 105-106 partículas/ml de fezes em suspensão; � Ensaios de ELISA – limitação para detecção genérica. • Diagnóstico – critérios de Kaplan et al (1982): � Início de febre aguda após um PI de 24-36 h; � Vômito e/ou diarréia durante poucos dias; � Alta taxa de ataque (média 45%); Doença Transmitida por Alimentos – VÍRUS Gastroenterites � Alta taxa de ataque (média 45%); � Alto nº casos secundários; � Cultura de fezes negativa para bactérias. 32-42% infecções entéricas por alimentos nos EUA são causadas por vírus • Podem ser causadas: Rotavírus Astrovírus Doença Transmitida por Alimentos – VÍRUS Gastroenterites Astrovírus Adenovírus Calicivírus: �Vírus semelhantes ao Norwalk �Vírus semelhantes ao Sapporo Doença Transmitida por Alimentos Brasil, MS/SVS/DVE, Informe Técnico, Doença Diarréica por Rotavírus (VORH), 2005. Doença Transmitida por Alimentos Brasil, MS/SVS/DVE, Informe Técnico, Doença Diarréica por Rotavírus (VORH), 2005. Doença Transmitida por Alimentos Brasil, MS/SVS/DVE, Informe Técnico, Doença Diarréica por Rotavírus (VORH), 2005. Doença Transmitida por Alimentos Brasil, MS/SVS/DVE, Informe Técnico, Doença Diarréica por Rotavírus (VORH), 2005. Doença Transmitida por Alimentos Fonte: SES/planilha Mensal (até 2006) e Sivep_DDA (a partir de 2007). Atualizado em: 06/02/12. Doença Transmitida por Alimentos Fonte: SES/planilha Mensal (até 2006) e Sivep_DDA (a partir de 2007). Atualizado em: 06/02/12. Doença Transmitida por Alimentos Fonte: SES/planilha Mensal (até 2006) e Sivep_DDA (a partir de 2007). Atualizado em: 06/02/12. Doença Transmitida por Alimentos Fonte: SES/planilha Mensal (até 2006) e Sivep_DDA (a partir de 2007). Atualizado em: 06/02/12. Doença Transmitida por Alimentos Fonte: UHA/CGDT/SVS/MS *Dados sujeitos a alterações. Doença Transmitida por Alimentos Fonte: UHA/CGDT/SVS/MS *Dados sujeitos a alterações. Doença Transmitida por Alimentos Doença Transmitida por Alimentos Fonte: UHA/CGDT/SVS/MS *Dados sujeitos a alterações. Doença Transmitida por Alimentos Fonte: UHA/CGDT/SVS/MS *Dados sujeitos a alterações. CALICIVÍRUS Doença Transmitida por Alimentos – VÍRUS Gastroenterites • Características: Família Caliciviridae Esféricos não envelopados Doença Transmitida por Alimentos – VÍRUS Gastroenterites - Calicivírus Esféricos não envelopados 28 a 35 mm RNA fita simples + - 7.3-7.6 Kb 3 ORFs • Vírus semelhantes ao Norwalk (EUA) � Genogrupo I Doença Transmitida por Alimentos – VÍRUS Gastroenterites - Calicivírus � Genogrupo II • Vírus semelhantes ao Sapporo (Japão) Sintomas Clínicos (PI = 1-3 dias) � febre; � vômito; � diarréia; � dor de cabeça; Doença Transmitida por Alimentos – VÍRUS Gastroenterites – Calicivírus - NLV � dor de cabeça; • Geralmente é fraca e auto-limitada,com sintomas durando 2-3 dias; • Taxa de ataque alta (45% ou +); • Vírus é liberado pelas fezes ou vômito – PI e dura por 10 dias. Diagnóstico • Cultura de Células ou tecidos: � nunca foi isolado Doença Transmitida por Alimentos – VÍRUS Gastroenterites – Calicivírus - NLV � nunca foi isolado • ME: � S relativa (105-106 partículas/ml fezes) � NLV não são liberados em títulos muito altos �Grupo antigenicamente e geneticamente diverso Diagnóstico Molecular • Dificuldades para detecção direta: � baixos níves de contaminação viral; Doença Transmitida por Alimentos – VÍRUS Gastroenterites – Calicivírus - NLV � baixos níves de contaminação viral; � ineficiência nos processos de recuperação do vírus da amostra; � inibidores naturais da RT-PCR presentes nas amostras de crustáceos. Doença Transmitida por Alimentos – VÍRUS Gastroenterites – Calicivírus - NLV Diagnóstico • Métodos Epidemiológicos: � Crítérios propostos por Kaplan et al. (1982); � Não se pode determinar o agente etiológico envolvido; � Muito utilizado como ferramenta em saúde pública; � Assessar o surgimento global de GI viral. Epidemiologia • Proporção de surtos de origem alimentar varia muito de país para país: Doença Transmitida por Alimentos – VÍRUS Gastroenterites – Calicivírus - NLV muito de país para país: diferenças na definição de casos; sistemas de vigilância; métodos utilizados. Doença Transmitida por Alimentos – VÍRUS Gastroenterites – Calicivírus - NLV Epidemiologia • Países Baixos: � ~80% surtos de GI reportados nos últimos 7 anos;anos; � mais da ½ dos surtos ocorreu em casas para idosos; � 1994-2000: 14% dos surtos foram DTA com 83% atribuídos ao NLV. Vinjé & Koopmans, 1997, J. Infect. Dis., 176:1374-1378. Koopmans et al, 2000, J. Infect. Dis., 181:S262-269. Doença Transmitida por Alimentos – VÍRUS Gastroenterites – Calicivírus - NLV Epidemiologia • USA: balneários 90 surtos registrados 51 – formas de transmissão água asilos 43% restaurantes 26% balneários 11% escolas 11% alimentos 37% ostras 10% água 6% pessoa-pessoa 20% Santos et al., 2002, Introdução à Virologia Humana, Guanabara Koogan. Doença Transmitida por Alimentos – VÍRUS Gastroenterites – Calicivírus - NLV Epidemiologia • Finlândia (1999): � surto hospitalar (geriatria) – quase� surto hospitalar (geriatria) – quase exclusivamente NLV; � 56% das epidemias reportadas como DTA – amostras fezes/alimentos – NLV. Maunula et al., 1999, J. Virol. Methods, 83:125-134. Doença Transmitida por Alimentos – VÍRUS Gastroenterites – Calicivírus - NLV Projeto “Foodborne viruses in Europe”: � cada país tem no mínimo um laboratório que faz: � VHA;� VHA; � ME para NLV; � RT-PCR para NLV; Objetivos: � freqüência de surtos; � rotas de transmissão. Eurosurveillance, 2002, vol. 7, nº 4. Doença Transmitida por Alimentos – VÍRUS Gastroenterites – Calicivírus - NLV Epidemiologia • Países Baixos: (estudo caso-controle populacional) � Incidência de GI muita alta – 280/1000 pessoas/ano;� Incidência de GI muita alta – 280/1000 pessoas/ano; � 8 casos/1000 pessoas/ano – tratamento médico; � 5% dos que visataram médico – NLV + (4% para Salmonella). Koopmans et al., 2002, FEMS Microbiology, 26:187-205. Doença Transmitida por Alimentos – VÍRUS Gastroenterites – Calicivírus - NLV Epidemiologia • Reino Unido (1999): � Incidência de GI: 190/1000 pessoas/ano; � maior procura médica;� maior procura médica; � NLV – causa mais comum de doença em todos os grupos etários; � NLV – 2ª causa mais comum de GI em crianças. Koopmans et al., 2002, FEMS Microbiology, 26:187-205. Doença Transmitida por Alimentos – VÍRUS Gastroenterites – Calicivírus - NLV Sazonalidade • Zahorsky (1929) – “doença do vômito do inverno”;inverno”; • Mounts et al. (2000): � revisão de 12 estudos; � NLV – predominantemente visto durante os meses mais frios do ano. Doença Transmitida por Alimentos – VÍRUS Gastroenterites – Calicivírus - NLV Grupos de Risco • Crianças • Idosos*• Idosos* • Gestantes • Imunocomprometidos* Gerba et al., 1996, Int. J. Food Microbiol., 30:113-123 TRANSMISSÃO Doença Transmitida por Alimentos – VÍRUS Gastroenterites – Calicivírus - NLV Doença Transmitida por Alimentos – VÍRUS Gastroenterites – Calicivírus - NLV Formas de transmissão • Água: � diretamente – água contaminada; � indiretamente:� indiretamente: � frutos/alimentos lavados; � natação; • Ex: Beuret et al., 2000, J. Food Prot., 63:1576-1582. � água mineral contaminada com RNA de Calicivírus. Doença Transmitida por Alimentos – VÍRUS Gastroenterites – Calicivírus - NLV Formas de transmissão • Vômito: � mecânica (ambiente contaminado); � ar; • Ex: Marks et al., 2000, Epidemiol. Infect., 124:481-487. �“surto de GI seguido a uma refeição em um grande hotel durante o qual um dos convidados vomitou, encontrando-se uma relação inversa entre a taxa de ataque por mesa e a distância da pessoa que ficou doente”. Doença Transmitida por Alimentos – VÍRUS Gastroenterites – Calicivírus - NLV Formas de transmissão • Surto internacional por alimentos: � Europa e Canadá; � Framboesa da Slovenia; � Confirmado por epidemiologia molecular. (Gaulin et al., 1999, Can. J. Pulbic. Health, 90:37-40) (Ponka et al., 1999, Epidemiol. Infect., 123:469-474) (Glass et al., 2000, J. Infect. Dis., 181(2):S254-61) Doença Transmitida por Alimentos – VÍRUS Gastroenterites – Calicivírus - NLV Formas de transmissão • Transmissão zoonótica foi reportada: � porcos do Japão – NLV; � bezerros no Reino Unido e na Alemanha: � vírus Newbury; � vírus Jena; � Calicivírus bovino e suíno são geneticamente distintos das cepas humanas, mas agrupam dentro do gênero NLV. • Concentração de vírus em águas de esgoto; Doença Transmitida por Alimentos – VÍRUS Gastroenterites – Calicivírus - NLV Carência de informações específicas • Concentração de vírus em águas de esgoto; • Eficiência de remoção de calicivírus pelos métodos de remoção física e desinfecção de tratamento de esgoto; ROTAVÍRUS Doença Transmitida por Alimentos – VÍRUS Gastroenterites Doença Transmitida por Alimentos – VÍRUS Gastroenterites – Rotavírus 1973 – descoberto por Bishop et al. (ME) EUA – 200 crianças morrem/ano países em desenvolvimento: � 125 milhões/ano � 870.000 mortes/ano � 1/3 das hospitalizações associadas à diarréia Doença Transmitida por Alimentos – VÍRUS Gastroenterites – Rotavírus Inativação: � pH 1,8 a 2,1 Resistente: � agentes químicos � T (37ºC/1h – 25ºC/24h) � pH 1,8 a 2,1 � etanol 95% � EDTA, CaCl2 � Hip. Sódio > 3% � T (37ºC/1h – 25ºC/24h) � forças físicas � fômites secas, superf. dura, água potável, etc. Epidemiologia � 3-4 anos – todas as crianças são infectadas; � mais grave em países em desenvolvimento; � mais frequente nos meses mais frios do ano em Doença Transmitida por Alimentos – VÍRUS Gastroenterites – Rotavírus � mais frequente nos meses mais frios do ano em países de clima temperado; � Brasil: � sazonalidade para as regiões CO, SE e S; � recentemente – predominância nos meses secos. Doença Transmitida por Alimentos – VÍRUS Gastroenterites – Rotavírus Epidemiologia - Óbitos Patogênese Doença Transmitida por Alimentos – VÍRUS Gastroenterites - Rotavírus Patogênese Doença Transmitida por Alimentos – VÍRUS Gastroenterites – Rotavírus Diagnóstico Laboratorial � Material: fezes; � Coleta: entre o 1º e o 4º dia; � Pesquisa de Antígeno Viral:� Pesquisa de Antígeno Viral: Microscopia eletrônica (“gold standard”); Enzimaimunoensaio: S = 106 virion/ml de fezes; Aglutinação em Látex: S = 107 virion/g de fezes; Eletroforese em gel de poliacrilamida; � Sorologia: confusa. GASTROENTERITES VIRAIS ROTAVÍRUS - PROFILAXIA � Medidas básicas de higiene; � Nutrição satisfatória; � Vacina Oral de Rotavirus Humano (VORH) – 2006; � Imunoglobulina oral – em estudo. ASTROVÍRUS Doença Transmitida por Alimentos – VÍRUS Gastroenterites • Família Astroviridae • Vírus RNA fs+ 6,8 Kb DoençaTransmitida por Alimentos – VÍRUS Gastroenterites – Astrovírus • Esférico não envelopado • 28 a 30 nm • 8 sorotipos – sorotipo 1 Aspectos Clínicos � PI = 3 a 4 dias � Diarréia aquosa – 2 a 3 dias Vômito Doença Transmitida por Alimentos – VÍRUS Gastroenterites – Astrovírus � Vômito � Febre � Anorexia � Dor abdominal � Outros sintomas constitucionais Diagnóstico Laboratorial �IME – excreção fecal não é muito elevada; �ELISA – Ag; Doença Transmitida por Alimentos – VÍRUS Gastroenterites – Astrovírus �ELISA – Ag; �Técnicas moleculares: � Hibridização; � RT-PCR; �Cultura de células – CaCo-2 + IFI ou ELISA. HEPATITES A e EHEPATITES A e E • Família Picornaviridae; � Gênero Hepatovirus; Doença Transmitida por Alimentos – VÍRUS Hepatite A (VHA) – Características • genoma RNA, não envelopado; • tamanho 27 a 32 nm; • 7 genótipos – 4 em humanos. Família Hepeviridae; � Gênero Hepevirus; Não envelopado; Simetria icosaédrica; Doença Transmitida por Alimentos – VÍRUS Hepatite E (VHE) – Características Simetria icosaédrica; RNA fs+, com 7,2 kb e 3 ORFs; 5 genótipos (24 subtipos); Doença zoonótica. Lu et al., 2006, Rer. Med. Virol. 16(1):5-36; Okamoto, 2007, Virus Res. 127:216-228. • Período de Incubação: Média de 30 dias Intervalo de 15-50 dias • Icterícia por grupo etário: <6 anos, <10% 6-14 anos, 40%-50% Doença Transmitida por Alimentos – VÍRUS Hepatite A – Aspectos Clínicos 6-14 anos, 40%-50% >14 anos, 70%-80% • Complicações: Hepatite Fulminante Hepatite colestática Recaída • Seqüela crônica: Nenhuma • Período de Incubação: Média 40 dias Intervalo 15-60 dias • Taxa de casos fatais: Total 1% - 3% Doença Transmitida por Alimentos – VÍRUS Hepatite E – Aspectos Clínicos • Taxa de casos fatais: Total 1% - 3% Mulheres grávidas 15%-25% • Severidade da doença: Aumenta com a idade • Seqüela crônica: Nenhuma identificada* * Indivíduos imunossuprimidos (p.ex. transplantados). � Exame clínico � Provas de função hepática � transaminases Doença Transmitida por Alimentos – VÍRUS Hepatites Virais – Diagnóstico � transaminases � bilirrubinas � fosfatase alcalina � gama-glutamiltransferase � Sorologia Ensaios imunoenzimáticos � anticorpos da classes IgM e IgG Imunomicroscopia eletrônica Doença Transmitida por Alimentos – VÍRUS Hepatites Virais – Diagnóstico Laboratorial Imunomicroscopia eletrônica � antígeno nas fezes Técnicas de biologia molecular (PCR, sequenciamento, hibridização) pesquisa dos vírus circulantes Doença Transmitida por Alimentos – VÍRUS Hepatite A – Distribuição Geográfica Anthony Fiore & Beth Bell (wwwn.cdc.gov/travel/yellowBookCh4-HepB.aspx) Doença Transmitida por Alimentos – VÍRUS Hepatite A – Distribuição Geográfica Fonte: Casos de hepatites virais: SINAN/SVS/MS; casos notificados no SINAN até 31/12/2009. Boletim Epidemiológico – Hepatites Virais, Ano I, nº 1, 2010. Doença Transmitida por Alimentos – VÍRUS Hepatite A – Distribuição Geográfica Fonte: MS/SVS/Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. Boletim Epidemiológico – Hepatites Virais. Ano III – no. 1, 2012. • 1988 - epidemia em Shangai � 250.000 casos – molusco (Halliday et al., 1991, J. Infect. Dis. 164:852-859) Doença Transmitida por Alimentos – VÍRUS Hepatite A – Descrição de Surtos (Halliday et al., 1991, J. Infect. Dis. 164:852-859) • 1996/1997 – Sul da Itália � 11.000 notificações – principal fator de risco – mexilhão (Malfait et al., 1996, Eurosurveillance 5:33-35) � EUA: � 1999 – 213 pessoas – morangos congelados (Hutin et al., 1999, New England J. Med. 340:595-602) Doença Transmitida por Alimentos – VÍRUS Hepatite A – Descrição de Surtos � 25.000 – 35.000 casos de VHA/ano � contato caseiro ou sexual: 12-15% � centros para cuidados de crianças: 11-16% � viagem internacional: 4-6% (Koopmans et al., 2002, FEMS Microbiology Reviews 26:187-205) • Contato pessoa-pessoa: (ex.: contato caseiro, contato sexual, centros para cuidados de crianças); • Alimentos e água contaminados: Doença Transmitida por Alimentos – VÍRUS Hepatite A – Transmissão • Alimentos e água contaminados: (ex.: manipuladores infectados, marisco cru); • Exposição a sangue (raro): (ex.: UDE, transfusão); • Sexual (raro). • Maioria dos surtos associados com água para beber contaminada com fezes; • Mínima transmissão pessoa-pessoa; Doença Transmitida por Alimentos – VÍRUS Hepatite E – Transmissão • EUA - casos usualmente têm história de viagem para áreas endêmicas para VHE. Doença Transmitida por Alimentos – VÍRUS Hepatite E – Distribuição geográfica Registro de surtos epidêmicos Desconhecido Doença Transmitida por Alimentos – VÍRUS Hepatite E – Distribuição geográfica Fonte: Casos de hepatites virais: SINAN/SVS/MS; casos notificados no SINAN até 31/12/2009. Boletim Epidemiológico – Hepatites Virais, Ano I, nº 1, 2010. Doença Transmitida por Alimentos – VÍRUS Hepatite E – Distribuição Geográfica Fonte: MS/SVS/Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. Boletim Epidemiológico – Hepatites Virais. Ano III – no. 1, 2012. �Bons hábitos sanitários; �Prevenção da doença clínica usando imunoglobulina (IG); �Profilaxia pré-exposição Doença Transmitida por Alimentos – VÍRUS Prevenção/Profilaxia - VHE �Profilaxia pré-exposição com IG pode ser dada para viajantes visitando países endêmicos; �Vacinação hepatite A. Doença Transmitida por Alimentos – VÍRUS Prevenção/Profilaxia - VHE Doença Transmitida por Alimentos – VÍRUS Prevenção/Profilaxia - VHE � Bons hábitos sanitários: � água e esgoto tratados; � Prevenção da transmissão zoonótica; � Vacinação - em teste: � ORF2 – capsídeo;� ORF2 – capsídeo; � 3 doses – eficácia 95,5%; � Dificuldades: � mercado dos países industrialzados; � limitada para militares e viajantes para áreas endêmicas. • Família Adenoviridae; • Vírus DNA ds; Doença Transmitida por Alimentos – VÍRUS Adenovírus • Esférico não envelopado; • 70 nm – icosaédrico; • Subgrupo F – sorotipos 40 e 41. África do Sul � Rotavírus – 20% � Astrovírus – 7% � Adenovírus – 3% Doença Transmitida por Alimentos – VÍRUS Adenovírus França � Rotavírus A – 61% � Calicivírus Humano – 14% � Astrovírus – 6% � Adenovírus 40 e 41 – 3% Steele et al., Ann. Trop. Paediatr., 1998. Argentina � Rotavírus – 25,8% � Calicivírus – 24,2% � Astrovírus – 7,6% � Adenovírus – 3,0% Bereciartu et al., J. Clin. Virol., 2002. � Adenovírus 40 e 41 – 3% Bon et al., J. Clin. Microbiol., 1999. • Moluscos bivalvos: � concentram mais de 100 X o VHA; � depuração da água – menos efetiva para vírus; � análises da água de crescimento e do marisco; Doença Transmitida por Alimentos – VÍRUS Gêneros alimentícios de Alto Risco • Outros: � sobremesa; � frutas; � vegetais; � saladas; � sanduíches. “O alimento que foi manuseado manualmente e não (suficientemente) aquecido, subsequentemente é uma Doença Transmitida por Alimentos – VÍRUS Gêneros alimentícios de Alto Risco aquecido, subsequentemente é uma possível fonte de infecção” alguns métodos correntemente utilizados para processamento industrial de alimentos – não inativarão suficientemente os vírus se presente no alimento antes do processamento; Doença Transmitida por Alimentos – VÍRUS Gêneros alimentícios de Alto Risco no alimento antes do processamento; manipuladores de alimentos – podem liberar vírus por um longo período de tempo e podem permanecer infecciosos mesmo após a recuperação total; • Vírus entéricos podem persistir por longos períodos em materiais que são comumente encontrados em ambientes institucionais e domésticos como: Doença Transmitida por Alimentos – VÍRUS Gêneros alimentícios de Alto Risco domésticos como: � papel � pano de algodão � alumínio � louça � verniz � ladrilhos � látex � poliestireno Xavier et al., 1994, Appl. Environ. Microbiol. 60(10):3704-3710. • Maioria direcionada para mariscos; • NLV não cresce em cultura de células; • VHA cresce com sucesso moderado; • Genes virais (RT-PCR) x vírus viáveis – faltam Doença Transmitida por Alimentos – VÍRUSDetecção do vírus em alimento e água • Genes virais (RT-PCR) x vírus viáveis – faltam correlações: � Arnal et al (1998): estabilidade do VHA em água do mar artificial estéril por RT-PCR e cultura de células: � RT-PCR - 235 dias; � Cultura de células - 35 dias. Alimentos contaminados por manipulador infectado: � freqüente lavagem das mãos; � utilização de luvas; � remoção de pessoas com sintomas consistentes de GI viral da cadeia de produção até no mínimo 2 dias após remissão dos Doença Transmitida por Alimentos – VÍRUS Prevenção e Desinfecção todos os pontos da cadeia cadeia de produção até no mínimo 2 dias após remissão dos sintomas: � infecções subclínicas; � liberação de vírus por maior tempo; � liberação de vírus no PI; � prever contato com portadores de GI (crianças); � usar luvas para manipular alimentos consumidos sem cozimento. Doença Transmitida por Alimentos – VÍRUS Prevenção e Desinfecção �Parashar et al. (1998): � NLV nas fezes de manipuladores após 10 dias sem os sintomas; �Bower et al. (2000): � RNA-VHA: � 17 dias antes do pico da ALT; � persistiu em média por 79 dias após o pico; � duração média da viremia = 95 dias (36-391 dias). PREVENÇÃO • crescer e lavar em água sem contaminação fecal; • vacinação contra VHA – manipuladores: � nível de endemicidade; Doença Transmitida por Alimentos – VÍRUS Prevenção e Desinfecção � nível de endemicidade; � condições higiênicas; � avaliação destas situações específicas com base na análise da APPCC; • Ig - > 85% de efetividade em preninir VHA quando dada dentro de 2 semanas após contato. VHA - Resistência pH baixo (até 1,0); Sobrevive 1 h a 60ºC; Extremamente estável no ambiente – Doença Transmitida por Alimentos – VÍRUS Prevenção e Desinfecção Extremamente estável no ambiente – �100X na infectividade: � 4 semanas a TA - superfícies inertes; � 3-10 meses na água e solo a 25ºC; � 1 mês a 21ºC – biscoitos. Doença Transmitida por Alimentos – VÍRUS Prevenção e Desinfecção NLV - Resistência pH baixo (2.7) – 3h a TA; Extração com éter 20% - 18 h a 4ºC; Sobrevive 30 min a 60ºC: Sobrevive 30 min a 60ºC: � ostras sob vapor não previni GI por NLV; Muito resistente ao cloro: � permanece infeccioso após 30 min na presença de 0,5-1 mg de cloro livre/L. DESINFECÇÃO • aquecer alimentos (mariscos) - > 85ºC/1 min. • desinfectar superfícies com sol. Hipoclorito de Sódio a 1:100; Doença Transmitida por Alimentos – VÍRUS Prevenção e Desinfecção VHA Sódio a 1:100; • água para beber – PCR – coagulação-floculação- sedimentação, filtração e desinfecção com cloro livre, monocloramina, ozônio, dióxido de cloridina ou irradiação UV - � NLV em mais do que 4 Logs (Sobsey et al, 1999) • Inclusão dos vírus em todas as fases do APPCC; • Indústria alimentos + comunidade científica – desenvolver um plano integrado de ações para identificar infecções virais de origem alimentar; Doença Transmitida por Alimentos – VÍRUS Recomendações virais de origem alimentar; � identificar: � prioridades de pesquisa; � estratégias para implementação dos achados no sistema APPCC. “Surtos de origem alimentar por um vírus internacional são eventos que estão aguardando para acontecer e podem, muito Doença Transmitida por Alimentos – VÍRUS Recomendações aguardando para acontecer e podem, muito bem, vir sem notícias com o sitema de vigilância existente, que foca quase exclusivamente em patógenos bacterianos.”