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PROVA 2021 (A1) 1. Em qual das situações clínicas abaixo está indicado cateterismo vesical? a) Estenose de uretra b) Prostatite aguda supurativa c) Estenose ureteral d) Retenção urinária aguda Explicação: Retenção urinária aguda é a incapacidade súbita de esvaziar a bexiga, levando a um acúmulo de urina. Nesse caso, o cateterismo vesical é indicado para aliviar o desconforto e evitar complicações, como lesão renal, infecção urinária ou distensão da bexiga. O cateter permite o esvaziamento imediato da bexiga. 2. Crato, 48 anos, se encontra internado em CTI devido a COVID-19. Colhida gasometria, que mostra: pH=7,22 pO2 =71mmHg; pCO2=24mmHg HCO =12mEq/L BE=-12 sat.O =94%. O diagnóstico ácido-base é: a) Acidose respiratória com compensação metabólica b) Acidose metabólica simples c) Alcalose respiratória sem compensação metabólica d) Acidose metabólica e respiratória 3. Mulher, 69 anos, 65 Kg. Refere ser diabético há 2 anos e hipertenso há 5 anos, nega outras comorbidades. Faz uso irrregular de enalapril e hidroclorotiazida e apresenta níveis pressóricos em torno de 160 x 90 mmHg. Há 2 meses vem observando redução do volume urinário, polaciúria, esforço miccional e sensação de micção incompleta. Relata anúria há 2 dias, após viagem de carro de 6 horas, ininterruptas. Queixa de hiporexia e astenia. Ao exame físico apresenta-se orientado, eupneico, hidratado, ausculta pulmonar com murmúrio vesicular, sem ruídos adventícios bilateralmente. A ausculta cardíaca está normal; o exame do abdome mostra distensão abdominal, ruídos hidroaéreos diminuídos e dor difusamente à palpação profunda, mais intensa em abdome inferior acompanhada de massa palpável, dolorosa, de consistência elástica, não aderida a planos profundos em região de hipogástrio. Edema de MMII de +/4+. Exames laboratoriais: Na = 144 mEq/L (VR: 135-145 mEq/L), K = 5.0 mEq/L (VR: 3,5-5,5 mEq/L), Uréia = 142 mg/dL (VR: 16-40 mg/dL), Creatinina = 3,8 mg%, Gasometria venosa: pH = 7,31 (7,35 – 7,45); HCO3 = 19,2 (21 – 28 mmol/L); Be = -4,8 (0 ± 4 mmol/L); Hb = 15,8 g/dL (VR:15.7 ± 1,7 g/dL); Hematócrito = 47% (46.0 ± 4.0 %). Em relação a esse caso, a conduta mais adequada é: a) Hidratação b) Passagem de sonda vesical c) Hemodiálise d) Administração de diurético A paciente de 69 anos apresenta retenção urinária aguda, conforme relatado pela anúria (ausência de produção de urina) há 2 dias, associada à distensão abdominal, massa palpável em hipogástrio (provavelmente a bexiga distendida), e sintomas prévios de dificuldade urinária, como polaciúria, esforço miccional e sensação de micção incompleta. Esses sinais e sintomas sugerem que a paciente está com retenção urinária aguda, possivelmente exacerbada pela longa viagem (6 horas ininterruptas), que pode ter contribuído para a diminuição da função da musculatura vesical ou aumento da obstrução. Detalhamento: Passagem de sonda vesical é necessária para aliviar a distensão da bexiga e esvaziá-la. Isso deve ser feito de forma urgente para evitar complicações como lesão renal, infecção urinária e maior acúmulo de toxinas no organismo, evidenciado pelos níveis elevados de ureia (142 mg/dL) e creatinina (3,8 mg/dL), o que indica possível insuficiência renal aguda secundária à obstrução urinária. 4. Roberval, 32 anos, refere nefrolitíase de repetição. Em exame de raio X simples não foram visualizados cálculos, mas ultrassom mostrou a presença de 3 cálculos em cálices em cada rim. Exames de sangue mostram hiperuricemia. O tratamento preventivo deve ser feito com: a) Dieta pobre em purinas e bicarbonato de sódio b) Dieta pobre em purinas e vitamina C c) Dieta hipossódica, diurético tiazídico e citrato d) Dieta hipossódica e bicarbonato de sódio Com base nesses dados, os cálculos renais provavelmente são formados por ácido úrico, já que a hiperuricemia está associada ao aumento do risco de formação de cálculos de ácido úrico. Abordagem terapêutica: 1. Dieta pobre em purinas: As purinas são metabolizadas no corpo para formar ácido úrico. Portanto, reduzir a ingestão de alimentos ricos em purinas (como carnes vermelhas, vísceras, frutos do mar, e bebidas alcoólicas) diminui a produção de ácido úrico e, assim, reduz o risco de formação de cálculos de ácido úrico. 2. Bicarbonato de sódio: O bicarbonato de sódio é utilizado para alcalinizar a urina. Cálculos de ácido úrico tendem a se formar em ambiente urinário ácido (pH baixo), e a alcalinização da urina (pH mais elevado) ajuda a dissolver o ácido úrico e prevenir a formação de novos cálculos. Outras opções: ● b) Dieta pobre em purinas e vitamina C: Embora a dieta pobre em purinas seja apropriada, a vitamina C em altas doses pode aumentar o risco de cálculos de oxalato de cálcio, outro tipo de cálculo renal. Logo, essa combinação não seria a mais indicada. ● c) Dieta hipossódica, diurético tiazídico e citrato: Essa abordagem é mais indicada para prevenção de cálculos de cálcio. O diurético tiazídico diminui a excreção de cálcio na urina, e o citrato é um inibidor de cálculos de cálcio, mas não atua de forma eficaz sobre os cálculos de ácido úrico. ● d) Dieta hipossódica e bicarbonato de sódio: Embora o bicarbonato de sódio seja apropriado para alcalinizar a urina, a restrição de sódio não é uma prioridade no tratamento de cálculos de ácido úrico. A restrição de sódio é mais indicada para cálculos de cálcio. 5. No hiperparatireoidismo secundário à doença renal crônica o tratamento deve ser realizado a base medicamentos, mas em alguns casos está indicada a paratireoidectomia. Verdadeiro ou falso? Verdadeiro. Hiperparatireoidismo secundário ocorre em pacientes com DRC devido à incapacidade dos rins de excretar fósforo e ativar a vitamina D, resultando em baixos níveis de cálcio no sangue. Isso estimula a hiperatividade das paratireoides, que secretam mais paratormônio (PTH) para tentar normalizar os níveis de cálcio, o que leva à hiperparatireoidismo. Tratamento medicamentoso: O manejo inicial visa controlar os níveis de cálcio, fósforo e PTH com o uso de: o Quelantes de fósforo (para reduzir a absorção de fósforo). o Calcitriol (vitamina D ativa) ou seus análogos (para suprimir a produção de PTH). o Calcimiméticos (como o cinacalcete), que ajudam a reduzir os níveis de PTH. Indicação de paratireoidectomia: Em alguns casos, o tratamento medicamentoso pode ser insuficiente para controlar os níveis de PTH, e os pacientes podem desenvolver complicações graves, como: o Hiperparatireoidismo persistente e grave, com níveis muito elevados de PTH (> 800 pg/mL). o Distúrbios do metabolismo ósseo (osteodistrofia renal), como fraturas ou dor óssea significativa. o Calcificações extraesqueléticas (como calcificações vasculares e em tecidos moles). Quando essas condições se tornam refratárias ao tratamento medicamentoso ou quando há risco de complicações graves, a paratireoidectomia é indicada como um tratamento definitivo para reduzir os níveis de PTH. 6. Homem, 36 anos, previamente saudável, está há dois dias com urina avermelhada (caldo de carne) e edema facial matutino e de membros inferiores vespertino, simétrico, depressível e sem sinais inflamatórios, além de menor volume urinário. Está também com febre, coriza e dor de garganta nesse período. Nega dor lombar, disúria e polaciúria. Sempre foi normotenso, mas hoje a pressão arterial é de 170 x 110 mmHg. Está corado e com 6 kg acima do peso habitual. Apresenta congestão de veia jugular externa. O exame de urina rotina mostra: Densidade: 1025; proteínas 100 mg/dL; hemepigmentos +++; leucócitos: 15/campo, sem agrupamentos; hemácias: 130/campo. Qual é a complicação com maior potencial de se associar a este quadro? a) Infecção urinária b) Hipercolesterolemia c) Insuficiência cardíaca d) Hipocalcemia Nefropatia por IgA. A glomerulonefrite pode levar à retenção significativa de líquidos devido à disfunção renal, resultando em hipervolemia. Isso, combinado com a hipertensão severa, pode sobrecarregar o coração,Hb = 15,8 g/dL (VR:15.7 ± 1,7 g/dL); Hematócrito = 47% (46.0 ± 4.0 %). Em relação a este caso a conduta mais adequada é: a) Hemodiálise b) Passagem de sonda vesical c) Administração de diurético d) Hidratação A retenção urinária é a incapacidade de urinar ou de esvaziar completamente a bexiga. Se a pessoa não puder urinar, os médicos imediatamente inserem um tubo de borracha fino na bexiga (cateter urinário) para remover a urina retida e fornecer alívio. PROVA 2020 1. O diagnóstico da pielonefrite aguda (PNA) é clínico e laboratorial. Os estudos de imagem, quando indicados podem mostrar fatores associados à maior risco de PNA complicada como variações anatômicas, litíase e eventualmente detecção de complicações como pionefrose e abscessos. Neste contexto, qual seria o método de escolha, quando um estudo de imagem está indicado na PNA? Escolha uma: a) Ultrassonografia com color-Doppler b) Tomografia computadoriza com meio de contraste endovenoso c) Ressonância magnética com meio de contraste d) Estudo radiológico com meio de contraste (urografia excretora) A tomografia computadorizada (TC) com contraste é o método de escolha quando um estudo de imagem está indicado na pielonefrite aguda (PNA). Ela oferece melhor detalhamento anatômico, permitindo a detecção de complicações como abscessos, pione-frose, além de identificar fatores de risco como litíase ou variações anatômicas que podem predispor a uma PNA complicada. A ultrassonografia, embora útil em alguns casos, principalmente por ser não invasiva, não oferece a mesma acurácia da TC na avaliação de complicações mais graves. 2. As causas cardiovasculares são as principais causas de mortalidade nos pacientes portadores de doença renal crônica terminal em tratamento dialítico, entre os citados abaixo qual é o maior fator de risco: Escolha uma: a) Hipertensão arterial b) Hipervolemia c) Uremia d) Anemia Essa é ez. 3. Em relação à investigação de um paciente com lesão renal expansiva, detectada à ultrassonografia, qual das seguintes alternativas descreve opção mais recomendada para este paciente: Escolha uma: a. Nenhuma das anteriores b. A RM é superior no estadiamento das massas renais e deveria ser indicada c. Não é necessário nenhum exame adicional para a condução do caso, considerando a acuidade da ultrassonografia d. A TC está indicada para caracterização da lesão e eventual estadiamento de lesões malignas A tomografia computadorizada (TC) é o exame de imagem mais comumente indicado para caracterizar lesões renais expansivas, especialmente para avaliar o potencial de malignidade e realizar o estadiamento, caso se trate de um tumor maligno. A TC oferece maior resolução anatômica e pode fornecer informações detalhadas sobre o tamanho, a extensão e a invasão de estruturas adjacentes, fatores importantes para o planejamento terapêutico. 4. - Paciente com 52 anos de idade procura Unidade de Emergência com náusea, vômitos e diarreia há 3 dias. Refere ser portador de doença renal crônica e que vem apresentando anorexia há vários dias e que nos últimos meses vem apresentando fraqueza geral, cansaço fácil e perda de peso. Ao exame físico apresentava-se bastante edemaciado, com palidez cutâneo mucosa, taquicárdico, sinais de congestão pulmonar e pressão arterial de 170/120 mmHg, sendo solicitada avaliação laboratorial. Hemoglobina: 9,8 g/L Hematócrito: 27,0 % Sódio: 141 mEq/L Potássio: 5,2 mEq/L Uréia: 177 mg/L Creatinina: 6,8 mg/L Calcio: 9,2 mg/L Fósforo: 7,2 mg/L PTH: 988 pg/mL Glicemia: 128 mg/dL. Qual a complicação pode ocorrer, se este paciente não for atendido imediatamente? Escolha uma: a. Edema agudo de pulmão b. Crise convulsiva c. Hemorragia digestiva d. Cetoacidose diabética O paciente apresenta sinais de congestão pulmonar no exame físico, associados a doença renal crônica e hipertensão arterial grave (PA de 170/120 mmHg). O aumento da pressão arterial e a sobrecarga de líquidos podem levar ao acúmulo de fluidos nos pulmões, o que pode desencadear edema agudo de pulmão. O nível elevado de ureia (177 mg/L) e creatinina (6,8 mg/L) indica insuficiência renal avançada, que contribui para retenção hídrica e exacerba a congestão. A taquicardia e o edema generalizado reforçam o quadro de sobrecarga circulatória. 5. Resposta é a C, na teoria era para vermos uma lâmina com DRC, compatível com nefroesclerose benigna (decorrente de HAS não controlada). 6. Homem 64 anos, branco, professor universitário. Há 6 anos teve síndrome respiratória aguda grave por influenza H1N1, recebendo tamiflu (oseltamivir) por 10 dias, com boa recuperação do quadro. Desde então está assintomático, sem uso de medicamentos e realiza atividade física regular, com corridas de 5Km ao menos 2 vezes por semana. Em consulta de rotina foi observado PA de 152 x 88 mmHg (medida de consultório), sem demais queixas ou alterações do exame físico. Dentre os exames complementares solicitados foi observada uma creatinina de 1,4 mg/dL (eTFG = 56 ml/min). Com relação ao valor da creatinina, a investigação complementar mínima necessária seria: Escolha uma: A- US renal e de vias urinárias B- Biopsia renal C- Dosagem do clearance de creatinina D- Urina rotina e relação proteína/creatinina urinária O paciente apresenta uma taxa de filtração glomerular (eTFG) de 56 ml/min, o que indica um comprometimento moderado da função renal (doença renal crônica estágio 3a). A avaliação de proteinúria é essencial para identificar o grau de lesão renal, pois a presença de proteínas na urina é um marcador de dano glomerular. A relação proteína/creatinina urinária (RPCU) fornece uma medida da quantidade de proteína excretada na urina, sendo mais prática do que o clearance de creatinina. O exame de urina rotina também é importante para verificar a presença de hemácias, leucócitos, cilindros e outros elementos que podem indicar uma patologia renal subjacente. As outras opções, como ultrassonografia e clearance de creatinina, podem ser úteis em casos específicos, mas a investigação inicial deve começar com a avaliação da proteinúria. 7. Crato, 48 anos, se encontra internado em CTI devido a COVID-19. Colhida gasometria, que mostra: pH=7,22 pO =71mmHg pCO2=24mmHg HCO =12mEq/L BE=-12 sat.O =94%. O diagnóstico ácido=base é: Escolha uma: a. Acidose metabólica simples b. Alcalose respiratória sem compensação metabólica c. Acidose respiratória com compensação metabólica d. Acidose metabólica e respiratória pH 3,5 g/dL); sorologias e pesquisa de autoanticorpos: normais. Biópsia renal diagnosticou nefropatia membranosa primária típica. Qual complicação tem maior chance de ocorrer no curto e médio prazo neste paciente? Escolha uma: a. Cálculo renal b. Artrite c. Desnutrição d. Hipercalcemia Devido à proteinúria acentuada (7,5 g). 9. Gestante com 32 semanas de gestação ao realizar US gestacional identificou-se dilatação do trato urinário unilateral no feto, restrita ao rim esquerdo, sem alteração no líquido amniótico e com rim contralateral e bexiga sem alterações. Este diagnóstico gerou ansiedade nos pais, que ficaram muito preocupados com as consequências para criança, gerando questionamentos. Esclarecendo a necessidadede se confirmar o diagnóstico com novo ultrassom após o nascimento, recomenda-se que o mesmo seja realizado em que momento? Escolha uma: a. Após as primeiras 48h de vida b. Após o primeiro mês de vida c. Após a primeira semana de vida d. No primeiro dia de vida Isso ocorre porque, logo após o nascimento, o bebê ainda pode apresentar certa desidratação fisiológica, o que pode influenciar nos resultados do exame. Aguardar 48 horas permite uma avaliação mais precisa da condição do trato urinário. 10. - Homem, 54 anos, portador de gota há 12 anos descobriu ser hipertenso. A média das últimas medidas de PA foram de 158 x 94 mmHg, apesar do paciente reportar adesão às medidas não farmacológicas e ter perdido 5Kg nos últimos 6 meses. Você decide iniciar tratamento farmacológico em monoterapia. Dentre os medicamentos abaixo, qual seria contraindicado no caso? Escolha uma: a. Hidroclorotiazida b. Atenolol c. Enalapril d. Anlodipino A classe de drogas em que pacientes com gota está contra-indicada para o tratamento da HAS são os diuréticos tiazídicos. 11. - Homem, 22 anos, previamente saudável, está há dois dias com urina avermelhada (caldo de carne) e edema facial matutino e de membros inferiores vespertino, simétrico, depressível e sem sinais inflamatórios, além de menor volume urinário. Nega dor lombar, disúria e polaciúria. Teve dor de garganta e febre há 15 dias que melhorou após tres dias com paracetamol. Sempre foi normotenso, mas hoje a pressão arterial é de 170 x 110 mmHg. Está corado e com 6 kg acima do peso habitual. Apresenta congestão de veia jugular externa. Qual é o exame de urina rotina mais esperado neste caso? Escolha uma: a. pH: 5,6 Densidade: 1023 Glicose: negativa proteína: +++ Heme-pigmentos: +++ Nitritos: negativos Leucócitos: 15/campo Hemácias: 200/campo Cilindros: hemáticos b. pH: 5,6 Densidade: 1023 Glicose: positiva proteína: +++ Heme-pigmentos: ausentes Nitritos: negativos Leucócitos: 2/campo Hemácias: 2/campo Cilindros: hialinos c. pH: 8,0 Densidade: 1010 Glicose: ausente proteína: ausente Heme-pigmentos: ausentes Nitritos: positivos Leucócitos: 100/campo Hemácias: 200/campo Cilindros: ausentes d. pH: 8,0 Densidade: 1010 Glicose: negativa proteína: ausente Heme-pigmentos: ausentes Nitritos: positivos Leucócitos: 2/campo Hemácias: 2/campo Cilindros: céreos Paciente com síndrome nefrítica. O grande diferencial nessa síndrome é a presença de cilindros hemáticos. Só por isso já dá para descartar a b), c) e d). 12. - Roberval, 32 anos, refere nefrolitíase de repetição. Em exame de raio X simples não foram visualizados cálculos, mas ultrassom mostrou a presença de 3 cálculos em cálices em cada rim. Exames de sangue mostram hiperuricemia. O tratamento preventivo deve ser feito com: Escolha uma: a. Dieta pobre em purinas e com vitamina C por via oral b. Dieta pobre em purinas e com bicarbonato de sódio por via oral c. Dieta hipossódica, diurético tiazídico e citrato por via oral d. Dieta hipossódica e com bicarbonato de sódio por via oral 13. - Em pacientes adultos, qual das alternativas abaixo não contém eventos secundários, para o trato urinário, relacionados com obstrução infravesical? Escolha uma: a. Hidronefrose b. Pseudodivertículo vesical c. Urina residual e litíase d. Displasia renal A displasia renal é uma malformação congênita do desenvolvimento dos rins e não está relacionada diretamente com eventos secundários ao trato urinário decorrentes de obstrução infravesical, como os outros itens. As demais alternativas, como hidronefrose, pseudodivertículo vesical, urina residual e litíase, são todas complicações que podem ocorrer devido à obstrução infravesical. O rim multicístico displásico é a causa mais comum de massa abdominal em recém-natos. Trata-se de uma desordem frequente, com incidência de 1 a cada 2.000 nascidos vivos, caracterizada pela presença de apenas um rim não funcionante e de aspecto policístico (sendo o outro rim normal). A presença de dois rins com displasia multicística é incompatível com a vida... O termo displasia renal refere-se a alterações histopatológicas consistentes com um processo de má diferenciação embrionária do tecido renal, apresentando estruturas ductais primitivas (metanéfricas) e tecidos não renais (ex.: cartilagem). É diferente da doença renal policística (DRPAD ou DRPAR), pois não possui origem genética e, como dissemos, em geral é unilateral... Acredita-se que sua gênese seja multifatorial, envolvendo, entre outros fatores, a ocorrência de obstrução urinária na vida intrauterina, tal como acontece nos casos de atresia de ureter. O diagnóstico é feito pela USG fetal (pré-natal) ou pela palpação de massa abdominal em um recém-nato, seguida de confirmação por métodos de imagem. O tamanho renal é variável, mas o aspecto reniforme do órgão costuma ser perdido... Recomenda-se complementar a investigação com uma cintilografia renal, a fim de demonstrar a ausência de função no rim afetado. Pode haver refluxo vesicoureteral contralateral (15%), e por isso é válido considerar a realização de um uretrocistograma miccional... O risco de HAS secundária varia entre 0,2-1,2%, e o risco de tumor de Wilms gira em torno de 1:333. Há controvérsias em relação à melhor conduta terapêutica: a maioria dos autores defende o acompanhamento clínico e sonográfico anual, indicando nefrectomia se o paciente desenvolver hipertensão arterial ou aumento dos cistos e do estroma entre eles (indícios de possível neoplasia). 14. - Mulher, 25 anos, com hipertensão resistente há um ano em uso de furosemida 20 mg/d, enalapril 20mg/dia e anlodipino 10 mg/dia, com média da PA nos retornos de 160 x 100 mmHg. No último retorno ambulatorial queixou-se de fraqueza muscular e câimbras. O Potássio sérico solicitado para o retorno foi 2,7 mmol/L. Das causas de hipertensão resistente, qual das alternativas abaixo é a mais provável? Escolha uma: a. Doença renal crônica estádio III b. Fibrodisplasia das artérias renais c. Feocromocitoma d. Hiperaldosteronismo primário O valor de referência do potássio é de 3,5-5,5 mmol/L. Logo, temos um paciente com hipopotassemia. A função da aldosterona é aumentar a absorção de sódio e aumentar a excreção de potássio (diminuir a absorção de potássio). 15. Homem, 40 anos de idade é atendido em Pronto Socorro com queixa de que não consegue urinar desde há 11 horas. Antecedentes: há 2 anos foi submetido a cirurgia cardíaca necessitando sonda uretral por 3 semanas. Desde há 18 meses apresenta, progressivamente, jato urinário fraco associado à necessidade de esforço para iniciar a micção e sensação de esvaziamento vesical incompleto, com acentuada piora nos últimos 3 meses. Nega antecedentes de traumas. Exame físico (dados positivos): bexiga palpável próximo à cicatriz umbilical. Toque retal – paciente não autorizou o exame. Conduta: indicado cateterismo uretral, mas não foi possível introduzir a sonda até à bexiga. Escolha uma: a. Hiperplasia prostática benigna b. Adenocarcinoma da próstata c. Estenose de uretra d. Arreflexia do músculo detrusor HPB pela idade é difícil. O câncer de próstata é uma "doença da terceira idade". Mais de 3/4 dos casos acometem homens > 65 anos e a questão também não deu muito arsenal pra pensar em adenoCA. Em nosso meio, a principal causa de lesão uretral é o trauma iatrogênico causado por procedimentos endourológicos, cirurgias prostáticas convencionais e uso de sondas uretrais. No caso das sondas uretrais, procedimento comum em diversas situações clínicas, a lesão pode ocorrer por má técnica na colocação da sonda (passagem da sonda com pouca lubri cação ou enchimento do balonete da sonda na luz da uretra), utilização de sondas mais calibrosas que o necessário, o que pode ocasionar isquemia uretral ou por má fixação da sonda. 16. - Mulher de 30 anos comparece com quadro de cólica nefrética esquerda e investigação com tomografia evidenciou 1 cálculo no rim esquerdo medindo: 1,7cm localizados na pelve renal, com densidadealta, 1100UH. Paciente hígido, magro (IMC=20), negando uso de qualquer medicação e investigação não evidenciou ITU. Qual o melhor tratamento cirúrgico para litíase urinária a ser proposto para esta paciente, considerando a “massa” calculosa? Escolha uma: a. Nefrolitotripsia externa por ondas de choque b. Nefrolitotomia videolaparoscópica c. Nefrolitotomia percutânea d. Nefrolitotripsia transureteronefroscópica a laser Primeiro um resumo de tratamento de litíase do Medcurso: Para cálculos acima de 10mm ou refratários, está indicada a intervenção urológica. Realiza a litotripsia extracorpórea para cálculos localizados na pelve ou ureter proximal e com baixa densidade ( 1000 uh) e > 2cm. A ureterolitotripsia é realizada para cálculos de ureter médio e distal. Para cálculo complicado (infecção, obstrução) realiza-se a desobstrução, por stent ureteral (duplo J) ou nefrostomia percutânea. Quanto ao tratamento crônico (prevenção), deve-se realizar hidratação maior ou igual a 2,5 L/dia. Para sais de cálcio, não restringir cálcio, restringir sódio e proteína e diuréticos tiazídicos. Para estruvita, ATB e para refratários ácido acetohidroxâmico. Para ácido úrico, restringir ingestão de purinas e alcalinizar a urina. Agora quanto a questão: A nefrolitotripsia externa por ondas de choque é realizada para cálculos menores ou igual a 1,5cm. A nefrolitotripsia flexível é realizada para cálculos menores ou iguais a 2cm. E a nefrolitotripsia percutânea é realizada para cálculos maiores que 2cm. A videolaparoscópica não é realizada. 17. No tratamento dialítico, quais são os princípios fundamentais da diálise responsáveis pelas perdas de solutos e peso (líquidos) pelo paciente, respectivamente: Escolha uma: a. Osmose e difusão b. Osmose e ultrafiltração c. Difusão e Ultrafiltração d. Pressão hidrostática e convecção DIFUSÃO: é o movimento do soluto através da membrana semipermeável do meio mais concentrado para o menos concentrado. ULTRAFILTRAÇÃO: O movimento do fluído através da membrana semipermeável causado por um gradiente de pressão ou osmose. 18. Paciente do sexo masculino, 25 anos, portador de doença renal crônica por bexiga neurogênica, HLA A 2,28 B 9,13 DR 7,9; painel 60%; tipo sanguíneo A negativo. Sua irmã de 33 anos deseja doar-lhe um rim. Ela passou por avaliação clínica e não apresenta patologias que contraindiquem a doação. HLA A 9,16 B 50,11 DR 17,8. Tipo sanguíneo AB positivo. Prova cruzada negativa. Em relação ao caso, assinale a alternativa CORRETA: Escolha uma: a. O transplante não pode ser realizado pois existe incompatibilidade do grupo sanguíneo b. O transplante não pode ser realizado porque existe incompatibilidade HLA c. O transplante não pode ser realizado pois existe incompatibilidade do fator RH d. O transplante não pode ser realizado até pois há anticorpos contra o HLA da doadora Entre irmãos, o HLA pode ser idêntico, haploidêntico ou completamente distinto. A ordem da prova imunológica é: tipo sanguíneo, HLA e depois cross-match. O cross-match deu negativo. Paciente com tipo A só recebe outro do tipo A e tipo O. 19. Paciente feminino, de 71 anos. Internada no 3º pós-operatório de fratura de fêmur. Fez uso de cefalosporina de 2ª geração profilática. Ao exame físico apresenta-se em regular estado geral, consciente, orientada, hipocorada, desidratada ++/4+, FC 98 bpm e PA 105 x 54 mmHg. Turgor de pele diminuído. Ausculta respiratória e cardíaca sem alterações. Extremidades frias, sem edemas. Volume de diurese em 24 horas de 650mL. Os exames de 6 meses atrás eram: creatinina: 0,7 mg%, uréia: 32mg%, sódio: 138mg%, potássio: 4,0mEq/L. Exames de hoje: hemoglobina: 8,9g/dL; creatinina: 3,5mg%, Uréia: 135 mg%, potássio: 5,1 mEq/L, sódio sérico: 147 mEq/L, fração de excreção de sódio: 3%. Urina Rotina: Aspecto: turva. pH: 5,0 Densidade: 1010 Proteínas: negativo Glicose: negativo Nitrito: negativo Leucócitos: 4 p/c Hemácias: 3 p/c Cilindros: granulosos Presença de bactérias O diagnóstico mais provável é: Escolha uma: a. Lesão renal aguda intrínseca b. Lesão renal aguda pós-renal c. Lesão renal aguda pré-renal d. Infecção do trato urinário Não é uma ITU, quadro clínico não compatível (disúria, polaciúria, se fosse pielonefrite, febre). Ao analisarmos o contexto (uso de antibióticos) e a FENa > 2%, pensamos em LRA renal (ou intrínseca). FENa > 2, descarta LRA pré-renal. Nenhum sinal obstrutivo. 20. Trata-se de um cisto renal complexo, uma vez que vemos a presença de septações, aparenta ser um Bosniak III. Existem três principais critérios para caracterizar um cisto renal simples em ultrassonografia: massa anecóica, arredondada e bem demarcada; paredes lisas e finas; reforço posterior, indicando boa transmissão através do cisto; Essas características, quando presentes, permitem que o cisto seja diferenciado de um carcinoma ou abscesso. Qualquer outra lesão cística que não preencha os critérios ultrassonográficos de cisto simples deve ser estudada por outros métodos de imagem mais específicos, preferencialmente a tomografia computadorizada (TC). 21. Izolindo, 48 anos, portador de diabetes mellitus, hipertensão arterial sistêmica e doença renal crônica estágio 3b, em tratamento com captopril. Procura hospital com extrema fraqueza. ECG mostra onda T apiculada e exames mostram: Na=142mEq/L (N:135-145) K=7,4 mEq/L (N:3,5-5,0) creatinina=2,3mg/dL. Feito tratamento inicial para redução de calemia, com melhora. As medidas mais adequadas para expoliar potássio no momento são: Escolha uma: a. Diurético de alça e resina de troca iônica b. Solução polarizante e resina de troca iônica c. Beta-agonista e gluconato de cálcio d. Diurético de alça e bicarbonato de sódio Onda T apiculada indica hiperpotassemia. Expoliação de potássio consiste em resina de troca iônica e diuréticos de alça. 22. A conduta mais adequada neste caso é: Escolha uma: a. Furosemida endovenosa até atingir diurese 0,5ml/kg/h b. Hidratação por via intravenosa c. Implante de cateter para início de hemodiálise d. Transfusão sanguínea LRA intrínseca. Paciente está desidratada. Infundir furosemida só vai piorar o quadro. Ela não tem indicação de hemodiálise de emergência (sem refratariedade e sem sinais de síndrome urêmica) e a hemoglobina não está 55 anos ou quando quadro é grave e resistente (falha após tentativas de váriosfármacos) ou LOA desproporcional (c). 24. - L.N.D., 59 anos, portador de doença renal crônica de etiologia desconhecida, anúrico. HLA A 7,43 B 6,9 DR 21,14; painel 0%; tipo sanguíneo A positivo. Recebeu rim de doador falecido por acidente vascular encefálico, 72 anos. Tempo de isquemia fria 26 horas. HLA A 13,18 B 2,37 DR 21,14. tipo sanguíneo 0 negativo. Nas 48 horas após o transplante manteve-se anúrico e com aumento progressivo de escórias nitrogenadas. Neste caso, a principal etiologia para o início tardio da função do enxerto é: Escolha uma: a. Necrose tubular aguda b. Necrose de ureter c. Rejeição humoral hiperaguda d. Rejeição celular Idealmente, realiza-se o transplante antes de 24h de isquemia fria. Como o próprio nome diz, houve uma isquemia. Se não houve perfusão sanguínea para o rim, ocorreu necrose. Felizmente as células tubulares se reepitelizam ao longo da semana, retornando a função renal após alguns dias do transplante. 25. Paciente portador de trauma raquimedular com “explosão” do corpo vertebral de T10 há 1 ano e meio e em uso de fralda devido a incontinência urinária. Realizou ultrassom do aparelho urinário que evidenciou dilatação do trato urinário superior, ureteres e rins bilateralmente, e bexiga de paredes espessadas com pseudodivertículos. Exame de urina rotina e cultura não evidenciaram ITU, e o estudo da função renal revelou valores dentro da normalidade. Paciente nega qualquer forma de tratamento para incontinência urinária até então. Qual o comportamento vesical e esfincteriano, a ser evidenciado em estudo urodinâmico, mais esperado para este paciente? Escolha uma: a. Bexiga hiperativa e esfíncter hiperativo b. Bexiga hipoativa e esfíncter hipoativo c. Bexiga hiperativa e esfíncter hipoativo d. Bexiga hipoativa e esfíncter hiperativo O S2 (nervoso) está localizado entre as vértebras T12-L1. Logo, no caso acima, a lesão encontra-se acima de S2. 26. Célia Romada, 27 anos, refere disúria, polaciúria e dor suprapúbica há 1 dia. Refere ter feito tratamento para infecção urinária por 5 dias com término há 2 meses. Exame de urina mostra leucocitúria intensa. Podemos falar que este novo episódio trata-se de: Escolha uma: a. Recaída e deve ser tratada por período mais longo b. Reinfecção e deve ser feita investigação radiológica c. Recaída e deve ser feita investigação radiológica d. Reinfecção e deve ser tratada por período mais longo Quadro clínico típico de cistite. Recorrência > 2 semanas = reinfecção. Se tem reinfecção = exames de imagem. 27. Em relação ao carcinoma urotelial do trato urinário baixo, é correto afirmar: Escolha uma: a. Possui pico de incidência na quarta década de vida b. É mais comum em mulheres do que em homens c. Hematúria macroscópica associada a cólica é o principal sintoma d. Os tumores não músculo invasivos apresentam alta taxa de recorrência Com isso, descartamos a) e b). O quadro clínico de câncer de bexiga (urotelial) é: hematúria macroscópica indolor (80-90%), sintomas irritativos vesicais (20%), massa pélvica + obstrução urinária, edema de MMII. Com isso, descartamos letra c), uma vez que é indolor, e não acompanhado de cólicas. Para o estadio, temos o TIS carcinoma in situ (ou tu plano) possui muita tendência à recorrência. 28. Paciente com 52 anos de idade procura Unidade de Emergência com náusea, vômitos e diarreia há 3 dias. Refere ser portador de doença renal crônica e que vem apresentando anorexia há vários dias e que nos últimos meses vem apresentando fraqueza geral, cansaço fácil e perda de peso. Ao exame físico apresentava-se bastante edemaciado, com palidez cutaneomucosa, taquicárdico, sinais de congestão pulmonar e pressão arterial de 170/120 mmHg, sendo solicitada avaliação laboratorial. Hemoglobina: 9,8 g/L Hematócrito: 27,0 % Sódio: 141 mEq/L Potássio: 5,2 mEq/L Uréia: 177 mg/L Creatinina: 6,8 mg/L Cálcio: 9,2 mg/L Fósforo: 7,2 mg/L PTH: 988 pg/mL Gicemia: 128 mg/dL - Qual a conduta mais adequada para este paciente? Escolha uma: a. Prescrever anti-hipertensivos b. Indicar tratamento dialítico c. Solicitar mais exames para definir o diagnóstico d. Iniciar hidratação por via intravenosa Vômitos e diarreia típicos de uremia. Temos sinais de hipervolemia (congestão pulmonar). 29. Criança de 6 anos chega ao pronto socorro sem radiologista de plantão, com dor de forte intensidade, aguda, há duas horas, localizada na bolsa testicular esquerda, associada à dor suprapúbica. O exame físico revelou sinal de Prehn negativo e Sinal de Angel positivo. Qual sua hipótese diagnóstica e conduta para o caso? Escolha uma: a. Epididimite aguda bacteriana – antibioticoterapia b. Torção de cordão espermático - exploração cirúrgica imediata c. Epididimite aguda viral - analgésicos e repouso d. Torção de cordão espermático - analgésicos e supensório escrotal O quadro clínico é bastante característico. O paciente se queixa de dor testicular súbita unilateral, que geralmente ocorre de forma espontânea, inclusive durante o sono; contudo, a TT pode ser precipitada por exercício, trauma local e até mesmo exposição à água fria. Na maioria dos casos não há queixas urinárias (disúria, estrangúria e urgência) ou febre.A presença destes achados sugere um quadro de orquiepididimite. No exame físico, temos testículo aumentado de volume, muito doloroso, em posição mais elevada do que o testículo contralateral (sinal de Brunzel) e horizontalizado (sinal de Angell). O reflexo cremastérico, elevação do testículo após a estimulação da face interna da coxa (nítido na criança), está bastante reduzido ou abolido. Outra manobra semiológica que podemos empregar é a pesquisa do sinal de Prehn. Outra manobra semiológica que podemos empregar é a pesquisa do sinal de Prehn, que consiste na elevação, pela mão do examinador, do testículo acometido. Nos casos de torção testicular, não há melhora da dor e esta, inclusive, pode se agravar (sinal de Prehn negativo); em casos de orquiepididimite, há melhora dos sintomas dolorosos com a manobra (sinal de Prehn positivo). A ultrassonografia com Doppler da bolsa escrotal é o método complementar de escolha para a confirmação diagnóstica. O exame identifica a ausência de fluxo no cordão espermático acometido. O tratamento é cirúrgico e em caráter de emergência, já que a viabilidade do testículo é dependente do tempo. Apesar de observarmos lesões parenquimatosas após quatro horas de isquemia, aproximadamente 90% dos testículos se encontram viáveis com até seis horas do início da torção; menos de 10% resistem a mais de 24 horas. Após a abertura da rafe mediana do escroto, o testículo é acessado, distorcido e sua viabilidade avaliada. Em Seguida, é realizada a orquidopexia — fixação do testículo em dois pontos na bolsa escrotal. É obrigatória a orquidopexia do testículo contralateral, uma vez que há risco futuro de TT desta gônada. 30. Homem, 22 anos, previamente saudável, está há dois dias com urina avermelhada (caldo de carne) e edema facial matutino e de membros inferiores vespertino, simétrico, depressível e sem sinais inflamatórios, além de menor volume urinário. Nega dor lombar, disúria e polaciúria. Teve dor de garganta e febre há 15 dias que melhorou após três dias com paracetamol. Sempre foi normotenso, mas hoje a pressão arterial é de 170 x 110 mmHg. Está corado e com 6 kg acima do peso habitual. Apresenta congestão de veia jugular externa. Qual é o medicamento mais indicado neste caso Escolha uma: a. Ciclosporina b. Clonidina c. Ciclofosfamida d. Furosemida Síndrome nefrítica. Paciente está hipervolêmico (congestão jugular e PA elevada). O tratamento consiste em diurético de alça. 31. A taxa de reabsorção de cálcio e a produção de vitamina D na insuficiência renal crônica estão respectivamente: Escolha uma: A. Diminuída e aumentada B. Aumentada e diminuída C. Diminuída e diminuída D. Aumentada e aumentada Na DRC: hipocalcemia e hipovitaminose D. 32. Paciente com 52 anos de idade, está há 2 dias com febre, dor degarganta e coriza, associado a episódios de urina avermelhada. Nega edema, disúria, polaciúria e dor lombar. Nega emagrecimento. Uso de medicamentos: nenhum. Exame físico: paciente corado, eutrófico, sem alterações relevantes, pressão arterial normal. Exame de urina rotina (após jejum hídrico de 8 horas): pH: 5,6 Densidade: 1025 Glicose: negativa proteína: ++ a +++ Heme-pigmentos: ++ Nitritos: negativos Leucócitos: 2/campo Hemácias: 150/campo Cilindros: raros, hemáticos Dismorfismo de hemácias urinárias: 80% com 10% de acantócitos. Este paciente apresenta: Escolha uma: A. Capacidade de concentração urinária reduzida e cálculo renal B. Capacidade de concentração urinária reduzida e glomerulonefrite C. Capacidade de concentração urinária preservada e cálculo renal D. Capacidade de concentração urinária preservada e glomerulonefrite A densidade não está abaixo de 1015, o que indicaria capacidade de concentração reduzida. A história clínica sugere fortemente nefropatia por IgA (doença de Berger). Temos portanto uma inflamação do glomérulo (glomerulonefrite). A doença de Berger possui 5 apresentações clínicas: hematúria macroscópica recorrente, hematúria microscópica persistente, síndrome nefrítica, síndrome nefrótica ou GNRP. 33. Paciente de 68 anos, peso 91 Kg, altura 1,72 m (IMC = 31), hipertenso, tabagista, renal crônico em hemodiálise há 5 anos, portador de doença arterial coronariana tratada com angioplastia e colocação de stent. Portador de vasculopatia periférica, com ateromatose intensa e difusa em aorta e vasos ilíacos. Etiologia da doença renal crônica: crioglobulinemia mista secundária à hepatite C. Tratamento da hepatite C finalizado com sucesso há 2 anos, sem comprometimento da função hepática. Paciente deseja ser transplantado. A principal contraindicação ao transplante deve-se a: Escolha uma: A. Vasculopatia B. Hepatite C C. Obesidade D. Idade avançada 34. Observe as colunas com medicamentos utilizados para o tratamento da hipertensão arterial, numerados de 1 a 5 e possíveis eventos adversos, elencados de A a E. 1 – Enalapril A – Edema tornozelos 2 – Anlodipino B – Tosse 3 – Hidroclorotiazida C – Sonolência 4 – Espironolactona D – Aumento do ácido úrico 5 – Clonidina E – Aumento do potássio sérico A associação verdadeira será: Escolha uma: A. 1-C; 2-B; 3-A; 4-D; 5-E B. 1-B; 2-A; 3-D; 4-E; 5-C C. 1-A; 2-C; 3-B; 4-E; 5-D D. 1-E; 2-D; 3-E; 4-C; 5-B Diuréticos tiazídicos (hidroclorotiazida, clortalidona) - efeitos adversos: hipocalemia, hiperuricemia, intolerância à glicose, hipertrigliceridemia, hipercolesterolemia, hipomagnesemia e hiponatremia. Amlodipina (bloqueador de canal de cálcio): cefaleia, fadiga, edema periférico, palpitações, fraqueza, câimbras, constipação. Enalapril (IECA): tosse e angioedema; se IECA + ARA: hipercalcemia e IRA Clonidina é agonista alfa-2-adrenérgico. Espironolactona é diurético poupador de potássio. Enalapril pode causar tosse; anlodipino edema dos tornozelos; hidroclorotiazida aumento do ácido úrico; clonidina sonolência; espironolactona aumento do potássio sérico 35. Em relação à investigação de um paciente com lesão renal aguda, qual das seguintes alternativas NÃO seria indicação de ultrassonografia: Escolha uma: A. Quando a etiologia é indeterminada B. Avaliar suspeita de nefropatia crônica agudizada C. Suspeita de LRA pós-renal (obstrução urinária) D. Confirmar suspeita de causa renal A ultrassonografia é amplamente utilizada nas investigações de LRA, mas sua utilidade é maior quando há suspeita de causas obstrutivas (pós-renais), para avaliar anormalidades estruturais ou quando a etiologia é indeterminada. Para confirmar uma causa renal (intrínseca) como glomerulonefrite ou necrose tubular aguda, outros exames (como biópsia renal ou exames laboratoriais específicos) são mais indicados. As outras opções são indicadas, pois a ultrassonografia pode ajudar a: A. Etiologia indeterminada: a ultrassonografia ajuda a identificar a presença de hidronefrose ou alterações estruturais. B. Nefropatia crônica agudizada: ajuda a diferenciar entre doença renal crônica e aguda, observando tamanho e ecotextura dos rins. C. LRA pós-renal: útil para detectar obstruções no trato urinário. 36. Nos pacientes portadores de Diabetes mellitus e/ou glomerulopatia que apresentam proteinúria, além do tratamento específico, qual medicação está indicada? Escolha uma: A. Diurético tiazídico B. Bloqueador do sistema renina-angiotensina C. Bloqueador de canal de cálcio D. Beta-bloqueador Isso inclui inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA) ou bloqueadores do receptor de angiotensina II (BRA). Esses medicamentos são amplamente utilizados para reduzir a pressão intraglomerular, diminuir a progressão da doença renal e reduzir a proteinúria, principalmente em pacientes com diabetes ou doenças glomerulares. 37. Paciente feminino, de 49 anos, 80 Kg. Sofreu ferimento em membro inferior que evoluiu com celulite e abscesso no local. A paciente foi internada e tratada com vancomicina. Os exames de entrada mostravam creatinina de 0,8mg%, uréia de 34mg%, sódio de 139mg%, potássio de 4,4 mEq/L. Evoluiu com melhora da lesão. Entretanto, após 7 dias de tratamento a paciente estava desidratada e apresentava piora do estado geral e astenia. Volume de diurese de 600mL. Creatinina de 3,5mg%, Uréia 141mg%, potássio de 5,6 mEq/L, sódio sérico de 140 mEq/L, sódio urinário de 15 mEq/L e fração de excreção de sódio = 0,7%, osmolaridade urinária = 650 mOsm/Kg. Este quadro clínico é compatível com: Escolha uma: A. Doença renal crônica B. Lesão renal aguda pré-renal C. Lesão renal aguda pós-renal D. Lesão renal aguda intrínseca Sódio urinário 500 → característico de lesão renal aguda pré-renal. 38. Mulher de 78 anos, 55 kg, com hipertensão arterial há 30 anos controlada com uso de Anlodipino 5 mg/d. Há 2 meses vem notando edema de tornozelos bilateralmente mais intenso à tarde. Foi solicitado exame de urina rotina, que evidenciou densidade 1009, ausência de proteinúria e sedimentos normais e uma creatinina sérica de 1,1 mg/dL (valor de referência 0,6 a 1,2 mg/dL). Baseado no caso responda: Escolha uma: A. O uso de Anlodipino pode ocasionar edema de tornozelos devido ao acúmulo renal de água livre, evidenciado pela densidade urinária de 1009 B. Deve-se calcular a taxa de filtração glomerular estimada, que provavelmente estará baixa para a paciente C. A ausência de alterações do sedimento urinário exclui a presença de nefropatia hipertensiva D. O exame é compatível com a normalidade, e, portanto, a paciente não tem doença renal Edema de tornozelos bilateral: O anlodipino, um bloqueador dos canais de cálcio, é uma causa comum de edema periférico, especialmente nos membros inferiores. Isso ocorre devido à vasodilatação arteriolar, que resulta em aumento da pressão hidrostática capilar, sem relação direta com a função renal ou retenção de água livre. Exames laboratoriais: Densidade urinária de 1009: Reflete uma urina diluída, mas não sugere acúmulo renal de água livre. Esse achado isolado não é suficiente para indicar disfunção renal. Creatinina sérica de 1,1 mg/dL: Embora esteja dentro dos limites de referência, a creatinina deve ser interpretada levando em consideração a idade, sexo e massa muscular da paciente. Em idosos, uma creatinina normal pode não refletir uma função renal normal. Por isso, é importante calcular a taxa de filtração glomerular (TFG) estimada. Taxa de filtração glomerular (TFG): O cálculo da TFG é uma ferramenta fundamental para avaliar a função renal, especialmente em pacientes idosos. A TFG pode estar diminuída mesmo com creatinina aparentemente normal em pacientes mais velhos. Sedimento urinário normal: A ausência de alterações no sedimento urinário e a falta de proteinúria não excluem completamente a presença de nefropatia hipertensiva, já que a hipertensão de longa data pode causar lesão renal sem alterações significativasnos exames de urina iniciais. 39. Paciente masculino, de 69 anos, 80 Kg. Sofreu ferimento cortante em membro inferior que evoluiu com celulite e abscesso no local. A paciente foi internada e tratada com vancomicina. Os exames de entrada mostravam creatinina de 0,8mg%, uréia de 34mg%, sódio de 139mg%, potássio de 4,4 mEq/L. Evoluiu com melhora da lesão. Entretanto, após 7 dias de tratamento a paciente estava desidratada e apresentava piora do estado geral e astenia. Volume de diurese de 600mL. Creatinina de 3,5mg%, Uréia 141mg%, potássio de 5,3 mEq/L, sódio sérico de 140 mEq/L, sódio urinário de 15 mEq/L e fração de excreção de sódio = 0,7%, osmolaridade urinária = 650 mOsm/Kg. Para este quadro clínico o tratamento mais adequado deve ser: Escolha uma: A. Hidratação B. Diurético de alça C. Diálise D. Sondagem vesical Paciente sem síndrome urêmica. Desidratado→ hidratação. 40. Paciente do sexo feminino, 73 anos, portadora de doença renal crônica, diabetes e hipertensão arterial, HLA A 12,28 B 15,13 Dr 54,2; painel 78%; tipo sanguíneo A negativo; diabética, sem condições sociais para realizar diálise peritoneal. Realiza hemodiálise por cateter de duplo lúmen de longa permanência devido impossibilidade de confecção de fístula artério-venosa. Apresenta um primo (filho da tia materna) que deseja doar-lhe o rim. Ele tem 65 anos e boa saúde. HLA A 9,32 B 50,04 Dr 17,8. Tipo sanguíneo A positivo. Em relação ao caso, assinale a alternativa CORRETA: Escolha uma: A. O transplante não pode ser realizado devido à idade da receptora B. O transplante não pode ser realizado até que seja realizada a prova cruzada (“crossmatch”) C. O transplante não pode ser realizado pois existe incompatibilidade do fator Rh D. O transplante não pode ser realizado porque existe incompatibilidade HLA Idade da receptora (A): A idade da receptora (73 anos) não é uma contraindicação absoluta para o transplante renal. Idosos podem ser candidatos a transplante, especialmente se estiverem clinicamente estáveis e em boas condições para o procedimento. Prova cruzada (crossmatch) (B): A prova cruzada é um teste essencial para verificar se há anticorpos no sangue da receptora que poderiam reagir com os antígenos do doador, o que resultaria em rejeição do transplante. Mesmo com compatibilidade de tipo sanguíneo, a prova cruzada deve ser realizada para garantir que não haja risco de rejeição hiperaguda. Fator Rh (C): A compatibilidade do fator Rh (positivo ou negativo) não é relevante para transplantes de órgãos sólidos, como o rim. A incompatibilidade de fator Rh não impede o transplante. Incompatibilidade HLA (D): Embora haja diferença nos antígenos HLA entre o doador e a receptora, essa incompatibilidade não é um impedimento absoluto para o transplante. A prova cruzada é o critério principal para determinar a viabilidade do transplante, e, mesmo com diferenças no HLA, o transplante pode ser viável, especialmente entre familiares. 41. Homem 54 anos, em exame médico para triagem de câncer de próstata tem a sua pressão arterial aferida na pré-consulta pela enfermagem, com o uso de equipamento oscilométrico semiautomático, em 162 x 92 mmHg (média das últimas 2 medidas válidas). Refere que nunca teve PA elevada antes e que está preocupado com o exame de próstata. Neste caso, é correto afirmar: Escolha uma: A. A pressão arterial não deve ser medida com equipamentos oscilométricos pelo risco de erro da PAS B. Em pessoas de 54 anos, espera-se que haja o aumento fisiológico da PAS. Após os 50 anos, deve-se considerar anormal PAS>/= 150 mmHg C. Deve-se orientar o paciente a medir a PA em casa por ao menos um mês, ou ainda, solicitar medida da pressão arterial ambulatorial (MAPA) de 24h D. A medida da pressão arterial sistólica (PAS) de 162 mmHg é considerada como presença de hipertensão arterial e há indicação de início de tratamento farmacológico para o controle da pressão arterial PA alta causada pela ansiedade. Pra diagnosticar de fato a HAS tem que confirmar com MAPA. 42. Em relação aos traumas vesicais, é correto afirmar que: Escolha uma: A. Devem ser abordados cirurgicamente somente se houver outras lesões abdominais associadas B. Pacientes com a bexiga vazia no momento do trauma apresentam maior probabilidade de lesão vesical C. Frequentemente estão associados ao trauma de bacia D. O tratamento cirúrgico é imperativo Associação com fratura de bacia (C): Lesões vesicais são frequentemente associadas a fraturas de pelve, especialmente em traumas de alta energia, como acidentes automobilísticos. A ruptura vesical ocorre mais comumente quando a bexiga está cheia e a força do trauma é transmitida à parede vesical por meio da fratura da pelve. Tratamento cirúrgico (D): O tratamento cirúrgico não é sempre imperativo. Depende do tipo e da localização da lesão vesical. Lesões extraperitoneais podem, em alguns casos, ser manejadas de forma conservadora com cateterismo vesical, enquanto lesões intraperitoneais geralmente requerem intervenção cirúrgica. Bexiga vazia (B): Pacientes com a bexiga cheia no momento do trauma têm maior probabilidade de apresentar lesões vesicais, já que a distensão aumenta a vulnerabilidade da parede vesical. Abordagem cirúrgica (A): A necessidade de intervenção cirúrgica não depende exclusivamente da presença de outras lesões abdominais. A decisão é baseada no tipo de lesão vesical, sendo que lesões intraperitoneais, por exemplo, geralmente necessitam de reparo cirúrgico. 50% das lesões vesicais ocorrem do lado oposto ao da fratura da bacia. Quando a bexiga está cheia geralmente há trauma intraperitoneal. 43. Em relação ao diagnóstico diferencial de massas renais, podemos afirmar: Escolha uma: A. Os oncocitomas apresentam características tomográficas que permitem fácil diagnóstico diferencial em relação aos carcinomas renais B. Um paciente com cisto renal classificado como Bosniak II F poderá ser seguido somente com ultrassom C. Um nódulo renal sólido que apresenta realce de 30 UH após injeção de contraste iodado na tomografia tem alta probabilidade de malignidade D. Um cisto renal com septos finos e sem calcificações pode ser classificado como Bosniak III Os oncitomas são indistinguíveis por imagem dos carcinomas de células renais (A). Bosniak II-F realiza seguimento por TC (B). Cisto com finos septos é classificado como Bosniak II. Os carcinomas de células renais papilíferos são hipovascularizados (10-20 UH). 44. Homem com 63 anos de idade é atendido em UBS com sintomas do trato urinário inferior. Refere que estes iniciaram há cerca de 4 anos e apresentam piora progressiva. Tem noctúria (4 a 5 vezes/noite) e apresentou episódio único de hematúria há 5 meses, com regressão espontânea. Nega antecedente de trauma genital ou necessidade de cateterismo uretral. Qual sua primeira hipótese diagnóstica e conduta inicial para confirmação dessa hipótese? Escolha uma: A. Adenocarcinoma da próstata; toque retal e dosagem do PSA total e livre B. Hiperplasia prostática benigna; IPSS, toque retal, PSA sérico C. Neoplasia vesical; ultrassonografia da bexiga e cistoscopia D. Estenose uretral; uretrocistografia injetora Sintomas do trato urinário inferior (STUI), como noctúria frequente e hematúria ocasional, associados ao sexo e à idade do paciente (63 anos), são sugestivos de hiperplasia prostática benigna (HPB), uma condição comum em homens mais velhos. HPB pode causar obstrução do fluxo urinário, levando a sintomas de esvaziamento e armazenamento da bexiga. 45. No período pós-natal, a litíase urinária é uma das causas mais comuns de obstrução ureteral total e, quando não tratada, pode causar completa perda funcional do rim. Das alternativas abaixo, qual apresenta a causa mais provável dessa perda funcional? Escolha uma: A. Displasia renal B. Aumento da pressão intra-renal C. Queda progressiva do fluxo sanguíneo renal D. ? A fisiopatologia consiste na “parada” abrupta do fluxo urinário que está sendo, normalmente, formado pelosrins, em razão da obstrução do trato urinário. Quando isso ocorre, há aumento de pressão retrógrada em todo o caminho antes da obstrução. Dessa maneira, a pressão tubular aumentada é transmitida aos glomérulos, com redução do gradiente pressórico entre o capilar glomerular e o espaço de Bowman, que é uma das forças responsáveis pela filtração glomerular. Com a progressão da disfunção, há redução do fluxo sanguíneo renal e vasoconstrição intrarrenal, mediada por aumento de substâncias vasoconstritoras (angiotensina II e vasopressina) e redução de substâncias vasodilatadoras (óxido nítrico). 46. Em relação aos tumores vesicais é correto afirmar: Escolha uma: A. A presença de sonda vesical por longos períodos não aumenta o risco do aparecimento de neoplasia vesical B. O tratamento preferencial para os tumores que invadem a musculatura é realizar uma nova ressecção endoscópica seguido de quimioterapia C. O carcinoma “in situ” é considerado um tumor de baixa agressividade D. A presença de hematúria indolor intermitente é o principal sinal clínico A. Incorreto. O uso prolongado de sonda vesical pode, sim, aumentar o risco de neoplasia vesical, especialmente carcinoma de células escamosas. B. Incorreto. Tumores que invadem a musculatura geralmente são tratados com cistectomia radical (remoção da bexiga), e não apenas com ressecção endoscópica seguida de quimioterapia. C. Incorreto. O carcinoma "in situ" é um tumor de alta agressividade, apesar de ser superficial, pois tem alto risco de progressão. D. Correto. A hematúria (sangue na urina) indolor e intermitente é um dos sinais clínicos mais comuns em pacientes com câncer de bexiga. 47. Qual a principal diferença observada durante o exame de toque retal que ajuda a diferencia entre adenocarcinoma da próstata e hiperplasia prostática benigna? Escolha uma: A. Aumento do tamanho da glândula B. Sulco mediano apagado C. Dor referida pelo paciente D. Consistência endurecida A. O aumento do tamanho da glândula pode ser observado em ambas as condições, tanto no adenocarcinoma da próstata quanto na hiperplasia prostática benigna (HPB). B. O sulco mediano apagado pode ser um sinal, mas não é a principal diferença observada. C. A dor referida pelo paciente não é uma característica distintiva clara entre as duas condições. D. A consistência endurecida da próstata é uma característica mais sugestiva de adenocarcinoma da próstata, enquanto a hiperplasia prostática benigna geralmente resulta em uma consistência mais elástica ou suave. PROVA 2022 Resposta: E. Repetido. Resposta: B. Repetida. Nas lesões que invadem a musculatura, o tratamento de escolha é a cistectomia radical associada à quimioterapia sistêmica neoadjuvante (c). Resposta: d). Repetida. A alternativa d está incorreta. O valor preditivo negativo da URO-TC é maior nos casos de hematúria macroscópica, pois a hematúria macroscópica está associada a uma maior probabilidade de achados significativos. Gabarito letra A. O tamanho pode ser sim obtido de forma confiável pelo US (a). O RX diagnostica cerca de 70-80% dos cálculos (b). A TC é o padrão-ouro, com maior sensibilidade e especificidade que o US e o RX (c). Gabarito d). A medida da densidade do cálculo, avaliada em unidades Hounsfield (UH), é um parâmetro importante para decidir sobre a indicação de litotripsia extracorpórea, e essa informação só pode ser obtida pela tomografia computadorizada (TC). O tempo de retorno funcional do doador falecido pode ser bem maior se o tempo de isquemia fria durar muitas horas (c ). A alternativa d está errada porque, em doadores de múltiplos órgãos, o coração e o fígado geralmente têm prioridade de retirada, uma vez que esses órgãos são mais sensíveis ao tempo de isquemia. O rim, por ser mais resistente a períodos de isquemia fria, pode ser retirado após esses órgãos, sem prejuízo significativo à sua função se bem preservado. A alternativa a está incorreta porque, embora o acesso venoso central possa ser utilizado em transplantes renais para monitoramento e administração de medicamentos, ele não é comumente utilizado para hidratação ou controle da pressão venosa central (PVC) de rotina. O controle da hidratação no transplante renal é feito principalmente por meio de monitorização do débito urinário e avaliação clínica do estado volêmico do paciente. O uso do acesso venoso central para esse fim não é necessário em todos os casos e é reservado para situações específicas. Gabarito letra B). A alternativa b (pseudodivertículos vesicais) é a correta. Os pseudodivertículos vesicais são pequenas herniações da mucosa da bexiga que ocorrem devido ao aumento crônico da pressão intravesical, geralmente associado à obstrução infravesical, como a causada pela hiperplasia prostática benigna (HPB). A alternativa c (adenocarcinoma) é a mais provável. Durante o toque retal, a presença de uma pequena região com consistência endurecida, diferente do restante da próstata, sugere a possibilidade de adenocarcinoma de próstata. Essa é uma das características palpáveis mais comuns em casos de câncer de próstata, especialmente em homens assintomáticos. Tuberculose é muito raro, e pode ter tido sintomas (febre com calafrios, etc.). Litíase também teria sintomas. Prostatite teria dimensões aumentadas de forma homogênea. Gabarito d). A lateralidade (se a obstrução afeta um ou ambos os rins) não afeta diretamente a capacidade de recuperação do rim após a desobstrução, pois o que realmente importa é o grau e a duração da obstrução no(s) rim(s) afetado(s). 1) trata-se de lesão renal aguda (LRA) 2) etiologia intrínseca (renal), talvez uma necrose tubular aguda (NTA). Lembrar do mnemônico para drogas nefrotóxicas: GRAVATA → Gentamicina, Renina/angiotensina/aldosterona (IECA e BRA), Aciclovir, Vancomicina, Anti-inflamatórios, Tenofovir e Anfotericina B. O tratamento de qualquer acidose é a correção da causa de base. Nem sempre é indicada a reposição de bicarbonato de sódio, devido aos efeitos colaterais associados à sua reposição: hipernatremia, hipervolemia, hipocalcemia e acidose paradoxal intracelular. Dessa maneira, temos situações específicas em que podemos realizar a reposição de bicarbonato: - Todos os casos: pH ≤ 7,10 + bicarbonato de sódiourinárias e a disfunção miccional neurogénica. Gabarito: a) PROVA 2019 Gabarito A) Acredito que sejam essas que estão marcadas mesmo. 1. Descrever os critérios para doação de órgãos para parente R: Não necessariamente precisa ter HLA compatível, importante é o cross-match dar negativo. Para doador vivo, deve ter idade > 21 anos, a doação deve ser espontânea e as provas imunológicas devem ser compatíveis. Lembrar que o ABO deve ser compatível. Doador não pode ter infecção ativa, proteinúria e/ou hematúria, DRC, litíase renal, neoplasias, etc. 3. Lesão renal aguda pré-renal, como proceder? R:levando ao desenvolvimento de insuficiência cardíaca. No exame clínico, há sinais de congestão venosa jugular e aumento de peso de 6 kg, ambos indicativos de sobrecarga hídrica e possível insuficiência cardíaca. 7. A hipertensão arterial e as glomerupatias crônicas são as principais etiologias da doença renalcrônica terminal no Brasil. Verdadeiro ou falso? Falso. São: diabetes e HAS. 8. Criança nascida a termo, 40 semanas de gestação, parto vaginal, que durante a gestação foi identificado dilatação do trato urinário unilateral no segundo e terceiro trimestre gestacional. Pais preocupados com a provável causa da dilatação e necessidade de cirurgia. Qual o exame complementar de imagem a ser solicitado após o nascimento? a) Medicina Nuclear b) Ultrassonografia c) Tomografia helicoidal sem contraste d) Ressonância Magnética 9. No diagnóstico da litíase urinária, o uso de métodos de imagem é indicado para melhor obtenção das informações necessárias à definição da terapêutica. Neste contexto, assinale qual informação relevante para a definição terapêutica, só pode ser obtida pela TC? a) localização no trato urinário b) densidade c) tamanho d) obstrução do sistema coletor 10. Célia Romada, 27 anos, refere disúria, polaciúria e dor suprapúbica há 1 dia. Refere ter feito tratamento para infecção urinária por 5 dias com término há 2 meses. Exame de urina mostra leucocitúria intensa. Podemos falar que este novo episódio: a) Se trata de reinfecção e deve ser tratada por período mais longo b) Se trata de recaída e deve ser feita investigação radiológica c) Se trata de recaída e deve ser tratada por período mais longo d) Se trata de reinfecção e deve ser feita investigação radiológica Quanto à recorrência de ITU, temos duas possibilidades: a recaída, no qual os sintomas reaparecem em um período 2 semanas após término do tratamento. Em caso de reinfecção, deve-se fazer estudo do trato urinário por meio de exames de imagem (US, TC, urografia excretora, uretrocistrografia miccional, cistoscopia, cintilografia). 11. Izolindo, 48 anos, portador de diabetes mellitus, hipertensão arterial sistêmica e doença renal crônica estágio 3b, em tratamento com captopril. Procura hospital com extrema fraqueza. ECG mostra onda T apiculada e exames mostram: Na=142mEq/L (N:135-145) K=7,4 mEq/L (N:3,5-5,0) creatinina=2,3mg/dL. Feito tratamento inicial para redução de calemia, com melhora. As medidas mais adequadas para expoliar potássio no momento são: a) Solução polarizante e resina de troca iônica b) Beta-agonista e gluconato de cálcio c) Diurético de alça e bicarbonato de sódio d) Diurético de alça e resina de troca iônica O tratamento da hiperpotassemia pode ser feita com base em expoliadores de potássio (os quais possuem efeito lento), que consiste na resina de troca iônica (por via digestiva) e nos diuréticos de alça (por via urinária). Lembrando que essas medidas não são emergenciais. Um exemplo de resina de troca iônica é o poliestirenossulfonato de cálcio (Sorcal). Seu mecanismo consiste em adsorver os íons de potássio nos capilares intestinais e trocá-los por cálcio, de modo que o potássio é eliminado nas fezes. A resina de troca iônica é usada VO, com dose de 30g em até 6h/6h. Além disso, temos os diuréticos de alça, como a furosemida. A dose de furosemida é de 1 a 2 ampolas (de 20mg) endovenoso em até 6h/6h. 12. No distúrbio mineral ósseo da doença renal crônica (DMO-DRC) estão envolvidos vários fatores, entre eles a hiperfosfatemia, a hipocalcemia e a diminuição plasmática da vitamina D. Verdadeiro ou falso? Verdadeiro. Em paciente com DRC, temos redução da TFG, com consequente diminuição da excreção de fósforo, que se acumula. Isso causa uma resposta de aumento da produção de PTH (que possui a função de excretar fósforo). Mas quando a TFG estáde contraste, se for, muito provavelmente é neoplasia). TODA LESÃO RENAL COM COMPONENTE SÓLIDO, CAPTANTE DE CONTRASTE, DEVERÁ SER CONSIDERADA COMO CÂNCER RENAL, ATÉ QUE SE PROVE O CONTRÁRIO. 17. Criança de 13 anos, vítima de trauma fechado do abdome (queda do tanque de roupa sobre o abdome) há 3 horas, chega ao prontosocorro queixando-se de dor abdominal, sem instabilidade hemodinâmica. Não urinou após o trauma. Não há fraturas. Após admissão, os exames laboratoriais se mostraram normais e ultrassom mostrou pequena quantidade de líquido livre na pelve, com bexiga pouco cheia e restante do abdome normal. Ao ser chamado para avaliação, você encontra o exame abaixo a) Rotura vesical extraperitonial / correção cirúrgica b) Rotura vesical extraperitonial / cateterismo vesical por 7 - 14 dias c) Rotura vesical intraperitonial / cateterismo vesical por 7 - 14 dias d) Rotura vesical intraperitonial / correção cirúrgica Quanto às classificações, 35% dos traumas vesicais são rupturas intraperitoneais (ocorrem quando bexiga está cheia), 55% rupturas extraperitoneais e 10% são rupturas mistas. O exame de escolha é a uretrocistografia. Abaixo, temos um trauma vesical extraperitoneal (a esquerda) e um trauma vesical intraperitoneal (a direita). Repare que no trauma extraperitoneal o contorno vesical é mais visível que o intraperitoneal. Com relação ao tratamento, quando há contusão, utiliza-se a sonda Foley. Na ruptura intraperitoneal, o tratamento é cirúrgico, através de laparotomia, com rafia da lesão e do peritônio. Na ruptura extraperitoneal, realiza-se sondagem com Foley. 18. Homem, 67 anos, apresenta queixa de dificuldade miccional desde há 3 anos com piora progressiva nos últimos 5 meses. Nega antecedentes de traumas uretrais ou cateterismo uretral prévio. Do ponto de vista clínico, a hipótese diagnóstica foi de hiperplasia prostática benigna (HPB). Qual das alternativas abaixo contém uma afirmação correta relacionada à HPB? a) O valor 7 no Escore Internacional de Sintomas Prostáticos (IPSS) indica que os sintomas apresentados são graves b) O exame de toque retal pode indicar a presença de HPB c) Retenção urinária aguda e infecção urinária são intercorrências pouco comuns em pacientes portadores de HPB d) O valor 6 no escore de qualidade de vida na HPB significa que o paciente está muito satisfeito com a intensidade dos sintomas Quanto ao escore IPSS, de 0-7 pontos, os sintomas são leves; de 8-19 são moderados e de 20-35 pontos, são graves. Todos os pacientes com sintomas de HPB devem ser submetidos ao toque retal. Nos casos de HPB, a alteração esperada ao toque retal é o aumento simétrico da próstata. Indicações cirúrgicas: falha da terapia medicamentosa no tratamento para HPB; retenção urinária aguda refratária ou de repetição; infecção do trato urinário de repetição; alterações vesicais, como cálculos vesicais e divertículos; hematúria macroscópica persistente ou recorrente; hidronefrose e incontinência por transbordamento. 19. Paciente do sexo feminino, de 30 anos, previamente hígida, procura a unidade básica de saúde com queixa de disúria, polaciúria, sensação de micção incompleta há 2 dias e hoje apresentou hematúria. Nega febre, calafrios e outros sintomas. Ela está em bom estado geral, FC=78 bpm, PA=110 x 70mmHg. O restante do exame físico está normal. Referente ao caso apresentado, assinale a alternativa mais correta. a) Provavelmente trata-se de um caso de glomerulonefrite b) Provavelmente trata-se de infecção do trato urinário não complicada c) A etiologia definitiva do quadro dependerá do laudo da biópsia renal d) Para prescrição do tratamento é necessário realizar creatinina e urina rotina Trata-se de cistite aguda, na maioria das vezes acomete mulheres jovens e possui diagnóstico clínico. Principais sintomas são a disúria, polaciúria e desconforto suprapúbico. Na cistite não complicada, o tratamento é feito de forma empírica (urocultura não obrigatória). O tratamento empírico dura de 3-5 dias. Se houver persistência e/ou recorrência de sintomas em 2 semanas, deve-se coletar urocultura e tratar com antibiótico direcionado. ITU complicada, cistite ou pielonefrite, ocorre em pacientes com chance aumentada de evolução desfavorável, ou seja, grávidas, pacientes com anormalidades anatômicas ou funcionais do trato urinário, presença de cateteres urinários de demora, doenças renais ou concomitantes, como diabetes mellitus, imunossupressão ou transplante renal. 20. Analise as sentenças sobre abdordagem por imagem da síndrome do trato urinário inferior por hiperplasia prostática benigna e indique a opção correta: (_) Na suspeita de STUI por hiperplasia prostática benigna, a avaliação por US via abdominal é apenas indicada nos indivíduos mais jovens ( 80 gramas) (_) São informações importantes, nestes casos, obtidas com US: volume prostático, volume residual e sinais de bexiga de esforço (_) O exame deve ser realizado em jejum a) VVVF b) VFVF c) FVFV d) FFVF Na HPB, a USG permite a avaliação do trato urinário superior, da espessura da parede vesical, do volume e peso da próstata e do resíduo pós-miccional. Embora seja um exame realizado de rotina, a USG se encontra indicada na presença de elevação da creatinina, na suspeita de litíase vesical e em casos de hematúria. Vale lembrar que o peso prostático é mais bem estimado pela USG transretal, exame que está indicado nos pacientes que irão se submeter à cirurgia. É com base neste dado que o urologista decidirá entre o tratamento endoscópico (ressecção transuretral da próstata) e a prostatectomia a céu aberto. ● Idade e HPB: A HPB é mais comum em homens mais velhos, especialmente a partir dos 50 anos. Assim, em homens mais jovens, a presença de STUI pode não ser atribuída imediatamente à HPB, e a ultrassonografia é utilizada para investigar outras causas potenciais de sintomas urinários. Causas Alternativas de Sintomas ● Prostatite e Outras Condições: Em homens mais jovens, sintomas urinários podem frequentemente estar associados a condições como prostatite ou infecções do trato urinário. A US pode ajudar a diferenciar essas condições da HPB. ● Anomalias Estruturais: A ultrassonografia pode identificar anomalias congênitas ou estruturais na próstata ou na bexiga, que podem ser mais relevantes em homens jovens. A US transretal está indicada sempre que houver próstatas volumosas (> 80 gramas) Verdadeiro. A US transretal é frequentemente indicada em casos de próstatas volumosas (> 80 gramas) porque ela oferece uma avaliação mais precisa do volume prostático, além de permitir a análise detalhada da anatomia da glândula. Esse tipo de exame é particularmente útil em casos de HPB significativa, pois auxilia no planejamento terapêutico, especialmente em situações de tratamento cirúrgico. São informações importantes, nestes casos, obtidas com US: volume prostático, volume residual e sinais de bexiga de esforço Verdadeiro. Na avaliação da STUI por HPB, a ultrassonografia fornece informações essenciais como o volume prostático, que ajuda a definir a gravidade da hiperplasia, o volume residual pós-miccional, que é um indicador de esvaziamento vesical incompleto, e sinais de bexiga de esforço, que podem aparecer em consequência de obstrução prolongada do trato urinário devido ao aumento da próstata. O exame deve ser realizado em jejum Falso. Não é necessário jejum para a realização da US prostática. O jejum não influencia a avaliação do trato urinário inferior ou da próstata. O que pode ser necessário é que o paciente tenha a bexiga cheia para avaliar melhor o volume residual pós-miccional, mas não há necessidade de restrições alimentares antes do exame. 21. Homem, 18 anos, está em anasarca há uma semana cujo edema é simétrico, depressível e sem sinais inflamatórios. A urina está com cor habitual e com volume reduzido, mas formando muita espuma. Já teve quadro semelhantevárias vezes na infância e sabe ter usado corticosteróide como tratamento. Nega queixas cárdio-respiratórias, articulares, demartológicas e em outros sistemas. Exame físico: anasarca, peso 82 kg (10 kg acima do habitual), pressão arterial: 110 x 70 mmHg, FC: 82 bpm. Exame cárdio-respiratório e abdominal sem anormalidades. Exames complementares: Urina rotina: densidade=1023; proteína=++++, hemácias e leucócitos ausentes. Proteinúria=7,5 g/24 h. Dosagens séricas: creatinina=0,9 mg/dL; albumina=2,2 g/dL (VR: >3,5 g/dL); sorologias e pesquisa de autoanticorpos: normais. Qual complicação tem maior chance de ocorrer neste paciente? a) Hipocomplementemia b) Hiperpotassemia c) Plaquetopenia d) Tromboembolismo Destacamos: anasarca (edema simétrico), proteinúria, quadro na infância, uso de corticosteróide, hipoalbuminemia. Pensamos em síndrome nefrótica. A pressão arterial normal (PA alta pode-se pensar em GESF). O paciente é jovem (18 anos). O diagnóstico provável é de doença de lesões mínimas. Entre as morbidades da síndrome nefrótica, podemos destacar: o edema; a dislipidemia; as infecções; a PBE; a hipercoagulabilidade; a trombose da v. renal. Quanto à hipercoagulabilidade: temos o aumento da síntese hepática de fibrinogênio e fator V (que são fatores pró-coagulantes; lembrando que na síndrome nefrótica há alta perda de proteínas na urina, de modo que o fígado compensa produzindo outras proteínas); há perda urinária de antitrombina III (anticoagulante); redução dos níveis séricos de proteínas C e S (que são anticoagulantes). Quanto menor o nível sérico de albumina, maior o risco de eventos tromboembólicos. 22. A uretra posterior é lesada mais frequentemente em qual situação: a) Surfista cai e é golpeado no períneo pela prancha b) Trauma por sondagem c) Motoboy força a passagem entre um ônibus e um caminhão é comprimido por ambos, resultando em grave fratura de bacia d) Queda a cavaleiro A uretra anterior consiste na uretra peniana e na uretra bulbar. Já a posterior consiste na prostática e membranosa. 85% dos traumas na uretra acometem a porção bulbar. O tipo mais comum (acomete uretra anterior) é causado por traumatismo direto fechado, pela queda contra um objeto duro (queda a cavaleiro), ou lesões em selim (uretra bulbar esmagada contra os ramos púbicos). As lesões na parte membranosa (uretra posterior) mais comuns estão associados à fratura pélvica. As fraturas de maior risco de lesão ureteral são: fratura pélvicas anteriores (ramos pubianos) e fraturas instáveis (livro aberto). O diagnóstico de lesão ureteral é feita por uretrocistografia retógrada. O tratamento consiste em drenagem da urina por cistostomia. 23. No tratamento da anemia dos pacientes portadores de doença renal crônica, o sulfato ferroso é a droga mais importante. Verdadeiro ou falso? Falso. O tratamento consiste na reposição de ferro quando os estoques estiverem reduzidos e de eritropoetina, por meio de agentes estimuladores de eritropoiese (AEE) – 1-3 doses semanais, baseadas no peso. 24. No paciente portador de doença renal crônica terminal a diálise é a melhor opção terapêutica. Verdadeiro ou falso? Falso. O transplante renal também é uma modalidade de terapia de substituição renal. É, inclusive, a mais eficiente delas, associada à melhor sobrevida em comparação a pacientes que permanecem em diálise! 25. Mulher, 69 anos, 65 Kg. Refere ser diabético há 2 anos e hipertenso há 5 anos, nega outras comorbidades. Faz uso irrregular de enalapril e hidroclorotiazida e apresenta níveis pressóricos em torno de 160 x 90 mmHg. Há 2 meses vem observando redução do volume urinário, polaciúria, esforço miccional e sensação de micção incompleta. Relata anúria há 2 dias, após viagem de carro de 6 horas, ininterruptas. Queixa de hiporexia e astenia. Ao exame físico apresenta-se orientado, eupneico, hidratado, ausculta pulmonar com murmúrio vesicular, sem ruídos adventícios bilateralmente. A ausculta cardíaca está normal; o exame do abdome mostra distensão abdominal, ruídos hidroaéreos diminuídos e dor difusamente à palpação profunda, mais intensa em abdome inferior acompanhada de massa palpável, dolorosa, de consistência elástica, não aderida a planos profundos em região de hipogástrio. Edema de MMII de +/4+. Exames laboratoriais: Na = 144 mEq/L (VR: 135-145 mEq/L), K = 5.0 mEq/L (VR: 3,5-5,5 mEq/L), Uréia = 142 mg/dL (VR: 16-40 mg/dL), Creatinina = 3,8 mg%, Gasometria venosa: pH = 7,31 (7,35 – 7,45); HCO3 = 19,2 (21 – 28 mmol/L); Be = -4,8 (0 ± 4 mmol/L); Hb = 15,8 g/dL (VR:15.7 ± 1,7 g/dL); Hematócrito = 47% (46.0 ± 4.0 %). Assinale, dentre os exames complementares abaixo, aquele que pode trazer maior contribuição à definição do diagnóstico etiológico do quadro descrito: a) Biópsia renal b) Urina rotina c) Cistoscopia d) Ultrassonografia de sistema urinário Anúria é uma condição médica que se caracteriza pela ausência ou produção muito baixa de urina, geralmente inferior a 50 a 100 mL por dia. A anúria obstrutiva é secundária à obstrução pós-renal. A etiologia pode ser decorrente de: litíase obstrutiva unilateral ou bilateral (60%); neoplasias (32%); iatrogênicas (3%); ou por fibrose retroperitoneal (5%). O diagnóstico é baseado na anamnese e exame físico; nos exames laboratoriais (temos creatinina e ureia aumentados; sódio diminuído; potássio aumentado e acidose metabólica); exames de imagem (principalmente US, RX de abdome, TC, pielografia, uroRM). O tratamento é clínico de suporte (solução polarizante, hemodiálise) ou cirúrgico (depende da etiologia e do local obstruído: a) litíase realiza duplo J ou nefrostomia; b) neoplasias faz duplo J ou derivação urinária; e c) iatrogênica faz duplo J ou cirurgia. 26. Homem, 53 anos, branco, assintomático, fez exames de rotina para hipertensão descoberta ao acaso há 2 meses. Há 4 anos já tinha sido comunicado ter pressão arterial > 140 x 90 mmHg mas não procurou atendimento. O exame físico mostra pressão arterial de 146 x 92 mmHg, valores similares ao de outras duas avaliações nos últimos meses. Peso: 72 kg; altura: 175 cm e FC: 82 bpm. Restante do exame físico sem alterações relevantes. EXAMES: Proteinúria: 1,2 g/24 h; creatinina sérica: 2,1 mg/dL (filtração glomerular estimada: 34,9 mL/min/1,73 m , sódio sérico: 138 mEq/L; potássio sérico: 4,1 mEq/L. Ultrassonografia renal: aumento difuso da ecogenicidade do parênquima com perda da diferenciação córtico-medular. Qual alteração é a mais provável de já estar presente neste paciente? a) Albumina sérica: 5% Temos paciente com HA, proteinúria subnefrótica ( ou igual a 90; 2 quando TFG é 60-89; 3A quando TFG está entre 45-59 e 3B quando 30-44; estágio 4 quando TFG está entre 15-29 e estágio 5 quando a TFG = 3,5 g/24 h). ● c) Cálcio sérico:estágios avançados. No estágio atual do paciente (TFG de 34,9 mL/min), ele ainda pode não ter desenvolvido hipocalcemia significativa. ● d) Hemácias urinárias dismórficas: > 5%: A presença de hemácias dismórficas sugere glomerulonefrite, uma doença glomerular inflamatória. Embora o paciente tenha lesão renal, o quadro descrito, com proteinúria e hipertensão crônica, é mais sugestivo de nefropatia hipertensiva ou outra forma de nefropatia crônica, e não há evidências claras de glomerulonefrite nesse caso. 27. Dentre os princípios fundamentais da hemodiálise, a osmose é responsável pela maior parte da água que o paciente perde durante o tratamento dialítico. Verdadeiro ou falso? Verdadeiro. Temos 4 princípios fundamentais do tratamento dialítico, são eles: a difusão, a convecção, a ultrafiltração e a adsorção. Na difusão, temos o movimento do soluto através da membrana semipermeável do meio mais concentrado para o menos concentrado. A convecção consiste no movimento de solutos através da membrana por arrasto durante a ultrafiltração. A adsorção consiste na aderência molecular à superfície ou no interior da membrana. E por fim, a ultrafiltração é o movimento do fluido através da membrana por meio dos mecanismos de gradiente de pressão ou então pela osmose. 28. A alta taxa de morbimortalidade nos pacientes em tratamento dialítico é multifatorial. Verdadeiro ou falso? Verdadeiro. Entre os fatores mais comuns estão as comorbidades (como doenças cardiovasculares, diabetes e hipertensão), o risco aumentado de infecções (especialmente associadas aos acessos vasculares), alterações metabólicas, desnutrição e inflamação crônica, além de fatores relacionados ao próprio tratamento, como a qualidade da diálise e a adesão ao regime terapêutico. 29. A desnutrição é complicação pouco frequente nos pacientes em tratamento dialítico, e está associada com aumento da taxa de morbimortalidade. Verdadeiro ou falso? Falso. Com relação às causas de mortalidade dos pacientes em diálise, as mortes são devidas principalmente a doenças cardiovasculares e a infecções; a HAS é o maior fator de risco para doença cardiovascular; e a desnutrição está presente em cerca de 50% dos pacientes com DRC e está associada ao aumento da morbimortalidade. 30. Em relação ao estudo por imagem do refluxo vesicoureteral, assinale a correta: a) a uretocistografia está indicada após o primeiro episódio de ITU para todas as crianças com menos de 5 anos e para meninos, em qualquer idade b) a tomografia computadorizada com uso de meio de contraste intravenoso pode ser usada para o diagnóstico do refluxo vesicoureteral c) a cistografia por cintilografia, exame de Medicina Nuclear com Tecnécio-99, tem acurácia semelhante à uretrocistografia para gradação do refluxo d) a uretrocistografia deve ser realizada na fase aguda da ITU, para maior sensibilidade, mesmo se urocultura positiva A apresentação clínica mais comum em crianças com refluxo vésico-ureteral é na forma de infecção do trato urinário, que pode ou não ser acompanhada de febre, cuja constatação se faz por meio do exame de urina com urocultura. A avaliação de infecção do trato urinário deve ser complementada em crianças com a uretrocistografia miccional e a ultra-sonografia de vias urinárias, baseando-se nos seguintes critérios: a) Qualquer criança com menos de cinco anos com infecção do trato urinário documentada; b) Qualquer criança com infecção do trato urinário febril; c) Crianças com hidronefrose antenatal e neonatos com hidronefrose moderadas a graves. Alternativa a): Verdadeiro, conforme explicado acima. Alternativa b): Falso. O diagnóstico se baseia na uretrocistografia miccional e outra opção é a cistografia radioisotópica. Alternativa c): Falsa. A cistografia radioisotópica possui a vantagem de emitir menos radiação e ser mais sensível, porém não é mais utilizada que a uretrocistografia pois há dificuldade para classificar a RVU. Alternativa d): Falsa. Entre as contraindicações da uretrocistografia, temos: hipersensibilidade ao iodo; gravidez; pecientes não cooperativos que limitam a realização do exame com segurança; e infecção aguda do trato urinário. 31. Paciente portador de trauma raquimedular há 1 ano e meio comparece com uso de sonda vesical de demora sistema aberto desde então. Utiliza fralda para incontinência fecal e perdas urinárias imperceptíveis somente quando demora mais de 6 horas para abrir a sonda e esvaziar a bexiga, que sempre apresenta alto débito, superior a 500ml. Realizou ultrassom do aparelho urinário que não evidenciou dilatação do trato urinário superior com bexiga de paredes finas e lisas. Exame de urina rotina e cultura evidenciaram ITU, e o estudo da função renal revelou valores dentro da normalidade. Paciente preocupado com as infecções e perda dos rins, pois tem amigo com condição semelhante fazendo hemodiálise. Qual o tratamento recomendado a ser iniciado objetivando a continência urinária, controle das ITUs e preservação do trato urinário alto? a) Retirar a sonda vesical de demora e iniciar cateterismo intermitente limpo b) Retirar a sonda vesical de demora e orientar manobras de prensa abdominal para esvaziar a bexiga c) Trocar a sonda vesical de demora e passar o sistema aberto para fechado d) Aumentar a frequência de esvaziamento da sonda vesical de demora para 4 em 4 horas Infecções do trato urinário (ITUs) e uso prolongado de sonda vesical de demora: O uso prolongado de sonda vesical de demora, especialmente em sistema aberto, está associado a um risco aumentado de infecções urinárias recorrentes, como foi o caso do paciente. Isso ocorre porque o sistema aberto permite uma maior entrada de microrganismos na bexiga, facilitando infecções. Cateterismo intermitente limpo (CIL): O cateterismo intermitente limpo é a melhor prática para pacientes com trauma raquimedular que têm incapacidade de esvaziar a bexiga de forma eficaz. O CIL consiste na inserção periódica de um cateter limpo para drenar a bexiga, o que reduz significativamente o risco de infecções urinárias e ajuda a manter a bexiga em um estado funcional, sem excesso de volume. Isso também contribui para a preservação da função renal ao evitar o acúmulo crônico de urina e a pressão elevada no trato urinário. Preservação da função do trato urinário: A ultrassonografia do paciente mostrou que não há dilatação do trato urinário superior e que a bexiga tem paredes finas e lisas, o que indica que, até o momento, não há sinais de lesão significativa da bexiga ou dos rins. Contudo, a manutenção de altos volumes de urina na bexiga, como o paciente mencionou (débito superior a 500 mL), pode, com o tempo, levar a aumento da pressão intravesical e, consequentemente, a dilatação dos ureteres e comprometimento renal. 32. Paciente do sexo feminino, 60 anos, realiza hemodiálise há 3 meses. Tipo sanguíneo AB, RH negativo; HLA A2,16 B54,19 DR3,7. Antecedente de 3 gestações e 2 transfusões. Painel de 30%. Gostaria de transplantar com o rim do irmão de 58 anos, que refere ser saudável. Irmão tem tipo sanguíneo A, RH positivo; HLA A2,13 B54,28 DR3,11. Em relação à viabilidade deste transplante, assinale a alternativa mais adequada. a) Não deve ser feito, pois há incompatibilidade do sistema HLA b) Para definição de viabilidade, é necessário fazer a prova cruzada c) Devido à incompatibilidade RH, existe risco de rejeição hiperaguda d) Seria viável somente se a tipagem sanguínea do irmão fosse AB Alternativa a): Errado. Na verdade há uma incompatibilidade parcial. Descrevemos como compatibilidade A1, B1, DR1. Alternativa b): Correto. O receptor pode ter anticorpos pré-formados contra o HLA do doador. No cross-match, o soro do receptor é incubado com linfócitos do doador, se o linfócito sofrer lise, significa que a prova cruzada deu positivo e portanto o transplante está contraindicado. Alternativa c): Errado. O fator RH não tem importância em transplante. Alternativa d): Errado. O receptor possui tipo AB, que é receptoruniversal (A doa para A e AB; B doa para B e AB; AB recebe de todos e O doa para todos) 33. Homem de 40 anos comparece com quadro de cólica nefrética direita de forte intensidade, acompanhada de náuseas e vômitos e sintomatologia discreta no trato urinário inferior, que após medicação analgésica melhoraram completamente. Investigação com tomografia evidenciou 1 cálculo no rim direito medindo: 0,7 cm localizados no cálice superior renal, sem dilatação do sistema pielocalicial. Paciente hígido, afebril, magro (IMC=20), referindo histórico familiar e pessoal para litíase urinária. Exame de urina não sugestivo para infecção urinária. Qual a melhor conduta a ser indicado para este paciente? a) Observação clínica b) Nefrolitotripsia externa por ondas de choque c) Terapia medicamentosa expulsiva d) Nefrolitotripsia transureteronefroscópica a laser Realiza-se intervenção cirúrgica em cálculos maiores que 0,7 cm ou que não estão se resolvendo. Nesse caso, houve resolução do quadro após medicação analgésica. Com relação ao tratamento inicial de um quadro agudo de nefrolitíase, temos: analgesia (AINE VO ou IV, e também opioides), deve-se avaliar o tamanho do cálculo, se for 10mm ou refratário, chama o urologista para dar o melhor prosseguimento. As três principais intervenções urológicas são: litotripsia extracorpórea, nefrolitotripsia percutânea e ureterolitotripsia. Todas essas formas visam fragmentar os cálculos. A litotripsia extracorpórea não deve ser realizada em gestante e em casos de aneurisma. É indicado para cálculos mais proximais, localizados na pelve ou ureter proximal, de baixa densidade ( 1000 uh e > 2cm. Já a ureterolitotripsia é indicada para cálculo de ureter médio e distal. Questão mal feita... UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - USP (HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO DA USP) 2016 - Paciente de 30 anos, sexo feminino, atendida em hospital de urgência de alta complexidade, referindo cólica nefrética direita há 3 dias e, no momento, assintomática. Realizou ultrassom que evidenciou imagem sugestiva de cálculo ureteral distal, localizada na junção ureterovesical, medindo 0,8 cm, sem dilatação do trato urinário. Exames de urina rotina e urinocultura foram negativos. Qual a melhor conduta? A) Implante endoscópico de cateter duplo J. B) Terapia medicamentosa expulsiva. C) Ureterolitotripsia transureteroscópica semirrígida. D) Litotripsia extracorpórea por ondas de choque. O gabarito é letra B, parecida com essa questão da prova. 34. Na doença renal crônica estão prejudicados os processos básicos de filtração, secreção e reabsorção renal, porém o balanço hídrico, eletrolítico e o equilíbrio ácido-básico estão preservados. Verdadeiro ou falso? Falso. Esses elementos também estarão alterados na DRC. 35. Sulfato ferroso é comumente utilizado pelos pacientes portadores de anemia secundária à doença renal crônica, portanto ela é normocrômica e normocítica. Falso. A anemia da DRC é devido à deficiência de eritropoetina. A anemia ferropriva é caracterizada por ser microcítica e hipocrômica. 36. Mulher, 69 anos, 65 Kg. Refere ser diabético há 2 anos e hipertenso há 5 anos, nega outras comorbidades. Faz uso irrregular de enalapril e hidroclorotiazida e apresenta níveis pressóricos em torno de 160 x 90 mmHg. Há 2 meses vem observando redução do volume urinário, polaciúria, esforço miccional e sensação de micção incompleta. Relata anúria há 2 dias, após viagem de carro de 6 horas, ininterruptas. Queixa de hiporexia e astenia. Ao exame físico apresenta-se orientado, eupneico, hidratado, ausculta pulmonar com murmúrio vesicular, sem ruídos adventícios bilateralmente. A ausculta cardíaca está normal; o exame do abdome mostra distensão abdominal, ruídos hidroaéreos diminuídos e dor difusamente à palpação profunda, mais intensa em abdome inferior acompanhada de massa palpável, dolorosa, de consistência elástica, não aderida a planos profundos em região de hipogástrio. Edema de MMII de +/4+. Exames laboratoriais: Na = 144 mEq/L (VR: 135-145 mEq/L), K = 5.0 mEq/L (VR: 3,5-5,5 mEq/L), Uréia = 142 mg/dL (VR: 16-40 mg/dL), Creatinina = 3,8 mg%, Gasometria venosa: pH = 7,31 (7,35 – 7,45); HCO3 = 19,2 (21 – 28 mmol/L); Be = -4,8 (0 ± 4 mmol/L); Hb = 15,8 g/dL (VR:15.7 ± 1,7 g/dL); Hematócrito = 47% (46.0 ± 4.0 %). O diagnóstico mais provável é: a) Injúria renal aguda pré-renal b) Injúria renal aguda renal c) Injúria renal aguda pós-renal d) Doença renal crônica Trata-se de uma anúria obstrutiva, conforme discutido em questão passada. 37. Homem, 53 anos, branco, assintomático, fez exames de rotina para hipertensão descoberta ao acaso há 2 meses. Há 4 anos já tinha sido comunicado ter pressão arterial > 140 x 90 mmHg mas não procurou atendimento. O exame físico mostra pressão arterial de 146 x 92 mmHg, valores similares ao de outras duas avaliações nos últimos meses. Peso: 72 kg; altura: 175 cm e FC: 82 bpm. Restante do exame físico sem alterações relevantes. EXAMES: Proteinúria: 1,2 g/24 h; creatinina sérica: 2,1 mg/dL (filtração glomerular estimada: 34,9 mL/min/1,73 m , sódio sérico: 138 mEq/L; potássio sérico: 4,1 mEq/L. Ultrassonografia renal: aumento difuso da ecogenicidade do parênquima com perda da diferenciação córtico-medular. Qual medicamento seria o mais indicado neste momento? a) Furosemida b) Clonidina c) Anlodipina d) Losartana A resposta está basicamente nesses dois slides: Como o paciente em questão possui idade 2 semanas após término do tratamento. Como os sintomas retornaram há 8 dias desde o término do tratamento, enquadra-se como uma recaída. Nesse caso, não é realizada investigação radiológica, apenas tratamento por período mais longo. 2. Analise as sentenças sobre abordagem por imagem da síndrome dotrato urinário inferior por hiperplasia prostática benigna e indique a opção correta: (_) Na suspeita de STUI por hiperplasia prostática benigna, a US via abdominal é suficiente (_) A US transretal está indicada sempre que houver próstatas volumosas (> 80 gramas) (_) São informações importantes nestes casos, obtidas com US: volume prostático, volume residual e sinais de bexiga de esforço (_) O exame deve ser realizado em jejum a) FVFV b) FVFV c) VVVF d) VFVF* e) *Nessa questão o gabarito é d), mas na outra prova o certo seria a c). Vai entender. 3. Paciente com 42 anos de idade procura Unidade de Emergência com náusea, vômitos e diarreia há vários dias. Refere também anorexia, e que nos últimos meses vem apresentando fraqueza geral, cansaço fácil e perda de peso. Ao exame físico apresentava-se bastante edemaciado, com palidez cutaneomucosa, taquicárdico, sinais de congestão pulmonar e pressão arterial de 160/100 mmHg e na avaliação laboratorial os exames apresentavam: Ureia – 292 mg/dL; creatinina – 8,3 mg/dL; potássio sérico – 6,1 mEq/L; Hemoglobina – 8,3 g; cálcio sérico – 8,1 mg/dL; fósforo sérico – 5,3 mg/dL; ácido úrico – 7,8 mg/dL, glicemia - 136 mg/dL e gasometria venosa apresentava: pH – 7,22 e bicarbonato – 12 mEq/L. Qual a conduta mais adequada para este paciente? a) Indicar diálise. b) Prescrever anti-hipertensivos. c) Iniciar hidratação endovenosa. d) Solicitar mais exames para definir o diagnóstico. Em IRA, são 5 indicações para diálise de emergência: síndrome urêmica (encefalopatia, pericardite urêmica ou coagulopatia), hipervolemia não responsiva a diuréticos, hipercalemia não responsivas a medidas clínicas, acidose metabólica não responsiva às medidas clínicas e intoxicação exógena grave por substância dialisável. Nesse caso, temos sintomas de pulmão urêmico, indicador de síndrome urêmica. Além disso, pacientes está com hipercalemia e acidose metabólica. 4. Celito Goma, 48 anos, se encontra internado em CTI devido a COVID-19. Colhida gasometria, que mostra: pH=7,22, pO2 =71mmHg pCO2=30mmHg HCO3 =12mEq/L BE=-12 sat.O2 =94%. O diagnóstico ácido=base é: a) Acidose respiratória com compensação metabólica b) Acidose metabólica e respiratória c) Acidose metabólica simples d) Alcalose respiratória sem compensação metabólica Olhando para o pH, está abaixo de 7,35, logo, trata-se de uma acidose. O pCO2 está abaixo de 35, indicando uma possível causa respiratória. Mas o BE também está abaixo de -3,5, indicando causa metabólica. Quando os dois parâmetros estão abaixo, a causa da acidose é tanto metabólica quanto respiratória. 5. Mulher de 40 anos comparece com quadro de cólica nefrética direita de forte intensidade, acompanhada de náuseas e vômitos e sintomatologia discreta no trato urinário inferior, que após medicação analgésica melhoraram completamente. Investigação com tomografia evidenciou 2 cálculos no rim direito medindo: 0,7 e 0,4cm localizados no cálice médio e superior renal, mas sem dilatação do sistema pielocalicial. Paciente hígida, afebril, normotrófica (IMC=23), referindo histórico familiar e pessoal para litíase urinária. Exame de urina não sugestivo para infecção urinária. Qual a melhor conduta a ser indicado para este paciente? a) Terapia medicamentosa expulsiva b) Nefrolitotripsia transureteronefroscópica a laser c) Nefrolitotripsia externa por ondas de choque d) Observação clínica Não fazemos nefrolitotripsia para cálculos menores que 1 cm, logo, descartamos a b) e a c). Como os cálculos estão localizados nos cálices renais e são menores que 1 cm (não possuem indicação cirúrgica), o seguimento baseia-se na observação clínica, apenas. De acordo com o R3 da uro, a TME é realizada quando o cálculo encontra-se no ureter (ureterolitíase), principalmente no ureter distal. 6. Criança nascida a termo, 41 semanas de gestação, parto cesárea, que durante a gestação foi identificado dilatação pielocalicial unilateral, confirmada no ultrassom pós-natal na primeira semana de vida. Pais preocupados com a provável causa da dilatação e necessidade de cirurgia. Qual o próximo exame complementar de imagem a ser solicitado e quando deve ser solicitado? a) Ressonância Magnética funcional após 3 meses de vida b) Tomografia computadorizada após 1 mês de vida c) Medicina Nuclear após 1 mês de vida d) Uretrocistografia miccional após 3 meses de vida Já foi confirmada a hidronefrose por US. Sendo assim, logo após o nascimento deve-se realizar US 48h após o nascimento e também exames como UCM 1 mês após o parto. Para sabermos a causa, fazemos o estudo anatômico, por meio da UCM, RNC ou TC; e o estudo funcional (ver se há obstrução ou não) por meio da cintilografia renal DMSA ou renograma com DTPA (que são métodos da medicina nuclear). A partir do estudo radioisotópico (medicina nuclear), se identificarmos obstrução e função renal relativa (FRR) 40%, repete-se o US e MN após 3 meses. Se piorar a FRR, faz cirurgia, se o paciente encontrar-se melhor ou estável, faz US e FRR após 3-6 meses. Portanto, o que define se faremos ou não cirurgia é o estudo funcional, por meio da MN. 7. Homem, 13 anos, está em anasarca há uma semana cujo edema é simétrico e sem sinais inflamatórios. A urina está com cor habitual e com volume reduzido, mas formando muita espuma. Já teve quadro semelhante várias vezes na infância e sabe ter usado corticoide como tratamento. Nega queixas cárdio-respiratórias, articulares, na pele e demais sistemas. Exame físico: anasarca, peso 82 kg (10 kg acima do habitual), pressão arterial: 110 x 70 mmHg, FC: 82 bpm. Exame cárdio-respiratório e abdominal sem anormalidades. Exames complementares: Urina rotina: densidade=1023; proteína=++++, hemácias e leucócitos ausentes. Proteinúria=7,5 g/24 h. Dosagens séricas: creatinina=0,9 mg/dL; albumina=2,2 g/dL (VR: >3,5 g/dL); sorologias e pesquisa de autoanticorpos: normais. Qual é o diagnóstico mais compatível com este quadro? a) Necrose tubular aguda b) Nefropatia da IgA c) Glomerulonefrite proliferativa pós-estreptocócica d) Glomerulopatia de lesões mínimas Já podemos descartar a NTA pois não temos sinal de IRA (creatinina abaixo de 1 mg/dL). Nefropatia da IgA e e GNPE são síndromes nefríticas. Não se trata de hipertenso, a proteinúria é nefrótica, sorologia e anticorpos normais. Tudo contra uma síndrome nefrítica. Trata-se de síndrome nefrótica. A faixa etária também contribui para que seja de fato uma doença de lesões mínimas (DLM). 8. Paciente com 52 anos de idade, está há 2 dias com febre, dor de garganta e coriza, associado a episódios de urina avermelhada. Nega edema, disúria, polaciúria e dor lombar. Nega emagrecimento. Não usa qualquer medicamento. Exame físico: paciente corado, eutrófico, sem alterações relevantes, pressão arterial normal. Exame de urina rotina (após jejum hídrico de 8 horas): pH: 5,6 Densidade: 1025 Glicose: negativa proteína: ++ a +++ Heme-pigmentos: ++ Nitritos: negativos Leucócitos: 2/campo Hemácias: 150/campo Cilindros: raros, hemáticos Dismorfismo de hemácias urinárias: 80% com 10% de acantócitos. Este paciente mais provavelmente apresenta: a) Capacidade de concentração urinária reduzida e cálculo renal b) Capacidade de concentração urinária preservada e cálculo renal c) Capacidade de concentração urinária reduzida e glomerulonefrite d) Capacidade de concentração urinária preservada e glomerulonefrite Todas as características indicam glomerulonefrite (mais especificamente uma nefropatia por IgA): cilindros hemáticos, os sintomas infecciosos há 2 dias, acantócitos… Logo, não se trata de litíase, descartamos a) e b). A densidade da urina não estáHá 3 meses seu exame de urina que faz anualmente mostrou: Densidade 1023, proteínas: ++; leucócitos: 2/campo; hemácias: 2/campo; cilindros ausentes, demais variáveis normais. A creatinina é de 0,9 mg/dL e a glicemia está normal. A proteinúria foi quantificada em 1,3 g/24 h. Toda a avaliação de infecções virais, VDRL e para doenças autoimunes está normal. A biópsia renal mostrou glomeruloesclerose segmentar e focal incipiente com vasos e região túbulo-intersticial normais. Este quadro pode ser caracterizado como: a) Proteinúria assintomática b) Proteinúria tubular c) Síndrome nefrótica d) Síndrome nefrítica Não é síndrome nefrótica pois a proteinúria é subnefrótica ( ou igual a 4 mg/dL, ou, terapia substitutiva renal; ou débito urináriotambém tem se mostrado um tratamento promissor no tratamento desta entidade. Os anticolinérgicos ou outras drogas possuem menor evidência de eficácia. 14. A principal causa de mortalidade nos pacientes portadores de doença renal crônica em tratamento dialítico é: a) Cardiovascular b) Uremia c) Infecção d) Desnutrição 15. Em relação aos pacientes portadores de doença renal crônica em tratamento dialítico é correto afirmar: a) As infecções são pouco frequentes nestes pacientes. b) A hipervolemia é complicação pouco frequente. c) A desnutrição é a principal causa de morte destes pacientes. d) A hipertensão arterial é fator importante nas complicações cardiovasculares. A resposta está no mesmo slide acima. 16. Paciente masculino,de 58 anos, 100 Kg, comerciante, durante internação hospitalar, desenvolveu quadro de flebite, acompanhado de febre e queda do estado geral. Hemocultura identificou crescimento de Staphylococcus aureus MRSA (methicillin-resistant Staphylococcus aureus). Foi tratado com vancomicina. Os exames iniciais mostravam creatinina de 0,8 mg/dL, uréia de 34 mg/dL, sódio de 139 mg/dL (VR: 135-145 mEq/L), potássio de 4,4 mEq/L (VR: 3,5-5,5 mEq/L). Evoluiu com melhora da lesão. Entretanto, após 7 dias de tratamento o paciente apresentava edema de membros inferiores, PA= 190 x 94mmHg, regular estado geral, sonolência, náuseas e vômitos. Volume de diurese 480 mL/24 horas Creatinina de 4,0 mg%, Uréia 79 mg%, potássio de 5,7 mEq/L, sódio 128 mEq/L, e FENA = 2,1 %. O diagnóstico mais provável é: a) Injúria renal aguda pré-renal b) Doença renal crônica c) Injúria renal aguda renal d) Injúria renal aguda pós-renal Não é DRC pois a creatinina basal dele é de 0,8 mg/dL ( 5mEq/L), que pode provocar parada cardíaca em diástole. Como é um caso de urgência não utilizaremos os espoliadores de potássio (resina de troca iônica e diuréticos de alça). Podemos tratar com antagonista do potássio na fibra muscular (gluconato de cálcio, cloreto de cálcio) e distribuidores de potássio para o meio intracelular (bicarbonato de sódio, solução polarizante, beta-agonistas). Em IR grave, o tratamento é dialítico. 19. Severiano, refere nefrolitíase de repetição. Foi feita investigação metabólica que evidenciou hipercalciúria idiopática. O tratamento deve ser feito com: a) Dieta hipossódica, diurético tiazídico e citrato b) Dieta hipocálcica, diurético tiazídico e citrato c) Dieta hiperproteica, diurético de alça e citrato d) Dieta hipocálcica, diurético tiazídico e quelante de cálcio Para o tratamento da hipercalciúria: hiperidratação, restrição de sódio na dieta, moderação na ingestão proteica, diurético tiazídico e citrato de potássio. Para o tratamento da hiperuricosúria: hiperidratação, dieta restrita em purinas e citrato de potássio. Para o tratamento da hipocitratúria: hiperidratação e citrato de potássio; Lembrar que restringir o cálcio pode piorar! 20. Em paciente masculino com hipótese diagnóstica de Hiperplasia Prostática Benigna, qual a utilidade de ser aplicado o “IPSS”, o Escore Internacional de Sintomas Prostáticos e o Escore de Qualidade de Vida? a) Prevenção de infecção urinária recorrente b) São fundamentais para a interpretação do estudo urodinâmico c) Orientar a introdução da modalidade terapêutica d) Ajuda no diagnóstico diferencial com adenocarcinoma prostático Esta avaliação, conhecida como escore internacional de sintomas prostáticos (IPSS), estratifica os sintomas do trato urinário inferior, além de ser, atualmente, o padrão mais utilizado para determinar a eficácia do tratamento A observação e o acompanhamento anual estão indicados em pacientes com sintomas leves e sem complicações (IPSS entre 0 e 7). Esta modalidade também se aplica a pacientes que não querem iniciar o tratamento medicamentoso ou intervencionista. O tratamento farmacológico está indicado nos pacientes com sintomatologia moderada (IPSS entre 8 e 19). Os pacientes com sintomatologia grave (IPSS entre 20 e 35) devem inicialmente ser abordados com terapia medicamentosa, porém muitos indivíduos dentro desse grupo acabarão se submetendo a tratamento cirúrgico – uma não resposta ao tratamento farmacológico é uma indicação clássica de cirurgia. 21. Faça a correlação correta, e marque a alternativa que correlaciona os três princípios fundamentais e o tipo de diálise: Princípios fundamentais da diálise: A- Difusão. B- Ultrafiltração. C- Pressão hidrostática. D- Osmose. E- Convecção. Tratamento dialítico: 1. Hemodiálise. 2. Diálise peritoneal. a) A B C 2 b) A B E 1 c) A C E 2 d) A C D 1 O que precisaria para matar a questão é que se tem osmose, é peritoneal, se tem pressão hidrostática, é hemodiálise. 22. Em relação aos cistos renais, é correto afirmar: a) Hematúria macroscópica associada a cólica é o principal sintoma. b) É mais comum em mulheres do que em homens. c) Os cistos complexos a ultrassonografia podem estar relacionados a tumores. d) Cistos minimamente complicados devem ser reavaliados a cada 5 anos. Cistos simples não há necessidade de prosseguir investigação (d). Normalmente os cistos simples não produzem sintomas, sendo raramente necessário tratamento para dor ou infecção (a). São as massas renais mais comuns. São mais frequentes em homens, e em pessoas com mais de 50 anos (b). 23. D.A.R., 69 anos, 65 Kg, negro, lavrador. Refere saber ser diabético há 2 anos e hipertenso há 5 anos, nega outras comorbidades. Faz uso irrregular de enalapril e hidroclorotiazida e apresenta níveis pressóricos em torno de 160 x 90 mmHg. Há 2 meses vem observando redução do volume urinário, polaciúria e sensação de micção incompleta. Relata anúria há 2 dias. Queixa de hiporexia e astenia. Ao exame físico apresenta-se orientado, dispnéico, hidratado, com turgência jugular e creptações em bases pulmonares bilateralmente; a ausculta cardíaca está normal; o exame do abdome mostra distensão abdominal, ruídos hidroaéreos diminuídos e dor difusamente à palpação profunda, mais intensa em abdome inferior acompanhada de massa palpável, não aderida a planos profundos em região de hipogástrio. Edema de MMII de ++/4+. Exames laboratoriais: Na = 144 mEq/L (VR: 135-145 mEq/L), K = 5.3 mEq/L (VR: 3,5-5,5 mEq/L), Uréia = 152 mg/dL (VR: 16-40 mg/dL), Creatinina = 3,8 mg%, Gasometria venosa: pH = 7,31 (7,35 – 7,45); HCO3 = 17,2 (21 – 28 mmol/L); Be = -7,8 (0 ± 4 mmol/L);