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1 CAP. 02. SISTEMAS ARTICULADOS 2.1 - CLASSIFICAÇÃO DOS MECANISMOS Levando em consideração os mecanismos em sua totalidade, podemos classificá- los conforme representado na figura abaixo. Fig. 2.1 Classificação dos mecanismos MECANISMOS Mecanismos c/ elementos MECÂNICOS Mecanismos c/ elementos HIDRAULICOS Mecanismos c/ elementos PNEUMÁTICOS Mecanismos c/ elementos ELÉTRICOS Mecanismos c/ elementos COMBINADOS Engrenagens Rodas de Fricção Mecanismos de Rosca Mecanismos de movimento UNIFORME Mecanismos de movimento PERIÓDICO Mecanismos de movimento COMPOSTOS Mecanismos de acoplamento flexível (correias, correntes, cabos de aço, etc.) Mecanismos de barras Mecanismos de came e seguidor Engrenagens não circulares Mecanismos intermitentes 2 2.2 – TIPOS DE MECANISMOS Dentre os mecanismos com elementos mecânicos destacam-se, segundo as peculiaridades de movimento transmitido, dois grupos distintos: 2.2.1 - Mecanismos de movimento uniforme (engrenagens, rodas de fricção, mecanismo de rosca e os de acoplamento flexível). A grande gama de aplicações e as respectivas vantagens dos mecanismos de movimento uniforme, encontrados em inúmeras formas e variações, são bem conhecidas. Os mesmos estão comumente fornecidos como completas unidades de montagem, muitas vezes como “itens de prateleira”. Neste ramo, do ponto de vista cinemático, tinha sido alcançada uma certa conclusão e a atual pesquisa centraliza-se, principalmente, nos problemas de aperfeiçoamento do material e da manufatura, como também no desenvolvimento de um uniforme e completo cálculo fundamental, em que se tenta incorporar todos os disponíveis fatores de influência. 2.2.2 - Mecanismo de movimento periódico (mecanismos de barras, cames, engrenagens não-circulares e mecanismos intermitentes). Os mecanismos de movimento periódico, são elementos de máquinas que não são fornecidos como unidades pré-fabricadas e devem ser, na maioria dos casos, projetados novamente, devido ao fato das exigências variarem consideravelmente de caso para caso. Em todas as máquinas que usam esses mecanismos periódicos, o desempenho global e a eficiência das mesmas dependem, em última análise, principalmente de inventividade e aprimoramento do projeto destes mecanismos. 2.2.3 - Mecanismos planos e mecanismos tridimensionais. Uma outra classificação distingue, também, mecanismos planos, com os membros localizados nos planos paralelos, e mecanismos tridimensionais. Sendo que nos tridimensionais destacam-se os mecanismos esféricos, cujos eixos de rotação interceptam num ponto, e os espaciais com os eixos em posições arbitrárias As figuras abaixo mostram alguns exemplos de mecanismos de movimento periódico, classificados em mecanismos planos, esféricos e espaciais. Fig. 2.2 – Mecanismos de quatro barras: (a) plano , (b) esférico , (c) espacial 3 2.3 - QUADRILÁTERO ARTICULADO O mecanismo de quatro barras, chamado também quadrilátero articulado, é o mais usado graças a sua extrema simplicidade e robustez. Porém, também, os mecanismos de mais barras têm sido extensamente utilizados, principalmente nos casos, onde as exigências são maiores e o de quatro barras não satisfaz os requisitos técnicos. Somente em casos muito esporádicos, todavia, o desejado movimento pode ser reproduzido de maneira teoricamente exata. Na maioria dos casos, uma reprodução aproximada há de satisfazes as condições predeterminadas. A reprodução será exata somente em um número limitado de pontos, chamados pontos de precisão, diferindo no espaçamento entre eles de uma grandeza, geralmente com efeito desprezível na prática. Embora, de um modo geral, sua configuração geométrica seja muito simples, o projeto de um mecanismo de barras pode apresentar sérios problemas e requer, muitas vezes, sofisticação matemática. Manivela e balancim. Figura 2.3, onde os apoios 1 consistem numa carcaça ou base geralmente estacionária. O elemento 2 gira completamente ou apenas oscila, mas, em qualquer um dos casos, o elemento 4 oscilará. Em cada um desses casos respectivamente o mecanismo transforma rotação em oscilação ou simplesmente multiplica oscilações. Neste caso, quando o elemento 2 é o motor e apto à rotação completa, não há possibilidade de ponto morto. Fig.2.3 – Manivela e balancim sem ponto morto. Fig.2.4 – Duplo balancim com ponto morto. Duplo balancim. Figura. 2.4 onde o elemento 2 também oscila, deve-se evitar pontos mortos que podem paralisar o mecanismo. Estes pontos mortos ocorrerão quando a linha de ação da força motora coincidir com o eixo do elemento 4. O mesmo poderá ocorrer no caso em que, embora o elemento 2 possa girar completamente, e o elemento 4 seja o motor, neste caso o ponto morto é combatido com a utilização de um volante, figura 2.5. Fig. 2.5 – Manivela e balancim permite a transformação de movimento cc ⇔ ca, manivela AB=360º, balancim DC= α. Quando a entrada do movimento for no balancim teremos dois Pontos mortos em B1 e B2. 4 Dupla manivela com retorno rápido. É uma inversão do mecanismo anterior onde a base passou de AD para AB . Se a manivela AD for a condu- tora com ωAD = constante, a manivela BC conduzida terá uma ωBC (MÉDIA) , que numa determinada parte do ciclo é menor do que ωAD (atraso) e em outra é maior (adianto) ou retorno rápido. Esta alteração ocorre sempre que a biela CD for paralela a base AB figura 2.6. Condições para evitar pontos mortos no mecanismo: 1) AD > AB ; 2) BC > AB ; 3) CD < BC+ AD – AB 4) CD > AB + BC - AD Fig. 2.6 - Dupla manivela com retorno rápido. Paralelogramo articulado Neste mecanismo o elemento AB é igual e paralelo ao elemento DC ( AB = // DC), e também AD = // BC. Assim a biela BC tem seu deslocamento sempre paralelo a base AD. Independente do elemento condutor, teremos dois pontos mortos, a figura mostra um deles no alinhamento das manivelas e biela pontos A, BM , D e CM, figura 2.7. Aplicando-se a Eq. c1 temos ω4 = ω2 , pois AM = DN (ω4 . DN = ω2 . AM ). Fig. – 2.7 - Paralelogramo articulado. Uma aplicação: Rodas motrizes de locomotivas figura 2.8 sempre em pares, sendo estes defasados e em rodas opostas para vencer os pontos mortos. Fig. 2.8 Rodas de locomotivas. Manivelas antirrotativas Neste mecanismo temos AB = DC e AD = BC, mas não são paralelos como no exemplo anterior. Neste caso as manivelas giram em sentidos opostos e com isto temos: AM ≠ DN e ω4 ≠ ω2, figura 2.9. Se a manivela AB é condutora (entrada), a manivela conduzida DC deve possuir um dispositivo para ultrapassar os pontos mortos, por exemplo volante de inércia acoplado ao eixo. Fig. 2.9 - Manivelas antirrotativas. 5 2.4 - SISTEMA BIELA-MANIVELA. (Mecanismo com par deslizante) Esse mecanismo é largamente usado e sua maior aplicação é em motores de combustão interna. A figura 2.10, mostra a base, a manivela, a biela e o pistão. No motor de combustão interna, os gases exercem sua pressão sobre o pistão, transmitida à manivela por intermédio da biela. Fig. 2.10 Sistema biela-manivela. Fig. 2.11 Pontos mortos no sistema biela-manivela. Os dois pontos mortos PMS e PMI ocorrem nas posições extremas do pistão (alinhamento da biela com a manivela)e são superados pela instalação de um volante no eixo da manivela figura 2.11. Esse mecanismo também é utilizado em compressores de ar, onde um motor elétrico movimenta a manivela e o pistão comprime o ar. Neste caso não ocorre ponto morto. 2.5 - MECANISMO DE RETORNO RÁPIDO Esses mecanismos são usados máquinas-ferramentas para dar-lhes um curso de corte lento e um retorno rápido com a utilização de uma manivela motora com velocidade angular constante. No projeto de um sistema de retorno rápido, é importante que a razão entre tempo de avanço e tempo de retorno que deverá ser maior que a unidade. Mecanismo de Plaina Limadora. É a variante da segunda inversão do mecanismo biela-manivela na qual fixamos a biela. Na figura 2.12 observamos a rotação completa da manivela B e a oscilação do balancim D comandado pelo par deslizante C que percorre um ângulo de retorno menor do que o ângulo de trabalho (corte). Fig. 2.12 - Mecanismo da plaina limadora OBS: Existe um grande número de mecanismos articulados, que podem ser encontrados e estudados através das referências bibliográficas citadas. 6 2.6 – LEI DE GRASHOF Os mecanismos planos de quatro elementos, que possuem apenas pares rotativos, são divididos em duas classes. A classe 1 inclui todos os mecanismos em que um elemento, o de menor dimensão, poderá realizar uma rotação completa em relação aos três elementos. Quando nenhum elemento pode realizar uma rotação completa em relação aos outros três elementos é chamado de mecanismo de classe 2. A lei de Grashof é utilizada para verificar a classe destes tipos de mecanismos, esta lei diz que: a soma dos comprimentos do elemento menor e do elemento maior, devem ser menor ou igual a soma dos elementos restantes, para que um ou mais elementos consigam realizar uma rotação completa (360 graus ou movimento circular contínuo cc). s + l ≤ p + q onde: s = elemento menor, l = elemento maior, p, q = elementos restantes 2.6.1 - Exemplo Classifique o mecanismo de figura 2.13, segundo a lei de Grashof (demonstre os cálculos). Fig. 2.13 – Dimensões dos elementos: Q2 Q4 = 400 mm; Q2 A = 120 mm; Q4 B = 340 mm; AB = 390 mm . 2.6.2 - Exercícios de aula Classifique os mecanismos das figuras 2.14 e 2.15, segundo a lei de Grashof (demonstre os cálculos). s + l ≤ p + q 120 + 400 < 340 + 390 520 < 730 Mecanismo classe 1 onde neste caso o elemento 2 (Q2 A) poderá realizar uma rotação completa. 7 2.6.3 - Exercício complementar 1) Utilizando a lei de Grashof determine a classe do mecanismo da figura 2.16 e, se for o caso especifique o elemento que poderá realizar uma rotação completa em relação aos outros três. Dimensões dos elementos: Q2 Q4 = 144 mm; Q2 A = 48 mm; Q4 B = 87 mm; AB = 110 mm. OBS: ( Para validar o item apresentar o cálculo) Fig. 2.16 - Determinação da classe do mecanismo 2.6.4 – Resposta do exercício complementar: - Classe 1 e no mínimo o elemento 2 poderá realizar uma rotação completa em relação aos outros três.
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