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PRÁTICAS PEDAGÓGICAS INCLUSIVAS Jociele Teixeira dos Santos Pio 1. INTRODUÇÃO A inclusão na educação é uma transformação para aprimorar a escola para todos, não se limitando apenas às pessoas com deficiência, mas englobando a todos sem exceção. A importância da inclusão aumenta nas escolas devido à diversidade que enfrenta exclusão, preconceito, discriminação e intolerância. A presença da inclusão escolar é fundamental na escola, já que é nesse ambiente que serão oferecidas as oportunidades para formar indivíduos capazes de desenvolver suas identidades pessoais e coletivas, respeitando as diversidades sem discriminação, sem barreiras e sem minimizar as diferenças. A participação abrange todos os indivíduos envolvidos nesse procedimento e o desempenho do professor é essencial, cabendo a ele guiar o desenvolvimento do ensino, encontrando maneiras de educar todas as crianças. Para atingir a meta de envolver todas as crianças, é necessário alterar a abordagem educacional, o que só acontecerá se soubermos analisar nossos métodos na sala de aula. Refletir sobre nossa prática de ensino, o planejamento das aulas, a interação com os alunos e a forma como reagem à nossa maneira de ensinar é essencial para melhorar nossa habilidade como professores (Ferreira; Martins, 2007). Pesquisas como essa que exploram a inclusão são essenciais para compreender a diversidade, visto que ajudam a valorizar esse campo de estudo, procurando soluções para assegurar que as crianças tenham acesso, permaneçam e aprendam, já que cada criança é singular e possui demandas educacionais distintas, com ritmos, habilidades e preferências únicas. A importância deste estudo está na capacidade de ajudar a pesquisadora a ampliar sua perspectiva e melhorar sua prática pedagógica inclusiva na sala de aula. 2. DESENVOLVIMENTO A responsabilidade pelas práticas pedagógicas inclusivas em uma escola não é exclusiva dos professores. Segundo Ramos (2010), é fundamental que todos os profissionais da escola estejam aptos para garantir a inclusão das crianças, tanto dentro da sala de aula quanto durante suas atividades na escola. No entanto, considerando que é principalmente responsabilidade do professor incluir o aluno com deficiência, é crucial que ele esteja ciente da necessidade de melhorar constantemente sua prática, a fim de garantir uma inclusão de alto nível. Os professores devem refletir sobre suas práticas pedagógicas para descobrir novas formas de trabalhar com crianças com deficiência em suas classes. Reconhecendo que é fundamental manter a inclusão a todo momento, as crianças devem participar das aulas normais e receber apoio no Atendimento Educacional Especializado (AEE) para auxiliá-las no aprendizado. De acordo com as pesquisas de Prieto (2006), a formação contínua dos professores é crucial, especialmente para aqueles que lidam com alunos com necessidades especiais, e cabe aos sistemas de ensino garantir esse processo de formação contínua, como enfatizado por Prieto (2006). A educação continuada do professor deve ser garantida pelos sistemas de ensino interessados na qualidade do ensino, pois assim os professores estarão preparados para criar e implementar novas abordagens educacionais para atender às necessidades de todos os alunos, incluindo aqueles com necessidades especiais (Prieto, 2006, p. 57). Segundo a autora, é importante que todos os profissionais tenham conhecimento sobre como ensinar os alunos com deficiência, e não apenas alguns especialistas. Então, cabe a todos os envolvidos no sistema educacional assumir essa responsabilidade. Todos os profissionais da educação, ou pelo menos a maioria, devem ter domínio desses conhecimentos. No entanto, nota-se que, apesar de nos últimos anos ser exigido que o atendimento aos alunos com deficiência seja realizado nas salas de aula regulares, muitos professores ainda carecem de conhecimento teórico e prático sobre o tema. Prieto (2006), destaca que No entanto, é fundamental que os sistemas de ensino tenham conhecimento dos domínios teóricos e práticos dos professores para desenvolver políticas que subsidiem sua formação contínua. Isso requer obter informações sobre esses indivíduos para saber seu perfil acadêmico e experiência com alunos com necessidades especiais, e assim garantir que o conhecimento fornecido seja adequado às suas necessidades (Prieto, 2006, p. 59). É crucial que os professores que lidam com alunos com deficiência participem de formação contínua, a fim de rever suas práticas e desenvolver estratégias de ensino que atendam a todos os alunos individualmente, levando em consideração suas particularidades. Entretanto, é essencial que o educador reconheça os benefícios da modificação de sua prática, pois não é possível alterar as práticas dos professores sem que eles tenham consciência dos motivos e vantagens, tanto para os alunos, a escola e o sistema de ensino, quanto para seu crescimento profissional (Prieto, 2006, p. 59). Assim, sabendo que sua forma de ensinar é importante, o professor vai melhorá-la constantemente. No entanto, é importante notar que não é preciso ter uma abordagem distinta para cada tipo de deficiência, conforme ressalta Mantoan (2003). A inclusão não implica em usar métodos de ensino específicos para cada tipo de deficiência ou dificuldade de aprendizagem na escola. Se os estudantes estiverem dentro de seus limites e receberem um ensino de boa qualidade, o professor irá considerar esses limites e aproveitar as oportunidades individuais de forma adequada. Não é apenas aceitar o desempenho escolar, mas sim agir de forma realista e coerente ao reconhecer que as escolas têm o papel de educar todas as novas gerações, não só os mais capacitados e privilegiados (Mantoan, 2003, p. 36). A autora prossegue afirmando que é fundamental explorar os talentos para ter sucesso na aprendizagem, tais como o contínuo desenvolvimento do talento natural de cada estudante e a busca constante por oportunidades de aprimorar o ensino. Segundo Mantoan (2003), o professor engajado que se envolve diretamente no processo de ensino com os alunos conseguirá compreender de maneira mais eficaz as dificuldades e potenciais de cada estudante, permitindo assim uma construção do aprendizado de maneira mais apropriada. A construção de uma competência é um processo que varia em duração de acordo com cada aluno, sendo sua evolução observada através da aplicação do conhecimento adquirido para alcançar as soluções desejadas. Além disso, é fundamental ressaltar que a avaliação também serve como uma ferramenta para melhorar e aprimorar o ensino, e ao torná-la mais adequada e eficaz, será possível reduzir significativamente o número de alunos excluídos das escolas (Mantoan, 2003, p. 39). De acordo com Carneiro (2011) O desempenho do professor da sala regular está intimamente relacionado ao desempenho para alunos considerados normais, ou seja, aqueles que se enquadram nos padrões sociais estabelecidos como normais. Até mesmo entre eles, há divergências em relação aos métodos de ensino e à interação interpessoal em classe, pois a aprendizagem é uma experiência única e individual, vivenciada de maneira variada por cada indivíduo. However, all of the teacher's planning is focused on this group of students. Quando um aluno com necessidades específicas é incluído em sua turma, é crucial que seu planejamento seja adaptável o suficiente para permitir mudanças eficazes sem comprometer sua qualidade. Toda a prática do professor deve ser incluída na flexibilização curricular (Carneiro, 2011, p. 89). Assim, é importante que o professor faça ajustes em suas estratégias de ensino ao ter um aluno com deficiência em sua turma regular, mantendo a excelência educacional. Carneiro (2011) ainda continua dizendo que: Deve-se levar em conta as diferentes maneiras de aprendizagem dos alunos ao planejar as atividades. No caso de estudantes com deficiência, é importante levar em conta cada característica de aprendizagem ao planejar e implementar aulas, utilizando métodos e recursos adequados para atenderàs necessidades de cada um, e avaliando a evolução de forma contínua (Carneiro, 2011, p. 89). Assim, é evidente que para garantir uma educação inclusiva de qualidade, é preciso melhorar as técnicas de ensino, deixando de lado as tradicionais usadas pelas escolas e implementando novas abordagens que auxiliem os alunos a alcançarem uma aprendizagem significativa e inclusiva. 3. CONCLUSÃO Com base na revisão da literatura, podemos concluir que as políticas de Educação Inclusiva têm sido desenvolvidas ao longo do tempo e destacam a importância da colaboração para a aceitação das diversidades. Entretanto, a adaptação para garantir a inclusão das diversidades representa um desafio significativo para a educação, já que o acesso à educação na escola regular não se restringe apenas às crianças com deficiências ou necessidades especiais, mas a todos, independentemente de suas diferenças e desigualdades, todos podem estar juntos na mesma sala de aula e ter oportunidades de aprendizado. Quando se aborda a inclusão sob essa ótica, percebe-se que alcançar esse objetivo parece improvável. Em vez de uma educação que promova convivência com as diferenças, interação e inclusão, ressalta-se a falta de preparo dos professores, falta de compreensão das escolas sobre políticas inclusivas, planejamento, currículos e formação contínua, bem como a escassez de recursos e infraestrutura. Além disso, há limitações no trato com as diferenças, más condições de trabalho e falta de envolvimento familiar, entre outras questões. Destaca-se a relevância de métodos de ensino que devem contar com abordagens inclusivas para satisfazer as variadas necessidades de aprendizagem das crianças, as pesquisas mostraram intervenções que devem ser constantes, reflexivas para garantir que a educação seja de qualidade para todos os alunos, pois incentivam a colaboração em sala de aula, fomentam a integração social, oferecem oportunidades de participação, estimulam o desenvolvimento cognitivo, promovem a valorização da diversidade, tanto individual quanto em grupo. 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CARNEIRO, Relma Urel Carbone. Educação inclusiva na educação infantil. Práxis Educacional. Vitória da Conquista/BA, v. 8, n. 12, p. 81-95, 2011. FERREIRA, W. B.; MARTINS, R. C. B. De Docente para Docente: práticas de ensino e diversidade para a educação básica. São Paulo: Summus, 2007. MANTOAN, Maria Teresa Eglér. Inclusão escolar: o que é? por que? Como fazer? 2. ed. São Paulo. Editora Moderna. 2003. PRIETO, Rosângela Gavioli. Atendimento escolar de alunos com necessidades educacionais especiais: um olhar sobre as políticas públicas de educação no Brasil. In: ARANTES, V. A. (Org). Inclusão escolar. 5. Ed. São Paulo: Summus, 2006. RAMOS, Rossana. Inclusão na prática: Estratégias eficazes para a educação inclusiva. 2. ed. São Paulo: Summus, 2010. image1.png