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Prévia do material em texto

Relações de trabalho no Brasil
contemporâneo
O Brasil republicano e as questões sociais nas relações de trabalho.
Prof.ª Claudiane Torres da Silva
1. Itens iniciais
Propósito
Compreender a história das relações de trabalho e das conquistas trabalhistas no Brasil republicano,
apresentando seus atores sociais e políticos para o entendimento do processo de avanços e de recuos da
legislação trabalhista brasileira, que se apresenta sempre em disputa.
Preparação
Para auxiliar em eventuais dúvidas sobre termos da Sociologia, sugerimos oDicionário do Ensino de Sociologia,
de Brunettaet al. Maceió: Café com Sociologia, 2020.
Objetivos
Caracterizar as questões sociais e o trabalho no Brasil republicano.
Identificar as primeiras leis trabalhistas e os projetos de ampliação das conquistas sociais no Brasil.
Caracterizar as relações de trabalho no contexto do trabalhismo varguista.
Relacionar o processo de flexibilização de direitos e os impactos nas relações de trabalho.
Introdução
O Brasil viveu um difícil processo de transição do regime monárquico para o republicano no final do século XIX,
tendo que enfrentar muitas questões sociais que emergiam no mundo e que influenciavam a sociedade
brasileira, principalmente sob impacto do abolicionismo e das desigualdades que traziam a reflexão sobre o
trabalho escravizado e livre. Nesse contexto, as questões de soberania nacional, territorialidade,
nacionalidade e cidadania também compunham o cenário político do país, tendo reflexos no campo das
relações de trabalho que questionavam as ausências de direitos fundamentais como saúde, educação e
trabalho em condições dignas.
É muito comum pensarmos em relações de trabalho no Brasil, legislações e direitos trabalhistas a partir dos
governos de Getúlio Vargas, após 1930, já que historicamente foi Vargas quem criou a Justiça do Trabalho que
conhecemos, regulou a legislação trabalhista com a criação da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e
inseriu o trabalho como categoria dos direitos sociais na constituição brasileira de 1934. Entretanto, para
compreendermos melhor a trajetória das relações de trabalho no Brasil, é importante concentrarmos a
reflexão nas primeiras décadas da República e acompanharmos as mobilizações sociais e políticas.
Já no século XXI, a sociedade brasileira presenciou um amplo debate sobre as propostas de profundas
transformações nas relações sociais e nas relações de trabalho. Esse contexto de mudanças marcou vidas,
tendo uma reestruturação no campo político e econômico ao longo da história.
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1. O Brasil republicano e as questões sociais nas relações de trabalho
Conceito de trabalho
Sentidos e valores do trabalho
Protagonismo da classe trabalhadora durante a República
Neste vídeo, falaremos sobre o protagonismo da classe trabalhadora brasileira durante o período de transição
para o sistema republicano e também na virada do século XIX para o XX.
Conteúdo interativo
Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.
Ao longo da história, a palavra trabalho apresenta mais de um significado em diversas línguas europeias. O
grego adotava palavras diferentes para fabricação e para esforço, sendo este o oposto ao ócio. O latim
apresentava uma distinção entre laborare (ação do trabalho) e operare (verbo que corresponde à obra). O
francês, assim como o latim, reconhecia a diferença entre travailler (trabalho) e ouvrer (obra ou artesanato). O
italiano também usava lavorare e operare. Em espanhol, há trabajar e obrar. No inglês, a diferença está entre 
labour e work. Na língua portuguesa, também é possível encontrar as palavras labor e trabalho utilizadas no
sentido de obra ou trabalho e no sentido de esforço. As diferentes palavras para denotar o trabalho nos seus
diversos contextos demonstram uma preocupação dessas sociedades em diferenciar o conceito, levando em
conta seus agentes, seu tempo e seus valores.
Com o tempo, a concepção de trabalho recebeu sentidos e valores que mudaram de acordo com a
organização das sociedades. Sabemos que muitos trabalhos acadêmicos de Sociologia, Filosofia e História
tratam do tema, com importantes pesquisas sobre as mais diversas perspectivas, apontando os diferentes
modos de produzir e pensar as relações de trabalho adotados pelas sociedades ao longo da história.
Aqui nos interessa pensar como os valores ligados à atividade laboral foram alterados de modo que o ato de
trabalhar passou a sofrer influências em diversos setores da vida humana, desnaturalizando o trabalho como
algo pré-estabelecido. Essas alterações estruturaram organizações sociais, políticas e econômicas no Brasil.
A herança das relações de Trabalho no Brasil
Categorias de trabalho
Partindo das concepções de trabalho que vimos anteriormente, vamos revisitar o final do século XIX – um
momento de importante reflexão sobre os impactos que o sistema capitalista impunha até aquele momento –
e, nesse contexto, veremos como os direitos sociais emergiram em razão do tratamento desumano vivido pela
classe trabalhadora e quais foram os excessos capitalistas, sobretudo, a partir da Revolução Industrial.
Trabalhadores colhendo café em uma lavoura no Rio de
Janeiro, em 1882.
Tempos Modernos , Charlie Chaplin, 1936.
Desde o surgimento da produção em série, os trabalhadores e trabalhadoras viviam em condições
de trabalho desumanas, com ambientes insalubres, intermináveis jornadas de trabalho, mão de obra
infantil e ausência de direitos básicos, como saúde e condições dignas.
Essas questões também estavam presentes no Brasil, que vivia um momento de transição no final do século
XIX. Nesse período, além do recém-findado trabalho escravizado, o Brasil estava também vivendo a
expectativa de que o sistema republicano pudesse trazer novas condições de vida para a população brasileira.
Nesse contexto, as lutas sociais por melhores condições de trabalho estavam presentes em diversos grupos
da sociedade brasileira que reivindicavam mudanças. Os negros, ex-escravizados, estavam marginalizados no
contexto social e reivindicavam uma inclusão na cidadania republicana recém-estabelecida. Os operários
urbanos lutavam por melhores condições de trabalho e salários dignos. Os trabalhadores e trabalhadoras
rurais, que sequer eram reconhecidos como trabalhadores formais pelo Estado, no contexto de um exaustivo
trabalho no campo, também desejavam ampliar direitos sociais.
Portanto, o período republicano na história do Brasil foi cenário para diversas lutas, movimentações sociais e
políticas que alteraram as relações de trabalho a partir de então.
Vamos ver como essas lutas se estabeleceram!
As relações de trabalho no campo eram bastante
importantes, pois o Brasil se caracterizava como um país de
economia essencialmente agrária. Heterogêneas e
complexas, as relações de trabalho rurais podem ser
categorizadas em três práticas: o colonato, a parceria e a 
camaradagem. Além dessas categorias, podemos ressaltar
também os trabalhadores permanentes e os temporários em
diversas outras condições.
O colonato correspondia ao regime de trabalho que
combinava a força de trabalho de toda família, ou seja, o
trabalho do homem, da mulher e dos filhos maiores de 14
anos no campo durante um ano.
O modelo foi muito comum na lavoura cafeeira do século
XIX e se relacionava à imigração. Cada chefe de família
assumia a responsabilidade de negociar a produção, especificar o trabalho de acordo com os membros da sua
família. Porém, estava sempre em relação de força desigual com o proprietário da terra, pois as famílias
assinavam contrato que receberiam adiantamento em troca do trabalho na lavoura e, ao fim do contrato,
deveriam pagar juros sobre o adiantamento, o que gerava uma dívida que poderia se tornar impagável.
Outra categoria importante de trabalho no campo foi o trabalhador camarada. Os camaradas eram
trabalhadores contratados por tempo, como diaristas ou mensalistas. Sua remuneração geralmente era
através de salário ou comida.
Ensacadores pesando os sacos de café.
Os camaradas normalmente eram encarregadosdireitos dos trabalhadores
	Lutas por direitos trabalhistas
	Greves e lutas
	Saiba mais
	Resumindo
	A expansão de novos contingentes de trabalhadores
	Finalmente, as leis trabalhistas!
	Impacto dos direitos sociais e trabalhistas nas relações de trabalho
	Conteúdo interativo
	Comentário
	Vem que eu te explico!
	A greve de 1917
	Conteúdo interativo
	A Constituição republicana e o reconhecimento do trabalho como uma questão fundamental
	Conteúdo interativo
	Verificando o aprendizado
	3. O trabalhismo e o direito do trabalho na política varguista
	Anos 1930 e as vitórias dos trabalhadores
	A Justiça do Trabalho como lugar de luta para os trabalhadores e trabalhadoras
	Conteúdo interativo
	Contexto social e político
	O trabalho como política
	Constituição de 1934
	Individuais / Contratuais
	Profissionais / Legislados
	A justiça do trabalho
	Mediação jurídica nas relações de trabalho
	A lei
	O contrato coletivo
	As normas das empresas
	Modelo legislado-corporativo
	Modelo legislado-pluralista
	Modelo legislado-corporativista
	Tradição jurídica do trabalho
	Desafios da Classe trabalhadora
	Desenhos do trabalhismo brasileiro
	Vem que eu te explico!
	Trabalhismo
	Conteúdo interativo
	Constituição de 1937
	Conteúdo interativo
	Verificando o aprendizado
	4. Dos direitos trabalhistas à uberização do trabalho
	O fim da era do trabalhismo?
	A flexibilização dos direitos trabalhistas nas últimas décadas
	Conteúdo interativo
	Debates contemporâneos
	Comentário
	Resumindo
	Um tempo em aberto
	Século XXI e o trabalho
	Novos olhares para o trabalho
	A reforma trabalhista de 2017
	Revogação do princípio que protege o trabalhador perante o empregador
	Redução do poder de negociação e contratação coletiva dos sindicatos
	Prevalência do negociado sobre o legislado
	Contratos atípicos
	Forte restrição à atuação e ao poder normativo da Justiça do Trabalho
	Vem que eu te explico!
	Conceito de uberização
	Conteúdo interativo
	Reforma trabalhista de 2017
	Conteúdo interativo
	Verificando o aprendizado
	5. Conclusão
	Considerações finais
	Podcast
	Conteúdo interativo
	Explore +
	Referênciasde fiscalizar o serviço quando não eram
carroceiros, tratoristas ou ensacadores.
Também muito comuns nas lavouras de café, os
camaradas ficavam encarregados de
transportar a produção para locais de secagem
(tratoristas) ou armazenar o café para o preparo
(ensacadores).
Já o sistema de parceria era muito comum em
momentos de crise e necessidade de
transformações. Foi o que aconteceu, por
exemplo, com a adoção do trabalho livre no fim
do trabalho escravizado no campo. A parceria
passou por diversas alterações ao longo dos anos, mas se caracterizou como um tipo contratual de trabalho
que estabelecia relações de dependência entre o empregado e o empregador e possuía elementos
estruturantes como o endividamento das famílias com o pagamento das passagens para o Brasil e a divisão
do resultado da produção anual também chamada de meação.
Imigrantes europeus trabalhando em uma colheita de café em São Paulo, por volta
de 1910.
Todas essas formas contratuais de trabalho estabeleciam relações de forças desiguais entre os envolvidos e
não eram reguladas pelo Estado de modo a diminuir essa desigualdade, fazendo com que a questão do
acesso à terra no Brasil fosse vista como uma questão social e política importante na república brasileira.
O trabalho urbano
Um novo contexto
Com a crescente industrialização e urbanização das cidades no Brasil, vimos no êxodo do campo e no
crescimento da vida urbana uma importante ampliação do espaço de trabalho. 
Avenida Central, atual avenida Rio Branco, na altura da rua do Ouvidor com rua
Miguel Couto. Rio de Janeiro.
A modernização do século XX parecia apontar para a industrialização no Brasil, o que atingia o modo de vida e
de trabalho caracterizados pelo contexto republicano de participação na vida pública. Estava no horizonte dos
trabalhadores e trabalhadoras estabelecer novos parâmetros de relações sociais em padrões de classes, além
de se apropriar das regras no modo de produzir. Esse contexto consagraria as clássicas relações entre o
capital e o trabalho dentro do novo sistema político.
Contraditoriamente, a busca pela ampliação da participação da vida pública nas cidades foi seguida pela
crescente perda de autonomia do trabalhador, dos meios de produção e do processo do trabalho.
A nova dinâmica de mercado e trabalho nas cidades fez do trabalhador um consumidor, regulando
seus hábitos e comportamentos sociais no espaço do trabalho e fora dele, ou seja, na vida pública e
privada.
Os novos parâmetros de produtividade, competitividade e consumo do chamado mundo moderno
estabeleciam hierarquias que colocavam a economia em primeiro plano, alteravam as relações de trabalho
para atender aos interesses econômicos e isso atingiu duramente a classe trabalhadora.
Para obter novos parâmetros de classes, era preciso trabalhar de modo que fosse possível atingir
necessidades básicas de uma vida urbana promissora: moradia, transporte, saúde, educação, formação
profissional e atividades sociais exigiam dos trabalhadores uma jornada de trabalho que desse conta dessas
demandas.
Nesse contexto, as relações de trabalho são movidas pela cooperação do trabalhador e pela imposição dos
empregadores que configuram a dinâmica estabelecida entre o capital e o trabalho no final do século XIX e
início do século XX, aprofundando ainda mais as desigualdades sociais já existentes.
Os trabalhadores, que passam a entender essa dinâmica desigual em forças sociais e políticas, reagem e
iniciam uma nova organização de classe para lutar por melhores condições de trabalho e de vida.
Tais relações de trabalho se fazem admitindo a organização dos trabalhadores em sindicatos, em congressos,
em associações, em clubes, na política e em outros espaços de lutas até chegar aos tribunais.
Vila Operária da Companhia Tijuca de Tecidos. À direita, o prédio da fábrica; à
esquerda, a Vila Operária. Rio de Janeiro, 1907.
O início do século XX no Brasil evidencia uma ampla precariedade da vida social. O projeto de modernidade
que o republicanismo propunha, junto à angústia dos trabalhadores e trabalhadoras, colocava algumas
questões no foco do cenário nacional e de todos os grupos que estavam insatisfeitos até então.
O desemprego, a instabilidade do mercado de trabalho e as garantias de direitos sociais definitivamente
entraram em pauta naquele momento. Estava claro que a estabilidade do mercado só era possível às custas
da instabilidade das expectativas em relação ao trabalho. Os governos e as legislações até então parcas
beneficiavam apenas os empregadores, tendo como foco principal o sucesso econômico.
Ficava mais evidente que a luta deveria ser ampliada do negociado no ambiente de trabalho para o
legislado na vida política.
O trabalho que deveria ocupar lugar de destaque como produtor de cidadania, ao perder esse estatuto
político, ficou reduzido ao sofrimento, às péssimas condições, à exploração e, em última instância, ao
desemprego. Mantendo o controle de mecanismos importantes na economia capitalista, no plano das relações
de trabalho e da regulamentação das atividades produtivas, os trabalhadores estavam cada vez mais longe de
possuir consciência política e precisavam buscar caminhos para uma organização efetiva. 
Assim, os movimentos de trabalhadores de diversas categorias passaram a implementar uma luta no campo
político, no contexto da esfera pública, até chegar ao campo jurídico colocando as relações de trabalho como
uma questão de justiça social.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
A herança escravagista e o trabalho
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Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.
Precariedade do trabalho no início do século XX
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Verificando o aprendizado
Questão 1
As expectativas da classe trabalhadora com o novo sistema político republicano estariam ligadas à
participação popular no projeto de modernidade e à superação de questões sociais evidentes no final do
século XIX e início do XX. Passados alguns anos de república brasileira, as relações de trabalho não mudaram
muito, ao contrário, estabeleciam novos parâmetros de desigualdades que exigiram movimentações diferentes
dos trabalhadores. De acordo com o texto do módulo 1, os novos meios de lutas empreendidas pela classe
trabalhadora nesses primeiros anos de república são:
 
I. Destruição das fábricas.
II. Organização de frentes de trabalhadores como sindicados e associações.
III. Ações na justiça do trabalho.
 
Estão corretas as afirmativas:
A
Somente a I.
B
Somente a II.
C
Somente a III.
D
Somente I e II.
E
Somente II e III.
A alternativa B está correta.
Os estudantes deverão apresentar as organizações de classe como sindicatos, congressos, associações,
clubes e ampliação da luta para o campo político com atuação de partidos políticos como alternativas de
lutas nesses primeiros anos de república, tendo as questões sociais como cenário emergente no país.
Questão 2
(Concurso Fundação Hospitalar de santa Terezinha de Erechim – RS (FHSTE) – Assistente Social 2019 –
Adaptada.) Em relação à questão social, é importante identificar que foram as lutas sociais que romperam o
domínio privado das relações entre capital e trabalho, extrapolando a questão social para o(a):
A
Campo da filantropia.
B
Âmbito acadêmico.
C
Esfera pública.
D
Campo da solidariedade.
E
Âmbito empresarial.
A alternativa C está correta.
O trabalho que deveria ocupar lugar de destaque como produtor de cidadania, ao perder esse estatuto
político, fez com que a classe trabalhadora buscasse novas formas de lutas para diminuir as desigualdades
provocadas pelo contexto das relações de trabalho. Ficava mais evidente que a luta deveria ser ampliada
do negociado no ambiente de trabalho para o legislado na vida política. Assim, os movimentos de
trabalhadores de diversas categorias passaram a implementar uma luta no campo político, no contexto da
esfera pública, até chegar ao campo jurídicocolocando as relações de trabalho como uma questão de
justiça social.
Evaristo de Moraes.
2. Projetos trabalhistas e a legislação do trabalho no Brasil
Surgimento das leis trabalhistas no Brasil
Primeiros ordenamentos pelos direitos dos trabalhadores
No Brasil, a luta pela ampliação de direitos sociais e da regulamentação do trabalho e dos direitos trabalhistas
começou ainda no final do século XIX e se intensificou ao longo do século XX, quando as primeiras leis
surgiram de forma dispersa, como foi o caso das Normas de Proteção ao Trabalho do Menor, em 1891, e a Lei
de Sindicalização Rural de 1903.
No ano de 1905, o jurista Evaristo de Moraes, em sua obra 
Apontamentos de direito operário, já refletia acerca da
necessidade da organização oficial de um tribunal
composto de patrões e operários, destinado a resolver as
questões suscitadas a propósito do trabalho assalariado.
Entre 1906 e 1930, percebemos o contexto de numerosas
greves no país, com ampla participação de movimentos
sociais e sindicatos no Rio de Janeiro e em São Paulo.
Nessas greves, promovidas por associações profissionais,
entidades sindicais, ligas operárias, associações
trabalhistas, uniões profissionais, federações, comitês e
outras agremiações, circulavam ideias anarquistas e socialistas.
As greves e agitações envolviam diversas categorias de trabalhadores e trabalhadoras que estavam a cada
dia mais insatisfeitos com suas condições de trabalho e vida. Algumas greves tiveram ampla repercussão, com
a participação de trabalhadores de pedreiras, tecelões, portuários, marítimos, chapeleiros, condutores de
bondes, ferroviários, operários da construção civil, gráficos, empregados de hotéis entre outros.
As demandas e as principais reivindicações eram redução da jornada de trabalho, pois estavam
inconformados com a duração de dez a treze horas diárias de serviço, além de exigirem aumentos salariais e
melhorias de condições degradantes de trabalho. Todo esse debate colocava foco nas relações de trabalho
no Brasil durante a Primeira República.
Lutas por direitos trabalhistas
Greves e lutas
Em 1907, após forte onda grevista em diversas cidades do país, o Decreto nº 1.637 propôs a regulamentação
da organização dos sindicatos, que deveriam se constituir “com o espírito de harmonia entre patrões e
operários”. Assim, os sindicatos estariam relacionados a conselhos permanentes de conciliação e arbitragem
que existiam, destinados a dirimir as divergências e as contestações entre o capital e o trabalho que, naquele
momento, eram competências da justiça comum.
Trabalhadores cruzam os braços em uma fábrica em
São Paulo, durante a greve geral de 1917.
Saiba mais
É importante observar que, na primeira década do século XX, o poder legislativo já atentava para
algumas questões sociais e trabalhistas que atingiam o interesse do Estado e dos patrões. 
Alguns anos depois, em 1911, foi criado o Departamento Estadual do Trabalho de São Paulo que ressaltava as
vantagens de formar e institucionalizar órgãos de conciliação e arbitragem, sob a mediação do Estado e a
partir de experiências internacionais.
Em 1917, o Brasil presenciou uma das maiores
greves organizada pelos trabalhadores, que
resultou no fortalecimento do sindicalismo no
país. No contexto da desigualdade social
crescente e ausência de direitos sociais, os
trabalhadores reivindicavam melhores
condições de trabalho, redução da jornada para
oito horas diárias e proibição do trabalho
infantil até os doze anos de idade.
Em meio a tensões sociais, o poder legislativo
deu início ao debate da aprovação de um
Código do Trabalho liderado pelos deputados
Maurício de Lacerda e Nicanor Nascimento.
Embora esse projeto não tenha vingado pelo
desinteresse da classe política, que via o tema como uma questão de saúde e higiene, quando não como caso
de polícia, aos poucos começaram a ser tomadas iniciativas para a criação de normas jurídicas de regulação e
controle dos contratos de trabalho, alterando as relações entre o capital e o trabalho.
Em 2 de julho de 1917, Maurício de Lacerda propôs o estabelecimento de Comissões de Conciliação e de
Conselhos de Arbitragem, que teriam o objetivo de dirimir conflitos e, por isso mesmo, previam a
representação de operários e de patrões. A sugestão de Lacerda para a criação de um Código do Trabalho já
rascunhava a situação de acirramento entre trabalhadores e empregadores que diariamente piorava e era
tratado como caso de polícia.
As ruas de São Paulo tomadas de trabalhadores que reivindicavam melhores
condições de trabalho, durante a greve geral de 1917.
O projeto recebeu forte oposição na Câmara e permaneceu engavetado por anos. Ao mesmo tempo, Maurício
de Lacerda encaminhava o projeto de criação de um Departamento Nacional do Trabalho (DNT). O projeto do
DNT foi aprovado pela Câmara em 19 de dezembro de 1917 e pelo Senado em 1918. A primeira legislação
caracterizada nesse contexto foi relativa aos acidentes de trabalho em 1919. Por precaução, o patronato criou
companhias seguradoras responsáveis pelo pagamento de benefícios e que, ao mesmo tempo, configuravam-
se como fontes de acumulação de capital para o próprio patronato. É importante perceber que essas datas de
avanços de legislação trabalhistas no Brasil não são ao acaso.
Em 1917, quando o Brasil criava o DNT, a Constituição mexicana estava sendo promulgada, com um artigo
específico para questões trabalhistas garantindo direitos aos trabalhadores.
Em 1919, quando criamos uma lei para acidente de trabalho, a Constituição alemã de Weimar também
estabelecia garantias trabalhistas e a Organização das Nações Unidas (ONU) fundava a Organização
Internacional do Trabalho (OIT).
Resumindo
Portanto, o avanço no país se deve às mobilizações internas da classe trabalhadora com as grandes
greves e demais organizações sociais e políticas e às pressões externas de avanços nos direitos do
trabalho. 
A expansão de novos contingentes de trabalhadores
Finalmente, as leis trabalhistas!
Impacto dos direitos sociais e trabalhistas nas relações de trabalho
Neste vídeo, falaremos sobre o impacto causado pelos direitos sociais e trabalhistas nas relações entre o
Estado e a classe trabalhadora brasileira.
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Durante a década de 1920, a indústria brasileira registrou alto índice de expansão, fruto do declínio do
comércio internacional após a Primeira Guerra Mundial. Com o aumento das atividades industriais, aumentou
também o contingente de trabalhadores e trabalhadoras organizadas fortalecendo o sindicalismo e o
movimento operário nas cidades.
O patronato também viu a necessidade de se organizar em associações e sindicatos para fazer frente às
pressões da classe trabalhadora. Nesse contexto, as relações de trabalho ficavam cada dia mais tensionadas,
o que fez com que o próprio empresariado e os políticos enxergassem a necessidade de pensar novas
concessões à classe trabalhadora e garantir o processo de produção e acumulação de capital.
Ao mesmo tempo que a década de 1920 apontava para a ampliação do processo de industrialização no Brasil,
formava, também, as bases para uma legislação social já influenciada pelas legislações e constituições sociais
do México (1917) da Alemanha (1919).
Matéria de capa do jornal O Brasil de 24 de janeiro de
1923.
É importante lembrar que o governo de Artur Bernardes
marcou o Brasil com grande instabilidade política devido ao
movimento tenentista e a uma forte repressão ao
movimento operário.
No avanço das conquistas trabalhistas, em 1922, no estado
de São Paulo, o então governador Washington Luiz
estabeleceu os Tribunais Rurais com a função de resolver
conflitos entre fazendeiros e colonos, surgidos pela
presença maciça de imigrantes na cidade paulista, já
mencionados no módulo anterior.
Em 1923, a Lei Eloy Chaves criou caixas de aposentadoria e
pensões nas empresas de estradas de ferro, depois
estendidas a outros setores.
O Decreto nº 16.027 de 30 de abril do mesmo ano acabou sancionando o ConselhoNacional do Trabalho
(CNT), que passaria a ser apenas um órgão consultivo e não administrativo, facilitando a aceitação dos
patrões.
Em 1925, o congresso estabeleceu a Lei de Férias, obrigando o patronado a garantir quinze dias de férias aos
trabalhadores e, no ano seguinte, a Lei de Regulamentação do Trabalho de Menores, que determinava 18 anos
como maioridade e propunha a jornada de trabalho de seis horas. Entretanto, todas essas leis foram
sistematicamente desrespeitadas pelos empregadores.
Neste momento, é importante ressaltar que o enfraquecimento do poder de pressão da classe trabalhadora,
sempre perseguida por políticas elitistas locais, juntamente com a desaceleração do ritmo de produção e o
aumento das importações, fez com que setores do patronado retrocedessem no apoio ao avanço de
conquistas sociais e trabalhistas em curso. Além disso, o patronado sentia-se a cada dia mais prejudicado
com o intervencionismo do Estado no campo trabalhista e nos direitos sociais.
Moradia de um trabalhador rural , José Teixeira, 1912.
Em 1926, com a reforma da Constituição republicana, pela primeira vez, passou a constar no texto
constitucional do país, “como assunto expresso”, a referência à legislação do trabalho na reformulação do
artigo 31, que diz que compete privativamente ao Congresso Nacional legislar sobre o trabalho.
Entretanto, no plano propriamente jurídico, as primeiras funções específicas do que estava mais próximo de
ser uma Justiça do Trabalho colocavam em destaque os tribunais rurais do estado de São Paulo, decorrentes
principalmente dos efeitos da imigração e da presença de trabalhadores estrangeiros mais politizados, e a
massiva presença de partidos políticos comunistas nos sindicatos dos trabalhadores.
Trabalhadores, incluindo crianças, na construção da estrada de ferro, pertencente a
Rede de Viação Cearense, que liga Fortaleza ao antigo ramal de Itapipoca, em
fevereiro de 1920.
Comentário
As questões sociais e trabalhistas que incidiam diretamente nas relações de trabalho no Brasil durante
as primeiras décadas da república brasileira oscilavam entre projetos e iniciativas isoladas no contexto
dos estados ou por políticos com projetos individuais no Congresso Nacional, quase sempre rejeitados
ou engavetados. 
As pressões internas tensionadas com as ausências de garantias sociais e trabalhistas no país, que resultaram
em grandes mobilizações grevistas, na mobilização de classe trabalhadora nos contextos de lutas e crises da
década de 1920, agravadas com a Crise de 1929, juntamente com o avanço do direito do trabalho no cenário
internacional, colocaram o Brasil em uma posição em que as garantias trabalhistas não poderiam mais esperar.
No próximo módulo, vamos ver como as relações de trabalho e os direitos trabalhistas passaram a ser
tratados como projetos políticos do governo federal quando Getúlio Vargas assumiu o poder em 1930 e iniciou
uma política caracterizada como trabalhismo.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
A greve de 1917
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A Constituição republicana e o reconhecimento do trabalho como
uma questão fundamental
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Verificando o aprendizado
Questão 1
O movimento operário no Brasil iniciou-se em fins do século XIX. Ele tinha como principal objetivo colocar um
fim à exploração capitalista e construir uma nova sociedade. Na primeira década do século seguinte, viveu
anos de fortalecimento, quando as principais cidades brasileiras foram sacudidas por greves, sendo uma das
mais importantes a de 1917, em São Paulo, em que 70 mil trabalhadores cruzaram os braços, exigindo
melhores condições de trabalho e aumentos salariais. Esses movimentos tiveram vitórias importantes nos
anos 1920. Podemos destacar:
 
I. Os anos 1920, apesar de alguns avanços em termos de legislação social, foram difíceis para o movimento
operário, que foi obrigado a enfrentar grandes desafios, entre os quais o recrudescimento da repressão por
parte do governo, que enxergava a luta da classe trabalhadora como caso de polícia.
 
II. Não se pode deixar de reconhecer que foi nessa década que o movimento operário brasileiro ganhou maior
legitimidade entre os próprios trabalhadores e a sociedade mais ampla, transformando-se em um ator político
que atuaria com maior desenvoltura nas décadas seguintes.
 
II. Foi do período que levou a vitórias como a reforma constitucional e a criação da Consolidação das Leis
Trabalhistas.
 
Estão corretas as afirmativas:
A
I e II somente.
B
I e III somente.
C
II e III somente.
D
I somente.
E
II somente.
A alternativa D está correta.
A reorganização da classe trabalhadora em mobilizações sociais e lutas por garantias trabalhistas, como a
grande greve de 1917, influenciou partidos políticos, além de motivar iniciativas de políticos que viam a
necessidade de implementar uma legislação trabalhista, como os projetos empreendidos pelo deputado
Maurício de Lacerda. Os fatores externos podem ser apresentados com o surgimento de constituições
sociais como a mexicana e alemã em 1917 e 1919, respectivamente, além da fundação da Organização
Internacional do Trabalho pela ONU. É um equívoco atribuir as reformas de Vargas a esse momento.
Questão 2
A greve de Julho de 1917, iniciada em São Paulo, foi a maior mobilização operária já ocorrida, com
repercussões em todo o país. Ela começou com a paralisação em uma fábrica de tecidos, seguiu por todo
segmento têxtil, alastrando-se pelo interior paulista e por outros estados. O choque entre policiais e grevistas
culminou na morte do operário Antônio Martinez, o que gerou ainda mais revolta e transformou a cidade de
São Paulo em um campo de guerra. (Adaptado de MOTA, B. Myriam; BRAICL, Patrícia. História das cavernas ao
Terceiro Milênio. 1. ed. São Paulo: Moderna, 1997, p. 444)
 
As manifestações operárias no Brasil, em 1917, ocorreram devido:
A
Ao aumento do preço das passagens dos bondes elétricos, transporte urbano popular em São Paulo, o que
provocou protestos e greves dos operários.
B
À entrada do Brasil na Primeira Guerra Mundial (1914-18) e ao recrutamento obrigatório dos operários que
seriam enviados aos campos de batalhas na Europa.
C
Ao comando do PCB (Partido Comunista do Brasil), pois os operários pretendiam implantar uma revolução
comunista em São Paulo.
D
À inexperiência das lideranças anarquistas operárias, que não souberam conduzir os protestos e as
paralisações, o que resultou em morte.
E
À inexistência de uma legislação trabalhista à época e ao desinteresse dos governos oligárquicos com a
questão social, pois a reivindicação operária era vista como “um caso de polícia”.
A alternativa E está correta.
No contexto da desigualdade social crescente e ausência de direitos sociais, os trabalhadores
reivindicavam melhores condições de trabalho, redução da jornada para oito horas diárias e proibição do
trabalho infantil até os doze anos de idade.
3. O trabalhismo e o direito do trabalho na política varguista
Anos 1930 e as vitórias dos trabalhadores
A Justiça do Trabalho como lugar de luta para os trabalhadores e
trabalhadoras
Neste vídeo, vamos falar sobre as legislações trabalhistas como um espaço de importantes lutas e conquistas
entre o Estado e a classe trabalhadora.
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Contexto social e político
Historicamente, a década de 1930 foi marcada por tensões sociais e políticas importantes dentro e fora do
Brasil. Foi nesse contexto que a Segunda Guerra Mundial foi deflagrada e, após um movimento configurado
por um golpe de Estado, intitulado Revolução de 1930, Getúlio Vargas assume o poder.
Getúlio Vargas após a revolução de 1930.
Nesse contexto de crise política sucessória que levou Vargas ao poder, os trabalhadores atuaram e
formularam reivindicações criando suas associações de classe, fazendo boicotes,greves e campanhas, até
chegaram a formular partidos operários e o próprio Partido Comunista do Brasil ainda em 1922. Houve um
olhar mais atento sobre a legislação trabalhista após 1930, levando em consideração esses movimentos, mas
não os vendo ingenuamente como determinantes.
É importante salientar que o governo varguista abriu caminho para algumas conquistas políticas e para a
efetiva formulação e implantação de uma legislação social na busca da expansão dos direitos do trabalho no
Brasil. Essa iniciativa lançaria luz às relações de trabalho como tema de política de governo à medida que
deixavam de ser projetos legislativos isolados para caracterizar o trabalhismo que colocaria a classe
trabalhadora como atores políticos e sociais a partir de então.
O trabalhismo colocava a questão dos direitos sociais como parte estruturante da cidadania dos
trabalhadores incorporando-os como atores centrais desse processo na relação entre o Estado e a
classe trabalhadora.
A formação da identidade coletiva seria um processo dinâmico protagonizado pela classe trabalhadora e não
se projetava como meros benefícios sociais, sob a ótica da política das massas, mas apoiava-se como um
Trabalhadores homenageiam Vargas na Esplanada do
Castelo, no Rio de Janeiro, 1940.
Constituição da República dos Estados Unidos do
Brasil, de 1937.
investimento político e simbólico reinventando os trabalhadores do Brasil e suas relações de trabalho em
novos parâmetros, requalificando os benefícios demandados e construindo um novo modelo de relações de
reciprocidade entre o povo e os governantes.
Nesse contexto, construir a identidade do trabalhador
brasileiro significava rever a marca de atraso e a
desvalorização do trabalho escravizado, redefinindo-a
positivamente como fator de grandeza, riqueza e progresso
da sociedade. O Estado após 1930 interferiu no controle
sobre o mercado de trabalho, projetando-se como um
governo que pretendia garantir, finalmente, uma legislação
trabalhista.
Afinal, apenas o uso da força e do autoritarismo sobre o
movimento da classe trabalhadora não estava dando certo
até aquele momento. Assim, era necessário colocar o
Estado como regulador dessas relações.
O trabalho como política
Constituição de 1934
Em julho de 1934, o Brasil ganhou uma nova Constituição, uma nova lei de sindicalização e um novo Ministério
do Trabalho, Indústria e Comércio. Com o artigo 120, o texto constitucional consagrava a pluralidade e a
autonomia sindical, mas, meses antes de promulgar a Carta Magna, o Decreto-lei nº 24.694 tornou essa
pluralidade muito difícil de ser atingida, gerando fortes conflitos no campo jurídico, especialmente, pelo
caráter coletivo dos direitos que deveria proteger. Era o momento de tensões sociais, com a influência do
Partido Comunista nos sindicatos, que passaram a ser tratados como questão de segurança nacional. 
Nesse contexto, a partir do Estado Novo,
outorgada a Constituição de 1937, implantado o
autoritarismo e o corporativismo com
orientações para uma política da “paz social” e
desenvolvimento econômico, a Justiça do
Trabalho começou a funcionar em 1941.
 
A partir de então, os sindicatos, mesmo
tutelados pelo Estado, posicionavam-se de
modo a ocupar mais um espaço de lutas por
conquistas sociais e trabalhistas nos tribunais
da Justiça do Trabalho. Foi através desse novo
cenário de luta que o modelo de relações de
trabalho no Brasil passou a ganhar novos
contornos.
A partir de 1930, o modelo brasileiro de relações de trabalho tem sido qualificado como legislado
com forte característica corporativista em detrimento do modelo contratual.
Antes de tudo, é preciso definir o que as Ciências Humanas entendem por modelos de relações de trabalho.
Uma das definições mais recentes sobre o tema apresenta o modelo de relações de trabalho no Brasil como o
conjunto de organizações, leis e normas sociais que regulam a compra e a venda da força de trabalho e os
conflitos resultantes dessa relação.
A venda da força de trabalho e os conflitos resultantes dessa relação
Essa definição é baseada na corrente de estudos intitulada industrial relations, que busca romper com a
dicotomia das análises que abordam separadamente, por um lado, os conflitos de trabalho no olhar das
Ciências Políticas, e por outro, os mercados de trabalho no olhar dos economistas (NORONHA, 1998, p.
25).
Sabemos que o Direito do Trabalho regula dois tipos de relações de trabalho:
Individuais / Contratuais
As relações de trabalho chamadas de
individuais ou contratuais são aquelas que se
estabelecem entre empregadores e
empregados, pelas quais se troca trabalho por
remuneração e envolvem outras conquistas
jurídicas.
Profissionais / Legislados
As relações de trabalho profissionais ou
legislados são aquelas estabelecidas por meio
de normas para a defesa e/ou representação de
interesses das partes, capital e trabalho, que
regulam o coletivo.
A justiça do trabalho
Mediação jurídica nas relações de trabalho
Há muito a sociedade brasileira entende as relações de trabalho como uma negociação que necessita da
intervenção de instituições que exercem um papel importante na resolução dos conflitos.
A Justiça do Trabalho, os sindicatos e a legislação trabalhista agem para atingir o consenso entre as partes,
legitimando o que estaria sendo acordado. Assim, foi se caracterizando uma cultura jurídica no Direito do
Trabalho no qual essas instituições são fundamentais para compreendermos o modelo de relações de trabalho
legislado adotado no Brasil. Nesse sentido, precisamos ressaltar que, enquanto os modelos contratuais têm na
contratação coletiva o espaço privilegiado de produção das normas, nos modelos legislados, o Estado ocupa
o lugar por excelência tanto no Executivo como no Legislativo.
A partir disso, iniciaremos o processo de compreensão das especificidades do nosso modelo legislado de
relações de trabalho no Brasil.
Manifestação a favor de Getúlio Vargas ao final do Estado Novo, em 21 de agosto de
1945.
A centralidade da lei no modelo brasileiro torna relevante o estudo do desenho legal e do funcionamento real
das instituições do mercado de trabalho no Brasil. As relações sociais são modeladas pelas expectativas de
ações referenciadas pela norma jurídica e sua operação.
Logo, em modelos legislados como o caso brasileiro, a legitimidade da norma jurídica é aspecto estruturante
das ações recíprocas de capital e trabalho. Também podem ser identificados através da “divisão de trabalho”,
definida unilateralmente pelo empregador, entre três espaços normativos:
A lei O contrato coletivo
As normas das empresas
Com base no esquema acima delimitado, Noronha (1998) argumenta que o modelo brasileiro, após a década
de 1980, teria migrado do legislado-corporativo para o legislado-pluralista.
Para esclarecer a diferença entre esses modelos, Noronha usa a definição proposta por Schmitter (1992) para
as características do modelo corporativo e do modelo pluralista respectivamente:
Modelo legislado-corporativo
O modelo legislado-corporativo é um sistema de intermediação de interesses no qual suas unidades
constitutivas estão organizadas em:
um número limitado de categorias;
compulsórias;
não competitivas;
hierarquicamente ordenadas e funcionalmente diferenciadas;
reconhecidas ou autorizadas, se não criadas, pelo Estado, às quais se outorga o monopólio da
representação no interior de suas respectivas categorias em troca da observância de certos
controles na seleção de seus líderes e na articulação de suas demandas e apoios.
Esse seria o caso dos sindicatos legais autorizados nos governos após 1930, controlados,
reconhecidos e regulados pelas legislações e instituições criadas pelo governo varguista.
Na imagem que ilustra a capa deste módulo, é possível ver um exemplo dessa relação de trabalho
legislado-corporativista onde, em um evento promovido pelo governo Vargas, aparece uma faixa em
que está escrito “Trabalhador sindicalizado é trabalho disciplinado”, o que evidencia o controle sobre
as instituições e organizações de classetuteladas pelo Estado, caracterizando o trabalhismo que
apenas reconhecia o trabalho que estava oficialmente sindicalizado e, portanto, monitorado pelo
Estado.
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Modelo legislado-pluralista
O modelo legislado-pluralista é um sistema de articulação de interesses, onde as unidades
constitutivas estão organizadas em:
um número não especificado de categorias;
voluntárias;
competitivas;
não ordenadas hierarquicamente e autodeterminadas;
não são especificamente autorizadas, reconhecidas, subsidiadas, criadas pelo Estado ou
controladas na escolha de lideranças ou articulação de interesses e que não exercem o
monopólio da representação em suas respectivas categoria.
Esse seria o caso das representações de categorias que também incluem sindicatos, mas que já não
são obrigatoriamente regulados, criados ou validados pelo Estado.
A seguir, você pode conferir que o inciso I, do artigo 8º a Constituição de 1988 – conhecida como
Constituição Cidadã –, garante a pluralidade sindical no Brasil sem intervenção do Estado nas
organizações de classe:
“Art. 8º – É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:
I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o registro
no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização
sindical [...]”. (BRASIL, 1988).
Modelo legislado-corporativista
Tradição jurídica do trabalho
A tradição do modelo legislado-corporativista brasileiro após 1930 foi reforçada a partir da relação que se fez,
e ainda se faz, da Consolidação das Leis do Trabalho no Brasil como reprodução da Carta del Lavoro italiana.
Existem diversas críticas à redução e à simplificação daquela que foi a primeira regulamentação das relações
de trabalho no Brasil, a CLT, em uma reprodução pura e simples da Carta italiana. Vamos começar
relativizando o modelo legislado-corporativo de relações de trabalho no Brasil:
É sabido que o sistema de corporações era comum não só na França e na Inglaterra, mas também na Itália,
Alemanha e Espanha desde a Idade Média. De maneira geral, as chamadas corporações de ofícios
organizavam o meio de produção e, consequentemente, o comércio que renascia com o surgimento dos
burgos. Tal recuo do período histórico foi necessário para chamarmos atenção para alguns estudos que 
naturalizam a atividade corporativista ou, pelo menos, enxergam tal atividade em quase tudo.
Partiremos da análise feita pelo professor Amauri Mascaro Nascimento (2020), que considera as corporações
de ofício como uma das primeiras formas de organização das relações de trabalho dotadas de estatutos e
regulamentação trabalhistas. O autor defende a ideia de que, embora não seja um sindicato, tais corporações
foram uma forma de agrupamento do capital e do trabalho, que integrava os sujeitos das relações de trabalho.
Tais corporações seriam, mais tarde, aproveitadas pelo corporativismo de Estado com apenas uma diferença,
o corporativismo estatal teria publicizado o que antes era privado.
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Francisco José de Oliveira Vianna.
Getúlio Vargas.
De fato, o pensamento corporativista era uma das
fundamentações do projeto do Estado, iniciado em 1930,
que enquadrou os organismos do trabalho. Tal
característica está presente, por exemplo, em todos os
discursos empreendidos por Oliveira Vianna (1939) em que
ele defende a ideia de que o Estado deveria fazer dos
sindicatos uma espécie de conselhos deliberativos voltados
à participação direta dos trabalhadores, sem a necessidade
de representantes parlamentares ou de partidos políticos.
Assim, no discurso de Vianna (1939), os sindicatos seriam,
no Estado corporativo, o lugar da democracia direta.
A partir de 1942 e 1943, o Estado brasileiro se esforçou
para implementar seu projeto de organização sindical
corporativista e sinaliza que este, até então, funcionava
apenas como uma orientação legal e organizacional. Assim,
o sindicalismo corporativista iria ser realmente implementado, não no momento autoritário por excelência do
Estado Novo, mas no período de transição, após 1942, quando a questão da mobilização de apoios sociais
tornou-se uma necessidade inadiável ante a própria transformação do regime.
No minucioso trabalho de compreender o
projeto do governo Vargas para a classe
trabalhadora, a historiadora Ângela de Castro
Gomes (2007) destrincha aspectos mais sutis
para compreender o corporativismo de Estado.
Assim, observa que a defesa do corporativismo
estava fundamentalmente vinculada à defesa
do Estado Novo como um regime autoritário
antiliberal. Nesse sentido, afirma que a
qualidade democrática de nosso corporativismo
tinha como referência um modelo de
“democracia autoritária” fundada na justiça
social. Sabemos que a instituição, por
excelência, responsável por gerir a justiça
social no Brasil é a Justiça do Trabalho.
Assim, desde 1946, quando a carta
constitucional definiu a competência da Justiça do Trabalho para conciliar e julgar dissídios individuais e
coletivos do trabalho, com expressa previsão em seu art. 123, parágrafo segundo, dotava a Justiça do
Trabalho com o poder normativo que determinava que a lei especificaria os casos em que as decisões nos
dissídios coletivos poderiam estabelecer normas e condições de trabalho, conferindo um poder que antes
estava nas mãos, exclusivamente, do Legislativo e, em casos especiais, do Executivo.
Desafios da Classe trabalhadora
Desenhos do trabalhismo brasileiro
Na década de 1950, a mobilização da classe trabalhadora e dos sindicatos se intensificou mais uma vez na
busca pela ampliação dos direitos trabalhistas nas relações de trabalho.
Campanha da ditadura para convencer a opinião
pública de que era preferível trocar a estabilidade pelo
FGTS.
Entretanto, esse curso de ascensão foi interrompido pelo
golpe civil-militar de 1964 que atingiu duramente a classe
trabalhadora e suas organizações que passaram a ter
apenas o espaço dos tribunais para empreender as lutas
por conquistas trabalhistas.
Mesmo mantendo o funcionamento dos sindicatos, a
repressão interveio e modificou a organização sindical
marcando profundamente a história de lutas sociais da
classe trabalhadora.
A partir de então, diversas reformas e legislações foram
adotadas de modo a flexibilizar as relações de trabalho,
muitas vezes configurando-se numa perda de direitos a
partir da década de 1960, como foi o caso da adoção do FGTS no lugar da estabilidade decenal.
Nesse sentido, desde o início da república brasileira, a classe dos trabalhadores e trabalhadoras, rural ou
urbana, empreende lutas por conquistas de direitos trabalhistas. Essas lutas determinam mudanças e
permanências nas diversas relações de trabalho existentes no Brasil durante todo século XX. Até agora,
podemos perceber que existem movimentos de avanços e recuos nesse processo de conquistas trabalhistas
que foi empreendido por categorias que lutaram bastante e que, no século XXI, sofrem um duro golpe com as
progressivas reformas trabalhistas empreendidas por governos.
Vem que eu te explico!
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Trabalhismo
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Constituição de 1937
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Verificando o aprendizado
Questão 1
(FGV 212 – PM/MA) O lema da faixa “Trabalhador sindicalizado é trabalhador disciplinado” expressa com
precisão o projeto do Governo Vargas (1930-1945) de o Estado arbitrar os conflitos entre capital e trabalho.
Dentre as medidas listadas a seguir, assinale a que indica esse aspecto do trabalhismo de Vargas.
A
A instituição do salário mínimo e a regulamentação do direito de greve.
B
A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e a regularização do trabalho infantil.
C
A garantia da estabilidade do emprego e a autonomia sindical.
D
A intensificação do controle sindical e as grandes solenidades cívicas no dia 1º de maio.
E
O regime de livre negociaçãosalarial e a liberdade de associação dos trabalhadores.
A alternativa D está correta.
A intensificação do controle sindical e as grandes solenidades cívicas no dia 1º de maio. O trabalhismo
varguista propunha estreitar as relações entre o Estado e os trabalhadores que se tornaram atores sociais
do governo, garantindo conquistas trabalhistas, porém tuteladas pelo estado que pretendia controlar as
atividades sindicais e sociais da classe trabalhadora.
Questão 2
(UERJ) Em seu discurso de despedida do Senado, em dezembro de 1994, o presidente Fernando Henrique
Cardoso anunciou o fim da Era Vargas, como um prenúncio das mudanças que estavam por vir. Supunha-se
sepultado um modelo econômico que tinha como principal ator o intervencionismo do Estado, o paternalismo
de cooptação como atração política e a previdência pública e a legislação trabalhista como modelo social.
(NOGUEIRA, Octaciano. In: Jornal da Tarde, publicado em: 11 nov. 1998.)
 
Embora a citação acima apresente a legislação trabalhista de Getúlio Vargas como parte de um ultrapassado
modelo econômico, é possível apontar aspectos que, no sentido contrário, revelem o significado da
contribuição trazida pela Consolidação das Leis do Trabalho – CLT – para as relações de trabalho. Um aspecto
dessa contribuição está indicado
A
na manutenção da ação sindical e de direitos trabalhistas durante a ditadura militar.
B
no estabelecimento da pluralidade sindical e de partidos trabalhistas durante o Estado Novo.
C
na criação de normas legais para os aumentos salariais reais e do gatilho salarial durante o governo Sarney.
D
na instituição do estatuto político dos trabalhadores e do Tribunal Superior do Trabalho durante o segundo
governo Vargas.
E
na tradição brasileira que rompeu as influências do período varguista passando a ser os tribunais os únicos a
fazer parte do que determinava as antigas determinações.
A alternativa A está correta.
Uma das principais medidas tomadas por Getúlio Vargas após assumir o poder, em 1930, foi promover o
controle sobre os sindicatos e associações de trabalhadores por meio da Consolidação das Leis
Trabalhistas (CLT). Assim, a "Era Vargas" conseguiu sobrepor o Estado sobre grande parcela da sociedade
civil.
Mineiros chineses processam carvão numa mina em
Huaibei, província de Anhui, no leste da China, 2013.
4. Dos direitos trabalhistas à uberização do trabalho
O fim da era do trabalhismo?
A flexibilização dos direitos trabalhistas nas últimas décadas
Neste vídeo, vamos falar das causas e consequências da flexibilização que afetaram os direitos trabalhistas
brasileiros nas últimas décadas.
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Debates contemporâneos
Em 2018, o sociólogo Ricardo Antunes (2018) lançou um livro intitulado O privilégio da servidão: o novo
proletariado de serviços na era digital classificado como uma obra de resistência frente ao produtivismo
acadêmico desmedido do nosso tempo. Sua inspiração teve motivações nos recentes episódios de
flexibilização das leis trabalhistas no Brasil no século XXI. O ápice desse momento foi durante o governo de
Michel Temer, em 2017, quando começaram a deslanchar a devastação e o abandono da totalidade dos
direitos sociais e trabalhistas conquistados através da luta ao longo da história do Brasil republicano como
vimos até aqui.
Nas últimas décadas do século XX, surgiram muitos mitos acerca do trabalho no Brasil.
Com o avanço das tecnologias da informação e
comunicação, muitos acreditaram que uma
nova era da felicidade se inaugurava com o
trabalho on-line e digital. Anunciava-se que o
mundo do labor superava sua dimensão de
sofrimento e a sociedade digitalizada e
tecnológica nos levaria ao paraíso.
Em pleno século XXI, já sabemos que esse
prenúncio do paraíso está bem distante de
chegar. Ao contrário, as relações de trabalho no
século XXI estão cada dia mais fragilizadas e
voltamos ao patamar de precariedade de trabalho do início do século anterior.
Antunes (2018) nos lembra que, para chegar à tecnologia
dos smartphones, era preciso começar pela extração de
minério, sem a qual esses aparelhos não são produzidos, ou
seja, as minas de carvão na China e em tantos outros países
mostram o ponto de partida do trabalho digital através do
duro trabalho dos mineiros. Logo, não fazia sentido olhar
para a tecnologia do trabalho sem compreender as bases
que ela trilhou.
Assim, esse paraíso anunciado segue composto por
acidentes de trabalho, contaminações, devastação do
corpo produtivo, mortes, além dos adoecimentos crônicos,
assédios, baixos salários, superexploração e da forte
repressão ao movimento dos trabalhadores.
Comentário
No atual contexto do século XXI, regredimos mais que avançamos sob a propaganda de que todas essas
reformas se amparam na promessa de melhores condições de trabalho e mais empregos. Falácia.
Passam-se décadas, anos e séculos e o mundo do trabalho segue com problemas primários, oscilando
entre conquistas trabalhistas e sociais, que se apresentam de forma frágil. 
Dificuldades para organizar sindicatos, ampliação da luta no trabalho terceirizado e intermitente, direito à
greve, enfrentamento da violência policial, abusos etc. A instabilidade e a insegurança são traços constitutivos
dessas novas modalidades de trabalho. Expande-se a uberização e amplia-se a pejotização (Termo que faz
referência à pessoa jurídica que é falsamente apresentada como trabalho autônomo).
Uberização 
Termo que faz referência à venda de um serviço para alguém ou alguma empresa de forma
independente e sem um empregador, através de uma plataforma.
Uberização? Mas o que é isso? Uma revolta relativa ao serviço de transporte?
Um entregador de aplicativo se alimenta em uma quentinha na rua e ao lado dos
seus instrumentos de trabalho, 2019.
É importante ressaltar que uberização não tem relação com a empresa de tecnologia, mas é preciso
notar que as empresas de tecnologia são precursoras de uma transformação digital que muda o
sentido de serviço no século XXI ao desenvolverem sistemas que disponibilizam – com relativa
facilidade – serviços, sem depender que aqueles que o prestam estejam diretamente vinculados à
empresa.
A dinâmica é disponibilizar trabalho e ser remunerado por esse trabalho. Em outras palavras, as novas
empresas de tecnologia são focadas na resolução de problemas. De um lado, restaurantes que precisam
vender mais, de outro pessoas que precisam, por tempo, segurança ou qualquer fator, receber esse alimento
em casa. Antes, a busca era individual – pelo que se conhecia – e a entrega era feita por uma equipe vinculada
ao estabelecimento.
A empresa de tecnologia entra e diz: facilito a logística, lhe dando opções, velocidade na entrega. Para o
trabalhador sem vínculo, a empresa diz que, dependendo do próprio trabalho e esforço, você pode ganhar
mais. Parece perfeito, mas as dores para o trabalhador são:
A ausência da possibilidade de uma negociação mais efetiva com as empresas – “aceite as regras ou
saia”.
A fragilidade da regulamentação dos serviços e do entendimento desta como uma relação de trabalho.
A demanda desequilibrada entre os trabalhadores que precisam do rendimento e a disponibilização do
serviço, que permite às empresas ditarem regras e estratégias sem ter que se preocupar com
instrumentos protetivos das leis trabalhistas – que passam a ser tidas como obsoletas.
Resumindo
O mercado de trabalho mudou e as leis trabalhistas desenvolvidas no mundo inteiro no advento da
industrialização, assim como seus instrumentos protetivos, passam a ser consideradas obsoletas. No
entanto, a substituição do modelo, que é ditado pela tecnologia, acaba por fragilizar vitórias históricas
de associação, voz e condições de trabalho. O processo, que começa focado em serviços de transporte
e entrega, se multiplica e, hoje, pode ser observado na educação – por núcleos digitais e serviços de
aulas privadas –, em serviços e em setores de serviços industriais. 
Esse furacão digital entra e é quase impossível ser controlado,mas é necessário refletir sobre as novas
condições de trabalho e repensar estratégias, cobrar os governos para atuação nessas dinâmicas, garantindo
a sua regulamentação.
Passamos agora a pensar no que tem sido feito com esse debate e como o mercado enfrenta essa
uberização.
Um tempo em aberto
Século XXI e o trabalho
Em pleno século XXI, as relações de trabalho mostram-se cada vez mais instáveis e esbarrando no limite do
desemprego. O processo compreende a ampliação do contingente de trabalhadores e trabalhadoras em
escala global com grande redução de empregos. Além disso, aqueles que se mantêm empregados presenciam
a corrosão dos seus direitos sociais e o desmantelamento de conquistas históricas, como se isso fosse um
avanço social. Novas modalidades de trabalho informal, intermitente, precarizado, flexibilizado com níveis de
remuneração insuficientes são cada vez mais comuns. Mas como chegamos até aqui?
Centenas de trabalhadores demonstraram seu apoio ao Breque Internacional de
Entregadores em 1º de julho de 2020.
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A precariedade do trabalho é definida, incialmente, como o trabalho exercido em condições que colocam
aqueles que executam em situação de risco, fragilidade ou vulnerabilidade. À medida que os sinais de
transformações do mundo no trabalho se tornam mais evidentes, crescem propostas político-jurídicas de
reformas do direito do trabalho.
Os sinais de mudanças desses direitos no Brasil podem ser identificados na condução política da
globalização de lógica neoliberal, que propõe a fragilização do Estado na garantia do contrato social.
Esse contexto passou a conduzir políticas de liberalização de mercado e capitais voláteis, dando
início aos processos de privatizações, desregulamentações da economia e flexibilização dos direitos
trabalhistas.
É importante ressaltar que a campanha de flexibilização dos direitos trabalhistas foi intensificada após a
promulgação da Constituição Federal de 1988, conhecida como Constituição Cidadã.
 
A CF/88 não só expandiu os direitos sociais e do trabalho como elevou ao status constitucional outros direitos
já previstos na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Contraditoriamente, a Carta nasceria na contramão
das ideias liberalizantes que vinham ganhando força durante os anos 1970-1980 e que passaram a compor as
políticas de governos, de modo que sua pauta social foi contraposta a uma nova agenda de
“desregulamentação”.
 
A reforma trabalhista promovida em 2017 suprimiu prerrogativas e modalidades de financiamento dos
sindicatos, mas não reformou a estrutura sindical.
 
As centenas de alterações na legislação, realizadas sem ampla discussão pública, por sua vez, pretenderam
tornar o modelo das relações de trabalho mais contratual, ampliando as esferas de regulação negociada, seja
coletiva ou individualmente, com forte centralidade na figura da empresa.
Novos olhares para o trabalho
A reforma trabalhista de 2017
O então presidente, Michel Temer (centro), junto a ministros e parlamentares no
evento onde foi sancionada a reforma trabalhista, em 13 de julho de 2017.
A reforma de 2017 modificou centenas de dispositivos da Consolidação das Leis de Trabalho (CLT), além de
rever pontos específicos de outras leis, derrubando súmulas do Tribunal Superior do Trabalho (TST) com
jurisprudência favorável aos trabalhadores. Trata-se, portanto, da maior alteração já realizada na CLT de uma
só vez estabelecendo:
1Revogação do princípio que protege o trabalhador perante o empregador
A revogação do princípio que protege o trabalhador perante o empregador e, segundo o qual, o
primeiro é a parte mais fraca na relação de emprego, reduzindo a proteção do Estado aos
trabalhadores e aumentando as garantias e a liberdade de ação das empresas nas relações de
trabalho.
2
Redução do poder de negociação e contratação coletiva dos sindicatos
A redução do poder de negociação e contratação coletiva dos sindicatos, prevendo a possibilidade
de realização de acordos individuais – inclusive verbais – para a pactuação de diversos aspectos das
relações de trabalho, a não exigência de participação dos sindicatos na homologação de rescisões, o
condicionamento da contribuição sindical à prévia concordância dos trabalhadores e a constituição
de uma forma de representação dos trabalhadores independente do sindicato.
3
Prevalência do negociado sobre o legislado
A autorização para o rebaixamento de direitos previstos em lei, por meio do princípio da prevalência
do negociado sobre o legislado em relação a diversos aspectos das relações de trabalho.
4
Contratos atípicos
A ampliação da participação de contratos atípicos e do trabalho autônomo no conjunto das formas
de contratação existentes no mercado de trabalho, dando às empresas mais alternativas de
promover ajustes nos custos fixos.
5
Forte restrição à atuação e ao poder normativo da Justiça do Trabalho
A forte restrição à atuação e ao poder normativo da Justiça do Trabalho, bem como ao acesso dos
trabalhadores ao judiciário trabalhista, criando uma série de condicionantes, limitando a gratuidade e
impondo penalidades ao demandante caso perca a ação.
Protestos contra a reforma de 2017.
O que tais medidas implicam nas relações de trabalho contemporâneas? Elas possibilitam a prevalência do
negociado sobre o legislado em relação à definição, entre outros, dos seguintes temas:
Limite diário da jornada, observado o limite semanal de 44 horas.
Forma de quitação das horas extras, mediante pagamento ou compensação por meio de banco de
horas (coletivo ou individual).
Forma de registro da jornada (ponto eletrônico ou outras formas).
Intervalo intrajornada, observados os períodos mínimos de 30 e 15 minutos para jornadas de 8 e 6
horas, respectivamente. Caso ocorra descumprimento desses períodos mínimos, o pagamento de
horas extras incidirá somente sobre o tempo mínimo de intervalo não observado.
Regulamentação do teletrabalho, do regime de sobreaviso (permanência do empregado à disposição
do empregador fora do horário e local habitual de trabalho, para, a qualquer momento, ser convocado).
Regulamentação do trabalho intermitente, em que são alternados períodos de prestação de serviços e
de inatividade - horas, dias ou meses – independentemente do tipo de atividade do empregado e do
empregador.
Enquadramento do grau de insalubridade dos locais de trabalho nas empresas.
Prorrogação da jornada de trabalho em locais insalubres sem prévia autorização do Ministério do
Trabalho.
Protestos contra a reforma de 2017.
De um modo geral, restringe bastante o acesso gratuito à Justiça do Trabalho e a intervenção da Justiça do
Trabalho nos resultados das negociações coletivas, pela observação do “princípio da intervenção mínima na
autonomia da vontade coletiva”, mesmo que eventualmente se entenda que o acordo ou convenção fira
normas legais. Nesse sentido, as relações de trabalho contemporâneo colocam a classe trabalhadora cada
vez mais vulnerável diante da precarização crescente do trabalho.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Conceito de uberização
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Reforma trabalhista de 2017
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Verificando o aprendizado
Questão 1
A uberização do trabalho define uma tendência em curso que pode ser generalizável pelas relações de
trabalho, abarcando diferentes setores da economia, tipos de ocupação, níveis de qualificação e rendimento,
condições de trabalho, em âmbito global. Derivado do fenômeno social que tomou visibilidade com a entrada
da empresa Uber no mercado, em realidade o termo uberização se refere a processos que não se restringem a
essa empresa nem se iniciam com ela, que culminam em uma nova forma de controle, gerenciamento e
organização do trabalho (Fonte: Abílio, 2020).
 
Como podemos caracterizar as relações de trabalho no processo conhecido como uberização?
 
I.A uberização é a denominação do processo de precarização do trabalho que se caracteriza pela
desregulamentação e perda de direitos trabalhistas e sociais.
 
II. Legalização dos trabalhos temporários e da informalização do trabalho.
 
III. Aumento do número de trabalhadores autônomos, subempregados e a fragilização das organizações
sindicais e das ações de resistência coletiva e/ou individual dos sujeitos sociais.
 
A
Somente I e II.
B
Somente I e III.
C
Somente II e III.
D
I, II e III.
E
Somente I.
A alternativa D está correta.
O contexto da precarização tem sido acompanhado de práticas de intensificação do trabalho e/ou aumento
da jornada de trabalho, com acúmulo de funções, maior exposição a fatores de riscos para a saúde,
descumprimento de regulamentos de proteção à saúde e segurança, rebaixamento dos níveis salariais e
aumento da instabilidade no emprego.
Questão 2
(2020 - FUNDEP - Gestão de Concursos – 2020 – Prefeitura de Catas Altas - MG – Assistente Social) A
tecnologia tem moldado novas formas de emprego e comportamentos de consumo nos últimos anos. O
processo de “uberização” representa a transformação das relações trabalhistas. A principal distorção aparece
na maneira como são feitos os contratos. [...] Esses contratos invertem o ônus entre funcionário e empresa
(Fonte: (Fonte: https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/questoes/565f6b5e-62).
 
A distorção no sistema de contrato entre funcionário e empresa, no processo de “uberização”, está
corretamente apresentado em:
A
A relação de trabalho é livre, pois o funcionário torna-se o seu próprio chefe.
B
As despesas de manutenção do sistema são divididas entre empresa e funcionário.
C
O motorista, ou seja, o funcionário, é quem contrata a empresa, nesse caso, o aplicativo.
D
Os tributos trabalhistas são assumidos apenas pelos administradores do aplicativo.
E
As práticas de empresas de tecnologia que inauguram um novo jeito de pensar a dinâmica do trabalho.
A alternativa C está correta.
O motorista, ou seja, o funcionário é quem contrata a empresa, nesse caso, o aplicativo. Os aplicativos de
transporte, por exemplo, deixam claro que é o motorista quem contrata a empresa e ele paga uma taxa
para usar o aplicativo. Com isso, a plataforma pode mudar os termos de uso a qualquer momento, e o
funcionário é obrigado a concordar para continuar trabalhando.
5. Conclusão
Considerações finais
A história da luta e das conquistas sociais e trabalhistas no Brasil republicano se constituiu a partir de
mobilizações e movimentações sociais e políticas, com intensa participação da classe trabalhadora como
agente de transformação da sua realidade. Nesse contexto, as relações de trabalho foram sendo consolidadas
através de legislações trabalhistas que avançaram e recuaram em diversos momentos da história do Brasil.
A partir da década de 1980, quando promulgamos a Constituição de 1988, garantindo constitucionalmente
direitos trabalhistas, muitos mitos e teorias que propunham enfraquecer tais conquistas passaram a ganhar
força no cenário nacional, inclusive com adesão de parte da classe trabalhadora diretamente afetada.
Com as sucessivas reformas trabalhistas implementadas no século XXI, houve, na prática, uma drástica
redução de direitos e o desmantelamento do sistema das relações de trabalho que vigorava até a primeira
década deste século.
Podcast
Ouça o podcast a seguir. Nele, vamos recuperar um pouco do que lemos sobre as relações trabalhistas
no Brasil desde a 1ª República até às problemáticas atuais dos processos de uberização do trabalho.
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Aprofunde seus conhecimentos com as seguintes leituras:
 
A organização operária no Brasil da Primeira República (1889-1930): princípios e tendências, de Selson
Garutti e Rafael Machado, publicado, em 2019, na Revista Eletrônica de Humanidades do Curso de
Ciências Sociais da UNIFAP.
 
A primeira república brasileira e os projetos relativos à ética do trabalho, de Guilherme Chagas,
publicado, em 2021, na Revista História em Curso.
 
O Estado Novo e os trabalhadores: a construção de um corporativismo latino-americano, de Alexandre
Fortes, publicado, em 2007, na Revista de História.
 
Assista também aos filmes:
 
Em guerra. De Stéphane Brizé. Roteiro: Stéphane Brizé, Olivier Gorce. Elenco: Vincent Lindon, Mélanie
Rover, Jacques Borderie. O filme conta a história de 1100 funcionários liderados pelo seu porta-voz
Laurent Amedeo (Vincent Lindon) que, após a administração da fábrica Perrin Industrie fechar a
empresa e não respeitar o acordo feito dois anos antes, decidem fazer de tudo para salvar seus
empregos.
 
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Você não estava aqui. De Ken Loach. Roteiro: Paul Laverty. Elenco: Kris Hitchen, Debbie Honeywood,
Rhys Stone.O filme se passa após a crise financeira de 2008, quando Ricky e sua família se encontram
em situação financeira precária. Ele decide adquirir uma pequena van, na intenção de trabalhar com
entregas, enquanto sua esposa luta para manter a profissão de cuidadora. No entanto, o trabalho
informal não traz a recompensa prometida e, aos poucos, os membros da família são jogados uns
contra os outros.
Referências
ABÍLIO, Ludmila. Uberização: a era do trabalhador just-in-time?, 2020. Consultado na internet em: 22 fev.
2022.
 
ANTUNES, Ricardo. O privilégio da servidão: o novo proletariado de serviços na era digital. São Paulo:
Boitempo, 2018.
 
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal:
Centro Gráfico, 1988.
 
BRUNETTA, Antônio Alberto; BODART, Cristiano das Neves; CIGALES, Marcelo Pinheiro. Dicionário do Ensino
de Sociologia. Maceió: Editora Café com Sociologia, 2020.
 
GOMES, Ângela de Castro. Ministério do Trabalho: uma história vivida e contada. Rio de janeiro: CPDOC-FGV,
2007.
 
GRILLO, Sayonara; ARTUR, Karen. Terceirização e arenas de reconfiguração do direito do trabalho no Brasil. In:
Revista Estudos Institucionais, v. 6, n. 3, p. 1184-1213, set./dez. 2020. Consultado na internet em: 22 fev. 2022.
 
PRIORI, Ângelo; POMARI, Luciana R.; AMÂNCIO, Silvia Maria; IPÓLITO, Verônica. Relações de trabalho: colonos,
parceiros e camaradas. Pp. 105-114. In: História do Paraná: séculos XIX e XX. Maringá: Eduem, 2012.
 
NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Compêndios de Direito Sindical. SP: LTr, 2000.
 
NORONHA, Eduardo. A contribuição das abordagens institucionais-normativas nos estudos do trabalho.
Comunicação apresentada ao GT "Trabalho e Sociedade" no XXII Encontro Anual da ANPOCS, Caxambu, 27 a
31 de outubro de 1998, p. 25. Consultado na internet em: 22 fev. 2022.
 
NORONHA, Eduardo. O modelo legislado de relações de trabalho e seus espaços normativos. Tese (Doutorado
em Ciências Políticas) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São
Paulo, 1998.
 
SCHMITTER, Philippe. “Continúa el siglo del Corporativismo?” e “Modos de intermediación de intereses y
modelos de cambio social en Europa Occidental”. In: SCHMITTER; LEHMBRUCH (coord.) Neocorporativismo I –
más allá del Estado y el Mercado. México: Alianza Editorial, 1992.
 
VIANNA, Oliveira. O idealismo da Constituição. 2. ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1939.
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	Relações de trabalho no Brasil contemporâneo
	1. Itens iniciais
	Propósito
	Preparação
	Objetivos
	Introdução
	1. O Brasil republicano e as questões sociais nas relações de trabalho
	Conceito de trabalho
	Sentidos e valores do trabalho
	Protagonismo da classe trabalhadora durante a República
	Conteúdo interativo
	A herança das relações de Trabalho no Brasil
	Categorias de trabalho
	O trabalho urbano
	Um novo contexto
	Vem que eu te explico!
	A herança escravagista e o trabalho
	Conteúdo interativo
	Precariedade do trabalho no início do século XX
	Conteúdo interativo
	Verificando o aprendizado
	2. Projetos trabalhistas e a legislação do trabalho no Brasil
	Surgimento das leis trabalhistas no Brasil
	Primeiros ordenamentos pelos

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