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Obrigaçõees - Unidade 03

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Direito das Obrigações
Unidade 03
Obrigações em relação ao seu vínculo
Elementos das obrigações: duplicidade de sujeitos, objeto e vínculo jurídico.
Considerando o vínculo da obrigação é possível diferenciar as obrigações civis (as verdadeiras obrigações), as morais e as naturais.
03.1) Obrigação civil (perfeita)
Há o direito de ação decorrente do vínculo (obligatio)
Obrigação moral/natural (imperfeita): não há direito de ação mas somente a solutio retentio.
A obrigação civil apresenta o vínculo jurídico (debitum + obligatio), o que garante ao credor a possibilidade de recorrer à intervenção estatal para obter a prestação, tendo como garantia o patrimônio. Provocação da função jurisdicional para o cumprimento coercitivo da obrigação no caso de inadimplemento.
03.2) Obrigação moral
Liberalidade jurídica, que só implica no cumprimento por razões de consciência. Não há direito de ação, e portanto não é possível provocar a jurisdição. Contudo, garante a solutio retentio, que torna impossível requerer a devolução/indenização da prestação, sob o argumento de que não havia obrigação pelo adimplemento. Dever de consciência social e não religiosa ou solidária. Ex: prestar alimentos a parentes fora do grau devido; remuneração por gratidão; cumprir determinação de última vontade não expressa em testemunho; pagar dívida extinta.
03.3) Obrigação natural 
Não há direito de ação pela ausência do vinculum júris (art. 882). A diferenciação da obrigação moral está que naquela o cumprimento é mera liberalidade jurídica e maior eticidade, e nesta, constitui efetivo pagamento, baseado em um dever, socialmente apreciável. (ex: dívida de jogo, art. 814). Garante a soluti retentio. Dever de justiça, decorrente de um débito inexigível anterior. Giorgi apud Gomes “ser jurídico que só adquire vida ao converter-se em cadáver”, pois antes não passa de dever moral.
Não obstante a ausência do direito de ação, o legislador tutelou juridicamente tais obrigações.
- não se trata de obrigação moral (consciência X justiça)
- inexigibilidade da prestação
- adimplemento voluntário, sem vícios e por pessoa capaz, equivale ao pagamento
- pagamento é irretratável
- efeitos normatizados (garantia do credor contra ação de repetição de indébito (art. 970); adimplemento equivale ao pagamento; diminui o patrimônio do devedor e aumenta o do credor)
O pagamento integral ou parcial é condição potestativa dependente da vontade exclusiva do devedor, não assegurando qualquer dos efeitos gerais das obrigações (novação, compensação, fiança e garantia contra vícios redibitórios).
Exemplos: 
pagamento de obrigação ilícita, imoral ou proibida por lei, com garantia dos bons costumes e da ordem jurídica 
dívidas de jogo e aposta (art. 814)
Jogo: contrato aleatório, por meio do qual duas ou mais pessoas prometem a uma dentre elas, a quem for favorável certo azar, um ganho determinado.
Aposta: contrato aleatório, em que duas ou mais pessoas, de opinião diferente sobre qualquer assunto, concordam em perder certa soma, ou certo objeto, em favor daquela entre os contraentes, cuja opinião se verificar ser a verdadeira (Clóvis Baviláqua apud MHD)
Dívida de jogo ou aposta: importância perdida no jogo ou resultantes de empréstimos feitos ao jogador para lhe proporcionar o jogo (art. 814).
Carecem de exigibilidade em razão da ilicitude do objeto.
Tanto quem perde como quem ganha é considerado juridicamente delinqüente, não se sujeitando o ordenamento não a função jurisdicional a garantir o pagamento ou a repetição (salvo incapacidade e vícios do consentimento).
Gorjetas em restaurantes ou hotéis
Comissão a quem não possui requisitos legais para a corretagem
Contrato de mútuo à menor art. 588.
Pagamento de dívida prescrita (não há direito de ação, mas há direito à prestação) (art.882). Exceção: herdeiro que paga dívida prescrita do de cujos, sem conhecer a existência da prescrição.

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