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BENS PROF.: ERIVERTON RESENDE DIREITO CIVIL I – PARTE GERAL CONCEITO “bens são valores materiais ou imateriais que podem ser objeto de uma relação de direito. De qualquer maneira, toda relação jurídica entre dois sujeitos tem por objeto um bem sobre o qual recaem direitos e obrigações”. CLASSIFICAÇÃO: ►►►►DOUTRINÁRIA ►►►►LEGAL (Arts. 79 a 103, CC): a) Bens considerados em si mesmos. b) Bens reciprocamente considerados. c) Bens ao titular do domínio. CLASSIFICAÇÃO: ►►►►DOUTRINÁRIA: a) Corpóreos/Materiais: são aqueles que possuem existência física, são os percebidos pelos sentidos. Exemplos: imóveis, jóias, carro, dinheiro. CLASSIFICAÇÃO: ►►►►DOUTRINÁRIA: b) Incorpóreos/Imateriais: são aqueles que possuem existência abstrata e que não podem ser percebidos pelos sentidos. Exemplos: propriedade literária, o direito do autor, a propriedade industrial (marcas e patentes). CLASSIFICAÇÃO: LEGAL (Arts. 79 a 103, CC): Diferentes Classes de Bens: a) Bens considerados em si mesmos (Arts. 79 a 91, CC) b) Bens reciprocamente considerados (Arts. 92 a 97, CC) c) Bens ao titular do domínio (Arts. 98 a 103, CC) Bens considerados em si mesmos (Arts. 79 a 91, CC) ●IMÓVEIS ●MÓVEIS ●FUNGÍVEIS ●INFUNGÍVEIS ●CONSUMÍVEIS ●INCONSUMÍVEIS ●DIVISÍVEIS ●INDIVISÍVEIS ●SINGULARES ●COLETIVOS QUANTO A MOBILIDADE: IMÓVEIS (79 a 81, CC) MÓVEIS (82 a 84, CC) - IMÓVEIS: São aqueles que não podem ser removidos, transportados, de um lugar para o outro, sem a sua destruição. Dividem-sem em: a) por natureza: é o solo e tudo quanto se lhe incorporar naturalmente. QUANTO A MOBILIDADE: IMÓVEIS (79 a 81, CC) MÓVEIS (82 a 84, CC) - IMÓVEIS: b) por acessão física, industrial ou artificial: tudo quanto o homem incorporar permanentemente ao solo, não podendo removê-lo sem destruição, modificação ou dano. PESQUISA: o dono do solo será, também, o dono do subsolo? QUANTO A MOBILIDADE: IMÓVEIS (79 a 81, CC) MÓVEIS (82 a 84, CC) - IMÓVEIS: não perdem o caráter de imóvel (ou seja, continuam sendo imóveis): * as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem removidas para outro local (art. 81, I, CC). * os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem (art. 81, II). QUANTO A MOBILIDADE: IMÓVEIS (79 a 81, CC) MÓVEIS (82 a 84, CC) - IMÓVEIS: c) por determinação legal: tais bens são considerados como imóveis, para que possam receber melhor proteção jurídica (art. 80, CC). - os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram (hipoteca, servidão). - direito à sucessão aberta (de cujus). QUANTO A MOBILIDADE: IMÓVEIS (79 a 81, CC) MÓVEIS (82 a 84, CC) - MÓVEIS: são aqueles que podem ser removidos, transportados, de um lugar para outro, por força própria ou estranha, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social (art. 82, CC). a) por natureza: podem ser transportados sem a sua destruição, por força própria (semoventes-animais) ou alheia. QUANTO A MOBILIDADE: IMÓVEIS (79 a 81, CC) MÓVEIS (82 a 84, CC) - MÓVEIS: b) por antecipação: a vontade humana pode mobilizar bens imóveis em função da finalidade econômica > imóvel > mobilizado por uma intervenção humana. Exemplo: árvore - plantações QUANTO A MOBILIDADE: IMÓVEIS (79 a 81, CC) MÓVEIS (82 a 84, CC) - MÓVEIS: b) por determinação legal: art. 83, CC. - energias que tenham valor econômico. - os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes (penhor, propriedade). - os direitos pessoais de caráter patrimonial (cessão de créditos). - os direitos autorais (Lei 9.610/88). - a propriedade industrial (Lei 9.279/96). QUANTO A MOBILIDADE: - MÓVEIS: observações: - Os materiais de construção enquanto não forem nela empregados são bens móveis (telhas, tijolos). - As árvores enquanto ligadas ao solo são bens imóveis por natureza, exceto se se destinam ao corte (convertem-se, neste caso, em móveis por antecipação). PESQUISA: os navios e aeronaves são bens móveis ou imóveis? QUANTO À FUNGIBILIDADE: FUNGÍVEIS (85, CC) INFUNGÍVEIS - INFUNGÍVEIS (SUBSTITUÍVEIS): São os que não podem ser substituídos por outros do mesmo gênero, qualidade e quantidade. QUANTO À FUNGIBILIDADE: FUNGÍVEIS (85, CC) INFUNGÍVEIS - FUNGÍVEIS (SUBSTITUÍVEIS): São os que podem ser substituídos por outros do mesmo gênero, qualidade e quantidade. QUANTO À FUNGIBILIDADE: FUNGÍVEIS (85, CC) INFUNGÍVEIS PARA FACILITAR E NÃO ESQUECER: Os bens imóveis só podem ser infungíveis. Os bens móveis podem ser fungíveis ou infungíveis. QUANTO À FUNGIBILIDADE: FUNGÍVEIS (85, CC) INFUNGÍVEIS CONSEQUENCIAS PRÁTICAS: - LOCAÇÃO (aluguel) - COMODATO (empréstimo de bens infungíveis) - MÚTUO (empréstimo de bens fungíveis) QUANTO À CONSUNTIBILIDADE: CONSUMÍVEIS (86, CC) INCONSUMÍVEIS - CONSUMÍVEIS: São bens móveis, cujo uso importa na destruição imediata da própria coisa. Admitem um uso apenas. QUANTO À CONSUNTIBILIDADE: CONSUMÍVEIS (86, CC) INCONSUMÍVEIS - INCONSUMÍVEIS: São os que proporcionam reiterados usos, permitindo que se retire toda a sua utilidade, sem atingir sua integridade. QUANTO À DIVISIBILIDADE: DIVISÍVEIS (87, CC) INDIVISÍVEIS - DIVISÍVEIS: São os que podem se partir em porções reais e distintas, formando cada qual um todo perfeito. QUANTO À DIVISIBILIDADE: DIVISÍVEIS (87, CC) INDIVISÍVEIS - INDIVISÍVEIS: São os que não podem ser partidos em porções, pois deixariam de formar um todo perfeito. QUANTO À INDIVIDUALIDADE: SINGULARES (89, CC) COLETIVOS (90, 91, CC) - SINGULARES: São aqueles representados por uma unidade autônoma, independentemente dos demais. - Podem ser simples (ligados naturalmente) ou compostos (artificialmente). QUANTO À INDIVIDUALIDADE: SINGULARES (89, CC) COLETIVOS (90, 91, CC) - COLETIVOS: São aqueles agregados em um todo, compostos de vários bens singulares, considerados em conjunto. QUANTO À INDIVIDUALIDADE: SINGULARES (89, CC) COLETIVOS (90, 91, CC) - COLETIVOS: a) Universalidade de fato: conjunto de bens singulares, corpóreos e homogêneos, ligados entre si pela vontade humana. QUANTO À INDIVIDUALIDADE: SINGULARES (89, CC) COLETIVOS (90, 91, CC) - COLETIVOS: b) Universalidade de direito: conjunto de bens singulares, corpóreos e heterogêneos ou até incorpóreos, a que a norma jurídica, com o intuito de produzir certos efeitos, dá unidade. Exemplos: patrimônio (conjunto de bens), espólio, empresas (direitos e obrigações). Bens reciprocamente considerados (Arts. 92 a 97, CC) ●PRINCIPAIS ●ACESSÓRIOS - PRINCIPAIS (art. 92, CC): São os que existem por si, abstrata ou concretamente, independente de outros. Bens reciprocamente considerados (Arts. 92 a 97, CC) - ACESSÓRIOS (art. 92, CC): São aqueles cuja existência pressupõe a existência de um bem principal. Bens reciprocamente considerados (Arts. 92 a 97, CC) REGRA IMPORTANTE: O ACESSÓRIO SEGUE O PRINCIPAL - ACESSÓRIOS: São bens acessórios: 1 – Frutos (art. 95, CC): são as utilidades que a coisa produz periodicamente; nascem e renascem da coisa e cuja percepção mantém intacta a substância do bem que as gera. Podem ser: a) Naturais: por força própria (frutas, crias de animais, ovos). Bens reciprocamente considerados (Arts. 92 a 97, CC) b) Industriais: por força humana (produção de uma fábricas). c) Civis: relacionado com um direito (juros de poupança, aluguéis). d) Pendentes: não adquiridos, ligados ao bem que os produziu (plantação). e) Percebidos: adquiridos, já separados (frutas colhidas). Bens reciprocamente considerados (Arts. 92 a 97, CC) - ACESSÓRIOS (art. 92, CC): São bens acessórios: 2 – Produtos: são as utilidades que se extraem dacoisa, alteram a substância da coisa, com a diminuição da quantidade até o seu esgotamento, porque não se reproduzem ( pedras de uma pedreira, minerais de uma jazida, carvão mineral). Bens reciprocamente considerados (Arts. 92 a 97, CC) - ACESSÓRIOS: São bens acessórios: 3 – Pertenças (art. 93, CC): não constituindo partes integrantes (como os frutos, produtos e benfeitorias), se destinam de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro. Exemplos: instrumentos agrícolas, os animais, moldura de um quadro; um trator destinado a uma melhor exploração de propriedade agrícola. Bens reciprocamente considerados Partes integrantes: aquelas que se forem retiradas do bem principal afetam a sua estrutura (janelas e portas em uma casa). Bens reciprocamente considerados (Arts. 92 a 97, CC) 4 - Benfeitorias (arts. 96 e 97, CC): são obras ou despesas que se fazem em um bem móvel ou imóvel, para conservá-lo, melhorá-lo ou embelezá-lo. Podem ser: - VOLUPTUÁRIAS - ÚTEIS - NECESSÁRIAS Bens reciprocamente considerados (Arts. 92 a 97, CC) Voluptuárias(art. 96, §§§§ 1, CC): são as de mero embelezamento, recreio ou deleite, que não aumentam o uso da coisa (uma pintura artística, ajardinamento, piscina, churrasqueira). Bens reciprocamente considerados (Arts. 92 a 97, CC) Úteis (art. 96, §§§§ 2, CC): são as que aumentam ou facilitam o uso da coisa (garagem, edículas, instalação de aparelho hidráulico moderno). Bens reciprocamente considerados (Arts. 92 a 97, CC) Necessárias (art. 96, §§§§ 3, CC): são as que têm por fim conservar ou evitar que o bem se deteriore (reforços em alicerces, restauração de assoalhos, reforma de telhados, substituição de vigamento podre). Bens reciprocamente considerados (Arts. 92 a 97, CC) Importância (posse): - boa-fé: indenização das necessárias e úteis, com direito de retenção; as voluptuárias não são indenizadas, mas pode retirá-las. - má-fé: somente serão ressarcidas as necessárias. Bens reciprocamente considerados (Arts. 92 a 97, CC) Bens reciprocamente considerados (Arts. 92 a 97, CC) BENFEITORIAS BOA-FÉ MÁ-FE NECESSÁRIAS SIM SIM ÚTEIS SIM NÃO VOLUPTUÁRIAS NÃO, RETIRA NÃO Bens em relação ao titular do domínio PARTICULARES PÚBLICOS (Arts. 98 a 103, CC) - PARTICULARES: São os que pertencem às pessoas naturais ou pessoas jurídicas de direito privado. - PÚBLICOS: São os que pertencem a uma entidade de direito público. Bens em relação ao titular do domínio - PÚBLICOS: Classificação: a) Uso comum do povo: utilização do público em geral; podem ser usados sem restrições por todos, sem necessidade de permissão especial. Bens em relação ao titular do domínio - PÚBLICOS: Classificação: b) Uso Especial: utilizados pelo próprio poder público para a execução de serviço público (destinação especial). Bens em relação ao titular do domínio - PÚBLICOS: Classificação: c) Dominicais: são os outros bens públicos por exclusão, fazem parte do patrimônio disponível. Bens em relação ao titular do domínio - PÚBLICOS: Características: ► Inalienabilidade (art. 100, CC - regra). ►Exceção: art. 101, CC. ►Usucapião: não - conforme art. 102, CC (art. 183, § 3º c/c art. 191, Parágrafo único). ► Impenhorabilidade. ►Uso: gratuito ou retribuídos. 01. Assinale a alternativa incorreta: a) os bens móveis se adquirem pela transcrição. b) os direitos do autor são considerados bens móveis por força de lei. c) o mútuo é um contrato de empréstimo de coisas fungíveis. d) o módulo rural é um bem indivisível. e) o comodato é um contrato de empréstimo gratuito de bens infungíveis. Exercício 02. Pela regra “o acessório segue o principal”, podemos afirmar: a) o principal não existe sem o acessório. b) principal e acessório formam sempre um único bem que não poderá ser desmembrado. c) a propriedade do principal pertencerá como regra à mesma pessoa que tem a propriedade do acessório. d) sendo considerado nulo o acessório (nos contratos), nulo será também o principal. e) frutos são considerados como benfeitorias úteis. 03. Assinale a alternativa incorreta: a) as árvores, os frutos pendentes e o espaço aéreo são considerados como sendo bens imóveis. b) os prédios de apartamentos podem sem classificados como sendo bens imóveis por acessão física. c) os materiais provisoriamente separados de um prédio para nele se reempregarem são considerados como bens imóveis. d) os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem nela empregados, conservam sua qualidade de bens móveis. e) são considerados bens imóveis: os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram, bem como a hipoteca e o penhor. 04. João comprou um relógio e inclusive efetuou parte de seu pagamento. Ocorre que o vendedor ainda não fez a entrega do bem. Nesse caso podemos dizer que: a) João é o proprietário do relógio e pode exigir a sua entrega imediata. b) João ainda não é o proprietário do relógio, mas o contrato de compra e venda está perfeito. c) João somente será o proprietário quando tiver pago a totalidade do valor do relógio. d) João apesar de já ser o proprietário, deve exigir a posse para que o contrato seja reputado perfeito. e) João somente será reputado proprietário quando houver a transcrição do bem, ou seja, com a entrega. 05. São benfeitorias: voluptuária, necessária e útil, na respectiva ordem: a) a construção de uma edícula nos fundos da casa, a instalação de uma piscina na casa e uma pintura artística. b) a pintura do imóvel para sua impermeabilização, o conserto de um encanamento rompido e a instalação de uma antena parabólica. c) o ajardinamento de uma residência, o conserto do telhado da casa e a construção de uma garagem. d) a colocação de piso de mármore na casa, a pintura interna do apartamento e a instalação de uma sauna nos fundos da casa. e) a construção de uma piscina, o conserto do piso da casa que ameaça ceder e uma pintura de um mural na casa, com finalidade artística.
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