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Resumo Aula Penal III

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Raquel Maria Cupertino Machado 
 
 
 
 
marycupertino@hotmail.com 
Faculdade FTC – Feira de Santana 
Matéria: Penal III Docente: Camila 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMES 
 
 
1 - Quanto a Qualidade do Sujeito 
Comuns ou Gerais 
São aqueles que podem ser praticados por qualquer pessoa, não se 
exigindo condição especial. 
Ex.: Art. 121 (Homicídio). 
Crimes Próprios ou 
Especiais 
São aqueles em que o tipo penal exige uma situação fática ou jurídica 
diferenciada por parte do sujeito ativo. 
Ex.: Crime de Peculato. 
Crimes de 
Mão Própria 
São aqueles que somente poderão ser praticados pela pessoa 
expressamente indicado no tipo penal. 
Ex.: Falso Testemunho. 
 
2 - Quanto a Estrutura da Conduta Delineada pelo Tipo Penal 
Crime Simples 
É aquele que se acomoda em um único tipo penal. 
Ex.: Furto 
Crime Completo 
Se amolda na união de dois ou mais tipos penais. 
Ex.: Furto + Ameaça ou roubo; Furto + Lesão Corporal 
 
3 - Quanto a relação entre a conduta e o resultado naturalístico 
Crimes Materiais ou 
Causais 
São aqueles que o tipo penal aloja em seu interior uma conduta e um 
resultado necessário, cuja a consumação reclama esse resultado. Ex. 
Homicídio. 
Crimes Formais ou de 
Consumação 
Antecipada 
O tipo Penal contém em seu bojo uma conduta e um resultado naturalístico, 
mas esse último é desnecessário para a consumação. 
Ex.: Extorsão mediante sequestro. 
Crimes de Mera 
Conduta ou de 
Simples Atividade 
O tipo penal se limita a descrever uma conduta sem resultado nenhum. 
Ex.: Crime de ato obsceno; Embriaguez ao volante. 
 
Raquel Maria Cupertino Machado 
 
 
 
 
marycupertino@hotmail.com 
4 - Quanto ao momento que se consuma o crime: 
Crime instantâneo ou 
de estado 
É aquele que, uma vez consumado, está encerrado, a consumação não se 
prolonga. Isso não quer dizer que a ação seja rápida, mas que a 
consumação ocorre em determinado momento e não mais prossegue. 
Ex.: Homicídio ou furto. 
Crime permanente 
A consumação se prolonga no tempo por vontade do agente. 
Ex.: Sequestro. 
Crimes instantâneo de 
efeitos permanentes 
Ocorrem quando, consumada a infração em dado momento, os efeitos 
permanecem, independentemente da vontade do sujeito ativo. Na bigamia 
(art. 235), não é possível aos agentes desfazer o segundo casamento. 
 
 
5 - Quanto ao número dos agentes envolvidos: 
Crimes Unissubjetivos 
ou de concurso 
eventual 
São praticados por um único agente. 
Crime plurissubjetivo 
ou de concurso 
necessário 
O tipo penal reclama a pluralidade de agentes em concurso necessário 
obrigatório. 
Ex. Quadrilha 
Crimes eventuais 
coletivos 
São aqueles em que, não obstante o seu caráter unilateral, a diversidade 
de agentes atua como causa de majoração da pena. 
Ex: furto qualificado. 
 
6 - Quanto ao número de vítimas: 
Crime de 
subjetividade única 
Aquele que há uma única vítima: Ex.: Estupro 
Crimes de 
subjetividade passiva 
Tipo penal prevê duas ou mais vítimas: Ex.: Violação de correspondência. 
 
7 - Quanto ao grau de intensidade do resultado 
Crimes de dano 
ou de lesão 
A consumação somente se efetiva com a lesão do bem jurídico tutelado: 
Ex.: Lesão corporal 
Crimes de Perigo 
Consuma-se com a mera exposição do bem jurídico tutelado a uma 
situação de perigo. 
Subdividem-se em: 
Raquel Maria Cupertino Machado 
 
 
 
 
marycupertino@hotmail.com 
Crime de perigo abstrato: Basta a prática da conduta, havendo 
presunção juris et de jure de exposição a perigo de dano. 
Ex.: tráfico de drogas. 
Crimes de perigo concreto Consuma-se com a efetiva comprovação da 
exposição a perigo. 
Ex: crime de perigo para a vida ou saúde de outrem, art. 132. 
 
8 - Quanto ao número de atos executórios que integram a conduta 
Crime unissubsistente 
A conduta se revela o único ato de execução capaz, por si só levar a 
consumação. 
Ex.: Crime contra a honra. (Em regra não admite tentativa) 
Crime 
plurissubsistente 
A conduta se exterioriza por meio de dois ou mais atos, que devem somar-
se para produzir a consumação. 
Ex.: Homicídio com golpes de facas 
 
 
9 – Com relação a forma que é praticado o crime 
Crime comissivo ou 
de ação 
É praticado mediante conduta positiva. 
Ex.: Roubo 
Crime omissivo 
Cometido por meio de uma conduta negativa, uma inação. 
Subdividem-se em: 
Crime omissivo próprio ou puro: a omissão está contida no tipo penal, 
prevendo a conduta negativa como forma de praticar o delito. Não há 
dever jurídico de agir, portanto, qualquer pessoa que se encontre na 
posição indicada pelo tipo penal responderá apenas pela omissão, e não 
pelo resultado naturalístico. Ex: omissão de socorro, art. 135. 
Crime omissivo impróprio, espúrio ou comissivo por omissão: o tipo 
penal aloja uma conduta positiva, e o agente, que tem o dever jurídico de 
evitar o resultado, realiza uma conduta negativa, respondendo 
penalmente pelo resultado naturalístico. Ex: mãe que mata filho por não 
amamentá-lo. 
Crime omissivo por comissão: nesse caso, há uma ação provocadora 
da omissão. Grande parte da doutrina não reconhece essa categoria de 
delito. 
Crime omissivo "quase-impróprio": essa classificação, ignorada pelo 
direito penal pátrio, diz respeito à omissão que não produz lesão ao bem 
jurídico, mas apenas um perigo de lesão, abstrato ou concreto. 
Raquel Maria Cupertino Machado 
 
 
 
 
marycupertino@hotmail.com 
10 – Quanto ao modo de execução 
Crime de forma livre 
 
Admitem qualquer meio de execução. 
Ex.: ameaça, art. 147. 
Crime de forma 
vinculada 
Somente pode ser praticado através dos meios indicados pelo tipo 
penal. 
Ex.: perigo de contágio venéreo (CP, art. 130). 
 
11 – Quanto ao número de bens jurídicos atingidos: 
Crimes mono-
ofensivos 
Ofendem a um único bem jurídico. 
Ex.: furto (viola o patrimônio). 
Crimes pluriofensivos 
Atingem dois ou mais bens jurídicos. 
Ex.: latrocínio (vida e patrimônio). 
 
12 – Quanto a existência autônoma do crime 
Crimes principais 
Aqueles que possuem existência autônoma, independendo da prática de 
crime anterior. Ex.: estupro. 
Crimes acessórios, de 
fusão ou parasitórios 
Dependem da prática de crime anterior para a sua existência. 
Ex.: receptação (CP, art. 180). 
 
13 – Quanto a necessidade de exame de corpo de delito como prova 
Crime transeunte 
São aqueles que não deixam vestígios materiais. Ex: ameaça, calúnia, 
desacato. Nesse caso, não se realiza perícia. 
Crime não transeunte 
Deixam vestígios materiais. 
Ex.: Homicídio. Nesse caso, a falta de exame de corpo de delito acarreta 
a nulidade da ação penal. 
 
14 – Quanto ao local em que o crime é praticado 
Crimes à distância 
São aqueles em que conduta e resultado ocorrem em países diversos. 
Ante a adoção da teoria da ubiqüidade quanto ao lugar do crime, a conduta 
ou o resultado ocorrendo em território nacional, aplica-se a legislação penal 
pátria. 
Crimes plurilocais 
A conduta e o resultado se desenvolvem em comarcas diversas, 
sediadas no mesmo país. Nesse caso, opera-se a teoria do resultado 
adotada pelo CPP, em seu art. 70, como competência para aplicação da 
lei penal. 
Raquel Maria Cupertino Machado 
 
 
 
 
marycupertino@hotmail.com 
Crimes em trânsito 
Somente uma parte da conduta ocorre em outro país, sem lesionar ou 
expor a perigo bem jurídicos das pessoas que nele vivem. 
Ex.: Argentino envia carta com ofensa à americano, e a carta passa por 
território brasileiro. 
 
15 – QUANTO AO VÍNCULO EXISTENTE ENTRE OS CRIMES: 
Crimes independentesNão apresentam nenhuma ligação com outros delitos. 
Crimes Conexos 
Ocorre uma ligação dos delitos entre si. Essa conexão pode ser 
penal ou processual. A conexão penal, que nos interessa, divide-se em: 
Conexão teleológica ou ideológica: o crime é praticado para assegurar 
a execução de outro delito. 
Conexão consequencial ou causal: o crime é cometido na sequência de 
outro, para assegurar a impunidade, ocultação ou vantagem de outro 
delito. 
Essas duas espécies possuem previsão legal, servindo como agravantes 
do crime (em caso de homicídio, servem como qualificadoras), CP, art. 61. 
Conexão ocasional: o crime é praticado como consequência da 
ocasião, proporcionada pela prática do crime antecedente. 
Ex.: estupro praticado após o roubo. Trata-se de criação doutrinária, sem 
amparo legal. 
 
16 – Quanto a liberdade para iniciar ação penal 
Crimes condicionados 
A inauguração da persecução penal depende de uma condição objetiva 
de procedibilidade. A legislação expressamente indica essa hipótese. 
Crimes 
incondicionados 
A instauração da persecução penal é livre, podendo o Estado iniciá-la 
sem nenhuma autorização. 
 
15 – Outras classificações 
a) Crime Gratuito 
É o crime praticado sem motivo conhecido. Não se confunde com motivo 
fútil, pois neste há motivação, porém, desproporcional ao crime praticado. 
b) Crime de ímpeto 
É o cometido sem premeditação, como decorrência da reação emocional 
repentina. 
c) Crime exaurido 
É aquele que o agente, após alcançada a consumação, insiste emagredir 
o bem jurídico já ferido. Não constitui novo crime, mas apenas no 
desdobramento da conduta perfeita e acabada. 
Raquel Maria Cupertino Machado 
 
 
 
 
marycupertino@hotmail.com 
d) Crime de atentado 
É aquele que a lei pune igualmente o delito consumado e sua forma 
tentada. Ex: CP, art. 352 – “evadir-se, ou tentar evadir-se...” 
e) Crime de opnião 
Cometido com excesso abusivo na manifestação do pensamento, seja 
pela forma escrita ou verbal. 
f) Crime multitudinário 
É aquele praticado pela multidão, em tumulto. A lei não define o que 
seria multidão, assim, analisa-se o caso concreto. No direito canônico, 
exigia-se, no mínimo, 40 pessoas. 
g) Crime vago 
É aquele em que o sujeito passivo é destituído de personalidade 
jurídica, como a família, sociedade, etc. 
h) Crime internacional 
Aquele que o Brasil, por tratado ou convenção devidamente incorporado 
ao ordenamento pátrio, se comprometeu a punir. 
Ex.: CP, art. 231 – tráfico de pessoas. 
i) Crime habitual 
É o que se consuma com a prática reiterada e uniforme de vários 
atos que revelam um indesejável estilo de vida do agente. 
Ex.: CP, art. 282 – medicina ilegal. 
j) Crime hediondo 
É todo delito que se enquadra no art. 1º da Lei 8.072/1990, na forma 
consumada ou tentada. Adoção do critério legal. 
k) Crime de ação 
violetanta 
É o cometido mediante o emprego de violência ou grave ameaça. 
Ex.: roubo. 
l) Crime de ação 
astuciosa 
É o praticado por meio de fraude, engodo. 
Ex.: estelionato. 
m) Crime falho 
É a denominação doutrinária da tentativa perfeita ou acabada. O agente 
esgota os meios executórios, mas a consumação não se dá por 
circunstancias alheias à sua vontade. 
n) Crime putativo 
Aquele onde o agente acredita ter realmente praticado um crime, mas na 
verdade, houve um indiferente penal. Trata-se de um não-crime por erro 
de tipo, erro de proibição ou por obra de agente provocador. 
o) Progressão 
criminosa 
Verifica-se com a mutação do dolo do agente, que, inicialmente, desejava 
o delito menos grave, mas, após a sua consumação, decide progredir na 
conduta, praticando o mais grave. Também aplica-se o princípio da 
consunção. 
p) Crimes funcionais 
São aqueles que o tipo penal exige seja o autor funcionário público. 
Dividem-se em próprios (cuja condição funcional é indispensável para a 
tipicidade do ato) e impróprios (se ausente a qualificação funcional, 
desclassifica-se para outro delito). 
 
 
Raquel Maria Cupertino Machado 
 
 
 
 
marycupertino@hotmail.com 
 
Dos crimes contra a Pessoa 
 
Art. 121 – Homicídio 
Art. 123 – Infanticídio 
Art. 124 a 127 – Aborto 
Art. 122 – Induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio 
 Capítulo I – Dos crimes contra a vida 
 
1 - Homicídio – Art. 121, CP 
Homicídio simples 
Art. 121. Matar alguem: 
Pena - reclusão, de seis a vinte anos. 
Caso de diminuição de pena: 
§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob 
o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode 
reduzir a pena de um sexto a um terço. 
Conceito: É a injusta morte de uma pessoa praticada por outrem. 
Lei 872/90 – Crimes hediondos 
Art. 121, § 2 – Homicídio qualificado 
 
Obs.: Trata-se de crime hediondo o homicídio praticado em atividade típica do grupo de 
extermínio, ainda que por um só agente e o homicídio qualificado. 
 
 
Raquel Maria Cupertino Machado 
 
 
 
 
marycupertino@hotmail.com 
2 – Homicídio Simples – 6 à 20 anos 
2.1 – Sujeitos do Crime 
Qualquer pessoa, isolada ou associada a outra, pode praticar o delito de homicídio, não exigindo 
o tipo penal nenhuma condição particular (crime comum). Sujeito passivo é o ser vivo nascido 
de uma mulher. 
 
2.2) Conduta 
A conduta típica consiste em tirar a vida de alguém. 
 
2.3) Voluntariedade 
É o dolo genérico, direto e eventual. 
 Elemento subjetivo: Não tendo uma intenção é um dolo genérico. 
 
2.4) Consumação e tentativa 
Crime Material – Delito plurissubsistente (sua execução poderá ser fracionada) 
O homicídio atinge sua consumação com a morte da vítima (resultado naturalístico). Podendo a 
execução do crime ser fracionada em vários atos, a tentativa mostra-se perfeitamente possível 
quando o resultado da morte não acontece por circunstâncias alheias a vontade dos agentes. 
 
3 – Privilegiadoras 
3.1) Homicídio privilegiado (caso de diminuição da pena) 
Art. 121, §1, CP: Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante 
valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a 
injusta provocação da vítima, ou juiz pode reduzir a pena de um sexto a um 
terço. 
 
 
Privilegiadoras ligadas a razão de ser do crime: 
Diz respeito aos interesses de toda uma coletividade, logo, nobre e altruístico. 
 
Raquel Maria Cupertino Machado 
 
 
 
 
marycupertino@hotmail.com 
 Motivo de relevante valor moral: 
Liga-se aos interesses individuais, particulares do agente, entre eles os sentimentos de 
piedade, misericórdia e compaixão. 
 
 Privilegiadora ligada ao estado anímico do agente (homicídio emocional): 
 Requisitos: A emoção não deve ser leve e passageira; 
 Exige-se que o revide seja imediato sem hiato temporal, devendo perdurar o estado de 
violenta emoção; 
 A provocação não traduz necessariamente agressão, compreendendo quaisquer 
condutas incitantes, desafiadoras e injuriosas. 
 Trata-se de direito subjetivo do condenado 
Obs.: Caso o agente contrate uma pessoa para executar aquele que o ofendeu; Serão 
enquadrados no art. 121, §2, I – Mediante paga ou promessa de recompensa. Responderão 
pelo mesmo crime qualificado. Baseado na interpretação analógica. 
 
4 – Homicídio Qualificado 
Art. 121. Matar alguém: 
§ 2º Se o homicídio é cometido: 
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe; 
II - por motivo futil; 
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou 
de que possa resultar perigo comum; 
IV - à traição,de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne 
impossivel a defesa do ofendido; 
V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime: 
Pena - reclusão, de doze a trinta anos. 
Feminicídio 
VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino: 
VII - contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, 
integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da 
função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo 
até terceiro grau, em razão dessa condição: 
Pena - reclusão, de doze a trinta anos. 
§ 2o-A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve: 
I - violência doméstica e familiar; 
II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher. 
Raquel Maria Cupertino Machado 
 
 
 
 
marycupertino@hotmail.com 
 Circunstâncias subjetivas (Intenção / motivo) 
I, II, V, VI E VII 
 
 Circunstâncias objetivas (modo de execução, podendo ser privilegiado) 
III e IV 
 
I – Mediante paga ou promessa de recompensa, ou por motivo torpe: 
Ocorre a razão do delito for vil, ignóbil, repugnante, abjeta. 
Trata-se do clássico homicida mercenário e de delito com concurso necessário, no qual 
responderão mandante e executor. 
 
II – Por motivo fútil: 
Qualifica o crime de homicídio por motivo fútil o motivo que apresenta real desapropriação entre 
o delito e sua causa moral. 
 
III – Com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou 
cruel, ou de que possa resultar em perigo comum: 
1) Venefício – O agente para alcançar a morte da vítima utiliza substância capaz de 
perturbar ou destruir as funções vitais do organismo humano; 
2) A utilização de fogo ou explosivo revela o modo especialmente perverso escolhido pelo 
agente, podendo colocar em risco um número indeterminado de pessoas. 
3) A asfixia é o impedimento por qualquer meio da passagem do ar pelas vias respiratórias, 
acarretando a falta de oxigênio no sangue. 
4) Tortura demostra a expressiva crueldade e a índole depravada do agente, que provoca 
na vítima sofrimento desnecessário. 
 
IV – A traição, de emboscada ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou 
torne impossível a defesa do ofendido. 
É ataque desleal, repentino e inesperado. Ex.: Atirar na vítima pelas costas. 
Emboscada pressupõem o ocultamento do agente, que ataca a vítima com surpresa. 
Dissimulação – Significa fingimento, ocultando o agente a sua intenção hostil. 
Raquel Maria Cupertino Machado 
 
 
 
 
marycupertino@hotmail.com 
V – Para assegurar a execução, a ocultação, a impunibilidade ou a vantagem de outro 
crime. 
O inciso V enuncia hipóteses de conexão entre o crime de homicídio e outros delitos. A doutrina 
subdivide entre: 
Teológica – homicídio praticado para assegurar a execução de outro crime. 
Consequencial – assegurar a ocultação, impunidade ou vantagem. 
 
VI – Feminicídio – (Art. 121, inciso 6 e Art. 121 § IV c.c. Lei 11.340/2006 Art. 5º) 
Entende-se por feminicídio a morte da mulher em razão da condição do sexo feminino. A 
incidência da qualificadora reclama situação de violência praticada em contexto caracterizado 
por relação de poder e submissão, praticado por homem ou mulher sobre mulher em situação 
de vulnerabilidade. O § 2 A foi acrescentado para esclarecer quando a morte da mulher deve ser 
considerada em razão da condição do sexo feminino. 
VII – Contra autoridade ou agente de segurança pública (homicídio funcional) 
A) Art. 142 CF abrange as forças armadas. 
B) Art. 144, CF disciplina os órgãos de segurança pública. 
C) Integrantes do sistema prisional. 
D) Integrantes da força nacional de segurança pública 
E) Contra conjugues, companheiros, parentes consanguíneos de terceiro grau de algum 
dos agentes acima mencionados. 
Obs.: Pluralidade de circunstâncias qualificadoras: 
Basta uma única circunstancia qualificadora para se deslocar a conduta do caput para o §2. 
Resta saber então, que função assumiriam as demais qualificadoras. Uma será considerada 
qualificadora e as demais como circunstâncias agravantes se prevista em lei. Não havendo 
previsão legal o juiz as considera para fixar a pena base. 
 
5 – Homicídio Qualificado Privilegiado 
Convencionou-se ser perfeitamente possível a coexistência das circunstâncias privilegiadoras, 
qualificadoras de natureza objetiva. Esse é entendimento adotado pelos tribunais superiores. O 
STJ entende que por falta de previsão legal o homicídio qualificado privilegiado não integra o rol 
dos denominados crimes hediondos. 
Raquel Maria Cupertino Machado 
 
 
 
 
marycupertino@hotmail.com 
6 – Homicídio doloso majorado 
Art. 121, §4: § 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta 
de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar 
imediato socorro à vítima, não procura diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge para evitar 
prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime 
é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. 
Aumenta-se a pena do homicídio quando praticado contra pessoa menor que quatorze ou maior 
de sessenta anos. Considera-se a idade da vítima no momento da ação ou omissão, 
independentemente do tempo de resultado. 
 
5.1 – Milícia privada ou grupo de extermínio: 
Art. 121, §6: A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado por 
milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de 
extermínio. 
Milícia privada: Entende-se grupo de pessoas armadas, tendo como finalidade devolver a 
segurança retirada das comunidades mais carentes restaurando a paz. 
Grupo de extermínio: Entende-se a reunião de pessoas, matadores, que atuam na ausência do 
Poder Público tendo como finalidade a matança generalizada, chacina de pessoas supostamente 
etiquetadas como marginais. 
 
5.2 – Feminicídio: 
Art. 121, §7: A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime 
for praticado: 
I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto; 
II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos ou com 
deficiência; 
III - na presença de descendente ou de ascendente da vítima. 
A pena de feminicídio é aumentado de 1/3 a metade. 
Raquel Maria Cupertino Machado 
 
 
 
 
marycupertino@hotmail.com 
Durante a gestação ou os 3 meses após o parto: O aborto não é pressuposto da causa de 
aumento e, caso o homicídio decorra a morte do ser humano em gestação o agente responderá 
em concurso formal pelo homicídio majorado e pelo aborto. 
 
6 – Homicídio culposo 
§ 3º Se o homicídio é culposo: 
Pena - detenção, de um a três anos. 
§ 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de 
inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar 
imediato socorro à vítima, não procura diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge para evitar 
prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime 
é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. 
§ 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as 
conseqüências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se 
torne desnecessária. 
§ 6º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticadopor milícia 
privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de extermínio. 
 
Conceito: Ocorre quando o agente, manifesta imprudência, negligência ou imperícia, 
provocando com sua conduta resultado lesivo morte. 
A) Imprudência: É a precipitação, agindo o agente sem os cuidados que o caso requer. 
B) Negligência: É a ausência de precaução, diferentemente da imprudência a negligência e a 
negativa, implica em omissão. 
C) Imperícia: É a falta de aptidão técnica para o exercício de arte ou proteção. 
 
 
Raquel Maria Cupertino Machado 
 
 
 
 
marycupertino@hotmail.com 
6.1 – Homicídio culposo majorado: 
Art,. 121, § 4o: No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime 
resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de 
prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge 
para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) 
se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. 
A) Inobservância de norma técnica de profissão, arte ou oficio: Nesta hipótese diferentemente 
da imperícia, o agente acaba por provocar a morte de alguém em razão do seu descaso, 
deliberadamente desatendendo aos conhecimentos técnicos. * Culpa profissional – Se o 
médico por descuidado corta uma artéria do paciente, causando-lhe a morte, esta 
configurada a agravante. Ele tinha conhecimento técnico, mas não observou. 
B) Omissão de socorro: Quando o agente agindo com culpa deixa de prestar socorro a vítima, 
podendo faze-lo e não havendo qualquer risco pessoal a ele. 
C) Não procura diminuir as consequências de comportamento: Se o agente não procura 
diminuir as consequências do seu ato de modo a evitar o resultado delituoso terá sua pena 
majorada. 
D) Foge para evitar a prisão em flagrante: A fuga, para evitar prisão em flagrante representa 
em esquivamento da responsabilidade pelo ato praticado, demonstra o agente falta de 
escrúpulos. 
 Existe corrente contrária, vedando à autoincriminação: “nemo tenetur se detergere”. 
O princípio "nemo tenetur se detegere" (o direito de não produzir prova contra si 
mesmo) está consagrado pela constituição, assim como pela legislação 
internacional, como um direito mínimo do acusado, sendo de fundamental 
importância seu cumprimento, pois este é um direito fundamental do cidadão. 
 
 
 
Raquel Maria Cupertino Machado 
 
 
 
 
marycupertino@hotmail.com 
7 - Perdão Judicial 
Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: 
I - pela morte do agente; 
II - pela anistia, graça ou indulto; 
III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso; 
IV - pela prescrição, decadência ou perempção; 
V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada; 
VI - pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite; 
IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei. 
É um instituto pelo qual o juiz, não obstante a uma prática de fato típico e antijurídico por um 
sujeito comprovadamente culpado, deixa de lhe aplicar o preceito sancionador cabível, levando 
em consideração determinadas circunstâncias que concorrem para determinado evento. 
 
8 – Ação Penal 
A ação penal será pública incondicionada. 
1 – Induzimento, instigação ou auxílio o suicídio: 
Art. 122 - Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o faça: 
Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma; ou reclusão, de um a três 
anos, se da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave. 
Parágrafo único - A pena é duplicada: 
Aumento de pena 
I - se o crime é praticado por motivo egoístico; 
II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência. 
Raquel Maria Cupertino Machado 
 
 
 
 
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Conceito: Trata-se da criação, prestação material ou estimulo para que outrem se auto elimine. 
Só haverá punição no caso do resultado lesivo for: Morte ou lesão corporal grave. 
2 – Sujeitos do crime: 
Qualquer pessoa pode ser sujeito ativo, não exigindo a lei nenhuma qualidade especial do 
agente. Sabendo que o suicídio se dá com a eliminação da própria vida, realizada de forma 
voluntária e consciente. Apenas pessoa capaz pode ser sujeito passivo. 
3 – Conduta 
A) Induzimento: Hipótese em que o agente faz nascer na vítima a ideia e a vontade 
mórbida. Trata-se de participação material. 
B) Instigação: Caso em que o autor reforça a vontade mórbida pré-existente na vítima. 
Também configura participação moral. 
C) Auxilio: Prestando o agente efetiva assistência material, facilitando a execução do 
suicídio, quer fornecendo, quer colocando à disposição do ofendido os instrumentos 
letais. Trata-se de prestação material. 
 Se o agente pratica duas condutas, responderá à apenas um dos delitos. No qual 
o dolo seja mais intenso. Há no caso, um crime de ação múltipla. 
 
4 – Voluntariedade: 
O Crime somente é punido a título de dolo, expressamente pelo consciente vontade de instigar, 
induzir e de favorecer alguém a ser suicida. 
É o desejo de que a vítima morra, chamado de dolo específico. Crime com dolo eventual é 
quando o pai expulsa a filha desonrada, tendo consciência de que ela poderá se suicidar. 
5 – Consumação e tentativa: 
Entende-se a doutrina que o crime se consuma com induzimento, instigação ou auxilio ao 
suicídio, ficando a punição condicionada ao resultado morte ou lesão grave. 
Em suma: Se induzir o resultado morte acontecer, pena de 2 à 6 anos; Se do induzimento, 
instigação e auxilio ao suicídio houver lesão corporal grave a pena será de 1 à 3 anos; ou 
ocorrendo a lesão corporal leve a conduta será atípica. O mesmo raciocínio se aplica se o 
indivíduo nem tentar se matar. 
 Não existe tentativa no induzimento, instigação e auxilio ao suicídio. 
Raquel Maria Cupertino Machado 
 
 
 
 
marycupertino@hotmail.com 
6 – Majorantes da pena: 
Art. 122, Parágrafo único - A pena é duplicada: 
Aumento de pena 
I - se o crime é praticado por motivo egoístico; 
II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência. 
 Regra geral: A pena será duplicada. 
a) Quando o crime for praticado para satisfazer interesses pessoas do agente. 
Ex. Buscando receber a herança do suicida. 
b) A vítima for menor, para a parcela da doutrina quando a vítima for menor de 18 anos e não 
teve discernimento dos atos praticados o autor responderá por homicídio. Para outra parcela da 
doutrina se o crime for praticado contra menor de 18 anos o autor responderá com a pena 
majorada. 
c) Em vítima que tenha diminuída, por qualquer causa a capacidade de resistência. 
Ex.: Alcoolizado 
 
7 – Ação Penal 
A ação penal é pública e incondicionada.

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