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1 Fisioterapia Pediátrica II Profa. Denise Pirillo Nicida Abordagem Fisioterápica nas Doenças Neuromusculares de Caráter Progressivo na Infância (Distrofias Musculares) uma das alterações genéticas mais comuns em todo o mundo (1:2.000 nascidos vivos) degeneração progressiva das fibras musculares, com acometimento muscular difuso causa: ausência ou falta da proteína distrofina Distrofina: liga-se à actina na região próxima da membrana celular, por complexos de proteínas, mantendo a integridade da membrana durante a contração muscular Falta/ausência de distrofina: provoca soluções focais de continuidade na membrana plasmática durante a contração muscular → necrose segmentar as fibras de maior calibre (mm tronco e MMII) apresentam maior tendência para a necrose a regeneração das fibras necróticas é intensa, mas ocorrem erros de regeneração progressivamente as fibras musculares são destruídas e substituídas por tecido fibroso e adiposo Principais tipos: - Distrofia Muscular de Duchenne - Distrofia Muscular de Becker - Distrofia Muscular do tipo Cinturas (17 subtipos) - Distrofia Muscular de Steinert - Distrofia Muscular Fácio-Escápulo-Umeral Distrofia Muscular de Duchenne 1 : 3.500 nascimentos é a mais severa autossômica recessiva ligada ao X (exclusiva do sexo masculino) 1/3 dos casos ocorre devido a uma mutação nova quando a criança foi gerada início entre os 3 e 5 anos de idade comprometimento simétrico e com início seletivo dos mm da cintura pélvica 2 Fisioterapia Pediátrica II Profa. Denise Pirillo Nicida Diagnóstico: histórico dosagem da enzima creatinofosfoquinase (CK): ↑↑ biópsia muscular: distrofina ↓ eletromiografia: padrão de miopatia Quadro clínico: período neonatal: desenvolvimento motor normal de 3 a 5 anos: quedas frequentes, dificuldade em andar, correr, subir escadas, levantar-se evolui para: presença do sinal de Gowers → fraqueza muscular proximal desequilíbrios rigidez do complexo gastrocnêmio-sóleo → pé equinovaro → marcha inadequada (região dos artelhos) hiperlordose lombar protusão abdominal marcha anserina ou de balanço pseudo-hipertrofia das panturrilhas fibrose → retrações musculares entre 8 e 12 anos: muita dificuldade para deambular: necessita de órteses para marcha fraqueza muscular do tronco → escoliose adolescência: incapacidade de deambular → cadeira de rodas auxílio nas AVDs comprometimento do músculo cardíaco → cansaço aos esforços comprometimento da musculatura ventilatória → cansaço diurno, sono irregular, anorexia, dores de cabeça (IR) entre 18 e 20 anos: assistência ventilatória constante infecções respiratórias 3 Fisioterapia Pediátrica II Profa. Denise Pirillo Nicida insuficiência respiratória complicações cardíacas evolução para óbito Tratamento fisioterápico: - manter a funcionalidade do paciente: - manutenção/melhora da força muscular → exercícios ativos sem resistência - prevenção de encurtamentos - prevenção de retrações musculares * - prevenção de deformidades ósseas * alongamentos e órteses de posicionamento noturno (para evitar a progressão da rigidez do complexo gastrocnêmio-sóleo) - prevenir complicações respiratórias: – melhorar a capacidade inspiratória, mantendo a complacência pulmonar e da caixa torácica - melhorar a eficácia da tosse – ventilação não-invasiva (BiPAP) - melhorar a qualidade de vida do paciente: - hidroterapia: alívio da dor, relaxamento muscular e atividade lúdica - orientação para uso de órteses e cadeira de rodas Distrofia Muscular de Becker - 1: 30.000 – 35.000 doença autossômica recessiva ligada ao X início entre 6 e 25 anos forma mais leve / moderada Quadro clínico: semelhante ao da DM Duchenne, porém bem mais brando fraqueza muscular com progressão gradual fadiga muscular e dor nas panturrilhas incapacidade para a marcha após 20 anos ou + do início da doença cardiopatias devido ao acometimento do m. cardíaco sobrevida variável, inclusive atingindo a idade reprodutiva
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