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RelatorioPlanoAula (37)

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DIREITO CIVIL V - CCJ0111
Semana Aula: 15
Bem de Família
Tema
Bem de Família
Palavras-chave
Objetivos
1. Compreender o conceito de bem de família.
 
2. Distinguir bem de família legal e bem de família convencional.
 
3. Entender o alcance do bem de família legal.
 
4. Identificar os efeitos do bem de família convencional.
Estrutura de Conteúdo
1. Bem de Família Legal.
a. Conceito 
b. Requisitos
c. Efeitos
 
2. Bem de Família Convencional.
a. Conceito 
b. Requisitos
c. Efeitos
Procedimentos de Ensino
O presente conteúdo pode ser trabalhado em uma aula, podendo o professor dosá-lo de acordo com as 
condições (objetivas e subjetivas) apresentadas pela turma. 
 
O bem de família tem origem norte-americana (?homestead?, Texas, 1839[1]1) tendo sido introduzido no 
ordenamento brasileiro pelos arts. 70 a 73[2]2 do CC/16[3]3 e depois acolhido pela Constituição Federal 
de 1988 (art. 5o., XXVI, CF).
 
O bem de família legal (obrigatório ou involuntário) foi instituído pela Lei n. 8.009/90 e o bem de família 
convencional introduzido pelos arts. 1.711 a 1.722, CC/02, ambos com evidente função social e caráter 
protetivo da família.
 
Conceitua Caio Mário da Silva Pereira (2010, p. 602) ?o bem de família é uma forma de afetação de bens a 
um destino especial, que é ser a residência da família e, enquanto for, é impenhorável por dívidas 
posteriores a sua constituição, salvo as provenientes de impostos devidos pelo próprio prédio?. 
 
A natureza jurídica do bem de família é controversa, há quem afirme se tratar de transmissão de domínio 
(Marques dos Reis); outros afirmam ser a transformação do domínio pessoal do instituidor em um 
singular condomínio (Serpa Lopes). A transmissão no ordenamento brasileiro deve ser afastada porque o 
bem não sai do domínio da família ou instituidor; bem como, não se pode falar em condomínio porque 
nenhum membro da família tem cotas ideais. Portanto, conclui-se ser forma especial de afetação de bens 
destinados à residência da família, não se confundindo, assim, o direito com o imóvel residencial sobre o 
qual incide.
 
 BEM DE FAMÍLIA LEGAL
 
É regulado pela Lei n. 8.009/90 que determina a impenhorabilidade do bem imóvel, urbano ou pequena 
propriedade rural[4]4 (restrito à sede com os bens móveis) destinado à moradia da família (vide Súmula 
364, STJ[5]5). Para os efeitos da impenhorabilidade considera-se residência um único[6]6 imóvel utilizado 
pelo casal ou entidade familiar para moradia permanente (art. 5º.). Como decorre de lei, não depende de 
registro para sua constituição, uma vez que o instituidor é o próprio Estado.
 
A impenhorabilidade compreende o imóvel sobre o qual se assenta a construção, plantações, benfeitorias 
de qualquer natureza e todos os equipamentos ou móveis (desde que quitados) que guarneçam a casa 
(art. 1º., parágrafo único). Excluem-se da impenhorabilidade: os veículos de transporte, as obras de arte e 
os adornos suntuosos (art. 2º.) e no caso de imóvel locado, a impenhorabilidade abrange os bens móveis 
quitados de propriedade do locatário.
 
A Súmula 205, STJ, afirma que a Lei n. 8.009/90 aplica-se também às penhoras realizadas antes de sua 
vigência em virtude, justamente, da destinação especial dada ao bem: moradia da família. Lembre-se, 
ainda, que a impenhorabilidade é oponível em qualquer fase do processo de execução (art. 3º.), mas não 
pode ser invocada: em razão dos créditos de trabalhadores da própria residência e das respectivas 
contribuições previdenciárias, uma vez que créditos alimentares; pelo titular do crédito decorrente do 
financiamento (inclui-se também contrato de mútuo) à construção ou à aquisição do imóvel, no limite dos 
créditos e acréscimos constituídos em função do respectivo contrato; pelo credor de pensão alimentícia 
(independente se decorrente de alimentos regidos pelo Direito de Família ou se alimentos indenizatórios); 
para cobrança de impostos, predial ou territorial, taxas (inclusive condominiais) e contribuições, devidas 
em função do imóvel familiar; para execução de hipoteca sobre o imóvel oferecido como garantia real 
pelo casal ou pela entidade familiar; por ter sido adquirido com produto de crime ou para execução de 
sentença penal condenatória a ressarcimento, indenização ou perdimento de bens; por obrigação 
decorrente de fiança concedida em contrato de locação (residencial ou não residencial).
 
A impenhorabilidade também não abrange as situações em que o devedor sabendo-se insolvente adquire 
de má-fé imóvel mais valioso para transferir a residência familiar, desfazendo-se ou não da moradia 
antiga (art. 4º.). Nestes casos, o juiz pode transferir a impenhorabilidade para o imóvel anterior ou anular 
a venda, liberando a mais valiosa para a execução.
 
Conclui Maria Berenice Dias (2007, p. 520) que o ?direito à moradia é considerado um dos direitos da 
personalidade inerente à pessoa humana, quer como pressuposto do direito à integridade física, quer 
como elemento da integridade moral do indivíduo. A moradia é tutelada como objeto de direito, 
tratando-se de um direito subjetivo, representando um poder da vontade e que implica no dever jurídico 
de respeito daquele mesmo poder por parte dos outros?. Por isso, a proteção conferida pelo bem de 
família vem de encontro a disposições constitucionais em especial aquelas que versam sobre a defesa da 
família e proteção da dignidade da pessoa humana.
 
BEM DE FAMÍLIA CONVENCIONAL
 
Afirma Eduardo de Oliveira Leite (2007, p. 404) que ?o bem de família regulado no novo Código Civil é o 
voluntário, convencional e tem por escopo a proteção do lar familiar, gerando a indisponibilidade de 
parcela do patrimônio familiar com vistas a isentá-lo de execução por dívidas?. Desta forma, só pode 
constituir bem de família o bem destinado à residência da família (não é pré-requisito, no entanto, que a 
família já habite o imóvel).
 
Dispõe o art. 1.711, CC, que o bem de família convencional pode ser instituído pelos cônjuges, ou pela 
entidade familiar, por meio de escritura pública (forma ?ad soleminitatem?) ou testamento[7]7 (cuja 
eficácia se dará apenas ?post mortem?), não podendo o valor do bem (urbano ou rural) ultrapassar um 
terço do patrimônio líquido do instituidor existente à época da instituição. 
 
O bem de família ainda pode ser constituído por terceiros (?donationis causa?, art. 1.711, parágrafo 
único, CC), mas nesse caso será necessária a aceitação expressa[8]8 de ambos os cônjuges ou da entidade 
familiar beneficiada. Independente da forma de instituição, para que gere efeitos é necessário realizar 
registro do título no Registro de Imóveis[9]9 (art. 1.714, CC). 
 
O bem de família abrange não apenas o prédio, mas também as suas pertenças e acessórios (art. 1.712, 
CC) e valores mobiliários (limitados ao valor do prédio instituído como bem de família e perfeitamente 
individualizados) destinados à conservação do imóvel e sustento da família (art. 1.713, CC). O instituidor 
pode determinar que a administração desses valores seja confiada à administração por entidade 
financeira, quando, então, não poderão ser afetados por qualquer forma de liquidação sofrida pela 
instituição (art. 1.718, CC).
 
A impenhorabilidade do bem de família abrangerá apenas as dívidas posteriores à sua constituição. As 
dívidas anteriores e as referentes a tributos do imóvel ou despesas de condomínio (obrigações ?propter 
rem?) são exceções à impenhorabilidade (art. 1.715, CC). 
 
A proteção do bem de família dura enquanto viver um dos cônjuges, ou, na falta destes, até a maioridade 
dos filhos (art. 1.716, CC), bem como, não se extingue com a dissolução da sociedade conjugal (art. 1.721, 
CC). Por isso,afirma Caio Mário da Silva Pereira (2010, p. 606) que se verifica uma impenhorabilidade 
relativa em dois sentidos: a) seletivamente porque só se exime o bem de execução por dívidas 
subsequentes à constituição do bem de família e a impenhorabilidade não abrange impostos referentes 
ao bem ou taxas de condomínio; b) temporariamente porque somente subsiste enquanto viverem os 
cônjuges ou até a maioridade dos filhos.
 
Impossibilitada a manutenção do bem, pode-se, a requerimento dos interessados, extingui-lo 
judicialmente ou autorizar sua sub-rogação. Nestes casos, deverá o Ministério Público ser ouvido (art. 
1.719, CC).
 
Em regra, a administração do bem de família será feita por ambos os cônjuges ou companheiros, salvo 
disposição em contrário (art. 1.720, CC). Com o falecimento de ambos os pais, a administração deverá 
passar ao filho mais velho e, se este for incapaz, ao seu tutor ou curador. O cônjuge sobrevivo poderá 
pedir a extinção do bem de família se for o único bem do casal (art. 1.721, parágrafo único, CC), no 
entanto, ressalte-se que poderá o juiz negar o pedido se verificado possível prejuízo a filhos menores ou 
incapazes.
 
O bem de família também se extingue se falecidos ambos os cônjuges ou companheiros e se não houver 
filhos menores ou incapazes (art. 1.222, CC).
 
Percebe-se, portanto, que: 1- o bem de família convencional não extinguiu o legal; 2- só há necessidade 
de constituir o bem de família convencional se a família utiliza vários imóveis como residência e não 
deseja que a impenhorabilidade recaia sobre o de menor valor; 3- a limitação patrimonial acaba servindo 
para proteger pessoas mais abastadas, valendo-se as com menor patrimônio apenas da proteção do bem 
de família legal.
 
É possível, portanto, a coexistência do bem de família legal com o convencional, porque havendo bem de 
família preexistente a Lei n. 8.009/90 faz coincidir a impenhorabilidade legal sobre o mesmo imóvel.
 
Ao final da aula o professor deve perguntar se ainda existem dúvidas com relação aos tópicos abordados 
lembrando brevemente a distinção entre bem de família convencional e bem de família legal. Após, dará 
o conteúdo da disciplina como encerrado, solicitando aos alunos que realizem os exercícios de revisão 
que serão corrigidos conjuntamente na aula seguinte.
NOTAS
[1] A essa época representava apenas a simples isenção de penhora sobre o pequeno imóvel (até 50 
acres) rural ou urbano.
[2] Ensina Caio Mário da Silva Pereira (2010, p. 601) que ?o Código revogado de 1916 o inscrevia na Parte 
Geral, completando o regime de bens. Incluído no art. 70, autorizava os chefes de família a destinar um 
prédio para domicílio desta, com cláusula de ficar isento de execução por dívidas, salvo as que proviessem 
de impostos relativos ao mesmo prédio. Os demais artigos (71 a 73) introduziam subsídios para a sua 
validade.
[3] O Decreto-Lei n. 3.200/41 estabeleceu valores máximos para os imóveis, limitação que foi apenas 
afastada pela Lei n. 6.742/79.
[4] A pequena propriedade rural é aquela que não ultrapassa quatro módulos fiscais do Município em que 
está situada.
[5] Súmula 264, STJ: ?o conceito de impenhorabilidade de bem de família abrange também o imóvel 
pertencente a pessoas solteiras, separadas e viúvas?.
[6] Havendo domicílio plúrimo a impenhorabilidade recairá sobre o imóvel de menor valor, salvo se outro 
tiver sido indicado pelo proprietário.
[7] Deve se destinar a filhos menores ou incapazes e está sujeita à verificação da existência de dívidas do 
falecido, uma vez que sua eficácia só nasce após a morte do testador e abertura da sucessão.
[8] Por analogia aplicam-se os arts. 539 e 1.804 e ss., CC.
[9] O procedimento está previsto nos arts. 260 a 265 da Lei n. 6.015/73, não havendo ainda procedimento 
regulamentado para a instituição feita por testamento.
Estratégias de Aprendizagem
Indicação de Leitura Específica
Recursos
quadro e pincel; datashow.
Aplicação: articulação teoria e prática
Caso Concreto
Dr. André, tenho um débito com um banco resultante de utilização do limite da conta 
corrente. Não consegui saldar essas dívidas e agora no processo de execução fui 
informado que o Banco requereu a penhora do imóvel em que residem minha ex-esposa 
com meus filhos de 12 e 14 anos. O imóvel é de minha propriedade exclusiva, mas há 
mais de cinco anos é utilizado para residência de meus filhos. Vivo em outro imóvel, 
também de minha propriedade, no qual mantenho minha nova família. Vou perder um 
destes dois imóveis? O que farei? Explique a resposta ao seu cliente em no máximo 
cinco linhas.
Questão objetiva 1
(TRT 6a. Região 2013) Podem os cônjuges ou a entidade familiar destinar parte de 
seu patrimônio para instituir bem de família, desde que não ultrapasse um terço 
do patrimônio líquido existente ao tempo da instituição. 
a. mediante escritura pública ou testamento, que apenas consistirá do imóvel de menor 
valor, entre os de propriedade do instituidor, compatível com o padrão de vida da família, 
e esse bem ficará livre de penhora, salvo em execuções por dívidas de alimento, débitos 
trabalhistas, indenização por responsabilidade civil e para saldar hipoteca ou satisfazer 
obrigação decorrente de fiança locatícia.
b. apenas por escritura pública, e consistirá em prédio residencial urbano ou rural, com 
suas pertenças e acessórios, e poderá abranger valores mobiliários, cuja renda será 
aplicada na conservação do imóvel e no sustento da família.
c. mediante escritura pública ou instrumento particular, sem prejuízo das regras sobre 
a impenhorabilidade do imóvel residencial estabelecida em lei especial, que consistirá em 
prédio residencial urbano ou rural, com suas pertenças e acessórios, e poderá abranger 
valores mobiliários, cuja renda será aplicada na conservação do imóvel e no sustento da 
família.
d. mediante escritura pública ou testamento, sem prejuízo das regras sobre a 
impenhorabilidade do imóvel residencial estabelecida em lei especial, que consistirá em 
prédio residencial urbano ou rural, com suas pertenças e acessórios, e poderá abranger 
valores mobiliários, cuja renda será aplicada na conservação do imóvel e no sustento da 
família.
e. somente por testamento que consistirá em prédio residencial urbano ou rural, com 
suas pertenças e acessórios, mas não poderá abranger quaisquer bens móveis de elevado 
valor, nem aplicações financeiras, exceto para, com sua renda, conservar o imóvel.
Questão objetiva 2
(MPPR 2013) A impenhorabilidade do bem de família legal (Lei nº 8.009/90) não é 
oponível: 
I. Em razão dos créditos de trabalhadores da própria residência e 
das respectivas contribuições previdenciárias; 
II. Pelo titular do crédito decorrente do financiamento destinado à 
construção ou à aquisição do imóvel, no limite dos créditos e acréscimos 
constituídos em função do respectivo contrato;
III. Pelo credor de pensão alimentícia;
IV. Para cobrança de impostos, predial ou territorial, taxas e 
contribuições devidas em função do imóvel familiar. 
 
a. Todas estão corretas; 
b. Nenhuma está correta;
c. Estão corretas apenas as assertivas I e II; 
d. Está correta apenas a assertiva III;
e. Estão corretas apenas as assertivas III e IV.
Avaliação
Caso Concreto
Dr. André, tenho um débito com um banco resultante de utilização do limite da conta 
corrente. Não consegui saldar essas dívidas e agora no processo de execução fui 
informado que o Banco requereu a penhora do imóvel em que residem minha ex-esposa 
com meus filhos de 12 e 14 anos. O imóvel é de minha propriedade exclusiva, mas há 
mais de cinco anos é utilizado para residência de meus filhos. Vivo em outro imóvel, 
também de minha propriedade, no qual mantenho minha nova família. Vou perder umdestes dois imóveis? O que farei? Explique a resposta ao seu cliente em no máximo 
cinco linhas.
 
Gabarito: A Lei n. 8009/90 estabelece a proteção do bem de família legal que é 
“art. 1o.: o imóvel residencial próprio do casal ou de entidade familiar, é 
impenhorável e não responderá por qualquer tipo de dívida civil, comercial, fiscal, 
previdenciária ou de outra natureza contraída por um dos cônjuges ou pelos pais 
ou filhos que sejam seus proprietários e nele residam, salvo nas hipóteses previstas 
em lei”. 
Embora André tenha dois imóveis, ambos são considerados seus bens de família, 
pois utilizados para residência própria e residência de seus filhos (família em 
sentido amplo), ainda menores. A jurisprudência do STJ entende ser possível 
ampliar o conceito de bem de família para atingir dois imóveis do devedor nessas 
situações, resguardando-se o direito fundamental à moradia e a dignidade da 
pessoa humana.
 
Vide: A 3ª Turma do STJ considerou possível que a impenhorabilidade do bem de 
família atinja simultaneamente dois imóveis do devedor – aquele onde ele mora com 
sua esposa e outro no qual vivem as filhas, nascidas de relação extraconjugal.
A decisão deu provimento a recurso interposto pelo Ministério Público de Minas Gerais 
contra julgado do TJ mineiro que decidiu que "a garantia legal da impenhorabilidade 
só pode recair sobre um único imóvel, onde o devedor resida com sua família".
No nascedouro do caso agora decidido em recurso especial, o devedor, ao ser intimado 
da penhora, alegou que o imóvel em que vivia era bem de família e indicou um segundo 
imóvel. Após a substituição do bem penhorado, o devedor alegou que este também era 
impenhorável por se tratar igualmente de bem de família, nele residindo suas duas filhas 
e a mãe delas. Mas o TJ-MG entendeu que a relação concubinária do devedor não pode 
ser considerada entidade familiar.
Mas o STJ reformou esse entendimento, considerando que "a impenhorabilidade do 
bem de família visa resguardar não somente o casal, mas o sentido amplo de entidade 
familiar". Assim, no caso de separação dos membros da família, a entidade familiar, 
para efeitos de impenhorabilidade de bem, não se extingue, mas surge em duplicidade: 
uma composta pelos cônjuges, e outra composta pelas filhas de um deles.
O acórdão aponta que "o reconhecimento da união estável como entidade familiar pela 
Constituição trouxe importante distinção entre relações livres e relações adulterinas, 
mas essa distinção não interfere na solução do caso pois o que está em questão é a 
impenhorabilidade do imóvel onde as filhas residem". O julgado também assinalou que 
"a Constituição estabelece que os filhos, nascidos dentro ou fora do casamento, assim 
como os adotados, têm os mesmos direitos".
Segundo o relator, ministro Ricardo Villas Boas Cueva, a jurisprudência do STJ vem 
entendendo que "a impenhorabilidade prevista na Lei nº 8.009 não se destina a 
proteger a família em sentido estrito, mas, sim, a resguardar o direito fundamental à 
moradia, com base no princípio da dignidade da pessoa humana". (REsp nº 1126173). 
Fonte: Espaço Vital.
Questão objetiva 1
(TRT 6a. Região 2013) Podem os cônjuges ou a entidade familiar destinar parte de 
seu patrimônio para instituir bem de família, desde que não ultrapasse um terço 
do patrimônio líquido existente ao tempo da instituição. 
a. mediante escritura pública ou testamento, que apenas consistirá do imóvel de menor 
valor, entre os de propriedade do instituidor, compatível com o padrão de vida da família, 
e esse bem ficará livre de penhora, salvo em execuções por dívidas de alimento, débitos 
trabalhistas, indenização por responsabilidade civil e para saldar hipoteca ou satisfazer 
obrigação decorrente de fiança locatícia.
b. apenas por escritura pública, e consistirá em prédio residencial urbano ou rural, com 
suas pertenças e acessórios, e poderá abranger valores mobiliários, cuja renda será 
aplicada na conservação do imóvel e no sustento da família.
c. mediante escritura pública ou instrumento particular, sem prejuízo das regras sobre 
a impenhorabilidade do imóvel residencial estabelecida em lei especial, que consistirá em 
prédio residencial urbano ou rural, com suas pertenças e acessórios, e poderá abranger 
valores mobiliários, cuja renda será aplicada na conservação do imóvel e no sustento da 
família.
d. mediante escritura pública ou testamento, sem prejuízo das regras sobre a 
impenhorabilidade do imóvel residencial estabelecida em lei especial, que consistirá em 
prédio residencial urbano ou rural, com suas pertenças e acessórios, e poderá abranger 
valores mobiliários, cuja renda será aplicada na conservação do imóvel e no sustento da 
família.
e. somente por testamento que consistirá em prédio residencial urbano ou rural, com 
suas pertenças e acessórios, mas não poderá abranger quaisquer bens móveis de elevado 
valor, nem aplicações financeiras, exceto para, com sua renda, conservar o imóvel.
Gabarito: D - art. 1711, CC.
Questão objetiva 2
(MPPR 2013) A impenhorabilidade do bem de família legal (Lei nº 8.009/90) não é 
oponível: 
I. Em razão dos créditos de trabalhadores da própria residência e 
das respectivas contribuições previdenciárias; 
II. Pelo titular do crédito decorrente do financiamento destinado à 
construção ou à aquisição do imóvel, no limite dos créditos e acréscimos 
constituídos em função do respectivo contrato;
III. Pelo credor de pensão alimentícia;
IV. Para cobrança de impostos, predial ou territorial, taxas e 
contribuições devidas em função do imóvel familiar. 
 
a. Todas estão corretas; 
b. Nenhuma está correta;
c. Estão corretas apenas as assertivas I e II; 
d. Está correta apenas a assertiva III;
e. Estão corretas apenas as assertivas III e IV.
Gabarito: A - Lei n. 8009/90
Considerações Adicionais
Referências Bibliográficas: 
Nome do livro: Direito Civil Brasileiro
Nome do autor: GONÇALVES, Carlos Roberto
Editora: Saraiva
Nome do capítulo: Título IV Do bem de família
Número de páginas do capítulo: 20

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