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24/09/2013 1 Tema 7: Reatualização da Função Pedagógica da “Ajuda” e da “Participação” do Assistente Social Professora Ms Elaine Cristina Vaz Vaez Gomes • Reconhecer o novo homem que surge neste novo padrão de organização do trabalho e que tem uma nova Subjetividade. • Compreender a convocação realizada pelo processo de produção para que o trabalhador seja envolvido e individualizado. 24/09/2013 2 Interesses do Capital Inflexões nos perfis pedagógicos que respondem a necessidades relacionadas a despolitização da questão social, isto é, ao desenvolvimento de processos de inclusão ideológica, voltados para o mascaramento dos interesses de classes que conformam a referida questão, a partir de uma retórica que incorpora lutas A reorganização da cultura, pelo capital em crise, funda-se na necessidade da formação de um novo perfil de trabalhador. O toyotismo representa não apenas um padrão de organização do processo produtivo, mas a base material da formação de uma subjetividade adequada aos imperativos da acumulação nos marcos de uma crise”. (ABREU, 2011, p. 188). A “cooperação”, “participação” na gestão e organização da produção e do trabalho como formas de democratização das relações produtivas. (ABREU, 2011, p.189). Tal participação é impulsionada a partir de duas modalidades alternativas de trabalho ou outras contrapartidas controladoras envolvendo, também, os trabalhadores precarizados. 24/09/2013 3 • Contraditórias necessidades sociais do capital e do trabalho geram demandas para os Assistentes Sociais. • Perspectiva conservadora. • Prestação direta de serviços e benefícios sociais. • Intervenção profissional. • Atuais exigências colocadas • para o Assistente Social. Reatualização da Função Pedagógica Tradicional Vinculada à necessidade de administração das lacunas e defasagens no desempenho institucional para garantir o atendimento das demandas por serviços sociais. “Os serviços e benefícios sociais, redimensionados sob a retórica neoliberal da democratização, via descentralização, desconcentração participativa – de fato, parado- xalmente, como já apontado – recolocam a reprodução do trabalhador a partir de um novo nexo entre mercado/assistência”. (ABREU, 2011, p. 193). 24/09/2013 4 Demandas pedagógicas, colocadas aos Assistentes Sociais a partir das demais medidas intituladas de combate a pobreza, nas quais se inserem iniciativas articuladas e impulsionadas pelo Programa Comunidade Solidária. (ABREU, 2011). • Perspectiva interventiva. • Inserção profissional nas políticas sociais. • O Programa Comunidade Solidária, expressão mais fiel da privatização da política de assistência. (ABREU, 2011). Tema 8: Os Desafios do Serviço Social Perante a Construção de uma Pedagogia Emancipatória Professora Ms Elaine Cristina Vaz Vaez Gomes 24/09/2013 5 • Compreender a importância do papel do assistente social na constituição de movimentos emancipatórios das classes subalternas. • Entender a diferença na constituição e na ação sindical, no Brasil, apresentada entre a CUT e a Força Sindical. Uma tendência circunscreve os compromissos profissionais com as lutas das classes subalternas no âmbito da defesa dos direitos civis, sociais e políticos, da democracia e justiça social, portanto, nos limites das conquistas que consubstanciaram as experiências do chamado Estado de Bem-Estar, muitas vezes apresentadas como o fim último da intervenção profissional (ABREU, 2011, p. 206). Desafio como um desdobramento, um produto da práxis social, em cujo âmbito se situa o Serviço Social como prática profissional, da qual são sujeitos os assistentes sociais. 24/09/2013 6 • Postura de acomodação dentro da ordem – aponta para uma integração das atuais estratégias de acumulação capitalista no processo de enfrentamento da crise estrutural desse sistema. • A importância do movimento sindical. “A retórica neoliberal da descentralização e da participação democrática no âmbito da gestão das políticas públicas, o Estado imprime novas formas de controle social sobre as classes subalternas [...]” (ABREU, 2011, p. 209). • Os movimentos sociais populares – tendem a substituir o caráter contestatório e reivindicativo frente ao Estado. • Protagonismo das ONGs – como canais de denúncia, de organização e politização sobre a problemática social e de construção de possíveis alternativas na sociedade. 24/09/2013 7 Abreu (2011) destaca as críticas do Serviço Social frente ao neoliberalismo. “[...] consubstanciada, contraditoriamente, nas próprias bases materiais das políticas sociais neoliberais, a proposta do empowerment do sujeito sugere esgotar-se nos limites históricos da chamada cidadania burguesa [...]” (ABREU, 2011, p. 211). No discurso profissional, aparecem referidos, principalmente aos sujeitos, interesses políticos e recursos institucionais e inserem-se na perspectiva de democratização e universalização das políticas sociais (ABREU, 2011, p. 213). 24/09/2013 8 Importante! “O desafio que se coloca, refere-se ao fortalecimento do poder das classes subalternas na correlação de forças nos diferentes espaços da relação sociedade política e sociedade civil [...]” (ABREU, 2011, p. 214). Importante! “A questão da publicização sob o ideário neoliberal refere-se a privatização do fundo público, tendo como corolário, a focalização, a fragmentação e precarização das políticas públicas, expressão concretas das estratégias de terceirização dessas políticas” (ABREU, 2011, p. 213). Questão: Como é a função pedagógica do AS nesse contexto? 24/09/2013 9 A função pedagógica do Assistente Social, incorporada, tradicionalmente, às medidas vinculadas a reprodução e ao controle político-ideológico da força de trabalho, estende-se para a esfera da produção mediante inserção direta desse profissional na potencialização das novas práticas de gestão participativas, em que se sobressaem os programas de qualidade total. (ABREU, 2011, p. 200). Questão: Como o AS é requisitado para atuar nesse contexto? “O Assistente Social vem sendo requisitado para participar, colaborar, assessorar os Círculos de Qualidade, dando suporte nas reuniões e atuando como membro de determinada equipe, que é formada para desenvolver trabalhos específicos, disponibilizando seu conhecimento e saber para a consecução dos objetivos estabelecidos para os grupos”. Questão: Em que constitui a experiência do Orçamento Participativo Constituiu-se em uma referência importante na construção de um processo inovador de democratização da relação Estado/sociedade, mediado por uma modalidade de cogestão. 24/09/2013 10 Questão: Qual o papel do AS nesse contexto? • O assistente social e a perspectiva interventiva. • O assistente social e seu papel no processo de politização dos sujeitos. • Questão: E a função pedagógica do AS nesse contexto? A função pedagógica do assistente social vincula-se à capacitação, mobilização e participação populares. Requer: reflexão, identificação de necessidades, formulação de demandas, controle das ações do Estado de forma qualificada, organizada e crítica. Questão: Qual é o desafio para o AS nesse contexto? O desafio que se coloca aos assistentes é o de fortalecer, via prática político-profissional, processos concretos de luta e de articulação de forças. A perspectivainterventiva passa pelo fortalecimento político- profissional e pelo avanço teórico-metodológico, integrados ao mais amplo movimento de lutas das classes subalternas pela transformação da sociedade. 24/09/2013 11 Considerações Finais As alterações operadas nas pedagogias da “ajuda” e da “participação” revelam que a participação se converte num elemento estratégico do metamorfoseamento dessa pedagogia, uma pedagogia da “solidariedade” fundada no trabalho voluntário (...) (...) como elemento de despolitização da questão social, ou seja, como doação caritativa de cada um na melhoria das condições de vida dos “pobres” e não na ação política, comprometida com um processo emancipatório das classes subalternas. (ABREU, 2011). A função pedagógica do Assistente Social, junto aos processos de participação das classes subalternas na gestão das políticas públicas e mediação dos chamados conselhos de direitos é mobilizada a partir de dois vetores opostos. Um vetor é a participação popular integrada a luta pela democratização dessas políticas e universalização dos atendimentos face às necessidades (i)mediatas das classes subalternas. 24/09/2013 12 A intervenção do Assistente Social nesses espaços tende a reforçar o projeto hegemônico neoliberal, contribuindo para a despolitização da questão social e das políticas sociais, aprofundando as formas ideológicas de subalternização. O estudo permitiu uma compreensão sobre o significado histórico da prática do assistente social frente as demandas sociais. O conformismo mecanicista direcionado para a formação do trabalhador fordiano – caracterizado pela metáfora taylorista do “gorila amestrado” – centra-se no desenvolvimento de um trabalhador com atitudes máquinais e automáticas. • A cultura do “bem-estar” difunde-se a partir da mediação das relações imperialistas sob o domínio dos Estados Unidos. • Os processos de luta e resistência apontam para a construção de alternativas de sociedade. • A assistência social é entendida como uma necessidade permanente no sistema capitalista. • Cabe à pedagogia da • “ajuda”, inerente às práticas • assistenciais, a própria • “fetichização” destas práticas. 24/09/2013 13 A pedagogia da “participação” constitui-se reforçando as conotações da “autoajuda” e da “ajuda mútua”, redimensionando-se para além de uma atitude inerente à pedagogia da “ajuda”. Os perfis pedagógicos subalternizantes da “ajuda” e da “participação” vêm sendo metamorfoseados desde os anos 1990 em uma adequação dessas posturas pedagógicas às necessidades e demandas colocadas pela intensificação da exploração. O movimento de reatualização da função tradicional do assistente social à participação converte-se em elemento estratégico das metamorfoses operadas nos citados perfis pedagógicos da “ajuda” e da “participação”. • A responsabilização do indivíduo com sua própria reprodução, tendo o mercado como possibilidade privilegiada. O refluxo das lutas sociais nos anos 1990 reafirma uma postura de acomodação dentro da ordem.
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