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QUESTOES COMENTADAS II FASE FGV DIREITO DO TRABALHO

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Prévia do material em texto

DIREITO DO TRABALHO
WWW.PROVASDAOAB.COM.BR
Instruções:
A presente apostila é composta de questões práticas de Direito do trabalho 
extraídas dos Exames Unificados aplicados pela Organizadora FGV com suas 
respectivas respostas. 
Sugerimos que tente respondê-las sem a consulta aos gabaritos, servindo estes 
apenas para conferência e correção. Confira as respostas e revise as questões que por 
ventura você tenha errado, pois esta é uma ótima maneira de aprender e fixar os 
conteúdos estudados.
Bons Estudos e Boa prova!
Equipe ProvasdaOab.com.br
DIREITO DO TRABALHO 
QUESTÕES DE SEGUNDA 
FASE 
CAPÍTULO 1
1
QUESTÃO 1
Em 15/04/2008, João Carlos de Almeida foi contratado pela Engelétrica S.A. 
para trabalhar na construção das barragens da Hidrelétrica de Belo Monte. 
Entretanto, em virtude da grande distância entre o local de trabalho e a cidade mais 
próxima, o empregador lhe forneceu habitação durante toda a vigência do contrato. 
Dispensado sem justa causa em 13/08/2010, João Carlos ajuizou ação trabalhista 
visando à inclusão da ajuda-habitação na sua remuneração e o pagamento dos reflexos 
daí decorrentes, uma vez que a moradia constituiu salário in natura, compondo a 
contraprestação ajustada pelas partes. Com base na situação concreta, responda aos 
itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação 
legal pertinente ao caso.
a) Qual é o critério apto a definir a natureza jurídica da prestação entregue ao 
empregado pelo empregador? (Valor: 0,5)
b) Nesta hipótese em especial, a habitação fornecida pela Engelétrica S.A. deve 
ou não integrar a remuneração de João Carlos de Almeida? Por quê? (Valor: 0,75)
RESPOSTAS
A) O critério apto a ser adotado para distinguir aquelas prestações 
que configuram salário in natura das que não configuram deve partir da 
definição do caráter retributivo (utilidades concedidas pelo trabalho) ou 
instrumental (utilidades concedidas para o trabalho) de tais prestações. 
Estas últimas – de caráter instrumental - não configuram salário in 
natura.O art. 458, caput, e §2o, da CLT, são decisivos para o 
enfrentamento da questão.
B) Não, pois a habitação fornecida pelo empregador reveste-se de 
caráter instrumental, ou seja, foi fornecida para viabilizar o trabalho 
IV EXAME DA ORDEM 
UNIFICADO
CAPÍTULO 2
2
prestado por João, diante da grande distância entre o local de trabalho e a 
cidade mais próxima. Incide, no caso, o disposto na Súmula 367, I, do 
TST: “A habitação, a energia elétrica e veículo fornecidos pelo 
empregador ao empregado, quando indispensável para a realização do 
trabalho, não têm natureza salarial...”
QUESTÃO 2
João da Silva ajuizou reclamação trabalhista em face da Cooperativa 
Multifuncional Ltda. e do Posto de Gasolina Boa Viagem Ltda. Na petição inicial, 
afirmou que foi obrigado a se filiar à cooperativa para prestar serviços como frentista 
no segundo reclamado, de forma pessoal e subordinada. Alegou, ainda, que jamais 
compareceu à sede da primeira ré, nem foi convocado para qualquer assembleia. Por 
fim, aduziu que foi dispensado sem justa causa, quando do término do contrato de 
prestação de serviços celebrado entre os reclamados. Postulou a declaração do vínculo 
de emprego com a sociedade cooperativa e a sua condenação no pagamento de verbas 
decorrentes da execução e da ruptura do pacto laboral, além do reconhecimento da 
responsabilidade subsidiária do segundo réu, na condição de tomador dos serviços 
prestados, nos termos da Súmula 331, item IV, do TST. Na contestação, a primeira ré 
suscitou preliminar de impossibilidade jurídica do pedido, uma vez que o artigo 442, 
parágrafo único, da CLT prevê a inexistência do vínculo de emprego entre a 
cooperativa e seus associados. No mérito, sustentou a validade da relação 
cooperativista entre as partes, refutando a configuração dos requisitos inerentes à 
relação empregatícia. O segundo reclamado, na peça de defesa, afirmou que o 
reclamante lhe prestou serviços na condição de cooperado e que não pode ser 
condenado no pagamento de verbas trabalhistas se não foi empregador. Na instrução 
processual, restou demonstrada pela prova testemunhal produzida nos autos a 
intermediação ilícita de mão de obra, funcionando a cooperativa como mera 
fornecedora de trabalhadores ao posto de gasolina. Com base na situação hipotética, 
responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a 
fundamentação legal pertinente ao caso.
a) É cabível a preliminar de impossibilidade jurídica do pedido? (Valor: 0,45)
3
b) Cabe o pedido de declaração de vínculo de emprego com a primeira ré e o de 
condenação subsidiária do segundo reclamado? (Valor: 0,8)
RESPOSTAS
A) Não. Na situação narrada, ficou demonstrado que a Cooperativa 
atuava ilicitamente como intermediadora de mão de obra entre os 
trabalhadores e os postos de gasolina, o que desvirtuava sua condição de 
verdadeira cooperativa, não sendo o caso, portanto, de aplicar a regra do 
art. 442, parágrafo único, da CLT. Ao revés, incide na hipótese em tela o 
art. 9o da CLT (“São nulos de pleno direito os atos praticados com o 
objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos 
contidos na presente Consolidação.”), o que serve como base para afastar 
a preliminar de impossibilidade jurídica do pedido.
B) Não. O real empregador, conforme demonstrado, é o posto de 
gasolina, de acordo com os arts. 2o, 3o e 9o da CLT, e sua 
responsabilidade é direta, não subsidiária. Ademais, nos termos do que 
preconiza a Súmula 331, I, do TST: “A contratação de trabalhadores por 
empresa interposta é ilegal, tomando-se o vínculo diretamente com o 
tomador de serviço, salvo no caso de trabalho temporário”.
QUESTÃO 3
José de Souza ajuizou reclamação trabalhista em face da empresa Alfa Vigilância 
Ltda., postulando o pagamento dos valores correspondentes aos intervalos 
intrajornada não gozados, acrescidos de 50% (cinquenta por cento), com fundamento 
no artigo 71, §4o, da CLT, bem como das diferenças decorrentes da integração dessas 
quantias nas verbas contratuais e resilitórias. Na peça de defesa, a reclamada alegou 
que a supressão dos intervalos para repouso e alimentação foi autorizada em acordo 
coletivo firmado com o sindicato representante da categoria profissional do 
reclamante, colacionando cópia do referido instrumento normativo cuja vigência 
alcançava todo o período contratual do autor. Aduziu, ainda, que a parcela prevista no 
artigo 71, §4o, da CLT possui natureza indenizatória, sendo descabidas as 
repercussões postuladas na inicial.
4
Com base na situação hipotética, responda aos itens a seguir, empregando os 
argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso.
a) Procede o pedido de pagamento dos valores correspondentes aos intervalos 
intrajornada não gozados pelo reclamante? (Valor: 0,65)
b) A parcela prevista no artigo 71, §4o, da CLT deve integrar ou não a base de 
cálculo das verbas contratuais e resilitórias do empregado que não tenha gozado dos 
intervalos intrajornada? (Valor: 0,6)
RESPOSTAS
A) Sim, pois a cláusula do Acordo Coletivo invocada pelo Reclamado 
é nula de pleno direito, por suprimir direito previsto em norma de ordem 
pública, relacionada à matéria de saúde e segurança do trabalho, 
impossível de ser suprimida ou reduzida mediante negociação coletiva. 
Nesse sentido, é o disposto na Orientação Jurisprudencial (OJ) 342, I, da 
SDI-1 do TST: “É inválida cláusula de acordo ou convenção coletiva de 
trabalho contemplando a supressão ou a redução do intervalo 
intrajornada porque este constitui medida de higiene, saúde e segurança 
do trabalho, garantido por norma de ordem pública (art. 71 da CLT e art. 
7o, XXII, da CF/88), infenso à negociação coletiva.”
B) a parcela relativa aos intervalos intrajornadas não gozados deve, 
sim, integrara base de cálculo das verbas contratuais e resilitórias 
devidas ao empregador, por se tratar de verba de natureza salarial, 
conforme pacificado pela OJ 354 da SDI-1, do TST: “Possui natureza 
salarial a parcela prevista no art. 71, §4o, da CLT, com redação 
introduzida pela Lei n.o 8.923/1994, quando não concedido ou reduzido 
pelo empregador o intervalo mínimo intrajornada para repouso e 
alimentação, repercutindo, assim, no cálculo de outras parcelas 
salariais.”
QUESTÃO 4
Um Estado da Federação realizou concurso público para notário. Nelson, 
aprovado em segundo lugar no certame, recebeu a delegação de um cartório 
5
extrajudicial. Lá chegando, verificou que a parte administrativa estava extremamente 
desorganizada, o que explicava as sucessivas reclamações contra aquela serventia na 
Corregedoria. Em razão disso, Nelson explicou ao tabelião anterior que não tinha 
interesse em aproveitar as pessoas que lá atuavam, pois lá iria alocar empregados da 
sua confiança.
Informado disso, o tabelião anterior dispensou todos os empregados. Alguns dias 
depois, no mesmo local e com novos empregados, Nelson iniciou seus serviços como 
notário. Um dos ex-empregados dispensados pelo tabelião anterior ajuizou 
reclamação trabalhista contra Nelson, postulando diversos direitos lesados ao longo 
do contrato, trazendo como argumento jurídico a ocorrência de sucessão.
Com base no caso acima, responda aos itens a seguir, empregando os 
argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso.
a) Quais são os requisitos para a ocorrência de sucessão na esfera trabalhista? 
(Valor: 0,65) 
b ) N o c a s o e m t e l a , N e l s o n é s u c e s s o r ? ( V a l o r : 0 , 6 )

RESPOSTAS
A) De acordo com os arts. 10 e 448 da CLT, a mudança na 
propriedade ou na estrutura jurídica da empresa não afeta os contratos 
de trabalho dos respectivos empregados. A ocorrência de sucessão na 
esfera trabalhista exige para a sua configuração a transferência de uma 
unidade econômico-jurídica e a continuidade do negócio, ou a 
continuidade na prestação de serviços.
B) Não, pois na hipótese Nelson recebeu a transferência (delegação 
de serviço, mais propriamente) do próprio Estado, mediante nomeação 
em concurso público, e não houve a continuidade na prestação de serviço 
dos empregados para o novo notário, pois ele não aproveitou nenhum dos 
empregados anteriores.
6
QUESTÃO 1
Em certo estabelecimento, em função de ordem do empregador, gerentes iniciam 
o dia de trabalho convocando, um a um, vários empregados até uma determinada sala. 
Cada empregado, ao sair da referida sala, relata aos demais trabalhadores a mesma 
situação, isto é, os gerentes informam ao empregado que deve assinar vários recibos 
salariais em branco, e quem se recusar vai ser sumariamente dispensado, sem que a 
empresa pague verbas rescisórias e sem que seja formalizada a dispensa por ato do 
empregador. Após cerca de quarenta empregados passarem por tal situação e os 
outros 200 trabalhadores demonstrarem muito temor, pois seriam os próximos, o 
empregado Zé, que não exerce cargo no sindicato da categoria nem é sindicalizado, 
convoca os colegas para que parem de trabalhar e se retirem do estabelecimento, de 
forma a iniciar um protesto na rua, o que se realiza com sucesso, já que os gerentes 
cessam a prática acima descrita. Com base no caso exposto, responda aos itens a 
seguir, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal 
pertinente ao caso.
a) Tendo em vista a Constituição Federal e a legislação ordinária e também os 
princípios do Direito do Trabalho, é possível qualificar tal movimento paredista dos 
trabalhadores como uma greve? (Valor: 0,65)
b) Tendo em vista os princípios gerais de direito, é possível considerar legítimo o 
ato do empregado Zé e a adesão dos demais empregados? (Valor: 0,60)
RESPOSTAS
A) Não. Em sentido técnico-jurídico, a greve é um direito dos 
trabalhadores que necessita, para a sua deflagração, de decisão tomada 
pela categoria, reunida em assembléia geral especialmente convocada 
V EXAME DA ORDEM 
UNIFICADO
CAPÍTULO 3
7
para essa finalidade, e de prévia notificação da paralisação, com pelos 
menos 48 (quarenta e oito) horas de antecedência, conforme disposto no 
art. 3o e 4o da Lei 7783/89. Como o movimento iniciado por Zé e que 
contou com a adesão dos demais trabalhadores não atendeu a tais 
requisitos, não pode ser qualificado como greve, apesar de ter resultado 
na suspensão coletiva das atividades laborais para fins de protesto contra 
atitudes abusivas do empregador.
B) Sim. Apesar de não terem adotado as formalidades necessárias 
para que se pudesse qualificar o movimento como grevista, os 
trabalhadores protestaram, de maneira pacífica, contra atos ilegais e 
abusivos cometidos pelo empregador, utilizando-se da suspensão das 
atividades como meio exercer o direito de resistência e de autodefesa dos 
seus legítimos interesses. Sua postura encontra fundamento normativo 
no princípio da proteção do trabalhador, tão caro ao Direito do Trabalho, 
bem como da dignidade humana, de matriz constitucional.
QUESTÃO 2
Reginaldo ingressou com ação contra seu ex-empregador, e, por não comparecer, 
o feito foi arquivado. Trinta dias após, ajuizou nova ação com os mesmos pedidos, mas 
dela desistiu porque não mais nutria confiança em seu advogado, o que foi 
homologado pelo magistrado. Contratou um novo profissional e, 60 dias depois, 
demandou novamente, mas, por não ter cumprido exigência determinada pelo juiz 
para emendar a petição inicial, o feito foi extinto sem resolução do mérito. Com base 
no relatado, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos 
apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso.
a) Para propor uma nova ação, Reginaldo deverá aguardar algum período? Em 
caso afirmativo, qual seria? (Valor: 0,65)
b) Quais são as hipóteses que ensejam a perempção no Processo do Trabalho? 
(Valor: 0,60)
8
RESPOSTAS
A) Não. Nos termos do art. 844 c/c art. 732 da CLT, somente o 
reclamante que, por duas vezes, der causa ao arquivamento da 
reclamação trabalhista por não ter comparecido à audiência inaugural é 
que necessita aguardar o prazo de seis meses para propor novamente a 
ação. Na hipótese retratada na pergunta, observa-se que a ação foi 
arquivada por não comparecimento do reclamante somente uma vez, pois 
nas demais ocorrências o que houve foi julgamento sem resolução de 
mérito, motivadas por outras razões (desistência e não emenda da 
inicial).
B) Somente há duas hipóteses de perempção no Processo do 
Trabalho. A primeira, já mencionada acima, ocorre quando o reclamante 
deixa de comparecer à audiência inaugural, dando causa, por duas vezes 
seguidas, ao arquivamento do processo (art. 732, CLT). A segunda, 
prevista no art. 731 da CLT, tem lugar quando o trabalhador efetua 
reclamação verbal e não comparece à Secretaria da Vara, no prazo de 
cinco dias, para reduzi-la a termo.
QUESTÃO 3
José da Silva foi contratado pela empresa Boa Vista Ltda., que integra grupo 
econômico com a empresa Boa Esperança Ltda., para exercer a função de vendedor 
empregado. Durante a mesma jornada de trabalho, ele vendia os produtos 
comercializados pela Boa Vista Ltda. e pela Boa Esperança Ltda., com a supervisão 
dos gerentes de ambas as empresas. Diante dessa situação hipotética, e considerando 
que a sua CTPS somente foi anotada pela empresa Boa Vista Ltda., responda, de 
forma fundamentada, às indagações abaixo à luz da jurisprudência do Tribunal 
Superior do Trabalho:
a) Qual é a natureza da responsabilidade solidária das empresas que integram 
grupo econômico para efeitos da relação de emprego: é ativa e/ou passiva? (Valor: 
0,60)
9
b) É correto afirmar que José da Silva mantinha vínculos de emprego distintos 
com as empresas Boa Vista Ltda. e Boa EsperançaLtda.? (Valor: 0,65)
RESPOSTAS
A) De acordo com o art. 2o, §2o, da CLT, “§ 2o - Sempre que uma ou 
mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica 
própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, 
constituindo grupo industrial, comercial ou de qualquer outra atividade 
econômica, serão, para os efeitos da relação de emprego, solidariamente 
responsáveis a empresa principal e cada uma das subordinadas.” A 
Jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho vislumbra nesse 
dispositivo a existência da chamada solidariedade dual. Em outras 
palavras, para o TST a solidariedade existente entre as empresas de um 
mesmo grupo econômico é, a um só tempo ativa (o que permite a 
quaisquer das empresas exigir a prestação de serviço por parte do 
trabalhador) e passiva (o que torna todas as empresas solidariamente 
responsáveis pelos créditos trabalhistas devidos).
B) Não. O Tribunal Superior do Trabalho, por meio do enunciado 
contido na Súmula 129, consagrou a tese do empregador único, o que na 
verdade é mero desdobramento da tese da solidariedade dual. Na referida 
Súmula, está pacificado o entendimento de que “A prestação de serviços a 
mais de uma empresa do mesmo grupo econômico, durante a mesma 
jornada de trabalho, não caracteriza a coexistência de mais de um 
contrato de trabalho, salvo ajuste em contrário.”
QUESTÃO 4
Inconformada com uma sentença desfavorável aos seus interesses, a empresa 
dela recorre. Contudo, entendeu o magistrado que o recurso era intempestivo, e a ele 
negou seguimento. Ciente disso, a reclamada interpôs recurso de agravo de 
instrumento no 5o (quinto) dia e efetuou o depósito adicional previsto no artigo 899 
da CLT no 8o (oitavo) dia do prazo recursal. Novamente o juiz negou seguimento ao 
10
agravo de instrumento, argumentando que ele estava deserto. Diante dessa situação 
hipotética, responda, de forma fundamentada, às seguintes indagações:
a) Há alguma medida que possa ser tomada pela recorrente contra a última 
decisão do juiz? Em caso afirmativo, qual? (Valor: 0,50)
b) O que significa deserção? No caso em exame, o agravo de instrumento estava 
deserto? Justifique. (Valor: 0,75)
RESPOSTAS
A) Sim. A empresa poderia interpor embargos de declaração, 
fundamentada no art. 897-A, parte final, da CLT (manifesto equívoco no 
exame dos pressupostos extrínsecos do recurso), e, caso não providos os 
embargos, seria possível propor mandado de segurança, uma vez que o 
agravo de instrumento objetiva “destrancar” recurso não admitido, não 
podendo o Juiz negar seguimento a ele, pois se trata de direito líquido e 
certo da parte, ou ainda reclamação correicional (art. 709, II, CLT)., uma 
vez que houve tumulto no andamento processual.
B) Deserção significa, no processo do trabalho, ausência de preparo 
recursal. No caso em tela, o agravo de instrumento estava deserto, pois o 
preparo deveria ter sido feito no ato de interposição do recurso, conforme 
prescreve o art. 899, §7o, da CLT: “No ato de interposição do agravo de 
instrumento, o depósito recursal corresponderá a 50% (cinquenta por 
cento) do valor do depósito do recurso ao qual se pretende destrancar.”, e 
não no oitavo dia do prazo recursal, como fez o recorrente.
11
QUESTÃO 1
Carlos Machado foi admitido pela Construtora Y S.A. em 18/2/2005. Depois de 
desenvolver regularmente suas atividades por mais de um ano, Carlos requereu a 
concessão de férias, ao que foi atendido. Iniciado o período de descanso anual em 
18/4/2006, o empregado não recebeu o seu pagamento, devido a um equívoco 
administrativo do empregador. Depois de algumas ligações para o departamento 
pessoal, Carlos conseguiu resolver o problema, recebendo o pagamento das férias no 
dia 10/5/2006. De volta ao trabalho em 19/5/2006, o empregado foi ao departamento 
pessoal da empresa requerer uma reparação pelo ocorrido. Contudo, além de não ter 
sido atendido, Carlos foi dispensado sem justa causa. Dias depois do despedimento, 
Carlos ajuizou ação trabalhista, pleiteando o pagamento dobrado das férias 
usufruídas, como também indenização por dano moral em face da dispensa arbitrária 
efetuada pelo empregador. Em defesa, a Construtora Y S.A. alegou que houve um 
mero atraso no pagamento das férias por erro administrativo, mas que o pagamento 
foi feito, inexistindo amparo legal para o pedido de novo pagamento em dobro. 
Outrossim, a empregadora afirmou que despediu Carlos sem justa causa, por meio do 
exercício regular do seu direito potestativo, não havendo falar em indenização por 
dano moral.
Em face da situação concreta, responda aos itens a seguir, empregando os 
argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso.
a)Carlos faz jus ao pagamento dobrado das férias? Por quê? (Valor: 0,65) b) 
Carlos terá direito a receber indenização por dano moral? (Valor: 0,6) 
RESPOSTAS
VI EXAME DA ORDEM 
UNIFICADO
CAPÍTULO 4
12
a) Sim. De acordo com o art. 145 da CLT, o pagamento das férias deve 
ocorrer até 02 (dois) dias antes do início do período de fruição, 
justamente para viabilizar que o trabalhador desfrute de maneira 
adequada de suas férias. O atraso no pagamento dessa verba faz incidir o 
disposto no art. 137 da CLT, que se refere ao pagamento em dobro. Esse é 
o entendimento consolidado na OJ 386 da SDI-I TST: “
b) Sim. Embora seja verdade que o empregador possui o direito 
potestativo de despedir o empregado, ele não pode usá-lo de maneira 
abusiva, como medida de retaliação à justa reivindicação do trabalhador. 
No caso em hipótese, a despedida se deu como revide ao pleito legítimo do 
empregado, o que configura ato abusivo e ilícito do empregador (arts. 186 
e 187 do Código Civil). Como o empregador sofreu danos decorrentes 
dessa despedida arbitrária, violadora da sua dignidade (art. 1o, III, CF) e 
do princípio do valor social do trabalho (art. 170, CF), é devida a 
indenização por danos morais, com base na regra de responsabilidade 
civil prevista no art. 927 do Código Civil, aplicável às relações de trabalho 
por força do que previsto no art. 8o, parágrafo único, da CLT.
É devido o pagamento em dobro da remuneração de férias, incluído o 
terço constitucional, com base no art. 137 da CLT, quando, ainda que 
gozadas na época própria, o empregador tenha descumprido o prazo 
previsto no art. 145 do mesmo diploma legal.”
QUESTÃO 2
Tício ajuizou ação trabalhista em face da empresa Hora Certa Ltda., na qual 
pretendia receber horas extras e reflexos. Na própria petição inicial já havia 
impugnado os controles de ponto aduzindo que não havia variação de horário. Na 
audiência, a ré trouxe os documentos, juntando-os com a contestação e declarou que 
pretendia produzir prova testemunhal acerca do pedido do autor. O juiz, após 
examinar a documentação, indeferiu a prova testemunhal da ré. Na sentença, o juiz 
13
julgou procedente o pedido do autor. Considerando as regras de distribuição do ônus 
da prova, o juiz agiu corretamente? Fundamente. (Valor: 1,25)
RESPOSTA
Não. O juiz se equivocou ao indeferir a produção de prova oral por 
parte da empresa ré. Muito embora os controles de ponto com horários 
invariáveis geram uma presunção de que a jornada de trabalho alegada na 
inicial seja verdadeira, consoante dispõe a Súmula 338, III, do Tribunal 
Superior do Trabalho, tal presunção é de natureza relativa, ou seja, pode 
ser desfeita com a produção de prova em sentido contrário. Ao indeferir a 
prova pleiteada pela empresa, o juiz cercou o direito de defesa e ofendeu o 
devido processo legal, impedindo que a ré se desincumbisse do ônus de 
provar que a jornada de trabalho alegada na petição inicial não era 
verdadeira.
QUESTÃO 3
Juventino, brasileiro, residente e domiciliado em João Pessoa, foi contratado 
pela empresa Engenho Engenharia S.A., com sede em Salvador, para trabalhar como 
mestre de obras.Após dois anos trabalhando em João Pessoa, foi transferido para 
trabalhar no Japão, onde ficou por três anos. Retornando ao Brasil, após laborar por 
um mês, foi dispensado imotivadamente. Insatisfeito, ajuizou ação trabalhista 
requerendo que lhe fossem pagos todos os direitos previstos na legislação brasileira no 
período em que trabalhou fora do país, pois no Japão tinha apenas 7 dias de férias por 
ano, não tinha FGTS e a jornada de trabalho era de 9 horas. O juiz julgou o pedido 
improcedente fundamentando a decisão no princípio da lei do local da prestação de 
serviços; logo, aplicação da lei brasileira no Brasil, e a japonesa no Japão, mesmo 
porque Juventino trabalhou mais tempo fora do que dentro do Brasil. Essa decisão foi 
acertada? Por quê? Fundamente. (Valor: 1,25)
RESPOSTA
A decisão não foi acertada. A territorialidade é regra geral para fins 
de aplicação da lei trabalhista. Por força dela, as relações trabalhistas 
14
regem-se pelas normas vigentes no território onde o serviço é prestado. 
Esse, inclusive, o sentido da Súmula 207 do TST (“
favorável ao empregado. Na situação em questão, a lei mais favorável 
ao empregado é a A relação jurídica trabalhista é regida pelas leis vigentes 
no país da prestação de serviço e não por aquelas do local da 
contratação.”). Todavia, no caso de transferência do trabalhador para o 
exterior, a lei a ser aplicada é a aquela que for mais lei brasileira, qual 
deveria ter sido aplicada pelo juiz, com base no art. 3o, II, da Lei n.o 
7.064/82, in verbis:
QUESTÃO 4
Art. 3o - A empresa responsável pelo contrato de trabalho do empregado 
transferido assegurar-lhe-á, independentemente da observância da legislação do local 
da execução dos serviços:
I - os direitos previstos nesta Lei;
II - a aplicação da legislação brasileira de proteção ao trabalho, naquilo que não 
for incompatível com o disposto nesta Lei, quando mais favorável do que a legislação 
territorial, no conjunto de normas e em relação a cada matéria.
João da Silva exercia o cargo de caixa executivo no Banco Estrela S.A., 
trabalhando 8 (oito) horas diárias, com intervalo para repouso e alimentação de 1 
(uma) hora, de segunda-feira a sexta-feira, e recebia gratificação de função de 1/3 (um 
terço) do salário do seu posto efetivo. Posteriormente, foi designado para a função de 
confiança de gerente do departamento de pessoal, recebendo gratificação de 50% 
(cinquenta por cento) do salário do cargo efetivo. Nesse período, a sua jornada era das 
10h às 21h, de segunda-feira a sexta-feira, com 1 (uma) hora de intervalo intrajornada. 
Diante dessa situação hipotética, e considerando que João da Silva, após 12 (doze) 
anos de exercício na função de gerente, foi revertido, sem justo motivo, para o seu 
cargo efetivo, com a supressão de sua gratificação de função, responda, de forma 
fundamentada, às seguintes indagações:
a) Na função de caixa executivo, João ocupava cargo de confiança bancário? Ele 
prestava horas extraordinárias no exercício dessa função? (Valor: 0,5)
15
b) Na função de gerente do departamento de pessoal, João prestava horas 
extraordinárias? (Valor: 0,4)
c) Foi válida a reversão de João para o seu cargo efetivo? A gratificação de função 
poderia ter sido suprimida? (Valor: 0,35)
RESPOSTAS
a) Enquanto caixa executivo, João não ocupava cargo de confiança. 
Tais funções, nos termos do art. 225, §2o, CLT, são aquelas “ de direção, 
gerência, fiscalização, chefia e equivalentes, ou que desempenhem outros 
cargos de confiança”. O Tribunal Superior do Trabalho já pacificou o 
entendimento de que “O caixa bancário, ainda que caixa executivo, não 
exerce cargo de confiança. Se perceber gratificação igual ou superior a um 
terço do salário do posto efetivo, essa remunera apenas a maior 
responsabilidade do cargo e não as duas horas extraordinárias além da 
sexta.” (Súmula 102, VI, TST). João prestava, sim, hora extra, pois 
trabalhava duas horas além da jornada de seis horas prevista no art. 224, 
caput, da CLT.
b) Sim. Para aqueles que exercem cargo de confiança bancário a 
jornada de trabalho é de oito horas diárias, de acordo com a Súmula 102, 
IV, do TST. Como João trabalhava 10 (dez) horas diárias, a nona e a 
décima hora de trabalho prestadas por ele eram extras.
c) A reversão foi válida, pois exercida dentro do jus variandi do 
empregador (art. 468, parágrafo único, CLT). Todavia, João não poderia 
ter suprimida a sua gratificação de 40%, pois a recebia há mais de dez 
anos. Aplica-se, no caso, o disposto na Súmula 372, I, do Tribunal 
Superior do Trabalho, que assim dispõe: “Percebida a gratificação de 
função por dez ou mais anos pelo empregado, se o empregador, sem justo 
motivo, revertê-lo a seu cargo efetivo, não. Poderá retirar-lhe a 
gratificação tendo em vista o princípio da estabilidade
16
QUESTÃO 1
Cristiano é empregador de Denílson, de quem é amigo pessoal, motivo pelo qual 
aceitou ser fiador no contrato de locação residencial desse empregado. Ocorre que 
Denílson, durante quatro meses, não pagou aluguel e encargos, tendo Cristiano sido 
executado pela quantia de R$ 3.000,00 na condição de fiador. Para vingar-se, 
Cristiano dispensou Denílson. Este, a seu turno, ingressou com reclamação trabalhista 
contra a empresa de Cristiano, valendo-se do procedimento sumaríssimo, no qual 
almeja a quantia total de R$ 12.000,00. Em defesa, a empresa sustenta que nada é 
devido, mas, se houver vitória total ou parcial do trabalhador, pretende a 
compensação dos R$ 3.000,00 que Cristiano foi obrigado a pagar pelos aluguéis 
atrasados que o ex-empregado devia ao seu locador. Com base no relatado, responda 
aos itens a seguir, utilizando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação 
legal pertinente ao caso.
A) A fase processual para alegar o instituto da compensação, como pretendido 
pela ré, foi adequada?
( V a l o r : 0 , 5 0 )

B ) A t e s e d e d e f e s a p o d e r á s e r a c o l h i d a ? ( V a l o r : 0 , 5 0 ) 

C) Qual é a diferença entre compensação e dedução? (Valor: 0,25)
 RESPOSTAS
A) Sim. A compensação é instituto de direito material e acarreta 
extinção ou modificação (no caso, diminuição) no direito do autor, de 
modo que deverá ser alegada no momento da apresentação da defesa, 
consoante.
B) Não. No caso, a compensação somente poderia ser admitida se 
ambos os créditos tivessem natureza trabalhista, conforme orientação 
VII EXAME DA ORDEM 
UNIFICADO
CAPÍTULO 5
17
consolidade na Súmula n.o 18 do TST (“A compensação, na Justiça do 
Trabalho, está restrita a dívidas de natureza trabalhista.”). Porém, o 
crédito titularizado por Cristiano tem natureza cível, pois é relativo ao 
valor pago por ele enquanto fiador de Denílson e, portanto, não pode ser 
compensado na esfera trabalhista.
C) A compensação diz respeito ao encontro ou balanço de créditos e 
débitos entre pessoas que são, reciprocamente, credoras ou devedoras. Já 
a dedução diz respeito ao desconto de valores que já foram pagos sob o 
mesmo título que está sendo cobrado.
QUESTÃO 2
Um recurso de revista é interposto em face de acórdão proferido por Tribunal 
Regional do Trabalho em recurso ordinário, em dissídio individual, sendo 
encaminhado ao Presidente do Regional. Diante desta situação hipotética, responda, 
de forma fundamentada, às seguintes indagações:
A) Se o Presidente admitir o recurso de revista somente quanto a parte das 
matérias veiculadas, cabe a interposição de agravo de instrumento? (Valor: 0,65)
A compensação, ou retenção, só poderá ser argüida como matéria de defesa) e 
Súmula 48 do TST (A compensação só poderá ser argüida com a contestação.)
B) É cabível a oposição de embargos de declaração contra decisão de 
admissibilidade do recurso de revista? (Valor: 0,60)
RESPOSTAS
A) Não. O agravo de instrumento somente se revela cabível se for 
negado seguimento ao recurso derevista, o que não acontece nos casos de 
admissão parcial, pois aí o recurso prossegue e é analisado pelo TST, o 
qual poderá, inclusive, apreciá-lo integralmente, se assim entender 
possível. Essa, inclusive, é a orientação consolidada na Súmula 285 do 
TST: “
18
B) Não. Nos termos da Orientação Jurisprudencial n. 77 da SBDI-1 do 
TST: “Não cabem embargos de declaração interpostos contra decisão 
de admissibilidade do recurso de revista, não tendo o efeito de 
interromper qualquer prazo recursal”.
QUESTÃO 3
Felipe Homem de Sorte foi contratado pela empresa Piratininga Comércio de 
Metais Ltda., para exercer a função de auxiliar administrativo. Após um ano de 
serviços prestados, sem que tivesse praticado qualquer ato desabonador de sua 
conduta, recusou-se a cumprir ordem manifestamente legal de seu superior 
hierárquico, por discordar de juízo de mérito daquele, em relação à tomada de uma 
decisão administrativa. De pronto foi verbalmente admoestado, alertado para que o 
ato não se repetisse e sobre a gravidade do ilícito contratual cometido. No mesmo dia, 
ao final do expediente, foi chamado à sala de Diretor da empresa, que lhe comunicou a 
decisão de lhe impor suspensão contratual por 20 (vinte) dias, em virtude da falta 
cometida. Em face da situação acima, responda, de forma fundamentada, aos 
seguintes itens:
1. São válidas as punições aplicadas pelo empregador? (Valor: 0,60)
2. Se a ordem original fosse ilegal, o que poderia o empregado fazer? (Valor: 
0,65) 
RESPOSTAS
1. A primeira punição (admoestação verbal) é válida, pois Felipe não 
poderia ter se recusado a cumprir ordem legal de seu superior 
hierárquico. Já a segunda punição (suspensão contratual) é inválida, por 
representar bis in idem (dupla punição pela mesma falta).
2. Ninguém é obrigado a cumprir ordem manifestamente ilegal, de 
modo que poderia Felipe simplesmente se utilizar do seu direito de 
resistência e negar cumprimento à ordem dada. Poderia o empregado 
também postular a resolução rescisão indireta, com base no artigo 483, 
“a” da CLT, pela imposição de cumprimento de ordem contrária à lei. 
19
Igualmente lhe é facultado pleitear a declaração de nulidade das 
punições, já que fora punido por resistir legitimamente ao cumprimento 
de ordem manifestamente ilegal. Nos dois últimos casos, Felipe Homem 
de Sorte poderá cumular seus pedidos com as reparações patrimoniais e 
morais cabíveis.
20
QUESTÃO 1
Joana e Guilherme, ambos com 30 anos de idade, ajuizaram reclamação 
trabalhista plúrima contra um Município, dos quais são empregados nos moldes da 
CLT, postulando diversos direitos lesados. A sentença, proferida de forma líquida, 
julgou o pedido procedente em parte e condenou o réu ao pagamento de R$ 13.000,00 
para Joana e R$ 22.000,00 para Pedro.
Com base na hipótese apresentada, responda aos itens a seguir.
A) Analise se a sentença proferida estará sujeita ao duplo grau de jurisdição 
obrigatório. (Valor: 0,60)
RESPOSTA: A sentença proferida não está sujeita ao duplo grau de 
jurisdição obrigatório porque, apesar do município ter sucumbido, a 
condenação não ultrapassou o valor de 60 (sessenta) salários mínimos, 
aplicando-se, dessa forma, o art. 475, §2o, do CPC, e a Súmula 303, I, “a”, 
do TST, os quais prevêem a dispensa da remessa obrigatória quando a 
condenação for inferior a tal montante.
B) Caso a sentença transite em julgado nos termos originais, de que forma será 
feito o pagamento da dívida aos exequentes? (Valor: 0,65)
RESPOSTA: O pagamento resultante de condenação judicial sofrida 
pelos entes públicos são feitos mediante precatório judicial, conforme a 
regra do art. 100 da Constituição Federal. No caso dos municípios, se o 
valor da condenação não ultrapassar 30 (trinta) salários mínimos, o 
pagamento é feito mediante requisição de pequeno valor (RPV), nos 
VIII EXAME DA ORDEM 
UNIFICADO
CAPÍTULO 6
21
termos do art. 87, II, do ADCT. Aplicando-se essas premissas ao presente 
caso, conclui-se que Joana receberá por meio de RPV e Guilherme 
mediante precatório.
QUESTÃO 2
Francisco é empregado numa empresa de máquinas e trabalha externamente. 
Em termos salariais, Francisco é comissionista puro, recebendo 20% sobre as vendas 
por ele realizadas mensalmente. Em determinado mês, Francisco efetuou uma venda 
de R$ 50.000,00 em 10 parcelas mensais, daí porque o empregador lhe disse que 
pagará a comissão de acordo com o vencimento das parcelas.
A partir do caso apresentado, responda aos itens a seguir.
A) Se uma das parcelas não for paga pelo comprador, como deve proceder o 
empregador de Francisco em relação ao pagamento da comissão correspondente? 
Justifique. (Valor: 0,65)
RESPOSTA: O empregador deve pagar Francisco normalmente, pois 
o ônus da atividade empresarial é dele, empregador, não podendo ficar o 
empregado à mercê das suscetibilidades da relação entre empregador e 
cliente. O próprio art. 2o da CLT, quando define a figura do empregador, 
estabelece que ele é quem assume os riscos da atividade econômica.
B) Se as parcelas estivessem sendo pagas normalmente e Francisco fosse 
dispensado seis meses após a realização da venda, como fica a situação da comissão 
vincenda? (Valor: 0,60)
RESPOSTA: A comissão vincenda deveria continuar a ser paga, mês a 
mês, a Francisco, até o término das parcelas, pois de acordo com o art. 
466, §2o, da CLT, “
22
QUESTÃO 3
Uma determinada empresa aplica a seguinte jornada de trabalho: os empregados 
trabalham durante sete dias das 8h às 17h com intervalo de uma hora para refeição e 
folgam no 8o dia – e assim sucessivamente. Além disso, recebem um bônus de dois 
dias fruitivos por mês, nos quais podem faltar quando desejarem, sem qualquer 
desconto no salário, desde que avisem previamente à chefia.
A partir da situação apresentada, responda aos seguintes itens.
A) Qual é o efeito do repouso semanal remunerado no contrato de trabalho e 
onde se encontra o normativo de regência desse direito? (Valor: 0,65)
RESPOSTA: O repouso semanal remunerado tem como efeito a 
interrupção do contrato de trabalho. As normas de regência do instituto 
encontram-se, em primeiro plano, na Constituição Federal, art. 7o, inc. 
XV; e, na esfera infraconstitucional, no art. 67 da CLT e na Lei 605/49.
B) Analise, segundo a legislação em vigor, a política de repouso remunerado 
adotada pela empresa. (Valor: 0,60)
RESPOSTA: A política de repouso remunerado adotada pela 
empresa, de conceder o repouso apenas depois de trabalhados os sete 
dias, não está em harmonia com as regras do ordenamento jurídico 
brasileiro, pois o repouso semanal deve ser concedido durante a semana 
trabalhada, e não após o término desta. Nesse sentido, o TST já editou a 
OJ 410 da SDI-1do TST, segundo a qual: “Viola o art. 7o, XV, da CRFB, a 
concessão de repouso semanal remunerado após o sétimo dia consecutivo 
de trabalho, importando no seu pagamento em dobro.”
trabalho não prejudica a percepção das comissões e percentagens 
devidas.”
23
QUESTÃO 4
 
O juízo trabalhista da 90a Vara do Trabalho de Fortaleza comunicou à empresa 
X quanto à inserção do seu nome no Banco Nacional de Devedores Trabalhistas. A 
respeito disso, responda às indagações abaixo:
A) Em que situações o nome do devedor é inscrito no BNDT (Banco Nacional de 
Devedores Trabalhistas)? (Valor: 0,65)
B) Qual(is) é(são) a(s) consequência(s) da inserção do nome de uma empresa no 
BNDT (Banco Nacional de Devedores Trabalhistas), com emissão de certidão 
positiva? (Valor: 0,60)
RESPOSTA: A conseqüência da inserção do nome do devedor no 
BNDT é que ele ficará impossibilitado de participar de licitações públicas, 
pois não terá como preencher as exigências da fase de habilitação 
previstas nos arts. 27, IV, e 29, V, da Lei 8.666/93, com a redação dada 
pela Lei 12.440/11.
RESPOSTA: O devedor terá seu nome inscritono BNDT nas hipóteses 
delineadas no art. 642-A da CLT, acrescentado pela Lei 12.440/2011, a 
saber: (i) inadimplemento de obrigações estabelecidas em sentença 
condenatória transitada em julgado proferida pela Justiça do Trabalho ou 
em acordos judiciais trabalhistas, inclusive no concernente aos 
recolhimentos previdenciários, a honorários, a custas, a emolumentos ou 
a recolhimentos determinados em lei; ou(ii) inadimplemento de 
obrigações decorrentes de execução de acordos firmados perante o 
Ministério Público do Trabalho ou Comissão de Conciliação Prévia.
24
QUESTÃO 1
Sebastião é empregado no Restaurante Galeto Delicioso Ltda., exercendo a 
função de garçom, com salário mensal de R$ 1.000,00 (um mil reais), que é 
equivalente ao piso salarial da categoria profissional previsto em convenção coletiva 
de trabalho. Apesar de o restaurante não incluir as gorjetas nas notas de serviço, estas 
são oferecidas espontaneamente pelos clientes. Sebastião solicitou ao empregador a 
integração do valor das gorjetas à base de cálculo do FGTS.
Diante desta situação hipotética, responda, de forma fundamentada, aos itens a 
seguir.
A) Qual é a natureza jurídica da gorjeta? Justifique. (Valor: 0,65)
RESPOSTA: Segundo o art. 457 da Consolidação das Leis do 
Trabalho, “Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos 
os efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente pelo 
empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que receber.” 
Extrai- se desse dispositivo, portanto, a natureza remuneratória das 
gorjetas, que é a paga feita por terceiros. Corrobora essa afirmativa a 
previsão da Súmula n.o 354 da CLT, segundo a qual “As gorjetas, cobradas 
pelo empregador na nota de serviço ou oferecidas espontaneamente pelos 
clientes, integram a remuneração do empregado (...)”
B) É procedente a pretensão de Sebastião de ter o valor das gorjetas integrado à 
base de cálculo do FGTS? (Valor: 0,60)
RESPOSTA: Sim, é procedente. A base de cálculo do FGTS é composta 
pela remuneração do trabalhador e, consoante já afirmado acima, as 
gorjetas compõem essa remuneração. A previsão legal feita na Lei que 
IX EXAME DA ORDEM 
UNIFICADO
CAPÍTULO 7
25
regulamenta o FGTS (Lei n.o 8036/90) confirma a afirmação: “Art. 15. 
Para os fins previstos nesta lei, todos os empregadores ficam obrigados a 
depositar, até o dia 7 (sete) de cada mês, em conta bancária vinculada, a 
importância correspondente a 8 (oito) por cento da remuneração paga ou 
devida, no mês anterior, a cada trabalhador, incluídas na remuneração as 
parcelas de que tratam os arts. 457 e 458 da CLT e a gratificação de Natal a 
que se refere a Lei no 4.090, de 13 de julho de 1962, com as modificações 
da Lei no 4.749, de 12 de agosto de 1965.”
 
Vale repetir aqui o disposto na Súmula 354 do TST, citada 
anteriormente, bem como o disposto na Súmula 63 daquele tribunal, que 
dispõe: “A contribuição para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço 
incide sobre a remuneração mensal devida ao empregado, inclusive horas 
extras e adicionais eventuais.”
 
QUESTÃO 2
Opostos embargos declaratórios pelo reclamante com pedido de efeito 
modificativo, o juiz dá provimento aos embargos e adiciona à condenação o 
pagamento de uma verba que não havia sido apreciada na sentença, apesar de 
requerida na petição inicial. Ciente disso, a empresa rebela-se afirmando que deveria 
ter sido observado o contraditório e que ela deveria ter tido a oportunidade de se 
manifestar. Como isso não aconteceu, sustenta ser nula a decisão dos embargos.
Diante disso, responda justificadamente, aos itens a seguir.
A) Os embargos de declaração podem ter efeito modificativo do julgado? (Valor: 
0,65)
RESPOSTA: Sim. Quando se trata de embargos declaratórios que 
buscam suprir omissão ocorrente na sentença, possível seu efeito 
modificativo, consagrado tanto pela CLT (art. 897-A), quanto pela 
jurisprudência do TST (Súmula 278)
26
B) Procede a alegação empresarial quanto à nulidade da decisão dos embargos 
declaratórios opostos contra sentença não submetidos ao contraditório? (Valor: 0,60)
RESPOSTA: Não. Mesmo possuindo os embargos efeitos 
modificativos, não há nulidade pela não observância do princípio do 
contraditório, pois de acordo com a jurisprudência consolidada pelo TST 
na Orientação Jurisprudencial n.o 142, item II, a abertura de vista à parte 
contrária não é exigido nos embargos declaratórios opostos contra 
sentença. A justificativa par tal entendimento é que toda a matéria 
discutida nos autos será devolvida à apreciação do Tribunal com a 
interposição de recurso ordinário, que tem efeito devolutivo em 
profundidade. Não haveria, portanto, violação ao contraditório, uma vez 
que à empresa é possível, no recurso ordinário, insurgir-se contra a 
modificação havida na sentença.
 
QUESTÃO 3
A Fazenda Pública Estadual, na condição de tomadora de serviços terceirizados, 
é condenada pela Justiça do Trabalho ao pagamento de verbas trabalhistas devidas ao 
empregado da empresa prestadora de serviços. Diante disso, entendendo a Fazenda 
Pública a presença de algumas omissões no fundamento do julgado, responda, 
justificadamente, aos itens a seguir.
A) Qual é o prazo que a Fazenda Pública Estadual terá para opor embargos de 
declaração? (Valor: 0,65)
RESPOSTA: A Fazenda Pública é detentora da prerrogativa de ter o 
prazo em dobro para apresentar recursos, conforme art. 188 do Código de 
Processo Civil. Tal previsão incidente também no âmbito do processo 
trabalhista, de modo que no caso proposto a Fazenda Pública terá o prazo 
de dez dias para apresentar embargos declaratórios, conforme 
consolidado na OJ n.o 192 do TST.
27
B) Confirmada a sentença e sobrevindo a execução, que prazo a Fazenda Pública 
Estadual terá, de acordo com a Lei, para ajuizar embargos de devedor? (Valor: 0,60)
RESPOSTA: Embora haja alguma divergência sobre a matéria, 
prevalece perante o TST que o prazo para a Fazenda Pública apresentar 
embargos de devedor é de cinco dias, nos termos do art. 884, §1o, da CLT. 
Isso porque, de acordo com o TST, é inconstitucional a Medida Provisória 
n.o 2.180/35, que estipulou o prazo de trinta dias para os embargos de 
devedor proposto pela Fazenda Pública, uma vez que Medida Provisória 
não pode versar sobre direito processual civil, tampouco tratar-se de 
matéria de urgência.
QUESTÃO 4
Numa determinada escola, uma professora irá casar-se no dia 10 e uma auxiliar 
de Secretaria, no dia 15 do mesmo mês. A direção comunicou que concederá nove dias 
de licença para a professora e três dias de licença para a auxiliar de Secretaria. Ciente 
disso, a auxiliar foi à direção reclamar contra o tratamento discriminatório, alegando 
violação do princípio da isonomia. Diante disso, responda justificadamente.
A) Analise se a direção do colégio agiu corretamente na concessão de prazos 
diferenciados de licença. (Valor: 0,60)
RESPOSTA: Não houve tratamento discriminatório, pois o prazo de 
nove dias para a licença da professora é especial, encontrando previsão 
no art. 320, §3o, da CLT.
B) Qual é o efeito jurídico da licença gala no contrato de trabalho e como ficará a 
questão do salário neste período? (Valor: 0,60)
RESPOSTA: A licença para casamento é causa de interrupção do 
contrato de trabalho, devendo a remuneração ser paga pelo empregador 
nesse período.
28
QUESTÃO 1
Em ação trabalhista, a parte reclamante postulou a condenação da empresa 
reclamada no pagamento de horas extraordinárias e sua projeção nas parcelas 
c o n t r a t u a i s e r e s i l i t ó r i a s e s p e c i f i c a d a s n a i n i c i a l .

Ao pregão da Vara trabalhista respondeu o empregado-reclamante, assistido do 
s e u a d v o g a d o . 

Pela empresa, compareceu o advogado, munido de procuração e defesa escrita, 
que explicou ao juiz que o preposto do empregador-reclamadoestaria retido no 
trânsito, conforme telefonema recebido.
Na referida defesa, recebida pelo Juiz, a empresa alega que o reclamante não 
trabalhou no horário apontado na inicial e argui a prescrição da ação, por ter a 
resilição contratual ocorrido mais de dois anos depois do ajuizamento da 
reclamação trabalhista, o que restou confirmado após a exibição da CTPS e 
esclarecimentos prestados pelo reclamante.
Em face dessa situação hipotética, responda, de forma fundamentada, às 
i n d a g a ç õ e s a s e g u i r . 

a) Que requerimento o advogado do reclamante deverá fazer diante da situação 
d e s c r i t a ? E s t a b e l e ç a a i n d a a s r a z õ e s d o r e q u e r i m e n t o .

b) Com base em fundamentos jurídicos pertinentes à seara trabalhista, o pedido 
deverá ser julgado procedente ou improcedente?
Gabarito comentado
OAB EXAME DE ORDEM 2010/2 

PROVA DISCURSIVA – DIREITO DO TRABALHO
CAPÍTULO 8
29
Espera-se que o examinando aborde a caracterização da revelia e os 
s e u s e f e i t o s d i a n t e d a q u e s t ã o a p r e s e n t a d a . 

Respondendo à primeira indagação, que o advogado do reclamante 
deve postular a decretação da revelia, com confissão do reclamado 
quanto à matéria fática.
Razões do requerimento: ao contrário da Justiça Comum, na Justiça 
do Trabalho a revelia não decorre da falta de defesa e sim da ausência 
do réu ou seu representante legal, sendo que a presença do advogado 
não elide a ausência do preposto, acarretando a revelia (interpretação 
do Art. 844 da CLT, pela Súmula 122, do TST) – 0,6 pts.
Quanto à segunda indagação, embora a revelia importe, nos termos do Art. 844, 
CLT, em confissão apenas quanto à matéria de fato, e a prescrição é matéria de 
direito, o contrato somente teve fim dois anos após o ajuizamento, conforme 
constatado em audiência, pelo que não há prescrição bienal extintiva da ação a 
ser declarada (Art. 7o, XXIX, CF ou 11, CLT), o que importaria o reconhecimento 
do pedido de horas extras e integrações.
Contudo, como o reclamante postulou, com contrato ainda em curso, integração 
das horas extras também em parcelas decorrentes de uma terminação contratual 
que não havia se operado à época do ajuizamento da reclamação, essa parte do 
pedido não pode ser acolhida –e sequer conhecida- pelo que o pedido deverá ser 
julgado procedente, em parte, nos termos do Art.128 c/c 460, CPC – 0,4 pts.
1. Item A:
- De aplicação da revelia e confissão matéria fática – advogado com defesa e 
procuração não elide revelia
– Indicação da norma: Súmula no 122/TST
- Razões: na JT revelia decorre da ausência da parte
- Indicação da norma: Art. 844/CLT
30
2. Item B:
- Procedente, em parte. Embora a prescrição seja matéria de direito, não incide 
prescrição bienal extintiva quanto a contrato em curso. Mas não pode ser 
conhecido pedido de integração em parcelas decorrentes de terminação 
contratual que ainda não havia se operado quando do ajuizamento
- Indicação das normas: Art.7o, XXIX/CF e 128 c/c 460, CPC
QUESTÃO 2
Um membro do conselho fiscal de sindicato representante de determinada 
categoria profissional ajuizou reclamação trabalhista com pedido de antecipação 
dos efeitos da tutela, postulando a sua reintegração no emprego, em razão de ter 
s i d o i m o t i v a d a m e n t e d i s p e n s a d o .

O reclamante fundamentou sua pretensão na estabilidade provisória assegurada 
ao dirigente sindical, prevista nos artigos 543, § 3o, da CLT e 8o, inciso VIII, da 
Constituição da República de 1988, desde o registro de sua candidatura até 01 
(um) anos após o término de seu mandato.
O juiz concedeu, em sede liminar, a tutela antecipada requerida pelo autor, 
determinando a sua imediata reintegração, fundamentando sua decisão no fato 
de que os membros do conselho fiscal, assim como os integrantes da diretoria, 
exercem a administração do sindicato, nos termos do artigo 522, caput, da CLT, 
sendo eleitos pela assembléia geral.
Com base em fundamentos jurídicos determinantes da situação problema acima 
a l i n h a d a , r e s p o n d a à s i n d a g a ç õ e s a s e g u i r . 

31
a) O juiz agiu com acerto ao determinar a reintegração imediata do reclamante?

b) Que medida judicial seria adotada pelo reclamado contra esta decisão 
antecipatória?
Gabarito comentado
Relativamente à primeira indagação, espera-se que o examinando, ao 
abordar a discussão sobre a estabilidade de emprego dos dirigentes 
sindicais para a representação dos interesses da categoria, responda 
negativamente.
No caso trata-se de conselheiro fiscal, cuja discussão se pauta no 
exercício ou não da direção e representação do sindicato.
Com fundamento no Art. 522, § 2o, da CLT, as atividades do 
conselheiro fiscal limitam-se à fiscalização da gestão financeira do 
sindicato, não atuando na representação ou defesa da categoria.
Exatamente interpretando tal dispositivo, o entendimento 
consubstanciado na OJ no 365 da SBDI I, do TST, é no sentido de não 
reconhecer direito à estabilidade ao conselheiro fiscal – 0,5 pts.
Distribuição dos pontos
No que tange à segunda indagação, quanto à decisão que antecipou os 
efeitos da tutela de mérito, trata- se de incidente interlocutório e que 
nos termos do Art. 893, § 1o da CLT e da Súmula no 214, do TST, é 
irrecorrível de imediato, pelo que não é atacável por via de recurso 
ordinário, muito menos por agravo de instrumento, que se limita ao 
destrancamento de recurso.
Assim, por se tratar de decisão interlocutória, sem recurso específico, 
a resposta correta é o mandado de segurança, nos termos da Sumula 
no 414, II do Colendo TST, unificadora da jurisprudência trabalhista, 
não sendo considerada a resposta sem fundamentação.
A OJ no 63, da SBDI-II, do TST, não serve de fundamento, por se 
referir a Ação Cautelar.
32
Ressalta-se que a respectiva resposta não se encontra única e 
exclusivamente com espeque em súmula e jurisprudência dos 
tribunais superiores, mas tão somente em interpretação dos 
dispositivos citados no corpo da chave de resposta – 0,5 pts.
Distribuição dos pontos
Item
Pontuação
- Não. Membro do C. Fiscal não tem estabilidade – C. F. não atua na 
defesa de direitos da categoria – competência limitada à atividade de 
fiscalização da gestão financeira do sindicatos
QUESTÃO 3
Na audiência inaugural de um processo na Justiça do Trabalho que tramita pelo 
rito sumaríssimo, o advogado do réu apresentou sua contestação com 
documentos e, ato contínuo, requereu o adiamento em virtude da ausência da 
testemunha Jussara Freire que, apesar de comprovadamente convidada, não 
compareceu. O advogado do autor, em contraditório, protestou, uma vez que a 
audiência é una no processo do trabalho, não admitindo adiamentos. O juiz 
deferiu o requerimento de adiamento, registrou o protesto em ata e remarcou a 
audiência para o início da fase instrutória.
No dia designado para a audiência de instrução, a testemunha Jussara Freire não 
apenas compareceu, como esteve presente, dentro da sala de audiências, durante 
todo o depoimento da testemunha trazida pelo autor. No momento da sua oitiva, 
o advogado do autor a contraditou, sob o argumento vício procedimental para 
essa inquirição, ao que o advogado do réu protestou. Antes de o juiz decidir o 
incidente processual, o advogado do réu se antecipou e requereu a substituição da 
testemunha.
33
Diante da situação narrada, analise o deferimento do adiamento da audiência 
pelo juiz, bem como a contradita apresentada pelo advogado do autor e o 
requerimento de substituição elaborado pelo advogado do réu.
Gabarito comentado
1 – Espera-se que o candidato responda que, não obstante a 
incidência de regra geral da audiência trabalhista una, por se tratar 
de causa que tramita pelo rito sumaríssimo e com espeque nos Art. 
852 - H, § 3o, da CLT, permite-se o adiamento da audiência,na 
h i p ó t e s e d e a t e s t e m u n h a c o n v i d a d a n ã o c o m p a r e c e r 
espontaneamente – 0, 3 pts.
Distribuição dos pontos
2 – Espera-se que o candidato fundamente a contradita da 
testemunha com base na violação do Art. 824, CLT ou Art. 413, do 
CPC, que determinam a oitiva das testemunhas separadamente e de 
modo que uma não ouça o depoimento da outra – 0,3 pts.
Distribuição dos pontos
3 - Quanto ao requerimento final, deve ser pelo candidato ressaltado, 
mais uma vez, a inexistência de regra específica na CLT sobre a 
substituição de testemunha, tornando-se possível a aplicação 
subsidiária do CPC. E a conclusão no sentido da afirmação da 
impossibilidade de substituição da testemunha Jussara Freire, no 
caso em exame, uma vez que não se trata das hipóteses contidas nos 
incisos do Art. 408 do CPC, destacando que a parte deu causa ao vício 
e que o deferimento criaria uma violação arbitrária da isonomia de 
tratamento das partes litigantes – 0,4 pts.
c) Espera-se que o candidato responda que, no caso, não há que se falar em ônus 
da prova, porque não há mais prova a ser produzida em relação ao fato, posto que 
o próprio empregador, sem alegar fato impeditivo, modificativo ou extintivo do 
direito à equiparação, confessa a maior produtividade e perfeição técnica do 
34
trabalho desenvolvido pelo próprio reclamante. Incidência dos arts. 334, II e 348, 
do CPC – 0,4 pts.
QUESTÃO 5
Vindo de sua cidade natal, Aracaju, José foi contratado na cidade do Rio de 
Janeiro, para trabalhar como pedreiro, em Santiago do Chile, para empregador 
de nacionalidade uruguaia. Naquela cidade lhe prestou serviços por dois anos, ao 
t é r m i n o d o s q u a i s f o i a l i d i s p e n s a d o .

Retornando ao Brasil, o trabalhador ajuizou reclamação trabalhista, mas o Juiz, 
em atendimento a requerimento do reclamado, extinguiu o processo, sob o 
fundamento de que a competência para apreciar a questão é da justiça uruguaia, 
correspondente à nacionalidade do ex-empregador.
Considere que entre Brasil, Chile e Uruguai não existe tratado definindo a 
q u e s t ã o d a c o m p e t ê n c i a p a r a a h i p ó t e s e n a r r a d a .

a ) O J u i z a g i u a c e r t a d a m e n t e e m s u a d e c i s ã o ? J u s t i f i q u e .

b) Informe se cabe recurso da decisão proferida, estabelecendo, se for o caso, o 
recurso cabível e, por fim, em que momento processual pode ser impugnada a 
referida decisão. Justifique a resposta.
Kelly Amaral, assistida por advogado particular não vinculado ao seu sindicato de 
classe, ajuizou reclamação trabalhista, pelo Rito Ordinário, em face do Banco 
Finanças S/A (RT no 1234/2010), em 13.09.2010, afirmando que foi admitida em 
04.08.2002, para exercer a função de gerente geral de agência, e que prestava 
serviços diariamente de segunda-feira a sexta-feira, das 09h00min às 20h00min, 
com intervalo para repouso e alimentação de 30 (trinta) minutos diários, apesar 
de não ter se submetido a controle de ponto. Seu contrato extinguiu-se em 
15.07.2009, em razão de dispensa imotivada, quando recebia salário no valor de 
R$ 5.000,00 (cinco mil reais), acrescido de 45% (quarenta e cinco por cento), a 
35
título de gratificação de função. Aduziu, ainda, que desde a sua admissão, e 
sempre por força de normas coletivas, vinha percebendo o pagamento de auxílio-
educação, de natureza indenizatória, para custear a despesas com a instrução de 
seus dependentes.
O pagamento desta vantagem perdurou até o termo final de vigência da 
convenção coletiva de trabalho de 2006/2007, aplicável à categoria profissional 
dos bancários, não tendo sido renovado o direito à percepção do referido auxílio 
n o s i n s t r u m e n t o s n o r m a t i v o s s u b s e q u e n t e s . 

Em face do princípio da inalterabilidade contratual sustentou a incorporação do 
direito ao recebimento desta vantagem ao seu contrato de trabalho, configurando 
direito adquirido, o qual não poderia ter sido suprimido pelo empregador. 
Nomeada, em janeiro/2009, para exercer o cargo de delegado sindical de 
representação obreira, no setor de cultura e desporto da entidade e que 
inobstante tal estabilidade foi dispensada imotivadamente, por iniciativa de seu 
empregador. Inobstante não prestar atividades adstritas ao caixa bancário, por 
isonomia, requer o recebimento da parcela quebra de caixa, com a devida 
integração e reflexos legais. Alegou, também, fazer jus a isonomia salarial com o 
Sr. Osvaldo Maleta, readaptado funcionalmente por causa previdenciária, e por 
tal desde janeiro/2008 exerce a função de Gerente Geral de Agência, ou seja, com 
idêntica função ao autor da demanda, na mesma localidade e para o mesmo 
empregador e cujo salário fixo superava R$ 8.000,00 (oito mil reais), acrescidos 
da devida gratificação funcional de 45%. Alega a não fruição e recebimento das 
férias do período 2007/2008, inobstante admitir ter se retirado em licença 
remunerada, por 32 (trinta e dois) dias durante aquele período aquisitivo.
Diante do exposto, postulou a reintegração ao emprego, em face da estabilidade 
acima perpetrada ou indenização substitutiva e a condenação do banco 
empregador ao pagamento de 02 (duas) horas extraordinárias diárias, com 
adicional de 50% (cinquenta por cento), de uma hora extra diária, pela supressão 
do intervalo mínimo de uma hora e dos reflexos em aviso prévio, férias integrais e 
proporcionais, décimo terceiro salário integral e proporcional, FGTS e 
indenização compensatória de 40% (quarenta por cento), assim como dos valores 
mensais correspondentes ao auxílio educação, desde a data da sua supressão até 
o advento do término de seu contrato, do recebimento da parcela denominada 
36
quebra de caixa, bem como sua integração e reflexos nos termos da lei, diferenças 
salariais e reflexos em aviso prévio, férias integrais e proporcionais, décimo 
terceiro salário integral e proporcional, FGTS + 40%, face pleito equiparatório e 
férias integrais 2007/2008, de forma simples e acrescidos de 1/3 pela não 
concessão a tempo e modo. Pleiteou, por fim, a condenação do reclamado ao 
pagamento de indenização por danos morais e de honorários advocatícios 
sucumbenciais.
Considerando que a reclamação trabalhista foi ajuizada perante a 1a Vara do 
Trabalho de Boa Esperança/MG, redija, na condição de advogado contratado 
pelo banco empregador, a peça processual adequada, a fim de atender aos 
interesses de seu cliente.
Gabarito comentado
1 – Verificar adequação do encaminhamento e identificação das 
partes:
Modelo de encaminhamento e identificação das partes:
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA 1a VARA DO 
TRABALHO DE BOA ESPERANÇA/MG
Processo n 1234/2010 – 0,25 pts
BANCO FINANÇAS S/A, já qualificado na petição inicial, vem, respeitosamente, 
perante Vossa Excelência, através do advogado que ao final assina, apresentar, 
nos autos do processo em epígrafe, com fundamento no artigo 847 da CLT, a 
presente
CONTESTAÇÃO
em face da reclamação trabalhista ajuizada por KELLY AMARAL, pelas razões de 
fato e de direito a seguir expostas – 0,25 pts.
ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL – OAB EXAME DE ORDEM 2010/2 

PROVA DISCURSIVA – DIREITO DO TRABALHO
37
Distribuição dos pontos
2 – Verificar se o candidato argui, na peça, a preliminar de inépcia
M o d e l o :

A reclamante, na petição inicial, postula o pagamento de indenização por danos 
morais, sem, contudo, articular os fundamentos de fato e de direito que amparam 
a sua pretensão. Resta, pois, ausente a causa de pedir. Assim sendo, deve ser 
julgado inepta a petição inicial neste aspecto, com base no artigo 295, parágrafo 
único, inciso I, do CPC, julgando-se extinto o processo sem resolução do mérito 
com relação a este pedido, nos termos dos artigos 267, inciso I, e 295, inciso I, do
5 –Do item alteração contratual lesiva e da integração do valor pago atítulo de auxilio educação. Verificar se o candidato contesta –e 
adequadamente- o pedido, com indicação da norma jurídica 
incidente.
As normas previstas nas Convenções Coletivas de Trabalho têm validade 
temporal, não importando em alteração lesiva a supressão de benefícios delas 
advindos e não previstos em norma coletiva posterior. Improcedência.
Modelo:
A jurisprudência uniformizada no item I da Súmula no 277 do C. Tribunal 
Superior do Trabalho, apreciando a repercussão das normas coletivas nos 
contratos de trabalho, posiciona-se no sentido de que as condições de trabalho 
alcançadas por força de sentença normativa, convenção ou acordo coletivos 
vigoram no prazo assinado, não integrando, de forma definitiva, os contratos 
individuais de trabalho. Trata-se, conforme a doutrina, da adoção da teoria da 
aderência limitada pelo prazo. Ao contrário da tese adotada pela parte autora, o 
direito de percepção do auxílio-educação se esgotou com o advento do término da 
vigência da convenção coletiva de trabalho de 2006/2007, haja vista não ter sido 
renovado este benefício nas normas coletivas posteriores. Não há, portanto, que 
se falar em incorporação, ou mesmo direito adquirido, sendo inaplicável, neste 
caso, a norma do artigo 468 da CLT. Desta forma, deve ser julgado improcedente 
o pedido – 0,5 pts.
38
Distribuição dos pontos
6 –Do item estabilidade e pedido de Reintegração ou Indenização 
Substitutiva:
Verificar se o candidato contesta -e adequadamente- o pedido, com indicação da 
n o r m a j u r í d i c a i n c i d e n t e . 

Delegado sindical não é detentor de estabilidade, por falta de representatividade 
eletiva. Improcedência. Modelo: O pedido não merece guarida, por falta de 
amparo legal, visto que a reclamante exercia cargo de delegado sindical de 
representação obreira, o que não lhe dá ensejo à estabilidade provisória de 
emprego, pois indicada e não eleita para fins de representação de categoria 
profissional, nos exatos termos da OJ 369 da SBDI 1 do TST. Sendo assim, os 
pedidos sucessivos alhures deverão ser julgados improcedentes – 0,5 pts.
Distribuição dos pontos
7 – Do item quebra de caixa - pagamento e integração com reflexos da 
parcela quebra de caixa:
Verificar se o candidato contesta -e adequadamente- o pedido.
Atividade exercida não enseja a percepção da parcela – improcedência.
ItemModelo:
Não faz jus à reclamante a parcela devida, pois suas atividades e funções não 
denotam a possibilidade de ensejar erros involuntários de contagem, dado o 
manuseio constante de dinheiro. Com efeito, não há para a reclamante maior 
responsabilidade que se exige do empregado que realiza cotidianamente a 
contagem de valores em dinheiro. Enfim, é nítida a incompatibilidade da 
percepção da referida parcela com a função de Gerência Geral de Agência – 0,5 
pts.
Distribuição dos pontos
8 – Do item Equiparação Salarial:
39
Verificar se o candidato contesta -e adequadamente- o pedido, com indicação da 
norma jurídica incidente.
Paradigma em readaptação não serve de modelo para efeito de equiparação. 
Apontamento de fato impeditivo de direito ao pleito equiparatório, face à 
p r e v i s ã o d o A r t . 4 6 1 § 4 o , C L T . I m p r o c e d ê n c i a d o p e d i d o .

Modelo:
Pleito de equiparação salarial, apontando como paradigma o Sr. Osvaldo Maleta, 
empregado readaptado funcionalmente por causa previdenciária, requerendo 
diferenças salariais.
Existe fato impeditivo do direito ao pleito equiparatório e seus consectários, qual 
seja, o disposto no Art. 461, § 4o, visto que o apontado paradigma exerce a função 
de Gerente Geral de Agência, advindo de readaptação funcional, por causa 
previdenciária, o que afasta o pleito isonômico – 0,5 pts.
Distribuição dos pontos
9 – Do item férias vencidas e não usufruídas.
Verificar se o candidato contesta –e adequadamente- o pedido, com indicação da 
norma jurídica incidente. Licença remunerada superior a 30 dias no período 
aquisitivo elimina o direito a férias do mesmo período. Improcedência.
M o d e l o :

O pleito deverá ser afastado, com espeque no Art. 133, II da CLT, pois a autora 
admite ter usufruído licença remunerada, por 32 dias, durante aquele período 
aquisitivo 2007/2008 – 0,5 pts. Distribuição dos pontos
10 – Do item honorários advocatícios:
Verificar se o candidato contesta –e adequadamente- o pedido, com indicação da 
norma jurídica incidente. Não foram preenchidos os requisitos legais para a 
incidência de honorários. Improcedência.
Modelo:
40
Segundo a disposição contida no artigo 14, caput, § 1o, da Lei no 5.584/70 e 
Súmulas 219 e 329 do TST, na Justiça do Trabalho a assistência judiciária a que 
se refere a Lei no 1.060/50 será prestada pelo sindicato profissional a que 
pertencer o trabalhador, sendo devida a todo aquele que perceber salário igual ou 
inferior ao dobro do mínimo legal, ou que sua situação econômica não lhe 
permita demandar, sem prejuízo do sustento próprio ou da família, devendo ser 
julgado improcedente o pedido de condenação do reclamado no pagamento de 
honorários advocatícios – 0,25 pts.
Distribuição dos pontos
11 – Requerimentos:
M o d e l o :

Diante dos fundamentos fáticos e jurídicos articulados, o candidato deve requerer 
o acolhimento da preliminar de inépcia, a prejudicial de prescrição quinquenal e, 
por fim, no mérito, sejam julgados improcedentes os pedidos aduzidos na peça de 
ingresso pelas razões expostas, protestando por todos os meios de prova 
41
COMENTÁRIOS ÀS QUESTÕES 
DISCURSIVAS DA PROVA 
PRÁTICO-PROFISSIONAL DA 
OAB 2010.3 – DIREITO DO 
TRABALHO - FGV
QUESTÃO 1 
Cara Pintada Ltda., empresa de distribuição e venda do ramo de cosméticos, 
sofreu reclamação trabalhista por parte do ex-empregado Jorge Taicon Grilo, que 
postula diferenças salariais com base em desvio de função, pagamento de horas extras 
e repercussão das referidas verbas nas parcelas contratuais e resilitórias. A ação foi 
movida também em face da empresa Cara Pintada S.A., indústria de cosméticos, 
componente, segundo alegação, do mesmo grupo econômico.
Com base nas provas produzidas nos autos, em 01/08/2010 a sentença de 1o 
grau deu procedência aos pedidos, vindo a ser confirmada pelo TRT, já que foi negado 
provimento ao recurso interposto pela primeira empresa. O recurso do empregado foi, 
no entanto, provido, para condenação da segunda empresa como responsável 
solidária, porque foi considerada componente do grupo econômico da empresa de 
cosméticos.
D a d e c i s ã o , n ã o h o u v e r e c u r s o . 

A sentença de conhecimento foi liquidada, chegando-se ao valor de R$ 58.000,00. 
D e s s a d e c i s ã o t a m b é m n ã o h o u v e r e c u r s o .

Iniciou-se então a execução, quando sobreveio a falência da empresa Cara Pintada 
L t d a . , n o t i c i a d a n o s a u t o s .

CAPÍTULO 9
42
Em razão da falência, o administrador da massa requer a extinção da execução na 
Justiça do Trabalho, sob o fundamento de que o juízo universal da Vara Empresarial 
da Justiça Comum se tornou o competente para apreciação de todas as questões 
relacionadas à falência, e todos os créditos passaram ao juízo universal. 

Em resposta, sustenta o advogado do reclamante que a execução contra a massa deve 
prosseguir na Justiça do Trabalho quanto ao depósito recursal e contra a empresa 
responsável solidária em relação ao excedente, requerendo a liberação imediata do 
referido depósito recursal de R$ 5.889,50 como parte do pagamento.

Diante da situação narrada, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos 
jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso.

a) A execução quanto à massa falida deve prosseguir na Justiça do Trabalho em 
r e l a ç ã o a o v a l o r d o d e p ó s i t o r e c u r s a l ? ( V a l o r : 0 , 4 )

b) O pedido de liberação do valor depositado a títulode depósito recursal deve ser 
atendido ou deve ser carreado à massa, para distribuição posterior entre os credores 
d a m a s s a ? ( V a l o r : 0 , 2 )

c) Pode a execução voltar-se, na própria Justiça do Trabalho, quanto ao excedente do 
depósito recursal, contra a empresa responsável solidária? (Valor: 0,4)
Comentários:
A) A questão trazida pelo examinador admite duas respostas 
possíveis, ambas com fundamentação legal apropriada. A primeira, 
baseada no disposto no art. 899, §1, 4 e 5, todos da CLT, é a de que a 
execução quanto ao valor do depósito recursal deve prosseguir na Justiça 
do Trabalho, pois o depósito fora feito antes da decretação da falência e 
sua importância deve ser imediatamente liberada ao vencedor da ação. A 
segunda, que encontra suporte no art. 6, §2, da Lei 11.101/2005, é a de que 
a execução deve prosseguir no Juízo Falimentar, por ser este o Juízo 
Universal em relação a todas as execuções movidas contra o falido.
B) Aqui também há duas respostas possíveis: a primeira no sentido 
de que o valor depositado a título de depósito recursal, que nos termos da 
lei pode ser levantado pelo vencedor do recurso, deve ser atendido, 
porque feito anteriormente à decretação da falência, em conta vinculada 
do FGTS do empregado e com destinação de garantia da execução (art. 
899, §§1o, 4o e 5o, da CLT); e a segunda no sentido de que o pedido de 
liberação do depósito não deve ser atendido, devendo ser
43
carreado à massa, para distribuição entre os credores, observada a 
ordem legal de preferência, conforme se extrai do disposto no art. 6o, § 
2o, da Lei 11.101/95.
C) Sim. A execução pode voltar-se, quanto ao excedente, contra a 
empresa responsável solidária, participante do mesmo grupo econômico 
da empresa falida. Em tratando de solidariedade passiva, é cediço que o 
credor pode dirigir-se contra qualquer devedor, conforme permite o art. 
2o, §2o, da CLT c/c 275 do Código Civil e 8o, parágrafo único, da CLT.
A execução contra a outra empresa componente do grupo econômico 
deve se dar perante a Justiça do Trabalho, pois referida empresa não se 
encontra falida.
QUESTÃO 2 
Marcos José, administrador, foi contratado pela empresa Mão de Obra em 5/3/2001. 
Em 12/12/2003, foi dispensado por justa causa, sob a alegação de ter praticado ato de 
improbidade. Naquela ocasião, Marcos foi acusado pelo seu empregador de ter 
furtado um notebook da empresa, pois o levou para casa no dia 10/03/2003 e, apesar 
de sucessivos pedidos de devolução, até aquele momento não o havia feito. Ocorre 
que, além de dispensar o empregado por justa causa, no mesmo dia o empregador foi 
à delegacia e efetuou um boletim de ocorrência. Três meses depois, em 12/03/2004, 
foi aberto inquérito policial, cujo resultado foi encaminhado ao Ministério Público 
estadual. Em 15/05/2004, o promotor de justiça apresentou denúncia em face de 
Marcos, requerendo a sua condenação. O processo criminal se desenvolveu ao longo 
de quase cinco anos, tendo sido proferida a sentença judicial definitiva em 
12/04/2009, absolvendo Marcos José da acusação por falta de provas. Em vista dessa 
decisão, Marcos resolveu ajuizar ação trabalhista em face do seu antigo empregador, o 
que foi feito em 14/02/2010. Na petição inicial, Marcos requereu a reversão da sua 
dispensa para sem justa causa, bem como o pagamento de aviso prévio, férias 
proporcionais e indenização de 40% sobre o FGTS.
Com base na situação concreta, responda aos itens a seguir, empregando os 
argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso.

44
a) As pretensões formuladas por Marcos estão prescritas? (Valor: 0,5)

b) O resultado do processo criminal vinculará juridicamente o resultado do processo 
do trabalho? (Valor: 0,5)
Comentários:
A) Sim. Observe-se que entre a data da demissão (12/12/2003), fato 
extintivo do contrato de trabalho, e a data da propositura da ação 
(12/04/2009) passaram-se mais de cinco anos, o que enseja a ocorrência 
da prescrição da pretensão relativa ao recebimento das verbas 
trabalhistas, uma vez consumados os prazos prescricionais previstos no 
art. 7o, XXIX, da Constituição Federal. Necessário ainda notar que o 
ajuizamento da ação criminal em que se discutiu suposta prática de furto 
por parte de Marcos não é causa de suspensão nem de interrupção do 
prazo prescricional, pois a resolução da questão trabalhista não dependia 
do deslinde da ação criminal.
A banca examinadora, todavia, aceitou também a resposta contrária, 
valorizando a argumentação desenvolvida pelo examinando. Segundo 
gabarito divulgado, o candidato que tivesse respondido que as verbas não 
estaria prescritas em virtude do prazo prescricional ter sido suspenso 
com base no art. 200 do Código Civil, pois a dispensa teria se originado de 
fato que estava submetido ao Juízo Criminal (acusação de furto), obteve, 
igualmente, pontuação máxima.
B) Não. A cognição feita no Juízo Criminal, em regra, não vincula a 
cognição feita no Juízo Trabalhista, em face da regra da independência 
dessas duas jurisdições. No caso relatado na questão, importa ainda notar 
que a absolvição no Juízo Criminal se deu com base na insuficiência de 
provas acerca do fato criminoso, o que não interfere na análise das provas 
a ser feita pelo Juízo
Trabalhista acerca da existência de justa causa para a demissão do 
empregado.
45
QUESTÃO 3 
Determinada loja de um shopping center concede mensalmente a todos os seus 
empregados um vale-compras no valor de R$ 200,00 (duzentos reais), por força de 
norma regulamentar, para que eles possam utilizá- lo em qualquer estabelecimento do 
shopping. Além disso, fornece ajuda-alimentação, sendo participante de Programa de 
Alimentação do Trabalhador – PAT, aprovado pelo Ministério do Trabalho e 
Emprego. O sindicato representante da categoria profissional de seus empregados 
vem reivindicando que os valores de ambos os benefícios sejam considerados no 
cálculo das verbas contratuais dos trabalhadores.
Com base na situação hipotética, na condição de advogado consultado pela 
empresa, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos 
a p r o p r i a d o s e a f u n d a m e n t a ç ã o l e g a l p e r t i n e n t e a o c a s o . 

a) Os valores correspondentes ao vale-compras devem integrar a base de cálculo 
das verbas contratuais dos empregados? Quais seriam os efeitos inerentes à revogação 
da norma regulamentar instituidora dessa vantagem nos contratos de trabalho 
vigentes e futuros? (Valor: 0,7)
b) Os valores correspondentes à ajuda-alimentação integram os salários dos 
empregados? (Valor: 0,3)
Comentários:
A) Sim. Os valores correspondentes aos vale-compras configuram 
hipótese de salário in natura, por se enquadrar no conceito trazido pelo 
de acordo com o art.458 da CLT. Vale pontuar que o vale-compra era 
concedido de maneira habitual pelo empregador e com caráter 
contraprestativo. Dessa maneira, por possuir natureza salarial, deve 
integrar a base de cálculo das verbas contratuais dos empregados.
A revogação da norma regulamentar que instituía a vantagem em 
discussão somente produziria efeitos em relação aos contratos de 
trabalho futuros. Isso porque o art. 468 da CLT protege o empregador de 
alterações prejudiciais feitas no decorrer do contrato de trabalho, o que 
seria o caso da supressão da vantagem pela norma regulamentar 
instituída pela empresa.
46
Não é outro o entendimento do TST, conforme se extrai da Súmula no 
51, item I, do referido Tribunal: “As cláusulas regulamentares, que 
revoguem ou alterem vantagens deferidas anteriormente, só atingirão os 
trabalhadores admitidos após a revogação ou alteração do regulamento.”
B) Não. Em princípio, a ajuda-alimentação configura salário in 
natura e, portanto, faz parte do salário do empregado. Todavia, a ajuda-
alimentação fornecida por empresa participante do programa

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