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DIREITO CIVIL CONTRATOS

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1) CONTRATO	
TEORIA GERAL DOS CONTRATOS (Arts. 421 ao 480 do CC/02)
CONTRATOS EM ESPÉCIE (Arts. 481 ao 853 do CC/02)
	Entende-se por contrato um acordo de vontade entre duas ou mais partes na realização de um negócio jurídico.
OBS1: Importa destacar, que as relações contratuais não poderão ser contrárias à disposição legal. As partes possuem total liberdade de contratar, porém deverá fazê-lo sempre na conformidade da lei.
OBS2: A finalidade do instrumento contratual poderá ser: adquirir, resguardar, transferir, conservar, modificar ou extinguir direitos, de acordo com a espécie do contrato em questão. Cabe destacar, que o contrato poderá ser celebrado nas relações disponíveis.
O contrato é tido como a principal fonte de direito obrigacional.
1.1 CONTEXTO SOCIAL
O instrumento contratual é a principal forma de circulação de riqueza no país, por isso o Estado visa a proteção da coletividade para que cada vez mais a moeda possa circular em nosso país através das relações contratuais. Ressalta-se ainda, que o contrato além de possuir uma grande importância no âmbito econômico, também possui relevância na parte jurídica e social.
OBS: Destaca-se que o direito contratual pertence ao ramo de direito civil, sendo considerado um ramo de direito privado; porém destaca-se que a coletividade será protegida, em razão das possibilidades exigidas na legislação civil.
2) PRINCÍPIOS GERAIS DO CONTRATO
A) Autonomia da Vontade (Consensualismo)
O contrato se origina da declaração de vontade, tem força obrigatória pelo consentimento das partes. Entende-se que esta vontade nasce de forma livre onde as partes deverão escolher o tipo de contrato a ser celebrado. Partindo dessa constatação, verifica-se quatro momentos fundamentais para este princípio, quais sejam:
I. FACULDADE DE CONTRATAR E NÃO CONTRATAR
As partes possuem total liberdade de contratar ou não contratar segundo os seus interesses pessoais, ou seja, segundo a sua vontade.
II. LIBERDADE DE CONTRATAR IMPLICA NA ESCOLHA DA PESSOA (FÍSICA/JURÍDICA) COM QUEM FAZÊ-LO
A parte poderá escolher a pessoa física ou jurídica para a realização do contrato.
III. LIBERDADE DE CONTRATAR ESPELHA O PODER DE FIXAR O CONTEÚDO DO CONTRATO
As partes possuem total direito de redigir cláusulas contratuais, assumindo assim direitos e obrigações existentes nela.
IV. FONTE FORMAL DE DIREITO
Autorizados pelas partes, o contrato quando realizado passa a ser fonte de direito obrigacional. Caso de algum problema na relação jurídica as partes poderão acionar o Estado para decidir acerca do litígio.
OBS: Limitação ao Princípio da Autonomia da Vontade
Este princípio NÃO É ABSOLUTO, nem reflete a sua realidade social em plenitude. Possui restrições de ordem pública e dos bons costumes. A vontade do Estado deverá sobrevalecer sobre à sua autonomia da vontade. Ex: fornecimento de água, luz, ou seja, concessão de serviços públicos
B) Força Obrigatória dos Contratos "Pacta Sunt Servanda"
Entende-se que este princípio possui força vinculante às partes contratantes. A doutrina diz claramente que o princípio em tela é a lei entre as partes.
C) Supremacia da Ordem Pública: Função Social do Contrato (Art. 421 do CC/02)
Este princípio possui previsão legal de sua existência no art. 421 do CC/02 que preleciona que toda relação contratual deverá atingir uma função social. Destaca-se ainda, que a vontade do Estado encontra-se acima do interesse privado.
A importância desse princípio é constatada para trazer um equilíbrio entre as partes contratantes, para que cada vez mais contratos sejam celebrados na sociedade.
D) Boa Fé Objetiva
É aquela pautada na lealdade e honestidade do ser humano, ou seja, espera-se que toda pessoa tenha o senso crítico do que seja certo ou errado. A doutrina traz a denominação ‘de norma de conduta do homem médio para a realização legal de um contrato.
3. CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS
I. QUANTO A OBRIGAÇÃO DAS PARTES
A) Unilateral
Gera obrigações para apenas uma parte na relação contratual. Ex: doação pura.
OBS: a unilateralidade não possui relação com o número de partes contratantes, sua vinculação tem relação com a obrigação assumida por apenas uma parte.
B) Bilateral
Gera obrigações para ambas as partes em uma relação contratual. Ex: contrato de locação, compra e venda, transporte dentre outros.
II. QUANTO AO RISCO DO OBJETO
A) Comutativo
É aquele no qual as prestações de ambas as partes são conhecidas de antemão. Entende-se que há um equilíbrio nas prestações e uma certeza do objeto. Ex: compra e venda
B) Aleatório
Existe uma incerteza das partes a respeito do adimplemento de alguma obrigação. Ex: contrato de seguro.
III. QUANTO A FORMA
A) Não Solene
Contratos que se tornam perfeitos pelo mero consenso das parte, ou seja, as relações contratuais poderão ser realizadas de forma livre bastando apenas o consentimento para que o contrato possua validade. Ex: locação, compra e venda
B) Solene
Para a sua formação não basta apenas o acorde de vontade, só se aperfeiçoam se o consentimento for expresso pela forma prescrita em lei. Precisa assim, observar uma determinada forma legal para trazer validade jurídica ao negócio jurídico celebrado. Ex: Contrato de fiança para possuir validade jurídica deverá ser realizado por escrito.
IV. QUANTO À EXISTÊNCIA POR SI
A) Principal
Resolve em si mesmo, ou seja, não precisa estar vinculado há nenhum outro contrato para existir. Ex: locação, prestação de serviço.
B) Acessório
Para possuir validade jurídica depende de um contrato principal para existir. Ex: contrato de fiança.
V. QUANTO À PESSOA QUE DEVERÁ EXECUTAR O CONTRATO
A) Pessoais (Intuitu personae)
A pessoa de um ou de ambos os lados é fator determinante da realização do negócio. Entende-se que a pessoa a executar o serviço não pode se fazer substituir pelo contratante. Ex: contratação de um cantor, um pintor famoso, contratação de médico, advogado, engenheiro que fique claro a impossibilidade de substituição dessas pessoas.
B) Impessoais
Inversamente, a pessoa do contratante é juridicamente irrelevante, desde que cumpra o que as partes contrataram de forma correta. Ex: Multivix contrata uma empresa terceirizada que deverá encaminhar auxiliar de serviços gerais.
OBS: para se classificar um contrato como sendo pessoal ou impessoal deverá se analisar o caso concreto.
VI. QUANTO À TIPICIDADE
A) Típicos (Nominados)
São aqueles que tem designação própria e as regras disciplinares de sua existência estão previstas em lei. Entende-se assim, que são os contratos em espécies previstos em nosso código civil, não devendo se esquecer dos contratos previstos também em legislação especial.
B) Atípicos (Inominados)
São os não previstos em lei, mas terão respaldo legal desde que sigam as regras gerais do código civil e não sejam contrários a lei. Tais contratos, são criações da mente humana e não foram previstos pelo legislador.
O art. 425 do CC/02, traz a possibilidade de existência dos contratos atípicos.
OBS: contratos atípicos poderão se tornar típicos desde que o legislador o positive.
VII. QUANTO À ONEROSIDADE
A) Oneroso
Ambas as parte em uma relação contratual recebem vantagens distintas na obrigação contratual assumida. Ex: compra e venda (o comprador recebe a mercadoria e o vendedor recebe o dinheiro).
B) Gratuito
Gera vantagem apenas para uma das partes. Ex: doação pura, depósito simples e comodato.
OBS: destaca-se que alguns contratos em espécie poderão a critério das partes mudarem a sua classificação quanto a sua onerosidade, ou seja, um contrato de depósito pelo seu conceito clássico será gratuito, porém as partes contratantes poderão colocá-lo/decretando sua onerosidade.
VIII. QUANTO AO APERFEIÇOAMENTO
A) Consensuais
São aqueles que se formam unicamente pelo acordo de vontade, independentemente da entrega da coisa (tradição do objeto). A maioria dos contratos típicos em nosso ordenamento jurídico são classificados como sendo consensuais sendo a exceção os classificadosde direitos reais. Ex: locação, compra e venda, prestação de serviços.
B) Reais
São os que exigem para se aperfeiçoarem além do consentimento há entrega da coisa (tradição do objeto). Ex: contrato de comodato, mútuo e depósito.
OBS: para se classificar o aperfeiçoamento do objeto deve-se ler o artigo de cada contrato em espécie atentando-se para a palavra entrega-tradição (classificados como real) e as palavras não entrega (não tradição) da coisa.
Se o artigo for silente, ou seja, não informar se deve ou não ter a entrega do objeto, presume-se automaticamente que temos uma classificação contratual consensual.
IX. QUANTO À NEGOCIAÇÃO DO CONTEÚDO PELAS PARTES
A) Paritários
São os contratos tradicionais, no qual as partes estão em pé de igualdade podendo discutir as cláusulas contratuais alterando-as ou não segundo a sua autonomia da vontade.
B) Adesão
As partes não debatem as cláusulas contratuais, o que se tem é uma parte aceitando integralmente cláusulas pré-definidas, não havendo assim um acordo para se discutir as cláusulas contratuais.
O art. 423 do CC/02, traz uma proteção maior ao aderente por entender ser a parte mais vulnerável na relação. Em caso de ambiguidade ou de constatação de cláusulas abusivas a parte protegida sempre será o aderente, que deverá acionar o judiciário para resolver tais litígios.
X. QUANTO AO CUMPRIMENTO DAS OBRIGAÇÕES
A) Execução Imediata (Instantânea)
A obrigação se esgota em um só ato. Ex: pagamento à vista.
B) Execução Diferida (Futura)
A obrigação não se esgota em um só ato. Ex: pagamento à prazo (parcelado)
C) Execução Sucessiva
São as obrigações que pela própria natureza se arrastam ao longo tempo. O que o caracteriza é o fato de que os pagamentos não geram a extinção da obrigação, que renasce sempre a cada novo pagamento. Ex: conta de água, aluguel, mensalidade escolar.
FORMAÇÃO DOS CONTRATOS
1. TEORIA DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS APLICADOS AOS CONTRATOS
A) Elementos Essenciais
I) AGENTE CAPAZ
É a capacidade das partes na realização de um contrato. Contudo, no contexto contratual as partes podem possuir uma inaptidão específica para contratar. Nota-se que a pessoa portadora dessa incapacidade específica na realização de um contrato não poderá o fazê-lo.
Destaca-se ainda, que não se trata de uma incapacidade no sentido ordinário, pois o contratante guarda o poder genérico para praticar atos de sua vida civil. Esta inaptidão ou restrição é vinculada apenas a um campo específico do poder de contratar. Ex: a legislação em seu art. 496 do CC, diz ser anulável a compra e venda entre ascendentes e descendentes sem a anuência dos demais e do cônjuge. (Salvo no caso de regime de separação de bens)
II) OBJETO LÍCITO
Envolve a possibilidade material e jurídica do objeto.
O objeto não pode ser impossível pois ser insuscetível de realização, tendo duas possibilidades: impossibilidade com relação a matéria, é aquela que traduz a impossibilidade de cumprimento da prestação pretendida. Ex: a compra e venda de um terreno na lua. Temos a segunda impossibilidade denominada de jurídica, que é aquela em que o objeto é possível em relação a matéria porém, a lei veda tais realizações contratuais. Ex: não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva (art. 426 do CC). Não se pode realizar a compra e venda de patrimônio público.
POSSÍVEL
O objeto deve ser sempre determinado, para que o devedor tenha obrigações sobre o que venha incidir na relação contratual.
Não se deve confundir impossibilidade do objeto com a falta de atualidade de sua existência.É possível se admitir a contratação que verse sobre coisa futura, como nos casos dos contratos aleatórios.
A prestação deve ser economicamente apreciável, ou seja, no direito civil entende-se que toda a demanda deverá ser convertida a um valor mesmo sendo gratuita; se for levada ao judiciário será atribuído um valor a ela.
III) FORMA PREVISTA E NÃO DEFESA EM LEI
A parte pode contratar segundo a sua autonomia da vontade de forma livre, salvo se a lei exigir forma diferente. Ex: a legislação preleciona que a compra e venda de imóvel com o valor superior a 30 salários mínimos, deve ser registrada em cartório, porém, as com valores inferiores a 30 salários mínimos é dispensada a escritura pública (art. 108, CC).
B) Elementos Naturais
São também considerados elementos essenciais, mas que pela natureza do contrato só surgirão na especificação de cada espécie, ou seja, decorre da própria razão de existir em cada relação contratual. Ex: a compra e venda tem como elemento natural: a coisa, o preço e a garantia de vícios redibitórios (ocultos); o contrato de depósito para ter existência é necessário que a entrega da coisa seja realizada.
C) Elementos Acidentais
As partes podem inserir aos negócios jurídicos elementos para modificar suas características naturais.
Demos a denominação de condição a possibilidade condicionada de eficácia do negócio jurídico a um acontecimento futuro e incerto. Ex: se realiza um contrato de compra e venda no qual condiciona que a compra do quadro somente será realizada se o mesmo for aceito em uma exposição de artes futura.
Temos também como elemento acidental o termo em que a eficácia do negócio jurídico iniciará ou terminará em um momento futuro e certo. Ex: uma locação que terá início no começo da primavera.
A terceira e última possibilidade dos elementos acidentais denomina-se encargo, que é a imposição ao beneficiário de realizar uma contraprestação. Ex: doação com encargo, uma pessoa doa o terreno vinculando a obrigação do beneficiário de realizar em uma parte do terreno uma creche.
2) A VONTADE COMO PRESSUPOSTO DE FORMAÇÃO DO CONTRATO
A) Momento Subjetivo
É o psicológico, o interno, representado pela própria manifestação do desejo. NÃO POSSUI RELEVÂNCIA JURÍDICA.
B) Momento Objetivo
É a declaração ou a manifestação externa da vontade de contratar. Esta manifestação de vontade objetiva possui relevância jurídica.
OBS: o contrato nasce do acordo de vontade ou consentimento das partes acerca do objeto, da natureza jurídica do contrato bem como da elaboração das suas cláusulas contratuais.
3) FORMAS DE MANIFESTAÇÃO DA VONTADE
A) Manifestação Direta da Vontade (Expressa)
Esta se percebe por sinais externos e pela sua assinatura. Ex: fala, escrita e gestos.
B) Manifestação Indireta da Vontade (Tácita)
É quando a intenção de contratar pode ser presumida por determinado comportamento das partes. Ex: num contrato de locação há prazo determinado findo o contrato o locatário (aquele que aluga) permanece no imóvel sem a oposição do locador (aquele cede seu imóvel para alugar), neste caso a legislação diz que esta relação contratual passa automaticamente a se tornar um contrato a prazo indeterminado.
OBS: Exceção do Contrato Não Cumprido "exceptio Inadimpleti Contractus"
É onde a parte não é obrigada a cumprir a sua obrigação se a outra parte estiver inadimplente. Esta possibilidade só acontece nos contratos bilaterais.
4) NEGÓCIO PRELIMINAR (PRÉ-CONTRATUAL / PERÍODO DE PUNTUAÇÃO)
É uma fase que antecede a real formulação do contrato, é apenas uma fase de negociação, em que o contrato ainda não está formalizado pois as partes estão discutindo a viabilidade do negócio jurídico.
Em regra, o negócio preliminar não vincula as partes, porém, se uma delas agir com má fé poderá ser processada não na parte contratual (pois ainda não há contrato) e sim será julgada nos títulos dos atos ilícitos (negligência, imprudência e imperícia) bem como no ramo da responsabilidade civil.
5) PROPOSTA, OU OFERTA, OU POLICITAÇÃO
A proposta traz força vinculante não para as partes, mas somente para aquele que a faz, denominado de policitante.
Essa oferta pode ser feita a uma pessoa determinada, como também à pessoas indeterminadas (a todo um público) como por exemplo anúncios, catálogos, vitrines, dentre outros.
6) ACEITAÇÃO (OBLATO)
É a consequência da proposta (policitação). A aceitação representa o reflexo da parte que recebeu a oferta. Dessa forma,a aceitação é composta por 2 requisitos, quais sejam:
I. Aceitação deve ser formulada dentro do PRAZO concedido na oferta;
II. Aceitação deve corresponder a ADESÃO INTEGRAL à proposta.
Só existe aceitação de forma absoluta, ou seja, o oblato não poderá mexer em nenhuma cláusula da proposta realizada pelo policitante.
Destaca-se ainda que se o oblato queira realizar mudanças na proposta, só poderá fazê-la se o policitante aceitar, porém não se trata de uma aceitação e sim de uma CONTRAPROPOSTA ou NOVA PROPOSTA em que é de fácil constatação observar a mudança dos polos na relação contratual, ou seja, o policitante se torna o oblato e este (oblato) torna-se o policitante.
7) DURAÇÃO E EFICÁCIA DA PROPOSTA E DA ACEITAÇÃO
O prazo previsto na proposta deverá sempre ser respeitado, produzindo eficácia até o tempo final previsto nele.
7.1) CASOS EM QUE A PROPOSTA NÃO TERÁ FORÇA OBRIGATÓRIA
A) O próprio ofertante pode ressaltar que a proposta não obrigatória;
Pode ser inserido uma cláusula na proposta que diga "Não Vale Como Proposta"; "Apenas Para Divulgação" ou qualquer outro dizer que deixe claro que a proposta não será obrigatória.
B) Sem prazo a uma PESSOA PRESENTE
Presentes são aquelas pessoas que conseguem INSTANTANEAMENTE expressar sua vontade ao outro, através de mensagem de texto, telefone, videoconferência, dentre outros aparelhos tecnológicos que permitam a conversa se tornar imediata.
OBS: importa destacar que pessoa presente não é somente o fato dela estar fisicamente no local, mas sim, responder a proposta instantaneamente.
C) Sem prazo a uma PESSOA AUSENTE
A lei considera ausente as partes que se manifestam indiretamente, por intermediário, mensageiro ou outra forma de correspondência, como por exemplo através de carta, telegrama e e-mail.
OBS: Destaca-se que o e-mail, assim como qualquer outra forma de comunicação via mensagem de texto, para se tornar uma relação de pessoa presente deve ser respondida de forma instantânea. Caso não o seja respondido instantaneamente será visualizado uma relação de pessoas ausentes.
D) Com prazo a PESSOA AUSENTE
A pessoa deverá responder no prazo fixado, ou seja, caso o oblato não responda neste prazo, o policitante fica desobrigado.
E) O policitante tem a faculdade de retratar-se
O policitante poderá retratar-se desde que a retratação chegue antes ou simultaneamente com a proposta. A legislação permite esta possibilidade para não gerar uma expectativa frustrada ao oblato.
8) PRAZO PARA ACEITAÇÃO
8.1) COM PRAZO
Respeitando sempre o prazo para resposta contido na proposta.
8.2) SEM PRAZO
A) Entre Presentes
Na hora (instantaneamente)
B) Entre Ausentes
Momento em que tem que ser dado a resposta para vincular o oblato. Leva-se um tempo para que essa resposta chegue ao policitante.
Para se saber o momento da aceitação em um contrato de pessoas ausentes é necessário a compreensão de 4 teorias elencadas abaixo:
I. TEORIA DA COGNIÇÃO
Esta teoria diz que o contrato somente se perfaz no momento em que o proponente toma conhecimento da aceitação. Esta teoria tem o inconveniente de deixar ao arbítrio do proponente de declarar o momento exato em que recebeu a aceitação, abrindo ou não a correspondência.
A teoria da cognição é ultrapassada e não aceita pelo ordenamento jurídico.
II. TEORIA DA DECLARAÇÃO
O que vai contar é o momento em que o oblato irá dizer que aceitou a proposta. Esta teoria peca pela imprecisão de saber o momento do aceite porque ficará nas mãos do oblato. Esta teoria é ultrapassada e não foi aderida pelo nosso código civil.
III. TEORIA DA EXPEDIÇÃO
É quando o contrato se aperfeiçoa no momento em que o aceitante envia (expede) sua aceitação. Esta teoria é aceita em nosso ordenamento jurídico.
IV. TEORIA DA RECEPÇÃO
Conclui-se que o contrato é realmente concretizado quando o proponente recebe em mãos o aceite, ainda que não abra ou leia a correspondência. Esta teoria, assim como a da expedição, também é aceita em nosso ordenamento jurídico.
9. LUGAR DA CELEBRAÇÃO DO CONTRATO
O código civil é claro em art. 435 ao informar que os contratos consideram-se celebrados no local em que FOI PROPOSTO. Contudo, as partes poderão escolher outro local desde que esta escolha seja por escrito.
CONTRATO PRELIMINAR
Quando as partes resolvem celebrar um contrato, normalmente passam por 3 fases: 1) As de negociações preliminares (pré-contratual); 2) O policitante formula a proposta; 3) O oblato declara sua aceitação. Estas 3 fases encontram-se presentes em qualquer tipo de contrato.
1. CONCEITO
É o contrato pelo qual as partes o fazem de forma provisória se comprometendo a mais tarde celebrar um contrato definitivo. Ele pode ser denominado de outras formas: promessa de contrato, compromisso ou contrato preparatório.
1.1. REGISTRO
Apesar de ser preliminar, este contrato tem todas as características de um contrato originário. O art. 462 do CC expressamente admitiu a FORMA LIVRE na celebração neste contrato, ou seja, a forma pública (escrituração) é dispensável, desde que a legislação não obrigue a forma pública. Ex: contrato de compra e venda acima de 30 salários mínimos se exige escritura pública para o fazê-lo.
Contudo, o que é exigido para que se tenha proteção jurídica em relação a terceiros é o REGISTRO (art. 463, parágrafo único do CC).
OBS: Adjudicação Compulsória: poderá ser pleiteada se for realizada o registro do contrato em que o Estado será acionado através do juiz de direito para que declare através de sua sentença, a forma definitiva do contrato preliminar, visto que uma das partes está demorando na realização do contrato definitivo
1.2. DIFERENÇA DO NEGÓCIO PRELIMINAR PARA O CONTRATO PRELIMINAR
Negócio Preliminar são sondagens em que não existe vínculo entre as partes, é uma fase pré-contratual ou extra-contratual. Contudo, destaca-se que se alguma das partes venha agir com má fé, estas serão julgadas no ramo da responsabilidade civil pelo ato ilícito praticado.
Contrato Preliminar possui natureza jurídica contratual, tem vínculo entre as partes contratantes, é um contrato provisório que tem por finalidade a realização de um contrato definitivo.
CONTRATO QUE ALCANÇAM TERCEIROS
Em regra, segundo o princípio da relativização dos efeitos contratuais, o contrato somente produz efeitos entre as partes que o celebram, salvo nos casos de contratos que alcançam terceiros, sendo eles: Estipulação em favor de terceiro; promessa de fato de terceiro; e contrato com pessoa a declarar.
1. ESTIPULAÇÃO EM FAVOR DE TERCEIRO
É o acordo de vontade pelo qual uma das partes se compromete a cumprir uma obrigação em favor de alguém que não participa do ato negocial. O terceiro será apenas o beneficiário desta relação contratual realizada entre o estipulante e o promitente. 
Ex: Seguro de vida: o segurado (estipulante) contrata uma empresa de seguro (promitente) e o terceiro em favor de quem se estipula é a família (beneficiária)
1.1) PARTES
A) ESTIPULANTE: é aquele que beneficiará o terceiro.
B) PROMITENTE: é a parte que assume a obrigação de beneficiar o terceiro.
OBS: o terceiro não é parte contratual, ou seja, é apenas a parte beneficiária. Não precisa ter capacidade civil. Sendo assim, irrelevante para validade contratual. Destaca-se ainda que, as partes que compõem uma estipulação de terceiro são denominadas apenas de estipulante e promitente, que deverão ter capacidade civil na celebração deste contrato.
1.2) VÍNCULO ENTRE AS PARTES
A) ESTIPULANTE E PROMITENTE
O estipulante tem o direito de exigir o cumprimento da obrigação do promitente para com o beneficiário.
OBS: o estipulante possui a faculdade de inovar (inovação), ou seja, o estipulante poderá trocar o beneficiário sempre que quiser.
B) PROMITENTE E BENEFICIÁRIO
A estipulação torna o beneficiário credor do promitente. Destaca-se ainda que o beneficiário só terá direito de exigir o cumprimento da obrigação se o contrato for devidamente concluído pelo estipulante e pelo beneficiário. O terceiro deverásempre ser identificado.
C) ESTIPULANTE E BENEFICIÁRIO
O beneficiário possui total direito de recusa, ou seja, pode simplesmente não aceitar se tornar ser beneficiário.
2) PROMESSA DE FATO DE TERCEIRO
É o contrato pelo qual uma das partes se compromete a realizar algo que um terceiro deverá cumprir. Ex: Pessoa que contrata uma empresa para que essa faça a realização de um show do Lulu Santos.
OBS1: Se o terceiro concorda em prestar a obrigação, o promitente cumpriu com sua função. Se o terceiro não concorda em prestar a obrigação, o promitente fica inadimplente perante o promissário, respondendo por perdas e danos.
OBS2: É de suma importância que se o terceiro ratificar (confirmar) o cumprimento da obrigação assumida por aquele que promete, esta constitui uma declaração de vontade unilateral pela qual o terceiro assume totalmente a obrigação pelo não cumprimento da obrigação, ou seja, o terceiro passa a assumir o polo promitente.
3) CONTRATO COM PESSOA A DECLARAR
É o contrato pelo qual o contratante, mediante cláusula própria, pode reservar-se o direito de declarar, o nome de outra pessoa, a fim de ocupar a sua posição contratual. Essa faculdade de substituição do contratante ocorre para um dos efeitos do contrato, e o substituidor adquire todos os direitos e obrigações decorrentes do contrato.
Ex: o compromisso de compra e venda onde o comprador tem a faculdade de indicar o nome de um terceiro para figurar no polo da compra e venda definitiva.
OBS1: A principal característica deste contrato é a indeterminação temporária quanto a uma das partes.
OBS2: A legislação dá ao promitente o prazo de 5 dias para que comunique ao estipulante um nome da pessoa a declarar; contudo, este prazo poderá ser alterado se as partes expressamente o fizerem em contrato original.
VÍCIO REDIBITÓRIO (DEFEITO OCULTO)
1) CONCEITO
É o defeito oculto, imperceptível ao exame comum e revelado após a tradição (entrega) de um objeto móvel ou imóvel, adquirido através de um contrato comutativo (as prestações são certas), e um contrato oneroso, que torna a coisa adquirida imprópria ao uso a que se destina, ou que diminua o valor.
Ex: relógio que atrasa em que só se constata tal defeito quando se começa a usar o produto.
OBS: Importa destacar, que se o agente conhecesse o defeito não o compraria.
2) ELEMENTO CONSTITUTIVOS (PRESSUPOSTOS) DO VÍCIO REDIBITÓRIO
A) DEFEITO OCULTO
Advindo de um contrato comutativo
OBS: Não se reputa defeito oculto somente pelo fato do adquirente não enxergar o vício; a negligência do adquirente NÃO MERECE PROTEÇÃO. Ex: o fazendeiro adquire diversas cabeças de gado com boa aparência; mais tarde o veterinário descobre que estão com doença grave. A negligência do adquirente não será protegida
B) DEFEITO DESCONHECIDO DO ADQUIRENTE
Se dele tivesse conhecimento, mesmo que não seja aparente, não se pode queixar de sua presença, ou seja, o vício deverá ser desconhecido.
C) DEFEITO QUE PREJUDICA A UTILIZAÇÃO DA COISA
Cabe ao adquirente a prova do vício redibitório.
D) ONEROSO
Só é admitida em contratos onerosos e nas doações com encargo.
 3) EFEITO DO VÍCIO REDIBITÓRIO
A) Se quem vendeu SABIA: Restituição + PERDAS E DANOS (má-fé)
B) Se quem vendeu NÃO SABIA: Restituição + DESPESAS DO CONTRATO (boa-fé)
4) PRAZO DE BENS MÓVEIS E BENS IMÓVEIS
Se a pessoa não estava na posse, o prazo para pleitear vicio redibitório em bens móveis será de 30 dias; se o bem for imóvel o prazo será de 1 ano. Contudo, se a pessoa encontrava-se na posse os prazos descritos anteriormente serão reduzidos pela metade (bens móveis no prazo de 15 dias; bens imóveis no prazo de 6 meses)
5) AÇÕES EDILÍCIAS
A) AÇÃO REDIBITÓRIA
É aquela que visa redibir (extinguir) o contrato por inteiro.
B) AÇÃO ESTIMATÓRIA “QUANTI MINORIS”
É a ação que visa estimar o valor do bem e também busca o acordo entre as partes.

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