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CLASSIFICAÇÃO DOS ALIMENTOS
Os alimentos concentrados se apresentam de duas formas:
Alimentos concentrados energéticos; 
Alimentos concentrados proteicos.
Os alimentos concentrados energéticos contêm menos de 20% de PB e são usados na alimentação dos animais como fonte de energia por serem ricos em carboidratos solúveis e ou gordura. Basicamente são os grãos de cereais e seus subprodutos (milho, sorgo, trigo, arroz, aveia, cevada, centeio, etc), raízes e tubérculos (mandioca e batata) e os subprodutos da indústria (melaço e polpa cítrica).
Os alimentos concentrados proteicos contêm mais de 20% de PB e são usados na alimentação dos animais principalmente como fonte de proteína. Dependendo da origem da proteína são divididos em dois grupos, sendo classificados como:
Origem vegetal: geralmente subprodutos da extração de óleo das sementes e plantas oleaginosas ou da extração de amido das sementes de cereais: algodão, soja, amendoim, coco, girassol;
Origem animal: geralmente subprodutos do abate ou processamento de animais e seus produtos: farinha de carne, farinha de sangue, farinha de penas e farinha de vísceras, leite e ovo em pó.
Na classificação dos alimentos também, estão inclusos os excrementos de aves e produtos e subprodutos industriais (polpa de cervejaria, ureia, etc).
Alguns alimentos têm na sua composição compostos que influenciam na expressão do seu potencial nutritivo, ou seja, embora um alimento pareça de excelente valor nutricional, quando fornecido aos animais, este não expressa um desempenho de alto nível pelo animal.
Os compostos que de alguma forma interferem da expressão do valor nutritivo do alimento e consequentemente no metabolismo dos animais são classificados, dependendo da sua origem como: toxinas endógenas e exógenas.
Toxinas endógenas: fazem parte do alimento. Estes compostos são produzidos pelas plantas ou animais com uma finalidade especifica, dentro do ecossistema dos mesmos.
Ex: inibidores de tripsina, glicosídeos e fenólicos.
Toxinas exógenas: são toxinas que não fazem parte da composição natural do alimento, estando presente devido alguma fonte de contaminação do ambiente.
Ex: micotoxinas e pesticidas.
ALIMENTOS CONCENTRADOS ENERGÉTICOS
7.1 Milho
O milho é um alimento rico em pró vitamina A, com alto teor de energia (85-88% NDT na MS), baixo teor de proteína (7-10%), vitamina D, cálcio e moderado em fósforo. Pode ser encontrado sob a forma de silagem, milho desintegrado com palha e sabugo e milho em grão.
7.1.1 Silagem de milho
A silagem de milho deve ser feita com alto teor de umidade (70-80% de MS). Com composição variável e pobre em fósforo é recomendada para animais com ruminação ativa. Para o gado leiteiro é recomendado o fornecimento após a ordenha para evitar odor no leite e para os monogástricos (equinos) pode-se substituir de 33 a 50% do feno.
7.1.2 Milho desintegrado com palha e sabugo
Este alimento é rico em fibras, possui cerca de 7-8% de PB e 63-68% de NDT. É um alimento destinado principalmente á animais em desenvolvimento ou em substituição do milho para suínos e bovinos, sendo necessário a ação das bactérias celulolíticas para digerir as fibras
7.1.3 Milho em grão
O milho em grão é um alimento rico em pró vitamina A e pigmentantes, com baixo teor de PB na MS (9%) e pode ser fornecido para bovinos em até 70% da ração, aumentando a textura de moagem com o aumento do teor na ração. Para suínos e aves pode ser fornecido em até 80% da ração em moagem mais fina e para os equinos e ovinos pode ser fornecido o grão inteiro.
7.2 Sorgo
O sorgo é um alimento que possui cerca de 85-90% do valor do milho, com alto teor de PB, baixo de cálcio e moderado de fósforo. Pode ser fornecido sob a forma de forragem, silagem e grãos.
7.2.1 Forragem de sorgo
Recomendado para os herbívoros, porém com uma limitação: a produção de ácido cianídrico no rúmen, sendo substância tóxica ao animal, principalmente quando a planta é jovem. Nos equinos e suínos não há essa limitação, pois, ácido cianídrico é destruído pelo ácido clorídrico produzido no estômago.
7.2.2 Silagem de sorgo
Este alimento é de menor valor nutritivo quando comparado à silagem de milho, principalmente quando para o processo de ensilagem a planta for colhida quando o grão passa do ponto ideal de colheita que é entre a fase leitosa e farinácea. Nesta situação, devido ao grão do sorgo ser menor em relação ao grão de milho ele sofre menos o processo de mastigação, para posterior ação das enzimas digestivas e microbianas.
7.2.3 Grão de sorgo
O grão de sorgo é um alimento com menor teor de energia e maior de proteína e o teor de PB varia de 9 a 13% dependendo da variedade. O grão também apresenta menor teor de caroteno, deficiência em pigmentos xantofilicos, além de ser pobre em isoleucina e leucina, quando comparado ao grão de milho.
Este alimento apresenta como limitação o tanino que geralmente não são absorvidos no trato digestivo dos animais, diminuindo a digestibilidade e a palatabilidade. A concentração de tanino depende da variedade sendo as mais comuns as de médio teor de tanino, que reduz o ataque de pássaros aos grãos que ficam expostos.
O grão de sorgo é recomendado na alimentação para vacas leiteiras e suínos, podendo substituir até 100% do milho sendo fornecido de forma triturada. Para as aves o fornecimento de sorgo pode substituir em até 50% do milho da ração, mas deve-se adicionar pigmentante para a coloração da carcaça e gema de ovo.
7.3 Mandioca
A mandioca é um alimento que pode ser fornecido aos animais sob a forma de forragem, raiz fresca ou raspa de mandioca moída.
7.3.1 Forragem de mandioca
A forragem de mandioca é recomendada aos animais ruminantes, na forma in natura ou como concentrado proteico, após o processo de desidratação.
7.3.2 Raiz fresca
A mandioca fornecida como raiz fresca é rica em amido e NDT (70%) e pobre em outros nutrientes como PB (2-3%), apresentando como limitação a presença de linamarina e lotaustralina (glicosídeos cianogênicos) cuja ingestão pode determinar a produção endógena de cianeto, que pode causar danos neurológicos. Para eliminar o efeito toxico da mandioca deve-se fazer a secagem do alimento por 24 horas para o posterior fornecimento aos animais.
O teor de compostos tóxicos é influenciado pela variedade da planta. A raiz fresca é recomendada para suínos em até 5% do PV e para bovinos em até 2 a 3% do PV.
7.3.3 Raspa de mandioca moída
A raspa de mandioca moída não contém caroteno e é deficiente em proteína, metionina e pigmentantes. Também deve ser feita a secagem da raspa por 24 horas para eliminar o efeito tóxico.
A raspa da mandioca moída é recomendada para o gado leiteiro (vacas em lactação) e equinos em até 100% de substituição do milho e para suínos e aves em até 30% da ração, desde que sejam adicionados pigmentantes para as aves, para a coloração da carcaça e da gema do ovo.
7.4 Trigo
O trigo fornece diferentes alimentos e coprodutos para a alimentação animal.
Ele está disponível sob a forma de farelo e farelinho, sendo o mais comum a comercialização da mistura do dois.
7.4.1 Farelo de trigo
O farelo de trigo apresenta 88% de NDT, 13-18% de PB e 8% de FDN na MS. O farelo de trigo além de apresentar teor médio de nutrientes digestíveis totais (71%) e de PB (18%) ele também é rico em niacina, tiamina, ferro, fósforo, porém pobre em caroteno e pigmentantes. O teor de lipídios é de 4,5% e o de FDN de 11%, porém apresenta efeito laxante e a gordura pode rancificar quando o produto é armazenado por um longo período em condições sob alta temperatura e umidade.
O farelo de trigo é recomendado nas fases inicial e pré-inicial para suínos em até 5% da ração e em até 30% nas fases de terminação e reprodução. Para as aves é recomendado usar em até 5% da ração para frangos e 15% para poedeiras.
No caso dos ruminantes, o farelo de trigo pode ser usado sem restrição, desde que não ultrapasse 5% do extrato etéreo na ração.
7.4.2 Triguilho
O triguilho apresenta de 12 a 16% de PB, rico em fibrase concentra todas aas propriedades nutricionais do cereal integral. No interior do grão, o gérmen concentra minerais como potássio, zinco, magnésio, selênio e ainda é rico em vitamina E.
É composto por grãos quebrados, chochos, pequenos; sementes de outras plantas e outras impurezas que são obtidas após a limpeza do trigo, podendo vir contaminado com sementes de plantas toxicas, limitando seu uso na alimentação dos animais.
7.5 Arroz
O arroz está disponível na forma de casca, farelo e farelo desengordurado.
7.5.1 Casca de arroz
A casca de arroz é pobre em nutrientes digestíveis totais, mas é rica em silicato e oxalato, o que causa lesões no estômago de animais monogástricos.
7.5.2 Farelo de arroz
O farelo de arroz apresenta 70% de NDT, 13 a 15% de PB na MS, rico em fósforo, tiamina, riboflavina e niacina, mas sendo pobre em cálcio. Contém um alto teor de lipídios (30% do extrato etéreo) o que faz com que o farelo de arroz rancifique facilmente quando armazenado por um longo período sob alta temperatura e umidade, prejudicando seu paladar e consumo pelos animais.
7.5.3 Farelo de arroz desengordurado
O farelo de arroz desengordurado é obtido pela extração do óleo, por solvente orgânico, apresentando 18% de PB e 20% de FDN.
O farelo de arroz é recomendado para os suínos nas fases pré inicial e inicial em até 5% da ração e em até 30% nas fases de terminação e reprodução.
Para as aves recomenda-se o uso em até 5% nas rações dos frangos e 15% na ração das poedeiras. Para os ruminantes pode ser usado sem restrição desde que não ultrapasse 5% do extrato etéreo da ração.
7.6 Polpa cítrica
A polpa cítrica é obtida da mistura da casca, bagaço e sementes de laranja. É pobre em PB (6-7% na MS) e P (0,12%) e rica em NDT (77%) e Ca (até 2%). A adição de cal para separar a água eleva o teor de cálcio, podendo apresentar dioxina, substância cancerígena que pode ser transmitida ao homem através da carne e do leite contaminados.
É recomendado limitar o uso de 20 a 25% da dieta total ou uso de até 2 Kg/vaca de leite/dia sem afetar o sabor do leite.
7.7 Melaço
O melaço é um subproduto da produção de açúcar e foi usado no Brasil até a década de 70, e a partir desta época passou a ser utilizado na produção de álcool combustível. Apresenta 70-75% de NDT na MS, rico em açucares, cálcio, magnésio e potássio.
Há empresas no Brasil, que comercializam o melaço em pó para ser usado como palatabilizante em rações de bezerros e como aglomerantes na produção de rações peletizadas. O uso do melaço só é viável quando o preço for menor ou igual a 65% do valor do preço do milho.
Para os bovinos é recomendado o uso do melaço no máximo 15% de MS da ração de bezerros, sendo empregado 10% do concentrado e 7% na ração de bezerros para auxiliar no aumento da palatabilidade. Para os suínos o uso é em até 20% da ração e para as aves de 2 a 5% da ração.
7.8 Aveia
A aveia se apresenta de forma integral ou em flocos, com PB de 11 a 14%, teor de gordura de 2% e sua fibra bruta é de 6 a 10%.
A aveia é muito utilizada na alimentação de equinos e ruminantes pelo alto teor de fibra bruta de qualidade, energia e proteína.
7.8.1 Casca de aveia
A casca de aveia é um subproduto da aveia, apresentando altos teores de FDN e FDA e baixo teor de proteína (6%), sendo pobre em aminoácidos. É muito usada como cama para as vacas leiteiras.
7.8.2 Farelo de aveia
Alimento nobre da alimentação humana, rico em proteína e energia, mas não é um ingrediente usado na ração de animais pelo seu alto valor comercial.
7.9 Cevada
É destinada a produção de malte e pode substituir parcialmente o milho. Apresenta de 6 a 13% de PB e é deficiente em caroteno, vitamina D, B2 e rico em niacina.
Recomenda-se que seja apenas triturada ou amassada e pode compor até 60% do concentrado para vacas.
ALIMENTOS CONCENTRADOS PROTEICOS DE ORIGEM VEGETAL
8.1 Algodão
O farelo de algodão está disponível no mercado de duas formas: sem casca e com casca, sendo a última recomendada para os ruminantes.
8.1.1 Farelo de algodão sem casca
O farelo de algodão sem casca apresenta 43% de PB na MS e é pobre em lisina e triptofano.
8.1.2 Farelo de algodão com casca
O farelo de algodão com casca apresenta 52% de FDN e 25 a 36% de PB na MS.
Ele é recomendado para suínos em até 10% da ração, para as aves em até 5% e em até 20% do concentrado para os bezerros e vacas leiteiras.
É um subproduto, obtido da extração do óleo da semente de algodão após a remoção da fibra.
Tem como limitação, a presença de gossipol e ácidos graxos diclopropenos que quando cumulativos é tóxico para as aves e suínos, causando também gema esverdeada no ovo. Existem variedades de algodão com baixa concentração de gossipol com a possibilidade de destruição do mesmo pelos microrganismos do rúmen, pelo calor e pela precipitação com o sulfato ferroso. Os ácidos graxos ciclopropenos, causam manchas avermelhadas na clara do ovo por permitir a liberação do ferro na gema e causam uma diminuição na fertilidade dos touros, causando uma perda da motilidade dos espermatozoides e redução no tamanho dos testículos se fornecido na fase da puberdade.
Os sinais de intoxicação por gossipol em monogástricos e ruminantes são idênticos e incluem dispneia, diminuição na taxa de crescimento, anorexia, diminuição da fertilidade nos machos, etc.
O gossipol não é desativado por altas temperaturas, mas é inativado pela reação com o ferro, tornando-se indisponível para a absorção.
8.1.3 Caroço de algodão
O caroço de algodão tem alto teor de óleo e 25% de PB na matéria seca. Seu uso é recomendado para os bovinos em crescimento em até 3 Kg/animal/dia e para vacas leiteiras em 4 Kg/animal/dia, e não é indicado para os touros por causar problemas de diminuição da fertilidade.
8.2 Soja
A soja é fornecida os animais sob a forma de grão cru ou tostado e de farelo de soja. O grão cru apresenta de 90 a 100% de nutrientes digestíveis totais, devido ao alto teor de óleo e 42% de PB na matéria seca, sendo pobre em cálcio, vitamina D e caroteno.
8.2.1 Soja em grão
A soja em grão cru apresenta sojina que é um inibidor da tripsina, causando hipertrofia pancreática e crescimento retardado, podendo este efeito ser destruído pelo aquecimento (tostagem do grão) e pelos microrganismos do rúmen. O grão quando triturado deve ser fornecido rapidamente, em no máximo uma semana para evitar que rancifique.
O grão de soja é recomendado para bovinos em até 20% da matéria seca total da ração, não ultrapassando o teor final de lipídios na ração. O grão pode ser fornecido inteiro ou moído. Para os suínos a recomendação é moer e tostar o grão e fazer a adição em até 10% da ração, usando para a alimentação dos animai em até uma semana.
Embora o uso do grão cru seja menos problemático para os ruminantes ele não deve ser usado em rações que contem ureia, pois a soja crua contém a enzima urease que irá acelerar o processo de liberação da ureia no rúmen, podendo agravar o quadro de intoxicação. 
8.2.2 Farelo de soja
O farelo de soja tostado apresenta de 45 a 51% de PB sendo rico em tiamina, colina e niacina e pobre em caroteno.
Recomenda-se o uso para animais monogástricos de 20 a 30% da ração e para ruminantes o suficiente para atender as exigências nutricionais de proteínas. Devido ao alto custo pode-se substituir o farelo de soja (1/3) pela ureia para os ruminantes, que é utilizada para a síntese de proteína microbiana no rúmen.
A principal vantagem de se usar o farelo de soja é que devido ao seu processamento as toxinas endógenas são destruídas e, portanto, seu uso teoricamente não apresenta problemas por parte de toxinas endógenas.
Uma limitação do uso do farelo de soja é a presença de oligossacarídeos, presentes no grão de soja, que não são digeridos pelas enzimas presentes no trato digestivo dos monogástricos causando um aumento no transito intestinal, pelo acúmulo desses oligossacarídeos, provocando diarreia e flatulência, o que prejudica a digestão e absorção dos nutrientes.
Os mamíferos jovens, avese carnívoros são muito sensíveis à presença desses oligossacarídeos, limitando o uso do farelo de soja na alimentação desses animais.
8.3 Amendoim
O amendoim é fornecido aos animais na forma de farelo de amendoim, sendo pobre em cálcio, caroteno, metionina, triptofano e lisina e rico em niacina e ácido pantotênico. 
Este alimento é um subproduto, obtido da extração do óleo da semente do amendoim.
O farelo de amendoim apresenta limitação na produção como as micotoxinas, toxinas produzidas por fungos que crescem no alimento (Aspergillus flavus), sendo uma substância tóxica aos animais. Por causa desta toxina o alimento se tornou pouco usado pelas fabricas de alimentos balanceados em função do medo da contaminação dos equipamentos pelo fungo, já que as condições climáticas do Brasil são ideias para a produção da toxina.
A aflatoxina é uma toxina exógena, difícil de ser destruída, provoca redução da fertilidade, no caso das aves dificulta a eclosão dos ovos férteis, reduz a síntese de anticorpos, pois reduz a síntese proteica e também interfere no processo de coagulação, além de ser um potente cancerígeno.
Nos ruminantes, parte da aflatoxina é metabolizada no rúmen e eliminada e eliminada no leite na forma de um metabólito mais potente que o produto consumido, devendo, portanto, não ser fornecido alimento contaminado para as vacas leiteiras.
É recomendado o farelo de amendoim para suínos e aves de 10 a 12% devido a deficiência de lisina e metionina e para bovinos de 20 a 30% dos concentrados.
ALIMENTOS CONCENTRADOS PROTEICOS DE ORIGEM ANIMAL
Os alimentos concentrados proteicos de origem animal são subprodutos, obtidos a partir da indústria de processamento de carnes bovina, suínas aves, peixes e organismos aquáticos.
9.1 Farinha de carne e ossos
A farinha de carne e ossos é obtido a partir do processamento de todos os resíduos do abatedouro de mamíferos considerados impróprios para o consumo humano.
Há tempos atrás os frigoríficos produziam farinha de carne e farinha de ossos, mas hoje em dia em função da menor quantidade de carne e vísceras que sobram ao final do processamento, eles são misturados aos ossos dando origem a farinha de carne e ossos. 
A farinha de carne e ossos tem de 38 a 44% de PB, tendo um maior valor biológico, um melhor balanço de aminoácidos e mais digestíveis. O teor de gordura também é variável pois dependendo da farinha o sebo pode ser extraído ou não. A gordura da farinha de carne e ossos bovina é saturada e, portanto, de difícil digestão e absorção que os óleos, mas por outro lado muito apreciada pelos carnívoros sendo usada como palatabilizante em rações de cães e gatos.
Hoje, por medidas sanitárias é proibido o uso da farinha de carne e ossos de subprodutos de mamíferos em alimentos balanceados para a mesma espécie, por ser veículo de salmonela e outros microrganismos que podem interferir na saúde do animal que a consome.
9.2 Farinha de peixe
A farinha de peixe é um subproduto do processamento de peixes ou resíduos provenientes da indústria de pescado. Existem vários tipos de farinha de peixe no mercado variando a qualidade da mesma conforme a espécie do peixe que lhe dá origem. Os tipos de farinha de peixe mais comuns no Brasil é a integral (feita com o peixe inteiro) e a residual produzida com as sobras do peixe (incluindo nela as barbatanas, couro, espinha, ossos e escamas) sendo nutricionalmente de qualidade inferior quando comparada com a integral.
É uma fonte proteica de excelente qualidade muito rica em lisina e aminoácidos sulfurados e de alta digestibilidade. O teor de proteína varia de 55 a 65% e o teor de gordura varia dependendo da espécie do peixe usado e se o óleo foi extraído ou não.
O uso da farinha de peixe na alimentação animal apresenta alguns problemas como por exemplo a dificuldade de conservação devido ao óleo ser insaturado e se oxidar facilmente. Por isso, é imprescindível o uso de antioxidantes e sempre que possível conservá-la em ambiente refrigerado. Outro problema é a transferência do gosto do peixe para carcaça e produtos produzidos pelo animal que consome este alimento, fazendo com que carne, leite e ovos tenham cheiro e gosto de peixe. Por causa desse problema a farinha de peixe não deve ser fornecida para os animais nas últimas quatro semanas que antecedem o abate ou a produção.
A farinha de peixe apresenta baixa palatabilidade para os ruminantes, herbívoros e suínos mas para os cães e gatos e organismos aquáticos é de alta palatabilidade. Outro problema observado é o teor de sal que pode chegar perto de 3%. Esse excesso de sal pode causar inúmeros problemas por exemplo um maior consumo de água e consequentemente o aparecimento de fezes moles e diarreia.
9.3 Farinha integral de aves
A farinha integral de aves ou farinha de resíduos provenientes de abatedouros de aves é obtido pela hidrólise das penas e posteriormente misturada às vísceras, sendo também possível a obtenção da farinha de penas e farinha de vísceras.
A farinha integral de aves apresenta cerca de 60 a 65% de PB e muito dessa proteína bruta vem da queratina proveniente das penas, sendo deficiente em lisina, triptofano e histidina.
Devido a sua alta palatabilidade e digestibilidade, principalmente a farinha de vísceras é empregada em alimentos balanceados para animai de estimação.
ADITIVOS
Existem vários resultados de pesquisas realizadas que evidenciam que há uma grande variedade de aditivos que influenciam componentes do metabolismo ruminal, que incluem inibidores de metano, de proteólise e de aminação, antibióticos, agentes defaunantes, enzimas microbianas, alimentação com ácidos graxos e lipídios, agentes tamponantes, saliva artificial, produção de proprionato por ionóforos, probióticos, aditivos microbianos e surfactantes não iônicos.
Vários aditivos apresentam potencial para o ambiente ruminal, entretanto, é necessário determinar os efeitos do uso desses aditivos na saúde humana pelos efeitos residuais que isso pode provocar nos produtos de origem animal.
10.1 Ionóforos
A monensina é o aditivo mais pesquisado na dieta de ruminantes.
A ação dos ionóforos no rúmen acontece por meio de mudanças na população microbiana selecionando as bactérias Gram-negativas e inibindo as Gram-positivas.
Pelas características da ação dos ionóforos sobre a população microbiana, foram classificados os benefícios da sua ação biológica:
Aumento da eficiência do metabolismo de energia das bactérias do rúmen e ou do animal, diminuindo a produção de metano pela alteração da proporção dos ácidos graxos de cadeia curta, produzidos no ambiente ruminal.
Melhoria no metabolismo do nitrogênio pelas bactérias ruminais e ou do animal, aumentando a quantidade de proteína de origem alimentar e diminuindo a absorção de amônia.
Diminuição das desordens ruminais como acidose e timpanismo.
O mecanismo de ação dos ionóforos sobre as bactérias funciona sob um mecanismo chamado bomba iônica, regulando o balanço químico entre o meio interno e externo da célula. Os ionóforos ao se ligarem à membrana celular das bactérias, protozoários e fungos ruminais, facilitam o movimento dos cátions pela membrana celular, ocorrendo a troca de um cátion monovalente por um próton (no caso da monensina) ou um cátion divalente por dois prótons (no caso da lasalocida).
Vários estudos vêm demonstrando que a suplementação com a monensina provoca maior mudança na proporção de ácidos graxos de cadeia curta, no rúmen de animais que foram alimentados com dietas de concentrados do que volumosos, pois no rúmen de animais alimentados com volumosos é composta principalmente de organismos Gram-negativos enquanto no rúmen de animais alimentados com concentrados a base de grãos há maior número de organismos Gram-positivos. Por isso, espera-se um maior efeito dos ionóforos em animais cuja dieta é na maior parte concentrados do que animais com dieta a base de volumosos, pois os ionóforos atuam principalmente sobre os organismos Gram-positivos.
A inclusão dos ionóforos na dieta dos animais tem aumentadoa eficiência alimentar enquanto os efeitos no ganho de peso e na ingestão dos alimentos tem sido variável. Em animais alimentados com concentrados se observa a redução no consumo do alimento e aumento ou mantença no ganho de peso enquanto em animais em pastagens a monensina não reduz o consumo do alimento, mas o ganho de peso aumenta, por consequência de um aumento na eficiência alimentar.
Quanto a quantidade a ser suplementada, níveis elevados de fornecimento deste suplemento na dieta dos animais são considerados tóxicos, causando inapetência e eventualmente a morte.
É importante mencionar que o uso dos ionóforos para os equinos não é aconselhável por se tratar de uma substancia toxica a esses animais, pois são sensíveis a esse produto.
10.2 Lasalocida
A lasalocida aumenta o ganho de peso, melhora a conversão alimentar do gado confinado e aumenta o ganho de peso para os bovinos à pasto, não sendo um produto seguro para equinos e suínos. Ainda não é seguro o uso conjunto de lasalocida e antibióticos e não há tempo de carência para o abate, sendo seguro seguir corretamente as instruções do fabricante em relação a quantidade ao qual deve ser fornecido.
10.3 Aditivos microbianos
Com o aumento da preocupação sobre a segurança da qualidade de produtos de origem animal, tem se buscado aditivos naturais que se preocupem em aumentar a produtividade animal e ao mesmo tempo diminuam o risco da transferência de patógenos dos animais para os humanos, assim como limitar a excreção de poluentes. Em resposta a demanda para o uso de substancias naturais, promotores de crescimento que melhoram a eficiência da produção em ruminantes têm aumentado o uso de aditivos contendo células vivas de microrganismos e ou os seus metabolitos. 
Os mecanismos de ação dos aditivos microbianos estão relacionados com a produção de compostos antimicrobianos (ácidos, bacteriocinas e antibióticos) competição com organismos indesejáveis pela colonização do substrato, produção de nutrientes (aminoácidos e vitaminas) ou outros fatores de crescimento que são estimuladores de microrganismos desejáveis no trato digestivo, produção ou estimulo de enzimas, metabolismo ou detoxificação de compostos indesejáveis, estimulo de resposta imune ao animal hospedeiro, produção de nutrientes ou outros fatores estimuladores de crescimento ao animal hospedeiro.
10.4 Levedura (Saccharomyces cerevisae)
Do gênero Saccharomyces essas leveduras (fungos unicelulares) são utilizadas na fermentação do açúcar para consumo humano e atualmente usado também como aditivo em suplementos alimentares para ruminantes.
De acordo com estudos e pesquisadores as leveduras atuam no aumento da maturidade do rúmen, favorecendo o estabelecimento microbiano, estabiliza o pH ruminal e interações com bactérias metabolizadoras de lactato e aumenta a degradação da fibra e interações com a degradação da parede celular das plantas.
Sugere-se também que a suplementação com a levedura favorece ao ambiente ruminal, fatores de crescimento solúveis como o ácido orgânico, vitamina B e aminoácidos que são exigidos por alguns grupos de microrganismos.
As leveduras também fornecem vitaminas as quais favorecem o crescimento de protozoários no ambiente ruminal de novilhos alimentados com palha, contribuindo para o aumento da digestão da fibra.
10.5 Suplementação com ácidos graxos
O fornecimento de suplementação com lipídios na dieta dos animais ruminantes é feito para aumentar a densidade energética da dieta e para manipular a fermentação ruminação pela alteração na digestão e absorção de nutrientes. O fornecimento de lipídios geralmente provoca a redução na digestibilidade da fibra, a diminuição na concentração de protozoários, aumento no conteúdo de ácidos graxos de cadeia curta e diminuição da produção de metano no rúmen.
A diminuição do número de protozoários pode estar associada a uma queda na reciclagem de nitrogênio bacteriano do ambiente ruminal.
10.6 Lecitina
A lecitina é um resíduo de subprodutos obtidos pelo processamento de oleaginosas e que quando usada, sua absorção às partículas de alimentos ou aos microrganismos do rúmen é menos pronunciada e com isso a liberação de ácidos graxos pode ser retardada, o que causa menores efeitos adversos na fermentação ruminal.
10.7 Ácidos orgânicos 
Os ácidos orgânicos são considerados seguros para serem usados como aditivos porque não produzem resíduos detectáveis na carne. Os ácidos orgânicos (ácidos málicos, fumárico, aspartato, cítrico, succinico, pirúvico) fornecem alternativa aos antibióticos, podendo ser usados como aditivos para os ruminantes, uma vez que estas substâncias no ambiente ruminal podem estimular o uso de lactato, prevenindo a acidose, associada à queda do pH ruminal e reduzir a metanogênese.
10.8 Extratos naturais de plantas
Várias plantas contem compostos secundários que as protegem do ataque de fungos, bactérias, herbívoros e insetos. As saponinas e os taninos presentes em algumas plantas tropicais ajudam atuando nesse processo.
Esses compostos podem ser fornecidos diretamente aos animais pelos alimentos ou por extratos que quando em baixos níveis potencializam a fermentação ruminal.
10.9 Óleos essenciais
Os óleos essenciais são metabolitos secundários de algumas plantas que, estudos indicam que eles possuem ação contra vários tipos de microrganismos.
A suplementação mistura aos óleos essenciais aumentam a concentração de ácidos graxos de cadeia curta sem afetar outros parâmetros.
Ainda são poucos os trabalhos desenvolvidos com óleos essenciais porem os mesmos indicam um potencial dos óleos essenciais para manipular os produtos da fermentação ruminal em substituição a aditivos promotores do crescimento, como os ionóforos.
11 Virginiamicina
A virginiamicina é um antimicrobiano bastante utilizado por avicultores e suinocultores como melhorador de desempenho e é obtida a partir da fermentação da bactéria Streptomices virginae que teve seu potencial melhorador de desempenho descoberto em solo Belga. Estudos mostram que a inclusão da virginiamicina na dieta de vacas leiteiras tem reduzido o risco de acidose lática, estabilizando o pH ruminal e aumentado a utilização de energia da dieta, isso devido ao fato da virginiamicina melhorar as condições de fermentação ruminal, causando a morte por inibição da síntese proteica da membrana celular de bactérias Gram-positivas que são grandes produtoras de ácido lático.
Um trabalho desenvolvido no México avaliou o efeito da virginiamicina em dois períodos: 
Clima temperado com temperaturas mais amenas;
E clima quente com temperaturas mais altas; sobre o pH ruminal, incidência de acidose subclínica, consumo de matéria seca e produção de leite em vacas holandesas.
No período onde o clima era mais ameno, ambos os grupos (vacas com e sem o fornecimento da virginiamicina) não apresentaram diferenças, tanto no consumo de matéria seca, como no pH ruminal. No entanto, a porcentagem de acidose subclínica foi maior no grupo controle quando comparado ao grupo tratado. Além disso a produção média de leite por vaca por dia foi maior nas vacas alimentadas com virginiamicina.
No período onde as temperaturas eram mais altas, os valore do pH ruminal de vacas tratadas foram maiores do que o grupo controle e o consumo médio de matéria seca do gripo tratado com virginiamicina foi mais alto do que o grupo controle.
Ao melhorar a fermentação ruminal, a virginiamicina reduz ainda a produção de metano e a quantidade de nitrogênio excretada nas fezes e na urina, o que contribui para evitar a contaminação do meio ambiente. Além de não contaminar o meio ambiente a virginiamicina não deixa resíduos nos tecidos, pois não é absorvida pela mucosa intestinal.
O uso de aditivo é autorizado pelo MAPA onde ele define o aditivo como uma substância que quando adicionada ao alimento tem a finalidade de conservar intensificar ou modificar suas propriedades, desde que não prejudique seu valor nutritivo.

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