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Sara Steffens- ATM 2018/2 RESUMO PSIQUIATRIA- prova 1 AULA 1- EXAME DO ESTADO MENTAL AULA 1- Ângelo B. M. Cunha 1. consciência: alerta, obnibulado, esturpor, coma. 2. aparência: cuidada x descuidada; adequada x extravagante 3. atenção: diminuída ou não: hipopropexia x Hiperpropexia. Hipervigil, hipertenaz. 4. orientação: local, tempo, pessoa. 5. memória: amnesia anterógrada, retrograda, lacunar. 6. inteligência: diminuída ou não 7. atitude: cooperativa, evasiva, sedutora, irônica, arrogante, dramática. 8. conação: retardo/afitação motora. Hiper/hipo/abulimia. 9. pensamento: Forma: Lentificação, Aceleração, Fuga de ideias, afrouxamento de associações, circunstancial, tangencial . Conteúdo: delírios, Ideias supervalorizadas, obsessão. 10. linguagem: disartria, taquilalia, mutismo, logorreia ou verborragia, solilóqui, ecolalia. 11. humor/ afeto: eutimico, eufórico, deprimido. Embotamento, rigidez. 12. sensopercepcão: ilusão, alucinação, despersonalização, desrealização. 11. juízo critico: 12. insight 13. credibilidade 1. Consciência Alerta (lucida) Obnubilado Estupor Coma Obs: alterações qualitativas. Ex: estados dissociativos (transe, sonambulismo, etc). *Procurar causas orgânicas quando houver alteração no nível de consciência. 2. Aparência Descrição geral, higiene, roupas, adornos, maquiagem, etc. Ex: cuidada x descuidada; adequada x extravagante. 3. Atenção Na prática: Só dizer se tá com atenção diminuída ou não. Atenção Diminuída (hipopropexia) x aumentada (Hiperpropexia). Tenacidade (foco específico): capacidade de manter atenção em um determinado objeto. Hipertenaz: foca demais em uma coisa. O contrário é Hipervigilante: não consegue focar em uma coisa. Ex. Coicaina: hipervigil e hipotenaz Mobilidade (vigilância) Concentração (foco interno/ atividade mental). Ex.100-7 ou 20-3 4. Orientação Tempo- 1º a ser perdido Local Pessoa- dificilmente perdida 5. Memória - Imediata. Ex. falar e pedir para repetir sequência de números. Tem relação com atenção. - Recente cp 5-10 min ip > 30 min - Remota (aumenta se memória emocional) Outros conceitos: Amnesia anterógrada (a partir do trauma) Amnesia retrógrada (antes do trauma) Amnesia lacunar Confabulação: comum com alcoolatras. Não lembra e preencha as lacunas de memória. Prof: Estranho chamar isso de memória, é como a Pseudologia fantástica: na verdade é algo que não aconteceu. “Regressão a vidas passadas”. 6. Inteligência Retardo Mental QI: 70-84 limítrofe 50-69 leve 35-49 moderado 20-34 grave (imbecil) Até 19 profundo (idiotia) Só é usado quando é visivelmente alterado. 7. Atitude Atitude frente ao examinador. Ex: cooperativa, evasiva (não cooperativa), sedutora, hostil, irônica, arrogante, dramática. 8. Conação: Conduta motora alguns dividem em psicomotricidade/ vontade. a. Psicomotricidade: Retardo motor (paradão) x Agitação motora (usou drogas e não para quieto) Catatonia (tipo estátua humana). Existe esquizofrenia catatônica. Maior causa orgânica de catatonia é depressão. A causa mais comum é iatrogênica. b. Vontade: Hiperbulia x hipo/ abulia (fica parado o dia inteiro, não tem iniciativa para nada) 9. Pensamento: Importante nas dçs mentais mais graves. Quanto à forma: Lentificação Aceleração Fuga de ideias (aceleração acetuada, dificulta associações)- maníaco. Afrouxamento de associações- associações não articuladas, mas não aceleradas- esquizofrênico. Circunstancialidade: fica dando volta até responder o perguntado. Tangencialidade: não responde o que é perguntado. Bloqueio: “dar branco” Quanto ao conteúdo: Delírios (ideias delirantes)- é uma crença falsa. Ex.: acha que é o presidente- excetuando cultura e religião. Delírios Paranoides (persecutórios): ex. espiões me perseguem. É muito comum. Delírio de grandeza (quer comprar tudo, é dono de tudo, se acha importante); místicos (pessoa tem poderes, vai curar todo mundo). Delírio de ciúmes, niilista (acha que está tudo perdido), de ruína (acha que tudo é culpa da pessoa), de referência (William Bonner fala pra mim), de influência (eu que influenciei a falar). Delírio Bizarro: fala coisas impossíveis de acontecer (paciente pior- critério de esquizofrenia). Ideias supervalorizadas (crença exagerada) Obsessões: atrapalham o dia-dia. Pensamento abstrato x concreto. 10. Linguagem Ver: Quantidade, Velocidade e Volume. Ex. disartria, taquilalia (velocidade aumentada), mutismo, logorreia ou verborragia (quantidade aumentada, não para de falar), solilóquio (fala sozinho), ecolalia (repete o que acabou de falar). 11. Humor/ afeto Humor: 4 emoções básicas: alegria, tristeza, raiva, medo. Afeto: “colorido” afetivo do momento Eutimia- normal (faixa normal) Sara Steffens- ATM 2018/2 Expansivo- eufórico (maníaco) Triste- desesperança- (deprimido) *Distimia= depressão menor (pct sempre depressivo). Outros conceitos: Modulação do afeto: Labilidade: varia muito Incontinência: não consegue conter as emoções Rigidez: hipomodulado Embotamento: totalmente indiferente, é pior Anedonia: falta de prazer; Irritabilidade; ansiedade; Disforia- irritação/ansiedade, como disforia pré-menstrual. 12. Sensopercepção Ilusão: sobre objeto que existe, mas a intepretação é errada, como mágico ilusionista. Alucinação: sobre objeto que não existe, é pior que ilusão: auditiva, visual, tátil, gustativa, hipnagógica, hipnopômpica (estas 2 últimas são normais na transição do sono... qnd ta indo ou saindo do sono). *investigar causas orgânicas. Despersonalização: estranhar o próprio corpo, ver corpo de fora. Em relação a ti mesmo. Desrealização: em relação às coisas. 13. Juízo Crítico (julgamento) Capacidade de tomar decisões em situações sociais/ em relação ao exterior (insight é em relação à própria pessoa). Ex: ser inconveniente, não mede consequências, não reconhece limitações. Ex. prático: imaginar que tá num prédio e está pegando fogo. 14. Insight: nega completamente a doença, ligeira conscientização, consciência das doenças, mas culpa fatores externos. O que interessa é insight emocional e não intelectual (cardiologista que fuma; sabe, mas não faz). 15. Credibilidade Paciente merece crédito? Ou existe suspeita da simulação. Em relação a PESSOA ACREDITAR naquilo que ela mesmo diz (só é usado em casos de simulação). Aula 2- TRANSTORNO DE ESTRESSE PÓS- TRAUMÁTICO (TEPT) Profa. Gabriela Alguns termos usados como sinônimo: Síndrome do coração irritado: aumento da FC ao lembrar-se do trauma. Síndrome do Choque da Granada: Sobressalto, apatia em veteranos de guerra. Trauma + TCE, taquicardia sustentada pós-trauma= hj se sabe que são FR. Permanente hipervigilancia e combatividade? Um dos poucos dx em psiquiatria que necessariamente tenha fator desencadeante. OBS: Demissão não é considerado um trauma para validar dx de TEPT. DSM- V: É Trauma: Basta que a pessoa interprete como um risco de morte ou morrer. Quanto maior o risco de morte, maior chance. Profissionais da Saúde e outras profissões expostas continuamente a exposições traumáticas podem desenvolver tardiamente. Resposta organismo: imobilidade, Luta ou Fuga. Podem ter sentimentos DISSOCIATIVOS: reagir sem reação (freezing). Em até 48-72h: não é patológico. Reação desde motora, psicológica, vômitos, etc. Prevalência: média na pop de 8-8,5 % Dependeda Natureza de trauma. Tipos de traumas: Um dos mais associados à TEPT: abuso sexual. Ser do sexo Feminino é FR, mas homem que sobre abuso tem mais TEPT. Enchente, terremoto= catástrofes naturais. Katrina: 16% (lidar com cadáver, perder casas, baixo nível socioeconômico). Provocados pelo homem: sequestro, tiroteio= geram +++ TEPT que catástrofes nat. 11 de setembro: 7,5%. Mas a longo prazo pode ser +. Resiliência: capacidade dos corpos de se moldarem. Mesmo passando por coisas muito traumáticas, alguns não desenvolvem TEPT (80% não desenvolve= ser humano é bem resiliente). Quando estresse em geral, na vida do ser humano é muito pequeno ou muito grande há maior risco de TEPT. Um pouco de estresse é bom p/ resiliência. Resposta neuroendócrina Normal ao estresse: Hiperativação eixo HHA. CRF- Hormônio liberador de corticotrofina- (Hipotálamo) ACTH (Hipófise) Cortisol (Adrenal). Cortisol tem feed back – com CRF. Normal é liberar adrenalina em fatores estressores. No TEPT o eixo é disfuncional. Nestes, agudamente NÃO há aumento do cortisol (está diminuído) e CRF elevado. Quanto à ativação amigdaliana: reação ao perigo, estresse. HIPER-reatividade da amigdala: ocorre nos ansiosos. HIPO-reatividade de amigdala: antissocial. Na TEPT, achav-se que haveria hiper-reatividade, mas na verdade depende dos sintomas do pct no momento: Revivendo fatos: hipo do córtex pré-frontal e HIPER da amigdala Fica triste/ anedonico (parece depressão): hipo amigdala Do 3º- 30º dia: transtorno de estresse agudo (TEA) que é FR p/ TEPT. Só pode dar dx de TEPT 31 dias após trauma. Pode ter de inicio tardio, SEM ter tido TEA: profissional saúde, bombeiros > 3 meses: TEPT crônico. Pior prognóstico. Pct que responde bem ao tto melhora logo, refratariedade no inicio do tratamento indica prognóstico ruim. A maior parte dos pcts NÃO tem TEA antes de desenvolver TEPT. Fatores de Risco: Pré-trauma: Dx prévio de outro TEPT ou outros transtornos psiq= maior risco de TEPT. Neuroticismo (copo sempre metade vazio). Sexo F, baixo QI, trauma antes, desordem mental antes, personalidade, genéticos. Baixo nível socioeconômico. Trauma: natureza do trauma: ficou com sequela física, TCE, FC alterada, contato com morte, traumas severos, estupro. Pós-trauma: FC alta, UTI, sintomas dissociativos, dor, estressor financeiro, trauma continuado (criança que sofre abuso e tem que viver com abusador, vitima de agressão física persistente). Sara Steffens- ATM 2018/2 Plasticidade fenotípica: genética (personalidade, neuropeptineo Y, disfunção endócrina) + ambiente (exposição à mídia, uso de sbs- cannabis fumada aumenta risco, mas opiodes p/ tto dor é fator protetor). CRITÉRIOS DX DSM-V: A. Exposição a episódio concreto ou ameaça de morte, lesão grave ou violência sexual em uma (ou mais) das seguintes formas: 1. Diretamente exposto. 2. Testemunhou o evento. 3. Tomou conhecimento de morte ou ferimentos graves inesperados em familiares ou amigo próximo. 4. Foi extremamente exposto a detalhes do evento (policiais, bombeiros...) . Não inclui exposição somente através de mídia eletrônica ou televisão. B: Deve ter no mínimo 1 dos sintomas intrusivos (reviver/ memória muito consolidada): 1. Recordações aflitivas, recorrente e intrusiva, incluindo imagens e pensamentos e percepções. 2. Sonhos aflitivos 3. Reações dissociativas (p. ex., flashbacks), como se evento estivesse ocorrendo novamente. 4. Sofrimento psicológico intenso ou prolongado ante a exposição a sinais q simbolizem evento traumático. 5. Reações fisiológicas intensas. C. No mínimo 1 sintoma de esquiva ou evitação. 1. Esforços no sentido de evitar pensamentos, sentimentos ou conversas sobre o trauma. 2. Esforços p/ evitar atividades, locais ou pessoas que ativem recordações. D. Ter no mínimo 2 alterações negativas persistentes em COGNIÇÃO e HUMOR: (Sintomas que se confundem e se associam à Depressão). 1. Incapacidade de recordar aspecto importante do trauma 2. Crenças ou expectativas negativas: (p. ex., “Sou mau”, “Não se deve confiar em ninguém”, “O mundo é perigoso”, “Todo o meu sistema nervoso está arruinado para sempre”). 3. culpar a si mesmo ou os outros. 4. Estado emocional negativo persistente (p. ex., medo, pavor, raiva, culpa ou vergonha). 5. Interesse ou participação bastante diminuída 6. Sentimentos de distanciamento e alienação em relação aos outros. 7. Incapacidade de sentir emoções positivas (p. ex., de vivenciar sentimentos de felicidade, satisfação ou amor). E. Alteração na excitação/ reatividade associadas ao evento (mínimo 2): 1. Irritabilidade ou surtos de raiva (agressão verbal/física) 2. Imprudente/ autodestrutivo 3. Hipervigilância 4. Sobressalto exagerado 5. Dificuldade de concentração 6. Sono afetado *Lembrar de Avaliar risco de suicídio e dificuldade de concentração. F. A perturbação (Critérios B, C, D e E) dura mais de um mês. G. Deve causar sofrimento significativo e prejuízo. H. Não se deve aos efeitos de uma substância (p. ex., medicamento, álcool) ou a outra condição médica. DD com Depressão Maior (DM): DM não é obrigado ter trauma, necessariamente tem anedonia ou humor deprimido. Relação com outras dçs: TEPT: aumento de dç CV e auto-imune. Maior risco de obesidade e dislipidemia. Grande impacto na qualidade de vida: precisa de apoio das pessoas, mas ao mesmo tempo se afasta. Prejuízo social (não sai de casa) Abordagem logo após o trauma / Prevenção do TEPT: “The Golden hours” Primeiramente não lesar (primum non nocere): algumas abordagens podem até piorar desfecho. Por isso, não se deve fazer, p. ex., psicoterapia preventiva em pctes não sintomáticos. Só fazer psicoterapia em sintomáticos. Não patologizar, não psicologizar (debriefing, terapia de grupo= NÃO fazer em ASSINTOMÁTICOS) e não farmacologizar. Uso de Benzodiazepínicos: estudos controversos, mas há recomendação para NÃO usar! Há associação positiva entre quem usou e desenvolveu TEPT (ter usado seria um FR). BB= placebo. Morfina= não tem estudo Hidrocortisona= única coisa que preveniu mesmo. Uso devido ai Hipocortisolismo paradoxal (quem tem TEPT tem menor nível de cortisol frete ao estresse). Mas ainda não está liberado para uso clínico (só pesquisa). TRATAMENTO DE PACIENTES QUE TENHAM TEPT Psicoterapia: focada no trauma ou TCC (terapia cognitivo comportamental). Não se faz preventiva, debriefing. Únicos 2 liberados e estudados são Paroxetina e Sertralina: não se sabe se efeito é de classe. 1ª escolha é ISRS. Tb pode ser usado Venlafaxina. Mas, como nem sempre há resposta com esses, como 2ª linha usa-se (não se sabe se realmente funciona): Tricíclico (mts efeitos colaterais em idosos) Mirtrazapina: usada para melhorar sono. Quando insônia, pesadelo, ela causa sono, ajuda a dormir, alternativa ao Benzo: Prazosin: tratar pesadelos no TEPT. Tratamento para TEA: farmacológico nada comprovado, mas usa-se anti-depressivo. Acompanhar e tratar patologias prévias. Dica da profe: Ver artigo no e-mail, mas focar na aula. AULA 3- TRANSTORNO BIPOLAR Ângelo B. M. Cunha Prevalência: 0,6% (TAB tipo I- é o que a gente estuda)e 0,4% (Tipo II) Média início dos sintomas: aos 20 anos Erro/demora para o diagnóstico Causa comum de incapacitação Importância da genética: 40-70% concordância entre gêmeos monozigóticos Pela lógica, deveria ter 2 polos: Eufórico x Depressivo. Mas na verdade SÓ PRECISA DO QUADRO AMIACOP SER CLASSIFICADO COMO BIPOLAR! O que caracteriza o bipolar é ter episódio maníaco. Tipo I: teve pelo menos 1 episódio maníaco* (é o que estudamos!) Tipo II: episódio depressivo + hipomania Sara Steffens- ATM 2018/2 Ciclotimia: depressão menor + hipomania “Bipolar spectrum” Episodio misto: meio eufórico e meio depre no mesmo episório (DSM V já não traz esse subtipo, mas na pratica existe). Ciclagem rápida: 4 ou + episódio no ano. Mania: síndrome clínica de EUFORIA e HIPERATIVIDADE. Exemplo de Episódio Maníaco: Tudo parece fácil, bom, vívido, n precisa dormir, irritação, agitação, pensamentos delirantes. DSM-5 critérios: A- Humor anormal (animado, expansivo ou irritável- em crianças principalmente-) Aumento da atividade e energia – por no mínimo 1 semana = Episódio maníaco B- 3 ou mais dos seguintes: auto-estima inflada: “se achando” diminuição da necessidade de sono (p. ex., sente-se descansado com apenas três horas de sono). taquilalia fuga de ideias distratibilidade: n consegue focar aumento nas atividades ou agitação (p. ex., envolvimento em surtos desenfreados de compras, indiscrições sexuais ou investimentos financeiros insensatos). envolvimento em atividades com potencial danoso: (seja socialmente, no trabalho ou escola, seja sexualmente) C- Causa prejuízos significativos D- Excluídos uso de substâncias e doenças clínicas como etiologia. Nota: UM episódio maníaco completo que surge durante tratamento antidepressivo, é evidência suficiente para um episódio maníaco e, portanto, para um diagnóstico de transtorno bipolar tipo I. Nota: Os Critérios A-D representam um episódio maníaco. Pelo menos um episódio é necessário para o diagnóstico de transtorno bipolar tipo I. DISFORIA e GRANDIOSIDADE: irritabilidade, ansiedade, impulsividade, ostilidade. Pesquisas: Esquizofrênicos piores que a média no desenvolvimento motor, QI. Bipolar: melhor que a média em quase tudo. Prejuízos cognitivos no THB (transtorno do humor bipolar) Durante a remissão Aumentados com sintomas psicóticos Associados a longa duração da dç Aumenta com n° de crises maníacas Ocasiona disfunção psicossocial Qnt mais precoce o tto maior a prevenção do prejuízo cognitivo (aumento do volume ventricular) Estresse crônico e alterações cerebrais= os mesmos observados no THB. < hipocampo < córtex pré-frontal > Amigdala Além do enorme risco de morte por suicídio, se não tto, morrem mais por causas CV, cérebro-vasculares, CA, etc (em relação aos tratados). Estresse oxidativo é maior no THB do que na depressão. Provoca Encurtamento de telômero= envelhece mais rápido. Carga alostática: o Stress promove adaptação “alostase”. Ao longo do tempo: desgaste neural e corporal: carga alostática. Adaptação atual versus dano futuro: CV, metabólico, imune, atrofia cérebro. Mediadores de alostase: acredita-se que dopa, glutamato, HPA (hipotálamo-pituitária-adrenal), sistema imune e neurotrofinas = desgastam o corpo como um todo. Aumento da dopamina – mania, psicose, cocaína, estimulantes Excitotoxicidade glutamatérgica – mania, depressão Neurotrofina BDNF: sb que protege os neurônios (pessoas têm AVC, mas uma parte recupera). Tem várias funções no desenvolvimento cerebral. Relação de menor BDNF em pessoas sem contato com mãe, traumas psicológico. Traumas psicológicos alteram proteção no SNC! Diminuição de BDNF nos episódios agudos: maníacos ou depressivos. BDNF diminuído em episódios agudos e tb aumento de PCR (risco CV). “Correlação negativa entre níveis de BDNF e gravidade dos sintomas”. Inflamação x Neutrotrofinas: ↓BDNF, ↑NT-3, ↑GDNF declínio cognitivo e disfunção executiva Modelo teórico da doença Pessoa tem episódio de mania/depressão: estresse ox. reduz BDNF, perda de dendritos, apoptose alterações cérebro diminui hipoc., PFC (Córtex pré-frontal), amigdala ↓coping estresse/trauma inflamação, oxidação. O primeiro episódio precisa de grande estresse como fator desencadeante, mas os seguintes, após alteração na sensibilidade da amigdala, qlqr coisa ativa o sistema (amigdala super-sensível). Qlqr estresse ou trauma desencadeia desbalanço. Curso e Prognóstico Curso heterogêneo, predominantemente depressivo. A recorrência parece ser mais prejudicial do que a gravidade de um dado episódio. Episódios progressivamente mais autônomos Primordial Evitar/ diminuir ocorrência de episódios. Promover a aliança terapêutica, adesão ao tratamento, psicoeducação, defuncionamento social Tratamento Farmacológico Clorpromazina foi 1° antipsicótico (1954); Lítio (principal estabilizador de humor). É o melhor. Dç não é falta de lítio (n adianta dosar lítio sérico). Manter na janela terapêutica. - ↓a neurotransmissão noradrenérgica - ↓níveis de norepinefrina - ↑níveis de serotonina (em especial no hipocampo) Alteração em glutamato (up-regulation do transporte de glutamato) Carbonato de lítio: cp 300 mg e 450 mg Anti-convulsivantes: Uso baseado na teoria do kindling Mecanismo de ação mal caracterizado Possível ação por múltiplos mecanismos Ação sobre canais iônicos Aumento da neurotransmissão inibitória do GABA Diminuição da neurotransmissão excitatória do glutamato Ação em segundos mensageiros Ac. Volproico: eficaz em algumas situações; usar qnd n Litio funciona; qnd há ciclagem rápida e episódios mistos. Aprovado para a fase aguda e profilaxia da doença Boa resposta em pacientes com condições médicas gerais Nível sérico efetivo: 50 – 100 ug/mL. Cp 250 mg ou 500 mg Haloperidol com fenergam (p cortar efeitos colaterais do haldol) são melhores no Plantão para Mania. No plantão, Anti-psicótico é melhor que lítio (estab humor) na crise aguda. Melhora em umas 24h, o lítio demoraria. Episiodio Maniaca: Monoterapia: Litio, AVP, Olanza, Risperi, Quetia, Aripiprazol, ziprasidona, asenapina, Paliperidona. Sara Steffens- ATM 2018/2 Monoterapia: Litio, AVP, Olanzapina, Risperidona, Quetiapina, Aripiprazol, Ziprasidona, Asenapina, Paliperidona Combinado (MELHOR): Lítio ou AVP + risperidona (barata) ou quetiapina ou olanzapina ou aripiprazole ou asenapina. Usar por 6 m após episódio com anti-psicótico e depois manter só com estabilizador de humor. OBS: gabapentina, topiramato são piores que placebo. Única maneira de evitar progressão: dx precoce + tto eficaz + prevenção de novos episódios. *** não deixar ter episiodio! Quanto mais episódio, mais lesa o cérebro. Ser bem radical, bem intervencionista. AULA 4- ESQUIZOFRENIA Ângelo B. M. Cunha Disse p estudar pelo livro da USP Devastadora, é a pior. Acontece cedo A principal “psicose” TEM QUE TER PSICOSE Curso variado: “As esquizofrenias” O que é Psicose? Definição restrita: delírios/ alucinações proeminentes. Definição ampla: inclui discurso e/ou comportamento desorganizado ATUALMENTE: perdas dos limites do ego - prejuízo no teste da realidade. História, p. ex: Bleuler (1857): 4 As associações, afeto, autismo, ambivalência. DSM-5 (DSM-4 não mudou nada): Tipos de psicose: Por transtornos psicóticos não afetivos: não começa com humor: esquizofrenia, esquizoafetivo, transtorno esquizofreniforme, delusional disorder, etc. Por transtornos Afetivos: bipolar, DM. Por uso de substâncias: ex. álcool Por outras condições médicas: ex. uremia. Afetiva x Não-afetiva Ambas: psicose= delírios, alucinações. Há espectro entre uma e outra. Afetiva: começo + agudo,melhor prognostico. + sintomas depressivos e maniáticos. Não-afetiva: começo insidioso, pior prognostico. + sintomas negativos, congnitivos Transtorno esquizoafetivo: tem uma mistura de sintomas psicóticos + depressivos e maniáticos + sintomas negativos, congnitivos Diagnostico Esquizofrenia Fase prodrômica: ainda não surtou. Retraimento social gradual, interesse reduzido, muda aparência e higiene, mudança cognitiva, comportamento excêntrico. Geralmente começa no Adolescente. CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS- DSM -5 A) Sintomas característicos (2 ou +) por pelo menos 1 mês ou menos, se tratado com sucesso. É o critério ++ importante. *1. Delírios *2. Alucinações *3. Discurso desorganizado 4. Comportamento desorganizado ou catatônico 5. Sintomas negativos: embotamento afetivo, alogia (falta de lógica), avolição (falta de vontade). *Pelos menos 1 dos sintomas deve ser 1, 2 ou 3. B) Disfunção social/ ocupacional C) Duração: 6 meses. 1 mês de critérios A (fase ativa). *Diferente de transtorno esquizofreniforme (cuidar para não estigmatizar). D) Excluir transtornos de humor. 2 semanas delirantes sem alteração e humor. O bipolar tem concomitantemente. E) Excluir uso de sb/ condição médica geral. Sintomas podem ser classificados em: Positivos: deirios, alucinações Negativos: embotamento afetivo, avolição, alogia, anedonia Cognitiva: atenção, memória, funções executivas. Epidemiologia Incidência: 15/100 mil ao ano Prevalência: hj estima-se 0,7% pop. Aparecimento tardio em Mulheres (pico Homens 20a e mulher 25a prognostico pouco melhor em mulher). Etiologia Antigamente achava-se que mãe poderia tornar filho esruizofrênico, de acordo com a criação: “mãe esquizofrênica” Hipóteses aceitas hj: dopaminérgica, glutamatérgica e neurodesenvolvimental (pessoa já nasce com dano: uso drogas, infecções congênitas). Fator genético: 48% concordância em MZ. Diferentemente do THB (que tem tudo acima da média), o Esquizofrênico tem menor QI, pior desenvolvimento motor, recepção da linguagem (só expressão linguagem pouco melhor), em relação à pop geral. Para que ocorram alucinações, em algum momento ocorreu des- regularização Dopa/ Gluta. Maconha e outras drogas= predispõem esquizofrenia. Outros fatores ambientais: migração, riscos fetais, urbanização pois muitos surtos são desencadeados por estresse. Teoria da Saliência aberrantes: cérebro é maquina de comparar coisas. Dar mais importância a alguns eventos da vida poderia predispor. Curso e Prognóstico Curso: exacerbação/ remissão Sintomas negativos melhoram com tempo 20-50% tem vida relativamente normal Fatores de bom prog: inicio tardio, ter fator desencadeante, inicio agudo, bom funcionamento pré-mórbido, com fatores afetivos. Mau prog: inicio precoce e insidioso, mau ajustamento social, ausência de fatores precipitantes, HF de esquizofrenia, sem remissão por 3 anos, sintomas negativos, fraco sistema de apoio. Vias dopaminérgicas: Excesso de dopa na via mesolímbica causa alucinações. Drogas de abuso aumentam também (sensação prazerosa, euforia). Hiperatividade via mesolímbica= sintomas positivos. Por isso se usa Bloqueadores D2 para o tratamento. Ao agirem também na via nigro-estriatal (falta de seletividade), esses medicamentos geram sintomas motores como efeitos colaterais= Parksonismo induzido por Sara Steffens- ATM 2018/2 drogas, com sintomas extarpiramidais. À longo prazo, como forma de compensar esse bloqueio D na via nigroestriatal, há uma supra-regulação desses receptores, que leva a outro efeito colateral= Discinesia tardia (movimento hipercinético). Outra via dopapaminérgica é a tuberoinfundibular, que ao ser bloqueada leva à produção de Prolactina= efeito colateral é a Galactorreia. Em suma, desregulação das vias dopaminérgicas= sintomas esquizofrênicos. Importante: Hipótese dopaminérgica integrada. via mesolímbica: hiperativa= sintomas positivos (principal). via mesocortical: hipoativa= parte dorsolateral do CPF sintomas cognitivos. Parte ventromedial do CPF sintomas afetivos. via nigro-estriatal e tuberoinfundibular= normal Vias Glutamatérgicas: Por Hipofunção NMDA (Via Mesolímbica) Normal: glutamato tem ação + sobre GABA, que tem ação – sobre dopamina. Normal: ↑glu↓Dopa. Quando há Hipofunção NMDA= ↓Glu ↑Dopa. Sendo as vias dopaminérgicas integradas, na via MesoCortical ocorre o contrário. TRATAMENTO Bloqueador/ antagonistas de dopamina. Bloq receptores D2 são os + comuns. O problema é que diminui dopamina do cérebro todo, como via nigroestriatal. Tb, além de bloquear os RD2, bloqueiam outros receptores, ex: antipsicóticos convencionais (bloq d2, alfa-1, M, H) 1. Antipsicóticos convencionais (D2) Clorpromazina (200-1000mg/d) Haloperidol (5-20mg/d) Tioridazina 2. Antipsicóticos atípicos (ação em receptores 5-HT2A e D2) Clozapina (the best); Olanzapina; Quetiapina; Risperidona (2-6 mg/d), Ziprasidona Melhor de todas: CLOZAPINA. Até 50% dos refratários respondem. Mas atua em diversos receptores, de forma muito complexa. Causa convulsão, discrasia sanguínea e vários efeitos colaterais. Passo-a-passo do tratamento 1º Monoterapia c/ antipsicóticos: é o que o clínico deve iniciar. 2º Troca anti-psicotico 3º Clozapina 4º Combinação de outros medicamentos. Psicose é toxico p/ cérebro: tratar logo p menor consequência. Hospitalização: Fase aguda Risco suicido/ agressão Risco exposição moral Enigmas da psiquiatria: Esquizo é uma ou várias? Dx: categorias ou dimensões? FR são verdadeiros ou viés? Neurodesenvovimental / degenerativa: hoje se sabe que é os 2. Alterar curso: novas pesquisas estresse degeneratico Como identificar pessoas de alto risco? Universal, grave, menos favorável em pais industrializado (estresse), anormalidades cerebrais, resposta terapêutica a antagonistas dopaminérgicas. AULA 5- DEPRESSÃO MAIOR (DM) Prof. Dr. Angelo Cunha Subdiagnosticada, associada a outras dçs. 50-60%% não é detectado Deve ser tratado pelo clinico Prevalência (vida)= 17 % 2X mais comum em Mulheres Idade de início= 20-30 anos Eventos estressantes de vida Associação com doenças clínicas: principalmente: Parkinson, Epilepsia, dor, Alzheimer, obesidade, CA, Diabetes, DCV. Deve subir de 3ª (2004) p/ 1ª dç em termos de impacto geral (Burden of disease), em 2030. Barreiras para o dx: depressão é “normal”, falta treinamento, comorbidades, descrença no tto. Com exceção de casos complexos e refratários= deve ser tratada pelo Clínico, na atenção primária. CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS- DSM-V (2013) A. Deve ter 5 dos 9 sintomas. Pelo menos um deles deve ser 1 OU 2. 1. HUMOR DEPRESSIVO OU 2. PERDA DE INTERESSE/ PRAZER. 3. Perda/ ganho peso (5% em 1 mês) 4. Insônia/ hipersonia 5. Retardo motor/ agitação 6. Fadiga/ perda de energia 7. Sentimento de inutilidade/ culpa (pode até delirar) 8. Indecisão/ falta concentração 9. Ideação suicida Obs: (o de antes do / é o mais comum) B. DURANTE 2 SEMNAS C. Causam sofrimento/prejuízo D. Não são devidos a efeito de subst./doença FARMACOTERAPIA: Leve: alguns acham que só psicoterapia pode ser suficiente. Moderada e grave= Sempre farmacológico. PHQ-9: escala determinar gravidade: Leve/ mod / grave 0-4 no depression 5-9 mild 10-14 moderate 15-19 moderately severe 20-27 severe depression Conceitos sobre o tratamento Reposta: 50% de diminuição dos sintomasRemissão: sem sintomas, volta ao funcionamento normal é o que se objetiva, mas ocorre menos. Recaída: retorno dos sintomas (mesmo episódio) Recuperação: remissão mantida por mais de 6 a 12 meses. Recorrência: aparecimento de um novo episódio. A depressão maior é episódica, com EPISODIOS não tratados durando geralmente entre 6-24 meses, seguidos de recuperação ou remissão mesmo q não faça nada, geralmente se recupera. Pacientes deprimidos que apresentam resposta nicial ao tratamento com antidepressivo terão taxa de recaída de 50% em 6-12 meses, se medicação substituída por placebo. Se a medicação for mantida por 1 ano, cerca de 10-20% terão recaída. (prof acredita que deve manter tto por + tempo, tipo 1 ano e meio). RS é o estado que mais tem suicídio. Etiopatologia: Heterogênea: múltiplos fatores envolvidos Sara Steffens- ATM 2018/2 Fatores genéticos; ambientais; hormonais. Desregulação de NT Alteração da expressão gênica Neurotransmissores: Hipótese monoaminérgica: Monaminoxidade (MAO): destrói noradrenalina (NA). Depressão: deficiência de NA. Inibidores da MAO (iMAO): impedem destruição da NA= aumento de NA leva ao estado normal. Antidepressivos Tricíclicos: bloqueio da receptação do NA = aumento de NA leva ao estado normal. Com o inicio do tto, os níveis de NT sobem rapidamente (horas), entretanto, o efeito clínico demora a aparecer (2 semanas), assim com a dessensibilização (down regulation) dos receptores. Questões relativas a essa hipótese: se os NT sobe logo, pq efeito clínico demora? Alteração da sensibilidade do receptor tb contribui para a melhora clínica? Nova hipótese: Hipótese dos receptores de NT p/ ação antidepressiva: Durante fase depressiva há up-regulation dos receptores. Hoje se sabe que há mecanismo intra-celular relacionado à fisiopatologia. NT regulam humor, cognição e comportamento. DOPAMINA= atenção, motivação, prazer, recompensa, sexualidade. SEROTONINA= obsessão, compulsão. NA= estado alerta, energia. Nessa lógica, p/ pct sem ansiedade, com retardo motor=dar tto que atua + na DOPA. Mt ansiedade= dar + tto que atua na serotonina. FASE AGUDA: 2-3 m. Objetiva resposta e remissão. FASE CONTINUAÇÃO= 6 m evitar recaída FASE MANUTENÇÃO (1-5 anos ou para toda a vida)= evita recorrência Recomendação para tomar remédio por 2 anos para manutenção, se: Episódios recorrentes (3 ou +), idade avançada, se demora mt p sair da crise, se tiver psicose, episódios severos, comorbidade, sintoma residual 17% a 25% em Mulheres= chance de ter 1 episodio na vida. Se teve 1, 50% de chance de ter de novo. Quanto mais tiver, maior chance de recorrer. Escolha do antidepressivo: Apresentação clínica (escolha empírica), Perfil de efeitos colaterais (+++++++ importante), Resposta anterior/ preferência do paciente= se já funcionou, vai funcionar de novo, dar preferência. Custo, Comorbidades. ANTIDEPRESSIVOS: IMAO= não se usa. Bom nos livros, mas não pode fazer nada. Não pode: Vinho, queijo, cerveja, usar outros medicamentos, etc. Tricíclicos (ADT)= atuam em vários receptores. Anti-histamínico (H1): engorda e dá sono. Anti-muscarinico/anticolinérgico (M1): boca seca, constipação, borramento visual, sonolência. Anit-alfa-1: tontura, hipotensão. Amitriptilina: inicial 25 mg/d, usual 100-200 (NÂO USAR SUBDOSE! Dose boa 150 mg). Dose inicial usual Amitriptilina 25mg/d 100-200 Imipramina 25 mg/d 100-200 Nortriptilina 25 mg/d 50-150 *Clomipramina 25 mg/d 100-200 ISRS dose inicial usual máx Fluoxetina 20 mg/d 20-40 80 Paroxetina 20 mg/dia 20-40 60 Sertralina 50 mg/dia 50-100 200 Citalopram 20 mg/dia 20-40 60 Fluvoxamina 50 mg/dia 100-200 300 Escitalopram 10mg/dia 10-20 40 Maior tolerabilidade em relação aos ADT Devido a seletividade, só tem a porção inibidora da receptação da serotonina. Eles têm outras ligações que são chamadas Propriedades Farmacológicas Secundárias, dependo do medicamento. IRSN: Inibidores seletivos da receptação de Serotonina e nora= DUAIS. Venlafaxina 75-225 mg/dia Desvenlafaxina 50-100 mg/dia Duloxetina 30-60 mg/dia *Em doses elevadas tb inibem um pouco os receptores de Dopamina. Outros: Buroporiona Prozac (fluoxetina)= inicia 20; usual 20-40, max 80 mesma eficácia, com menor efeitos colaterais. Mas tem muita diminuição de libido, ejaculatório. Praticamente todos os antidepressivos apresentam a mesma taxa de Resposta ao tratamento, que é de ~67% (redução de 50% dos sintomas em 8 semanas). Isto é, 33% não respondem. Não-resposta: Má Adesão, tto de Longa duração, Episódio grave, Distimia, Transtorno de Personalidade. Estratégias para não-resposta: Aumento dose Troca p outra classe Potencialização Combinação- NÃO tem estudos sobre. Melhora pouco o efeito, com muito efeito colateral e alto custo. IMAO ECT= eletroconvulsoteraia= muito bom! Não tem na rede privada, no HUSM tem e funciona. O MELHOR ESTRATÉGIA INICIAL É AUMENTAR A DOSE DO REMÉDIO. Dobrar dose. Se utiliza 1 cp e não funciona, prescrever 2cp. Tem como vantagem não adicionar outros efeitos colaterais. Sara Steffens- ATM 2018/2 Outro problema relacionado ao tratamento da Depressão: Se episódio Depressivo for, na verdade, Transtorno Bipolar? Diante do primeiro episódio n tem como saber. Se for bipolar o ANTI-DEPRESSIVO não deve ser o tratamento de escolha. Fatores associados que falam a favor de THB: recorrência de episódios depressivos, idade de inicio precoce, sintomas psicóticos, HF de mania. No tto usam-se estabilizadores de humor (lítio). Na dúvida, começa com antidepressivo e lítio junto= se melhorar tirar antidepressivo. Se for usar antidepressivo, usa por máx. 4 a 6 semanas. Antidepressivo= faz pessoa ter mais mania. Quetipiana= aprovada p bipolar tb. Novos alvos: antidepressivo de “amplo espectro”, mais que duais, agem em 3 receptores. AULA 6- TRANSTORNOS DE PERSONALIDADE Prof. Dr. Angelo Cunha PERSONALIDADE: temperamento (biológico, o que se herda) + Caráter (o que aprende). Geralmente definido ao final da Adolescência. Não se dá dx de Transtorno antes do final da adolescência. Antes dos 18 anos= transtornos de conduta (não de personalidade). PersonalidadeOrigem etimológica: “persona” – a máscara dos personagens. No DSM-V tem 2 capítulos: 1 antigo e um novo, que divide por categoria. Novo seria o ideal, mas é difícil de aplicar na prática. Estado: ocorre apensa por um período. Traço: é estável, é permanente do indivíduo. “Traços de personalidade: aspectos emocionais e comportamentais estáveis e duradouros que caracterizam o indivíduo (“jeito de ser”).” Transtorno da personalidade é: Comportamento se desvia da cultura Generalizado Inflexível Início na adolescência ou começo da vida adulta Estável ao longo do tempo Provoca sofrimento ou prejuízo Classificação que tem importância hoje em dia é a de 1993: Elementos do Temperamento (são herdados): busca de novidades, evitação da dor, dependência da recompensa, persistência. ~50% da personalidade é herdada. Elementos do Caráter (são adquiridos): direcionamento do self, cooperação, transcendência (espiritualidade). DSM-V Critério A: Funcionamentoda personalidade Individual: Identidade: se bem estabelecida, pessoa sabe bem quem ela é, o que ela está fazendo. Autodirecionamento: planos, objetivos de vida coerentes. Interpessoal: Empatia: capacidade de colocar-se no lugar do outro. Intimidade: capacidade de ter relação interpessoal duradoura e profunda. Critério B: Traços de personalidade patológicos Afetividade Negativa x (Estabilidade) Distanciamento (Extroversão) Antagonismo (Afabilidade) Desinibição (Meticulosidade) Psicoticismo* (Lucidez) *Psicoticismo= excentricidade, cara estranho. Não tem relação com psicose. São 10 transtornos de personalidade, divididos em 3 grupamentos: A: estanhos, excêntricos Paranóide, Esquizóide, Esquizotípica B: Dramáticos, emocionais, erráticos o que + vê em pronto-socorro, pessoa dificil, problemática. Anti-social, Borderline, Histriônica, Narcisista C: Ansiosos, medrosos Esquiva, Dependente, Obsessivo-Compulsiva No DSM-V não são mais 10, são menos. 1) Paranoide: suspeita ou desconfiança. - Guarda rancores (insultos, injúrias, deslizes) - Interpreta significados ocultos (de caráter humilhante, ameaçador) Mas a pessoa não fica fora da realidade - Fanáticos de qlqr nível (“nós contra eles”, “bem contra mal”) - Percebe ataques a seu caráter ( em situações “neutras”)e reage com raiva ou contra-ataque - Dúvidas infundadas (lealdade dos amigos/ fidelidade ) 0,5 a 2,5% da população. Raramente procuram tratamento. Mais em homens. Formulações simplistas (“fanáticos”/ “formam cultos”) 2) Esquizoide Não procura tto Até 5% da população Vive no mundo dele, mas não é psicótico. Não deseja nem gosta de relacionamentos íntimos. Atividades solitárias. Pouco interesse sexual. Prazer em poucas atividades. Não tem amigos ou confidentes. Indiferente a elogios ou críticas. Distanciamento afetivo 3) Esquizotípico Mais parecido com esquizofrenia, mas n chega a ter. Acredita em gnomo, bruxaria. Pessoa vive em um mundo meio estranho, não basta acreditar que coisas estranhas existem. 3% da população. Parentes biológicos de pacientes com Esquizofrenia Distorções cognitivas e/ou da percepção(esquisitos ou estranhos): - Comportamento (linguagem incomum, desconfiança, afeto inadequado/restrito) - Aparência (esquisita, estranha) - Crenças que não condizem com a subcultura do indivíduo (ex. telepatia, sexto sentido, clarividência etc) - Ansiedade social, temores paranóides. Não tem amigos. - Personalidade pré-mórbida esquizofrenia. 4) Anti-social (“psicopata/ sociopata”) Não alivia crimes, pois pessoa não perde a razão, sabe o que está fazendo. Critérios criticados pq são pautados em psicopatas graves: pessoa que mente, engana para se dar bem. Encanto superficial/não sincero 3% homens, 1% mulheres. • Incapacidade de adequar-se a normas (detenções repetidas) • Propensão a enganar (ex. mentiras, nomes falsos, engano para obter vantagem ou prazer) • Fracasso em planejar o futuro • Repetidas agressões físicas • Desrespeito irresponsável pela própria segurança e alheia • Incapacidade de manter trabalho ou obrigação financeira • Ausência de remorso 5) Borderline Limite entre normal e louco, antes só tinha neurótico (normal) x psicótico (louco). Sara Steffens- ATM 2018/2 Comportamentos desproporcionais. Instabilidade e impulsividade - Relacionamentos instáveis e intensos (idealização/ desvalorização) - Mudanças súbitas (“de carente a vingador”) - Perturbação identidade. - Esforço para evitar abandono (real ou imaginário). - Comportamento automutilante/suicida recorrente. - Instabilidade afetiva. - Sentimento crônico de vazio. - Falta de controle da raiva - Ideação paranóide transitória 1 a 2 % da população. 3x mais em mulheres. Álcool, uso de substâncias e comorbidades com transtornos do humor ??? 6) Histriônica Jeito de ser muito dramático • Centro das atenções. • Comportamento sedutor. • Mudanças rápidas, superficialidade na expressão das emoções. • Papel de “vítima” ou “princesa” nos relacionamentos • Uso da aparência física • Discurso impressionista, pouca informação. • Sugestionáveis. • Considera relacionamentos mais íntimos do que são. 2 a 3 % da população. Mais em mulheres. Associação com t. somatização 7) Narcisista • Sentimento de grandeza, importância. • Preocupação com fantasias de sucesso, poder, inteligência. • Crença de ser especial/superior • Exigência de admiração, tratamento especial. • Relacionamentos frágeis, exploradores. • Ausência de empatia. • Inveja. • Arrogantes, insolentes. • Lidam mal com críticas (raiva). • Ambiciosos. 1% da pop. Até certo ponto é bom ser narcisista (auto-estima, capacidade de ter prazer, sentir-se feliz sendo apreciado). Nem sempre arrogantes. Alguns são tímidos. Comum na medicina É capaz de “fazer a coisa certa”, mas isso não melhora sua auto-estima (Narcisista= baixa autoestima). Somente preocupado com o poder e a aclamação Ganância interior: sucesso intensifica a autoridade (não a paz e a satisfação) Charme, autoconfiança, afeto superficial: desde que não seja frustrado 8) Esquiva Não vai à nada pq tem medo, evita as coisas por medo. Gostaria de estar fazendo tudo, mas tem preocupação excessiva (diferente do anti-social, que n faz pq não quer). Medo da rejeição, pessoas tímidas. • Evita atividades por medo críticas • Reservado em relacionamentos (vergonha, ridicularizado) • Preocupação com críticas ou rejeição • Inibição em situações novas • Vê a si mesmo como inepto, sem atrativos, inferior • Reticente em assumir riscos (vergonha) • Hipersensibilidade a rejeição • Desejam relações, evitam por medo • Timidez 1 a 10 % da população. Crianças com temperamento tímido mais predispostas. 9) Dependente • Dificuldade em tomar decisões, de iniciativa própria, de expressar discordância • Outros assumem suas responsabilidades. • Extremos por carinho e apoio: desconforto ou desamparo quando só, busca urgente de novo relacionamento. • Preocupação irrealista em ser abandonado • Submisso na consulta • Depressão diante de perdas. 2,5 % dos transtornos de personalidade. Mulheres História de doença crônica na infância 10) Obsessivo-compulsivo • Preocupação excessiva com detalhes, objetivo perdido. • Perfeccionismo que interfere na conclusão de tarefas. • Devotamento excessivo ao trabalho • Excessiva consciência moral, ética, valores • Incapacidade desfazer-se de objetos • Relutância em delegar tarefas, trabalho grupo. • Gastos mínimos. • Rigidez e teimosia. Mais em homens. História de disciplina severa. TPOC x TOC Dx de transtorno de personalidade= deve trazer prejuízo, atrapalhar a vida. Não existe traço ruim, todos temos um pouco de cada. AULA 7- TRANSTORNO DE PERSONALIDADE ANTISSOSIAL (TPAS) Profa. Gabriela Via de regra, o sofrimento não é do pct, mas o que provoca em terceiros. Para ser um Transtorno de personalidade= causa sofrimento e interfere na vida social. Transtorno de personalidade: não é secundário a outras dçs, outros transtornos (surto psicótico), TCE. Natureza duradora, pervasivo (várias áreas) inicio no fim da adolescência e inicio vida adulta. Antissocial não se torna antissocial da noite para o dia. Traços já indicam na primeira infância. Crianças quem cometem atos agressivos: com frequência, intensidade, em que contexto, em que idade. Filme: precisamos falar sobre Kevin. Umacondição social saudável: capacidade de seguir normas sociais, hierarquia. Distúrbio de apego (não se vincula) é frequente= é um importante FR. Desapego, indiferença, insensibilidade, falta de empatia, natureza violenta, desafiador, insubmissão, conduta= preditores na infância. Transtorno de Oposição e Desafio (TOD)= desafiador, insubmissão, conduta. Transtorno na infância, geralmente não evolui p/ transtorno de personalidade, pois não tem frieza, falta de empatia. Antes dos 18 anos= dx dado é de TRANSTORNO DE CONDUTA: Persistente, em que direitos básicos dos outros ou regras e normas são violados (agressões à pessoas e animais, roubo, destruição enganação, foge de casa). Geralmente começa ~8 anos (80% antes dos 11), precoce e meninos. Muitas meninas não fecham dx antes da puberdade (viés de atraso de dx, meninas têm mais agressividade social: excluir, boatos, ofender, mais agressividade relacional). Dos transtornos de Conduta: ½ dos H que tem ¼ das M evolui para Transtorno antissocial. Sara Steffens- ATM 2018/2 Indicam pior prognostico: -Inicio precoce. -Parentagem inadequada: Ideal é educar com reforços positivos (se tu comer cenoura vai poder comer chocolate), por reforço negativo (caso coma toda a canoura não precisa comer a beterraba) é um pouco pior e com punição é ruim (se não comer isso, não vai poder comer mais nada o dia todo). -Associação com pares antissociais (efeito manada: dilui a reponsabilidade quando outras crianças compartilham pensamentos). - Comorbidades com TDAH (tedio fácil, busca de novidades, ambos dos dx são impulsivos). -Baixo QI. -Traços CU (Callous unemotional): frieza afetiva, falta de empatia= péssimo prognóstico. Mas nem todos são assim. Para dizer que é antissocial anos 18, é OBRIGATÓRIO ter tido TRANSTORNO DE CONDUTA na infância. CRITÉRIOS DX TPAS, DSM-V: CID 10: transtorno de personalidade dissocial (sinônimo) Observar como as Manifestações muito de dimensões comportamentais. A. Pervasivo (várias áreas da vida), com desrespeito e violação do direito dos outros, que ocorre desde os 15 anos (transtorno de conduta), indicados por 3 ou +: 1. Fracasso ao conformar-se a normas sociais (marginal). 2. Tendência para enganar, nomes falsos, ludibriar. 3. Impulsivas, fracasso ao planejar antecipadamente. 4. Irritabilidade ou agressividade. 5. Desrespeito à segurança própria ou de terceiros (ex. direção perigosa) 6. Não honra com compromissos, não cumpre obrigações financeira. Não faz o que fala. 7. Ausência de remorso ao fazer algo ruim a alguém= falta de Falta de empatia= NÃO é obrigatório (nem todo antissocial é psicopata, qnd a falta de empatia é obrigatória). Pode se arrepender do que fez. (dimensão afetiva). Tem pelo menos 18 anos, com indicio de transtorno de conduta antes dos 15 anos. Comportamento não se dá, p. ex., exclusivamente durante episódio maníaco, ou de esquizofrenia (não melhor explicado por outro). Essência: propensão a quebrar códigos éticos, sociais e legais. Epidemiologia: 1-3% pop geral. Até 80% pop carcerária Psicopatia= 20% na pop carcerária. TPAS e Impulsividade: comportamento arriscado, pouco planejado. Comportamento não solucionado com punição= não adianta bater na criança. Etiologia: Multifatorial. Características do individuo: traço personalidade; uso de drogas comorbidades. Familiares: + em pobreza Ambiente social: prejuízo no apego (começa no 1º ano de vida). Gene x ambiente: relação com História Familiar. Deficiência no processamento de algumas emoções, relação com alterações no CPF, amigdala e insula (hipo)= menor variabilidade na FC ao se expor a perigos (+ frios). Por isso tb são destemidos. Identificam bem sentimentos de alegria (sabem qnd estão agradando), menos de dor e angústia. Tipos de empatia: ambos podem estar comprometidos: Empatia emocional= capacidade de reconhecer e se importar amigdala e insula. Empatia cognitiva= capacidade de tentar pensar como o outro (apreciação, ponderação) CPF. Droga inibem ainda + o CPF, grande risco. “Lágrimas de crocodilo”= podem até ter expressão de afeto, mas não é real. Diz que vai fazer, mas não faz, bom ator, superficial. PSICOPATA É um contruto psicopatológico, não é um dx de dç= não está no CID 10. Muitas veze tb é antissocial, mas não obrigatório que seja antissocial. Se for, é forma mais maligna de antissocial. Protótipo: crimes do colarinho branco. Protótipo do TPAS: marginal. São exploradores, sem culpa, remorso, sem EMPATIA. “TPAS e psicopatia= termos não são intercambíveis, mas muitas vezes associados.” Sensibilidade elevada a ameaças. Callous unemotional: típico de psicopata. Antissocial com CU tem pior prognóstico. Psicopatas: mt prejuízo emocional e comportamental. Só antissocial é + comportamental. HARE- PCRL: dx psicopatia (em população carcerária) Fator 1 (egoísmo, insensibilidade, manipulador) e fator 2 (mais relacionado com comportamento antissocial (+ em psicopatas que têm tb TPAS). 20 itens, cada um recebe nota: 0 (sem sintoma), 1 ou 2 (se bem característico). 30 é ponto de corte no BR. Critérios: 1. Charme superficial 2. Senso grandioso: arrogância (diferente do narcisista, tem baixa autoestima) 3. Necessidade de ser estimulado (entendia-se) 4. Mentir patológico 5. Manipulador 6. Sem remorso/ culpa 7. Afeto frio 8. Falta empatia 9. Estilo de vida parasitário: n consegue manter emprego, p. ex. 10. Controle comportamental pobre. 11. Promisquidade sexual 12. Problemas comportamentais precoce (criança ruim) 13. Falta obj. realísticos à longo prazo (discurso vazio, planos não factíveis) 14. Impulsividade 15. Irresponsabilidade 16. Não aceita responsabilidade pelos seus atos. 17. Relações conj curtas 18. Delinquência juvenis 19. Revogação de livramento constitucional 20. Versatilidade criminal (vários tipos de delitos) Divididos em características comportamentais e emocionais. Assino sangue quente= impulsivo, reativo= violência não instrumental. Assino sangue Frio= planejado, deliberado, ritualístico = impulsividade seletiva, incentivos externos. Ex. Suzane von Richthofen (“presa exemplar”). Filme laranja mecânica. Violência na Escola: Avaliação psiquiátrica historia desenvolvimental, histórico escolar, relação com pares, ideação suicida, ideação homicida, afetividade, juízo realidade, acesso armas. Tto psicopatia= n tem Tto para transtorno antissocial= não há tto específico, abordagem dos sintomas-alvo (agressividade, impulsividade- estabilizador do humor e Sara Steffens- ATM 2018/2 anti-psicótico, mas há má aderência). Terapia é até perigosa de certa forma, pode haver sedução do terapeuta. Devem ir para a Cadeia, não hospital psiquiátrico. Muitos delitos têm caráter sexual. Eles TÊM NOÇÃO DE CERTO E ERRADO= SABE O QUE ESTÃO FAZENDO, mas mesmo assim OPTAM por fazer= podem ser condenados juridicamente.