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Requisitos do Empregado

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REQUISITOS DO EMPREGADO
De acordo com a definição de empregado fornecida pelo artigo 3º da CLT, pode-se destacar cinco requisitos: a) ser pessoa física; b) não haver eventualidade na prestação dos serviços; c) haver dependência; d) haver pagamento de salário; e) a prestação de serviços ser pessoal.
a) O empregado deve ser pessoa física impreterivelmente, uma vez que quem tutela os serviços prestados pela pessoa jurídica é o Direito Civil. 
b) O serviço prestado pelo empregado deve ser não-eventual, ou seja, de natureza contínua, pois no contrato de trabalho há a habitualidade, a regularidade na prestação desse serviço, bastando que seja realizado uma vez ou duas na semana no mesmo horário para caracterizá-las.
c) O requisito da dependência sugere subordinação, a obrigação que o empregado tem de cumprir as ordens determinadas pelo empregador em decorrência do contrato de trabalho. A subordinação é o estado de sujeição em que se coloca o empregado em relação ao empregador, seja ela econômica, técnica, moral, social, hierárquica, jurídica, objetiva, subjetiva, direta, indireta, típica ou atípica.
d) O empregado é alguém que recebe salário pela prestação de serviço ao empregador, sendo da natureza do contrato a onerosidade. Não é admitido contrato de trabalho gratuito.
e) A prestação de serviço é feita com pessoalidade, havendo o intuitu personae. O empregador conta com uma pessoa específica para lhe prestar o serviço.
Se o prestador de serviços é pessoa física, trabalha com continuidade, subordinadamente, pessoalmente e recebe salário, é empregado. Portanto, está sujeito às leis trabalhistas.
TIPOS DE EMPREGADO/TRABALHADOR
1. EMPREGADO APRENDIZ
A Constituição Federal, em seu artigo 7º, inciso XXXIII, proíbe o trabalho do menor de 16 anos, exceto na condição de aprendiz a partir dos 14 anos.
O artigo 428 da CLT versa que aprendiz é a pessoa entre os 14 e 24 anos que irá se submeter à aprendizagem industrial, comercial ou rural, não podendo receber menos do que um salário-mínimo vigente ao mês, calculado à base horária, por contrato de trabalho por prazo determinado.
2. EMPREGADO DOMÉSTICO
O artigo 1º da Lei 5859/72 conceitua empregado doméstico como “aquela que presta serviços de natureza contínua e de finalidade não lucrativa à pessoa ou família, no âmbito residencial destas”.
O empregador doméstico não tem por intuito atividade lucrativa pois é quem recebe a prestação de serviços do trabalhador. Exercendo atividade lucrativa, quem lhe presta serviços passa a ser regido pela CLT, não sendo doméstico. São exemplos de empregados doméstico o jardineiro, o motorista, a faxineira etc.
Inexiste eventualidade na prestação de serviços de uma faxineira que vai toda semana à residência de uma família, sempre nos mesmos dias da semana. Entretanto, ela será considerada trabalhadora autônoma se por acaso escolher os dias da semana em que pretende trabalhar, mudando-os sob orientação e determinação própria, de modo a casar com o horário de outras residências onde trabalhe. 
Anteriormente à Constituição da de 1988, o empregado doméstico podia receber menos de um salário-mínimo, não fazia jus ao 13º salário, aviso prévio e repouso semanal remunerado. Agora, entretanto, tem seus direitos assegurados pelo artigo 7º da Constituição.
3. EMPREGADO RURAL
A Convenção nº 141 da OIT, de 1975, define trabalhador rural como toda pessoa que se dedica, em região rural, às tarefas agrícolas ou artesanais ou a serviços similares ou conexos, compreendendo os assalariados e os que trabalham por conta própria.
A CLT prevê sua não aplicação ao empregado rural, salvo se houver determinação em sentido contrário (artigo 7º, b).
A Lei 5889/1973 indica que o trabalhador rural é a pessoa física que, em propriedade rural ou prédio rústico, presta serviços com continuidade a empregador rural, mediante subordinação e salário. O empregador rural é a pessoa física ou jurídica, proprietária ou não, que explore atividade agroeconômica, em caráter permanente ou temporário, diretamente ou por meio de prepostos e com auxílio de empregados.
Na verdade, o empregado poderá prestar serviços no perímetro urbano e ser considerado trabalhador rural, pois o elemento preponderante é a atividade do empregador. Uma vez que o empregador exercer atividade agroeconômica com finalidade de lucro, o empregado será rural.
4. TRABALHADOR TEMPORÁRIO
De acordo com o artigo 16 do Decreto 73.841/1974, trabalhador temporário é a pessoa física contratada por empresa de trabalho temporário para prestação de serviço destinado a atender à necessidade transitória de substituição de pessoal regular e permanente ou a acréscimo extraordinário de tarefas de outras empresas. 
O contrato de trabalho temporário não pode ser superior a três meses e difere do contrato por tempo determinado, uma vez que neste o empregado presta serviços nas próprias dependências do empregador e naquele os serviços são prestados no estabelecimento do tomador ou do cliente. A semelhança é que os dois contratos são por prazo determinado apenas.
O trabalhador temporário é subordinado à empresa de trabalho temporário, embora preste serviços à empresa tomadora ou ao cliente, recebendo remuneração também da empresa de trabalho temporário. Caso a prestação de serviço continue por mais de três meses para a empresa tomadora, o vínculo de emprego é formado diretamente com esta.
5. TRABALHADOR EVENTUAL
O artigo 12, inciso V, alínea g, da Lei 8212/1991, indica que trabalhador eventual é a pessoa física que presta serviço de natureza urbana ou rural em caráter esporádico, a uma ou mais empresas, sem relação de emprego. Ou seja, aquele que é contratado apenas para trabalhar em certa ocasião específica; a partir do momento em que estiver terminada, o trabalhador não irá mais a empresa.
O trabalho prestado em caráter eventual é ocasional, inexistindo a relação de emprego, pois o traço do contrato de trabalho é a continuidade. 
6. TRABALHADOR AVULSO
A Lei 8212/1991 considera avulso o trabalhador que presta, a diversas empresas, sem vínculo empregatício, serviços de natureza urbana ou rural definidos no regulamento. O regulamento, Decreto nº 3048/1999 esclarece que o trabalhador avulso é aquele que, sindicalizado ou não, presta serviços de natureza urbana ou rural, sem vínculo empregatício, a diversas empresas, com intermediação obrigatória do sindicato da categoria ou do órgão gestor de mão-de-obra.
Pode-se dizer que o trabalhador avulso é uma espécie de trabalhador eventual, pois presta serviços esporádicos ao mesmo tomador de serviços. Entretanto distinguem-se, uma vez que o primeiro tem todos os direitos previstos na legislação trabalhista, enquanto o eventual só tem direito ao preço avençado no contrato e à multa pelo inadimplemento deste.
O trabalhador avulso não é subordinado nem à pessoa a quem presta serviços nem ao sindicato, que apenas arregimenta a mão-de-obra e paga os prestadores de serviço. Também, o avulso não presta serviços com pessoalidade, pois pode ser substituído por outra pessoa, pouco importando ao tomador quem irá prestar o serviço.
São exemplos de trabalhadores avulsos: conferente de carga e descarga, ensacador de frutas, amarrador de embarcação etc.

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