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História da Psicologia Escolar completo

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL-REI
DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA
Flávio Lobosque Lima
Rúbia Mara Esquarante Barbosa
A HISTÓRIA DA PSICOLOGIA ESCOLAR E EDUCACIONAL
São João del-Rei / MG
Abril de 2016
1 – COLONIZAÇÃO, SABERES PSICOLÓGICOS E EDUCAÇÃO (1500-1906)
- 1549 a 1759: Educação Jesuíta
“Ratio Studiorum” foi o plano geral de estudos organizado pela Ordem da Companhia de Jesus. Os jesuítas tinham como propósito primordial o trabalho educativo visando à catequização e instrumentação na fé.
- 1759 a 1777: Reforma Pombalina
Por meio dessa reforma ocorreu a expulsão da Companhia de Jesus no Brasil. Ela defendia a ideia de ensino laico e instaurou mudanças no sistema educacional por influência de ideias iluministas. Uma dessas mudanças foi nos “estudos menores” (primeiras letras) e nos “estudos maiores” (ligados à Universidade de Coimbra) e o ensino por meio de aulas régias (ou avulsas) sendo o professor como central no processo (Saviani, 2008). 
- 1760: Início da Revolução Industrial
- 1789 a 1799: Revolução Francesa
- 1822: Independência do Brasil
A nação brasileira ainda não havia se desprendido de seus ideais da Idade Média. Era uma metrópole que resistia ao progresso e à modernização da Europa e ao cientificismo que substituíra os dogmas da Igreja.
- Primeira metade do séc. XIX: Psicologia brasileira
A psicologia brasileira parece surgir no contexto educacional, como área de conhecimento instituído, no período da criação dos primeiros cursos superiores no Brasil.
- 1834: O Poder Central brasileiro passa a se responsabilizar apenas pela educação superior, as províncias pela educação elementar e técnica e as instituições religiosas pelo ensino médio.
Independente de qual fosse a responsabilidade, o ensino brasileiro nesse período imperial, caracterizava-se pelo caráter livresco, cultivo da atenção, perseverança nos estudos e passagem acrítica dos conteúdos eruditos.
- 1840: Fim da Revolução Industrial
- Segunda metade do séc. XIX: Trabalhos de Galton
O interesse de Galton em comprovar a hereditariedade dos talentos, levou-o a fazer diversas investigações psicológicas em escolares ingleses, assim ele criou instrumentos que permitiam a mensuração de aspectos da aprendizagem, tais como: acuidade visual, auditiva, tempo de reação e discriminação. 
- 1879: Criação do laboratório de psicologia em Leipzig
Desconsiderando os estados subjetivos na compreensão do homem e suas relações, esse laboratório é apresentado como o marco que possibilitou o estudo do comportamento humano sob a ótica das ciências físicas e biológicas.
Surge em uma sociedade que já havia realizado a revolução industrial e política, superado os dogmas da Igreja através do pensamento científico e com um capitalismo consolidado.
Assim, nesse laboratório, o homem era reduzido a comportamento, sob um enfoque positivista e uma metodologia experimental, visando ao conhecimento de seus padrões de normalidade.
- 1889: Proclamação da República
- 1890: Fundação do Pedagogium
O Pedagogium foi criado visando ser o “centro propulsor das reformas e melhoramentos de que carecesse a educação nacional”. Em 1897 transformou-se em um centro de cultura superior, aberto ao público.
- 1891: Constituição Republicana
- 1904: Alfred Binet e Théophile Simon criaram instrumentos para detecção de crianças que necessitam de educação especializada.
- 1906: Surge o Laboratório de Pedagogia Experimental junto ao Pedagogium, no Rio de Janeiro
Surge sob a direção de Manoel Bonfim, e conforme um planejamento elaborado por Binet, em Paris.
2 – A PSICOLOGIA EM OUTROS CAMPOS DE CONHECIMENTO (1906-1930)
- 1914: Organização de um núcleo de estudos ligado à psicologia pedagógica, em São Paulo
- 1918: Ulisses Pernambucano apresenta sua tese sobre a “Classificação de crianças anormais”, em Pernambuco
- 1918: O conceito de lesão cerebral mínima começa a ser divulgado nos Estados Unidos
O neurologista Strauss atribui alguns distúrbios do comportamento e de aprendizagem a esta patologia orgânica.
- 1920: Expansão industrial brasileira
O mercado interno foi intensificado e acompanhou o modelo capitalismo internacional. Esse movimento incluiu também os valores e ideias que serviriam de base para um modelo democrático de organização social e política. 
- 1922: Criação da Liga Brasileira de Higiene Mental
É possível verificar, entre a psicologia e a educação brasileira, uma forte presença dos modelos biológicos e físicos da ciência, predominantes na medicina. A maioria das instituições se preocupava em criarem laboratórios de psicologia para o estudo de aspectos do comportamento e buscarem patologias orgânicas para explicarem os desvios ou desajustes de modo que novas gerações saudáveis fossem se desenvolvendo como futuras forças produtivas do sistema.
No Brasil, a medicina influenciou a psicologia durante um longo tempo. E essa influência também estava presente no Movimento de Higiene Mental que via a escola e outras instituições como espaços para se prevenir desajustes e conduzir a comportamentos adaptados socialmente. Observa-se a presença da Higiene Mental escolar quando se enfatizavam os métodos de intervenção médico-curativos e clínicos para resolver os chamados “problemas das crianças”.
3 – DESENVOLVIMENTISMO – A ESCOLA NOVA E OS PSICOLOGISTAS NA EDUCAÇÃO (1930 A 1962)
- 1930: Revolução de 30 e criação do Ministério da Educação e Saúde
Consolidado o modelo capitalista no Brasil e vitoriosa a Revolução de 30, Getúlio Vargas cria o Ministério da Educação e Saúde Pública. Esse Ministério tem a centralização dos assuntos educacionais e privilegia o ensino das elites.
- 1931: Criação do serviço de Psicologia Aplicada
É introduzida, pela primeira vez, uma disciplina psicológica no currículo e um curso universitário: Psicologia Aplicada aos Problemas da Educação.
- 1932: Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova e criação do Laboratório de Psicologia da Escola Normal de São Paulo
O movimento escolanovista baseava-se no mito da igualdade de oportunidades, no papel da educação. Através do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova as propostas desse movimento tomaram corpo. Há de se reconhecer que o Movimento da Escola Nova no Brasil também foi um marco progressista da educação brasileira e no confronto com a sociedade conservadora da época. 
Entretanto, como forma de resistência ao autoritarismo e conservadorismo do Ministério da Educação é que se posicionaram os signatários do Manifesto dos Pioneiros. Essa sensibilização popular com relação à educação é que leva o Ministério a conduzir uma organização educacional que privilegiava a abertura das escolas às classes populares, chamada democratização do ensino.
- 1935: Criada a cadeira de psicologia como disciplina obrigatória para os três primeiros anos do currículo de filosofia
- 1937: A Universidade do Brasil incorpora o Instituto de Psicologia e Constituição de 37
O artigo 129 da Constituição de 37 dispôs que o primeiro dever do estado era a criação do ensino pré-vocacional e profissional destinado as classes menos favorecidas.
- 1937 a 1945: Reformas educacionais
As reformas educacionais ocorridas nessa época seguiam alguns aspectos da sociedade de classes que estava constituída. Ela distinguia o trabalho manual e intelectual. Foram criadas escolas técnicas públicas e cursos profissionalizantes como o SENAI e SENAC para treinamento das classes trabalhadoras e escolas acadêmicas e humanistas para a classe media e alta que eram voltadas para o ingresso no ensino superior.
- 1938: Serviço de Saúde Escolar
Seguindo o modelo médico inspirado no Movimento de Higiene Mental Dr. Durval Marcondes coordenava equipes multidisciplinares, formadas por médicos, psiquiatras, educadores, neurologistas e especialistas em psicologia que atendiam aos “casos problemas” encaminhados pelas escolas pública e ofereciam orientação à família e à escola tendo como foco o aprendiz.
- 1946: Constituição de46 e a promulgação da Lei Orgânica do Ensino Primário
A Lei Orgânica do Ensino Primário contemplou algumas reivindicações dos Pioneiros da Educação orientados pelos princípios da gratuidade e obrigatoriedade.
- 1956: Criação do Serviço de Psicologia da prefeitura de São Paulo
Esse serviço atendia as crianças que freqüentavam os parques infantis e as escolas municipais e eram encaminhadas para tratamento. Eram feitos estudos de caso para orientar os professores e técnicos sobre os procedimentos pedagógicos. Na ausência de psicólogos, esse trabalho era realizado por educadores que haviam terminado o Curso de especialização em Psicologia Clinica da PUC.
- 1958: Criação do curso de Psicologia da Universidade de São Paulo
As principais três áreas da psicologia (clinica, educacional e trabalho) influenciavam a sociedade brasileira através das Escolas Normais, Institutos de Educação e, posteriormente pelos Centros e Serviços de Orientação.
O curso de Psicologia da USP tinha 15 disciplinas e duração de 3 anos letivos. Esse currículo vigorou até a aprovação da lei 4119 em 62.
- 1961: Aprovação da Lei de Diretrizes e Bases (LDB) e reorientação do enfoque da psicologia brasileira
O país estava saindo de um período autoritário. Após a aprovação da Lei Orgânica do Ensino Primário em 46, houve um aquecimento do debate educacional entre grupos conservadores e inovadores (defensores da Escola Nova). 
A psicologia brasileira que até então tinha o enfoque na Gestalt, passa por uma reorientação para o neobehaviorismo, com a introdução da Analise Experimental do Comportamento através do professor Fred Keller, colaborador de Skinner.
Essa psicologia mantém-se no Brasil adaptando-se às varias transformações sociais e culturais pelas quais passou o país até os dias atuais. Ainda na década de 60, a Psicologia brasileira procura abordar os problemas educacionais sob uma perspectiva social. Porém, as soluções propostas apresentavam um caráter assistencialista, conservador e impregnado de um quadro conceitual-funcionalista, ahistórico-insuficiente à realidade do país.
Do debate travado entre os conservadores e inovadores, o lado conservador saiu vitorioso, pois a LDB negligenciava a educação pública para as camadas menos favorecidas da sociedade e oferecia subsídios públicos para o ensino particular.
Os segmentos da sociedade que ficaram à margem do sistema educacional passaram a serem denominados “carentes culturais” (possuidores de desvantagens sócio-culturais que impedem o bom desempenho escolar). Essas desvantagens estariam presentes nos aspectos emocionais, intelectuais, motores e linguísticos. Era considerado que os fatores ambientais (socioeconômicos) produziam déficits comportamentais comparados a padrões normativos da classe dominante.
Essa comparação com uma normatização é o que se chama de “determinismo sociológico”. Dessa forma se estabeleciam os “deficientes” ou os “carentes”. Tentava-se solucionar esses problemas através de recursos pedagógicos planejados especialmente para essa classe. Eram os chamados “Programas de Educação Compensatória”. Aquele que ainda fracassavam eram definitivamente colocados a margem e individualmente responsabilizados, fortalecendo preconceitos com relação às camadas dominadas.
A partir desses trabalhos, os especialistas puderam perceber que utilizar uma abordagem funcionalista e tecnicista não resolviam problemas individuais e determinantes sócio-culturais. 
- 1962: Aprovação da Lei 4119, a psicologia se torna uma profissão
Lourenço Filho presidiu a comissão que instituiu o ensino de psicologia como curso superior autônomo, destinado à formação de psicólogos em suas várias áreas de atuação.
4 – PSICOLOGIA EDUCACIONAL E PSICOLOGIA ESCOLAR (1962-1981)
- 1964: Implantação do regime militar
O regime militar necessitava substituir as propostas educacionais populistas (que acenavam para a melhora das condições de vida) e progressistas (que viam a educação como via de crescimento e libertação do homem) para evitar o acirramento dos confrontos entre a população e o governo.
- 1967: Constituído o Departamento de Assistência Escolar
Devido ao crescimento da clientela escolar e também da política expansionista e do contingente migratório, o volume de encaminhamentos ao Serviço de Psicologia da prefeitura de São Paulo cresceu, levando à criação de 2 clínicas.
- 1969: Criada a Seção de Psicologia subordinado ao Departamento de Assistência Escolar
- 1970: Iniciam-se práticas de atendimentos psicológicos e crescimento da Psicologia do Escolar
O atendimento psicológico escolar caracterizava-se pelo modelo clínico. Devido a alta demanda, esse modelo se tornou ineficiente. Em 1975, o Departamento de Assistência ao Escolar de SP dividiu-se em Psicologia clínica e Psicologia Escolar. Cabia à Psicologia Escolar a prevenção primária (procura mudar a incidência de novos casos, intervindo proativamente, isto é, antes que os distúrbios ocorram) e à Psicologia Clínica a prevenção secundária (é a intervenção na população com problemas iniciais para evitar o desenvolvimento de consequências mais sérias).
5 – PSICOLOGIA DA CRÍTICA (1981 A 1990)
- 1980, 1981 e 1982: Encontros de Psicólogos na Área da Educação
Foram apresentados e debatidos a relação entre a Psicologia e a Educação e os diversos modelos de atuação do psicólogo escolar. 
- 1981: Teóricos passam a criticar o foco no desenvolvimento individual da criança e a utilização instrumental para medir esse desenvolvimento
Maria Helena Souza Patto, com sua tese “Psicologia e Ideologia, reflexões sobre a Psicologia Escolar”, em 1981, promoveu uma mudança provocada por sua crítica ao pensamento tradicional que era dominante no âmbito da Psicologia Educacional e Escolar no Brasil. Muitos teóricos passaram a criticar o foco no desenvolvimento individual da criança e a utilização de instrumentos psicométricos, psicanalítico ou a teoria da carência cultural.
Sobre essa teoria da carência cultural, Patto diz que a ideia de igualdade de oportunidades é um mito, pois, “por mais que você queira, não é possível instaurar igualdade de oportunidades numa sociedade desigual”. 
- 1987: Encontro de Psicólogos Escolares
Este encontro foi focado na atuação dos psicólogos na esfera dos municípios. O que se verifica é que os profissionais atuantes na área, atuam de forma a manter os modelos clínicos tradicionais, inspirados nas práticas higienistas, contribuindo para que a Psicologia quanto a Educação continuem sendo veículos de ajustamento.
6 – A PSICOLOGIA EDUCACIONAL E ESCOLAR E A RECONSTRUÇÃO (1990 A 2000)
Alguns psicólogos escolares estavam na tentativa de superação do psicologismo, não apenas considerarem as “dificuldades de aprendizagem do aluno”, mas sim o fenômeno do “fracasso escolar”. Tinham em vista objetos de estudos e intervenções mais abrangentes.
7 – A VIRADA DO SÉCULO, NOVOS RUMOS? (A PARTIR DE 2000)	
- 2000: Crescimento vertiginoso dos trabalhos de atendimento clínico a crianças com “supostos” transtornos neurológicos
A medicalização e patologização têm sido cada vez mais frequentes no discurso educacional. 
- Dias atuais
 Comumente o que se tem observado é uma atuação de profissionais na área escolar por mera ocasião para aquisição de maior experiência no início da carreira profissional. A psicologia escolar exercida atualmente pelas gerações recentes de profissionais vem se mostrando sustentada por um aparato tecnicista e psicometrista, descontextualizado. 
	
Pessoas que contribuíram com seus trabalhos
para a psicologia brasileira e suas relações com a educação
- Lourenço Filho 
Foi um dos mais influentes psicólogos e educadores brasileiros. Participou de diversos movimentos importantes da educação brasileira, semeando na nossa realidade os princípios do que considerava uma educação científica. Em um de seus trabalhos, Lourenço Filho cita que as origens da psicologia é provinda de trabalhos com fundamentos filosóficos na psiquiatria, neurologia e medicinasocial. Outra questão levantada por ele, provavelmente sob uma visão positivista, é da necessidade da psicologia ser consolidada como uma ciência. 
Na Escola Normal de São Paulo ele realizou pesquisas experimentais com respresentantes do pensamento cientíco e liberal da época, possibilitando uma abertura para a introdução das práticas escolanovistas no Brasil.
 
- Ulisses Pernambucano
Ulisses Pernambucano de Mello Sobrinho, médico, apresentou em 1918 sua tese sobre a “Classificação de Crianças Anormais”, para ingressar na Escola Normal de Recife. Essa tese enfatizava a necessidade da educação das crianças excepicionais que deu início a uma campanha de assistência a essas crianças.
Em 1923 se revelou um vocacionado educador de psicólogo social como Diretor da Escola Normal Oficial de Recife. Nesse período ele executou uma reforma pedagógica. No ano de 1925 criou a “escola para anormais”, ligada ao Curso de Aplicação a fim de proporcionar formação às futuras professoras. Foi criado em 1935 o Instituto de Psicologia de Recife, que cuidava da formação e especialização de educadores e que mais tarde foi anexado ao Serviço de Higiene Mental por Ulisses quando estava como Diretor do Hospital dos Alienados. Nesse hospital ele teve preocupações sociais como a destruição de calabouços, suspensão do uso de camisa de força, criação do serviço aberto, entre outros.
A partir de 1935 Ulisses começou a sofrer um processo de perseguição política por suas posições avançadas como educador e psiquiatra, isso trouxe a aposentação dele “a bem do serviço público”.
- Waclaw Radecki
Foi contratado em 1924 para chefiar o Laboratório de Psicologia da Colônia de Psicopatas, no Rio de Janeiro. Radecki criou equipes de trabalho multidisciplinar para atuarem nesse laboratório que, em 1937 incorporado pela Universidade do Brasil, deu origem ao Instituto de Psicologia.
- Manoel Bonfim 
Médico sergipano. Rejeitava as teses racistas presentes na produção científica brasileira, no final do século XVIII. Tentou, apesar da influência dos movimentos psicológicos internacionais baseados em explicações fisiológicas, biológicas e físicas, compreender a educação e os processos de aprendizagem sob enfoque sociológico, abrindo pequenas brechas no conservadorismo que existia na época.

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