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Carcinoma Basocelular É também chamado de epitelioma basocelular ou basalioma Formado por células semelhantes as basais da epiderme Origem em células epiteliais imaturas pluripotentes que não conseguem se diferenciar ou queratinizar normalmente, provocados especialmente pela ação crônica de UVB É um tumor nevoide/hamartoma que pode se originar de células basais da epiderme ou de partes do aparelho folicular É incapaz de originar metástases Potencial maligno local, com invasão dos tecidos próximos, inclusive ossos É a neoplasia epitelial mais frequentes, sendo 65% dos casos Mais comum em > 40 anos, em pele clara e exposição ao sol É raro em negros Pode ser originado por RT prévio e absorção de compostos de arsênio Manifestações clínicas: Mais comum nos 2/3 S da face, acima dos lóbulos das orelhas e comissuras labiais Raro em tronco e extremidades Não ocorre em palma, planta e mucosas O tipo mais comum é o epitelioma basocelular nódulo-ulcerativo, que evolui de uma pápula rosa e perolada para um nódulo, que depois apresenta ulceração central, crosta e sangramento, caso seja retirada A lesão típica tem bordas cilíndricas, transparentes, perolada e pode ter telangectasias Forma plano cicatricial: crescimento na superfície, com cicatrização central Forma terebrante: crescimento profundo, invadindo e destruindo músculos, cartilagens, osso Forma vegetante: proliferação central, com placa papulosa Forma esclerosante: placa branca/amarela, escleroatrófica, dura, lisa, podendo ter telangiectasias, bordas mal definidas, semelhante a esclerodermia, evolução lenta, nunca ulcera, mas áreas próximas podem se apresentar ulceradas Forma superficial: também chamado de pagetoide, lesões múltiplas, eritematosas e escamosas, pouco infiltradas, bordas irregulares e pouco elevadas, semelhante a psoríase, eczema seborreica, LES, doença de Bowen e doença de Paget, geralmente em tronco Forma pigmentada: nódulo ulcerativa no centro, pigmentação variável, semelhante ao melanoma maligno Histopatologia: Massas de células basaloides em paliça, com distribuição periférica Diagnóstico: É clínico, com confirmação histopatológica DD do carcinoma basocelular nódulo-ulcerado é o queratoacantoma e o carcinoma espinocelular DD de carcinoma basocelular superficial: queratose actínica e disqueratose de Bowen DD da forma esclerosante: esclerodermia em placas DD da forma pigmentar: queratose seborreica, melanoma maligno DD das formas nodulares: tumor benigno de anexos, tricoepitelioma, cilindroma, cistos epidérmicos Tratamento: = ou < que 1,5cm, na face e no tronco: curetagem + EC, que originam cura em 98% dos casos Em membros, especialmente em dorso de mão, > 1,5cm: excisão com margem de 0,5cm + sutura Superficial, em região de cartilagem: criocirurgia Nódulo-ulcerativo: curetagem + criocirurgia Esclerodérmica, recidivante, em pregas pré-auriculares, sulcos nasolabiais, região ocular: Mohs (micrografia) RT: formas extensas, idosos Imiquimod: creme a 5% que gera reação local, pode durar de 6 a 12 semanas o tto Ótimo prognóstico, exceto em casos de imunossupressão e quando invade os tecidos adjacentes A recidiva só ocorre no local Síndrome do Nevo Basocelular: Genético, autossômico dominante Múltiplos basocelulares nevoides, em qualquer parte Malformações, cistos maxilares, fibromas ovarianos, agenesia parcial de corpo caloso, calcificações da foice do cérebro, malformações ósseas, hipertelorismo, cifose, escoliose, espinha bífida, costelas bífidas Planta e palma: depressões disqueratósicas Carcinoma Espinocelular: Também chamado de epidermoide Proliferação atípica de células espinhosas, invasivas Pode gerar metástases Corresponde a 15% das neoplasias malignas epiteliais Mais frequente na queratose solar, leucoplasia, radiodermite crônica, queratose arsênica, xeroderma pigmentoso, úlceras crônicas, cicatrizes de queimaduras > 50 anos, masculino, maior exposição ao sol e tabaco, pele clara Mais comum em imunodepressões, transplantados Ocorre no xeroderma pigmentoso, em que há defeito na reparação do DNA, ou junto ao HPV Manifestações clínicas: Mais comum em lábio inferior, orelhas, face, dorso de mão, mucosa bucal, genitália externa Pele: área queratósica infiltrada, dura e nodulosa => aumenta de tamanho e ulcera, podendo ser vegetante, córnea ou com infiltração na borda Mucosa: placa leucoplásica, área de infiltração, vegetante Lábio inferior: área leucoplásica que se infiltra, nodular Irritações crônicas: fumo, dente defeituoso, aparelhos de próteses Carcinoma Verrucoso: evolução lenta, benigno, semelhante a hiperplasia psudo-epiteliomatosa, menos agressivo, metástases são raras, em planta é chamado de epitelioma cuniculatum, na região genital é chamado de condiloma acuminado gigante de Bushke-Leowenstein, na boca é chamado de papilomatose oral florida Queratose actínica: lesão pré-cancerosa comum, assim como xeroderma pigmentoso, queilites actínicas, leucoplasias, radiodermite crônicas, queratose arsênicas, úlceras crônicas, cicatrizes de queimaduras, líquen erosivo na mucosa oral, lúpus vulgar, lúpus eritematoso discoide crônico, líquen escleroso atrófico, lesões sifilíticas tardias Metástases ocorrem meses a anos depois, mais cedo ocorrem em mucosa, dorso de mão e cicatriz de queimaduras Histopatologia: Células espinhosas atípicas e células diferenciadas que formam os centros córneos Classificação de Broders Diagnóstico: Confirmação HP DD: queratose actínica, queratoacantoma, epitelioma basocelular, disqueratose de Bowen, queratose seborreica, melanoma amelanótico, tumor de células de Merkel, tumor maligno de anexos Tratamento: Recentes, < 1cm na pele: EC + curetagem > 1cm: excisão com margem de 0,5cm Criocirurgia Extensas, londa duração, invasão ganglionar: exérese ampla Recidiva, limite mal definido, invasão de osso e cartilagem: Mohs Metástase em linfonodos: linfadenectomia + RT QT é última opção: cisplatina, metotrexato, ciclofosdamida, 5-fluoracil, bleomicina Cabeça, pescoço, língua: QT regional intra-arterial Prognóstico: recentes, tto adequado Melanoma: Tumor cutâneo mais maligno 30 – 60 anos Aumento de 4 – 8% de sua incidência a.a. em pessoas de pele branca Raro na puberdade Mais comum em homens e brancos Og no nevo melanocíticos (pigmentar) de junção ou composto em 30% dos casos Fatores Etiopatogênicos: Fatores genéticos: 5 – 10%, aumenta de 2-3X o risco se parente de 1ªG tem melanoma Fatores físico: exposição solar, raro em negros, mais comum em pele clara que se não se bronzeia, australianos, portadores de xeroderma pigmentoso Radiação altera melanócitos, que não consegue mais transferir melanina para queratinócitos Melanomas são menos comuns em áreas cobertas por roupas, como região mamária em mulheres e pernas nos homens É mais comum melanomas nas pernas de mulheres que de homens Defeito na reparação do DNA no xeroderma pigmentoso Fibroblastos e células linfoides tem mais sensibilidade a UV Pele clara e cabelos ruivos: produção de superóxidos, que são mutantes para melanócitos Extensas e superficiais: maior relação com nevos precursores, em tronco de homens e coxas de mulheres, por exposição aguda e intermitente ao sol, que atuam sobre nevos pré-existentes Lentigo maligno: áreas expostas em idosos, com elastose solar => ação crônica e cumulativa da UV sobre pele Lentigo acral e melanoma de mucosa: sem relação com UV Fatores biológicos: provável fator hormonal, relação com receptores estrógenos na gravidez Vírus do tipo DNA Formas clínico-patológicas: Melanoma extensivo superficial: maior relação com lesão névica prévia, 70% dos melanomas, entre 40 – 50 anos, tronco e dorso de homens e MIs de mulheres, lesão leve e pouco elevada, margens denteadas, irregulares, cor marrom a preta, áreas azuis, brancas, cinzas e vermelhas, pode ter área nodular, superfície sangrante, invasão vertical, podem ser atípicos intradérmicos, isolados ou em ninhos Melanoma Nodular: 15 – 30% dos melanomas, nodular, placa, polipoide,negro, azul, laivos castanhos, evolução rápida, em tronco de homens, pernas de mulheres, 50 anos, 5% amelanóticos, crescimento vertical, agressão dérmica pela junção dermoepidérmica, epiderme é atingida secundariamente, prognóstico desfavorável pela espessura Melanoma Lentiginoso Acral: raro em brancos (2 -8%), melanoma mais comum em asiáticos e negros (35 – 60%), mais comum aos 60 anos, palma, planta, falanges terminais, periungueal e subungueal, fase de crescimento horizontal (diagnóstico difícil) e depois crescimento vertical (grande chance de metástase), pode ser amelanótico, coloração irregular Melanoma de Mucosa: 5%, na mucosa bucal, nasal, genital, retal, vulva, crescimento lentiginoso ou nodular, diagnóstico tardio Melanoma Amelanótico: rósea ou vermelha, semelhante a granuloma piogênico ou carcinoma espinocelular, diagnóstico tardio Melanoma Desmoplástico: áreas fotoexpostas, pele clara, meia idade ou avançada, cabeça ou pescoço, placa endurada ou nódulo amelanótico, prognóstico depende da espessura Melanoma de origem desconhecida: cutâneo, linfonodal, visceral primário, vindo de melanoma cutâneo não diagnosticado, de melanoma regredido espontaneamente, melanoma de mucosa não diagnosticado, prognóstico semelhante a de metástase Diagnóstico: Em qualquer parte da pele: planta, face, mucosa Lentigo maligno melanoma: área exposta ao sol, não atinge mucosas Pápulas e nódulos de pigmentação irregular: biopsia Maioria surge de área sem nenhuma lesão anterior: ponto pigmentado que cresce, fica pápulo-nodular castanho-negro Nevos pigmentares que alteram e podem ser melanoma: tornam-se assimétricos, bordas irregulares, com reentrâncias e saliências, coloração heterogênea, diâmetro maior que 6 mm, expansão em superfície, modificação no aspecto, secreção crosta, sangramento Certeza do diagnóstico é dado pelo histopatológico: ideal exérese com margem 1-2mm com tecido celular subcutâneo Biopsia parcial só se a lesão for muito grande, sendo alvo a área mais grossa do tumor Evolução: Alta chance de metástase, maior quanto mais espesso o tumor A espessura é o fator mais importante para a classificação do melanoma, sua conduta, recidiva e prognóstico Infiltrado inflamatório linfocitário tem melhor prognóstico Muitas figuras mitóticas, invasão vascular e ulcerações sugerem pior prognóstico Metástases locais: até 2cm da cicatriz excisional Metástases regionais: além de 2cm da lesão primária, em direção aos linfonodos regionais Metástases sistêmicas: disseminação hematogênica, na pele, subcutâneo, pulmão SNC, fígado, ossos 20% das vezes as primeiras metástases são não linfonodais, mas sistêmicas Exame Clínico e Complementares: Avaliação das cadeias linfonodais Obesos, dúvida: US em cadeias de linfonodos Ideal sempre Rx tórax + Us abdômen Dúvidas no diagnóstico pode ser ajudadas com Tc, Rm, PET Tratamento Tto tumor primário: cirurgia com margem de segurança e profundidade atingindo a hipoderme Melanoma ungueal: possível amputação de falange distal e articulação interfalangeana. Se impossibilidade de cirurgia: RT ou crioterapia Melanoma Maligno com Metástase linfonodal: se melanoma 1,5 – 4mm com metástase linfonodal, realizar linfadenectomia regional. Se nível IV ou V e espessura > 4mm, não realizar linfadenectomia porque provavelmente há metástase sistêmica. Nunca fazer linfadenectomia em idosos ou em tronco, já que a região possibilita drenagem para várias estações linfáticas Pesquisa e Remoção de Linfonodos Sentinela Alternativa a linfadenectomia eletiva Tratamentos adjuvantes: Imunoterapia com IFN alfa 2b (?) piora qualidade de vida Esvaziamento linfonodal incompleto: fazer RT RT: se doses altas, é obtida regressão, pouco usada para tumor cutâneo primário, usado em impossibilidade de cirurgia ou limitação de margem, idosos, lentigo-maligno-melanoma, após linfadenectomia de comprometimento de vários linfonodos (cervical e parótida), recidiva linfonodal, metástases viscerais (paliativa), metástase cerebral (radiocirurgia) QT-imunoterapia: melanoma metastático, sistêmico ou seletivo, paliativos se melanoma é disseminado Prognóstico: Seguimento: Risco alto de desenvolvimento de segundo melanoma => avaliação clínica a cada 4 meses nos primeiros 2 anos, a cada 6 meses nos próximos 3 anos e anualmente para sempre Rx tórax + US abdômen + DHL + FA: semestral nos 2 primeiros anos e anual para sempre PET: exame mais sensível detecção de metástases em melanoma de alto risco (espesso e local ou regional) Melanoma Maligno Familiar: Herança autossômica dominante com penetrância reduzida É mais precoce Formas múltiplas primárias Melhor prognóstico Normalmente não atinge face Junto há lesões névicas adquiridas atípicas, nevos displástico que podem originar melanomas Síndrome do nevo B-K: 2 ou mais familiares acometidos
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