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DIREITO CIVIL V. CASO CONCRETO SEMANA 10. ESTÁCIO. FIC. 2017

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DIREITO CIVIL V
CASO 10
Descrição
Maria e João constituíram união estável a partir de julho de 2010 mas não formalizaram através de contrato escrito para regular as relações patrimoniais decorrentes da aludida entidade familiar. Maria era divorciada e João apenas separado de fato de sua esposa Janaína. Em maio de 2015, Maria recebeu R$250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais) de herança de seu tio e com este valor adquiriu em julho de 2015 um imóvel em Saquarema – Rio de Janeiro, fazendo constar na escritura a origem do valor pago pelo imóvel, bem como consta na sua declaração de imposto de renda. Em fevereiro de 2017, João e Maria se separam dissolvendo assim a união estável. João procura um advogado indagando se tem direito a partilhar o imóvel adquirido por Maria em Saquarema em julho de 2015. Qual a orientação correta a ser dada a João. Responda justificadamente.
	Diante do caso em tela, verifica-se que a união estável é válida, visto que fora atendido o requisito disposto no artigo 1.723, parágrafo 1º do CC, qual seja, a separação de fato de João. Ademais, nota-se que não ocorrera qualquer estipulação de contrato escrito em relação ao regime de bens que seria adotado pelo casal, com isso, nos termos do artigo 1.725 do mesmo regramento, a união estável do caso ora sob análise será a do regime de comunhão parcial de bens. 
	Dito isso, apesar da proveniência do dinheiro ser de caráter sucessório, sendo assim, a priori, não deveria entrar na comunhão parcial, conforme disposição do artigo 1.659, I, do CC, houve a compra do imóvel por Maria, restando em nítido fato de bem adquirido de forma onerosa na constância da união estável, mesmo que a compra tenha sido efetuada tão somente no nome de Maria, nesse sentido é o teor do artigo 1.660, I, do CC. 	Assim sendo, como o bem proveniente de herança, restou-se, por final, em favor de ambos os cônjuges, João tem direito a partilha do imóvel.
FUNDAMENTAÇÃO:
Art. 1.723. É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher, configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família.
§ 1o A união estável não se constituirá se ocorrerem os impedimentos do art. 1.521; não se aplicando a incidência do inciso VI no caso de a pessoa casada se achar separada de fato ou judicialmente.
§ 2o As causas suspensivas do art. 1.523 não impedirão a caracterização da união estável.
Art. 1.725. Na união estável, salvo contrato escrito entre os companheiros, aplica-se às relações patrimoniais, no que couber, o regime da comunhão parcial de bens.
Art. 1.658. No regime de comunhão parcial, comunicam-se os bens que sobrevierem ao casal, na constância do casamento, com as exceções dos artigos seguintes.
Art. 1.659. Excluem-se da comunhão:
I - os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, na constância do casamento, por doação ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar;
II - os bens adquiridos com valores exclusivamente pertencentes a um dos cônjuges em sub-rogação dos bens particulares;
III - as obrigações anteriores ao casamento;
IV - as obrigações provenientes de atos ilícitos, salvo reversão em proveito do casal;
V - os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de profissão;
VI - os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge;
VII - as pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas semelhantes.
Art. 1.660. Entram na comunhão:
I - os bens adquiridos na constância do casamento por título oneroso, ainda que só em nome de um dos cônjuges;
II - os bens adquiridos por fato eventual, com ou sem o concurso de trabalho ou despesa anterior;
III - os bens adquiridos por doação, herança ou legado, em favor de ambos os cônjuges;
IV - as benfeitorias em bens particulares de cada cônjuge;
V - os frutos dos bens comuns, ou dos particulares de cada cônjuge, percebidos na constância do casamento, ou pendentes ao tempo de cessar a comunhão. (CC)
Questão objetiva
(MPES 2013) Considerando as normas que regem o instituto da união estável e o entendimento jurisprudencial dominante, assinale a alternativa correta.
a. A pessoa casada, mas separada de fato, está impedida de constituir união estável até que se divorcie de seu cônjuge. Errado. Conforme Fundamentação supra.
b. A união estável constituída quando um dos companheiros é maior de 70 (setenta) anos não prejudica a comunicação dos bens adquiridos na constância da união. Também está Correto. Aplicação analógica da súmula 377 do STF:
SÚMULA 377 (STF)
No regime de separação legal de bens, comunicam-se os adquiridos na constância do casamento.
c. Ao contrário do casamento, os companheiros não podem pedir uns aos outros alimentos de que necessitem. Errado:
Art. 1.724. As relações pessoais entre os companheiros obedecerão aos deveres de lealdade, respeito e assistência, e de guarda, sustento e educação dos filhos. (CC)
d. Na união estável, aplica-se às relações patrimoniais o regime de comunhão universal de bens, salvo contrato escrito. Errado, caso inexistência de contrato escrito, aplica-se o regime de comunhão parcial de bens. Artigo 1.725 do CC.
Art. 1.725. Na união estável, salvo contrato escrito entre os companheiros, aplica-se às relações patrimoniais, no que couber, o regime da comunhão parcial de bens.
Xe. As causas suspensivas para contrair casamento não impedem a constituição de união estável. Correto:
Art. 1.723. É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher, configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família.
§ 1o A união estável não se constituirá se ocorrerem os impedimentos do art. 1.521; não se aplicando a incidência do inciso VI no caso de a pessoa casada se achar separada de fato ou judicialmente.
§ 2o As causas suspensivas do art. 1.523 não impedirão a caracterização da união estável.
ART. 1.523. NÃO DEVEM CASAR:
I - o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário dos bens do casal e der partilha aos herdeiros;
II - a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até dez meses depois do começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal;
III - o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do casal;
IV - o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou sobrinhos, com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a tutela ou curatela, e não estiverem saldadas as respectivas contas.
Parágrafo único. É permitido aos nubentes solicitar ao juiz que não lhes sejam aplicadas as causas suspensivas previstas nos incisos I, III e IV deste artigo, provando-se a inexistência de prejuízo, respectivamente, para o herdeiro, para o ex-cônjuge e para a pessoa tutelada ou curatelada; no caso do inciso II, a nubente deverá provar nascimento de filho, ou inexistência de gravidez, na fluência do prazo.

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