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UNIVERSIDADE PAULISTA DANIELA SANTOS DA SILVA RELATÓRIO DE ESTÁGIO: ALIMENTAÇÃO ESCOLAR SÃO PAULO 2017 1 DANIELA SANTOS DA SILVA RELATÓRIO DE ESTÁGIO: ALIMENTAÇÃO ESCOLAR Relatório de Estágio em Saúde Pública – Alimentação Escolar, apresentado ao Curso de Nutrição, da Universidade Paulista- UNIP. Supervisão: Prof.ª Cristiane Gusman Orientação: Nutricionistas Ágata Denadai e Victor Seraphim. SÃO PAULO 2017 2 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ............................................................................................... 3 1.1 Histórico sobre o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) 3 1.2 Descentralização e Municipalização do Programa .................................. 4 1.3 Metas de cobertura nacional ..................................................................... 4 1.4 Cálculos de repasse e recursos ................................................................ 5 1.4.1 Considerações sobre os valores ............................................................... 6 1.5 Objetivos do PNAE ..................................................................................... 7 1.6. Princípios do PNAE ................................................................................... 7 1.7. Diretrizes do PNAE .................................................................................... 8 1.8 Beneficiários e participantes ..................................................................... 9 1.9 Funcionamento ......................................................................................... 11 1.9.1Aquisição de alimentos ......................................................................... 11 1.10 Atribuições do nutricionista no Programa ........................................... 13 1.11. Centro para Crianças e Adolescentes- CCA ....................................... 15 2. DESCRIÇÃO DA INSTITUIÇÃO .................................................................. 16 3. FUNCIONAMENTO DO SERVIÇO DE ALIMENTAÇÃO ESCOLAR .......... 18 3.1 Itens não conforme do Check list ........................................................... 18 3.2 Discussão dos resultados ....................................................................... 18 4. NÚMERO DE PREPARADORES DA MERENDA ....................................... 20 5 ADESÃO A MERENDA ................................................................................ 20 6 CÁLCULO DE CARDÁPIO ........................................................................... 22 6.1 Analise qualitativa .................................................................................... 22 7. ANALISE DA REALIDADE ENCONTRADA NA INSTITUIÇÃO ................. 23 8 ATIVIDADES REALIZADAS ........................................................................ 24 9 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES ......................................................... 26 10. REFERÊNCIAS .......................................................................................... 28 11 ANEXOS ..................................................................................................... 30 3 1. INTRODUÇÃO 1.1 Histórico sobre o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) O Programa de Alimentação Escolar (PNAE) é a política mais perdurável do Brasil, sendo considerado um dos melhores do mundo, no campo da promoção de alimentação a estudantes (PEIXINHO, 2013). A principal função do programa é oferecer alimentos adequados em quantidade e qualidades suficientes para atender as necessidades nutricionais dos alunos, no período que os mesmos permanecem nas escolas, além de ser um importante influenciador dos hábitos de alimentação saudável (BRASIL,2008). A história do programa iniciou-se a muito tempo, em 1940 a ideia da alimentação escolar surgiu com a criação do instituto Nacional de Nutrição, porém a falta de recursos financeiros impossibilitou a realização das ações (BRASIL,2008). Em 1950 com a elaboração do Plano Nacional de Alimentação e Nutrição conseguiu implantar o programa de merenda escolar, em âmbito nacional, sob a responsabilidade pública, porém o plano só sobreviveu por conta da ajuda do Fundo Internacional de Apoio a Infância, a atual UNICEF. (BRASIL,2008). Neste momento a cobertura era baixa e não havia a preocupação com adequação dos gêneros alimentícios respeitando as características regionais (RODRIGUEZ, 2013). Em 31 de março de 1955, foi assinado o Decreto nº 37.106, que instituía a Campanha de Merenda Escolar, respondendo ao Ministério da Educação, porém somente em 1978 a ação passou a chamar Programa Nacional da Alimentação escolar PNAE (BRASIL, 2008). Em 1988 ficou garantido o direito a alimentação escolar a todos os alunos do ensino fundamental e da rede pública de educação básica pela Constituição Federal (PEIXINHO, 2013). Segundo Peixinho (2013), o PNAE passou por uma reestruturação em 2003, e em 2009 se tornou um programa de alimentação saudável para todos os alunos da rede pública para crianças, jovens e adultos, bem como instituiu a 4 utilização de no mínimo 30% dos recursos repassados para a compra de alimentos da agricultura familiar. 1.2 Descentralização e Municipalização do Programa Segundo Peixinho (2013), a descentralização do PNAE foi uma das principais mudanças do programa, instituído dia 12 de julho de 1994 por meio da lei nº 8.913, o programa passou a ser realizado mediante os convênios com os municípios, e foi delegado as secretarias de educação dos estados e do Distrito Federal. A descentralização garantiu a agilidade na execução das ações, que neste momento já estava sobre a responsabilidade do FNDE (BRASIL, 2008). Com a descentralização foi possível a racionalização de custos e logísticas, bem como a compra de alimentos referentes aos hábitos alimentares de cada população (RODRIGUEZ, 2013). Outro aspecto importante foi que a partir desta divisão de responsabilidades, iniciaram-se as compras de alimentos dos pequenos produtores rurais, inserindo-os no mercado institucional (RODRIGUEZ, 2013). 1.3 Metas de cobertura nacional Peixinho (2013) afirma que ocorreram grandes avanços desde a criação do PNAE, porém os mais notáveis foram entre 2003 e 2010, entre eles estão o aumento dos recursos financeiros e o aumento da cobertura nacional. Entre 1995 a 2010 o programa aumentou sua capacidade de 33,2 milhões para 45,6 milhões de escolares. De início a oferta da alimentação escolar destinava-se apenas para os escolares e pré-escolares da rede pública, porém e 2009 entrou em vigor a lei Lei nº 11.947, de 16 de junho, que dá o direito a alimentação escolar a toda rede pública de educação básica e de jovens e adultos (Peixinho, 2013). 5 1.4 Cálculos de repasse e recursos De acordo com Peixinho (2013), iniciou-se um novo modo de repasse de verbas a partir de 1999. Os recursos enviados pelo Governo Federal passaram a ser enviados por transferência automática e não mais por convênios como citado anteriormente. É atribuída a responsabilidade para os municípios e Distrito Federal a alimentação escolar dos seus alunos da rede pública de ensino, e o Governo Federal auxilia com recursos financeiros de caráter suplementar, para que o programa possa ser executado (BRASIL,2008). O FNDE é o órgão do Governo Federal financiador e gerenciador doPNAE, que faz o cálculo e a distribuição da verba, mas também é responsável pelo estabelecimento de normas, acompanhamento, monitoramento e fiscalização na execução do programa (BRASIL,2008). Os recursos financeiros para o programa provem do Tesouro Nacional, e estão assegurados anualmente pelo Orçamento da União (BRASIL, 2008). O cálculo do repasse de recursos é realizado através das informações disponibilizadas pelo Censo escolar, que é uma pesquisa realizada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), do Ministério da Educação (BRASIL, 2008). Brasil (2008) descreve que até 2006 o Senso era realizado através de cadernos, porém a partir de 2007 ele passou a ser respondido pela internet, contendo informações sobre cada aluno, professor e turma das escolas. O número de matrículas informado fornece ao FNDE os dados necessários para o cálculo dos recursos anuais a serem repassados para cada escola, porém não é o único, pois também são levados em consideração o total de dias letivos e a modalidade de atendimento. Os dias letivos de atendimento são 20 dias por mês por 10 meses ao ano, equivalendo 200 dias letivos, previsto na Lei de Diretrizes e Bases, regulamentada por meio da Resolução do conselho deliberativo do FNDE. O valor per capta aluno/dia é baseado nos dados fornecidos pelo senso escolar do ano anterior (BRASIL, 2008). 6 1.4.1 Considerações sobre os valores Para saber quanto será destinado a cada escola, o cálculo deve ser feito da seguinte maneira: multiplicar o número de alunos pelo valor per capta estabelecido e pelo número de dias letivos. Fórmula: VT= A x C x D VT = valor transferido por nível/modalidade de atendimento, anualmente. A = número de alunos declarados no censo escolar, no ano anterior, por nível/modalidade de atendimento. C = valor per capita diário por aluno, devidamente definido por resolução do FNDE. D = número de dias de atendimento Tabela 1- Valores per capta da alimentação escolar a ser repassado pelo FNDE e dias de atendimento por ano Modalidade de ensino Valor per capta (R$) Dias de atendimento/ano Creche, pré escolar e ensino fundamental 0,22 (vinte e dois centavos) 200 dias* Creches, pré-escola e ensino fundamental das escolas indígenas e quilombolas 0,44 (quarenta e quatro centavos) Fonte: Brasil, 2008 De acordo com Brasil (2008) é importante resaltar que os recursos repassados pelo PNAE só podem ser utilizados exclusivamente para aquisição de alimentos, os recursos recebidos que não forem utilizados imediatamente após o repasse devem ser aplicados no mercado financeiro. 7 Quando o valor anual recebido não é totalmente utilizado pode ser reutilizado para o ano seguinte, isso se chama reprogramação, porém se o valor for maior que 30% do que o previsto para o ano seguinte este deve ser devolvido ou descontado do próximo recebimento (BRASIL, 2008). 1.5 Objetivos do PNAE Brasil (2008) destaca dentre os objetivos: Envolver todos os entes federados (estados, Distrito Federal e municípios) na execução do programa; Atender às necessidades nutricionais dos alunos, no período em que permanecem na escola; Contribuir para a promoção de hábitos alimentares saudáveis; Estimular o exercício do controle social; Propiciar à comunidade escolar informação para que possam exercer controle sobre sua saúde; Dinamizar a economia local, contribuindo para geração de emprego e renda; Respeitar os hábitos alimentares e vocação agrícola local. De limentaço Escola 1.6. Princípios do PNAE Os princípios do programa norteiam a execução das ações segundo Brasil (2008), são: 1. Universalidade do atendimento: da alimentação escolar gratuita a educação infantil, ensino fundamental e rede pública de ensino. 2. Respeito aos hábitos alimentares: Preparações e alimentos que considerem os hábitos e cultura local 3. Equidade: É o direito constitucional à alimentação escolar, visando à garantia do acesso ao alimento de forma igualitária, respeitando as diferenças 8 biológicas entre idades e condições de saúde dos alunos que necessitem de atenção específica e aqueles que se encontram em situação de insegurança alimentar. 4. Descentralização de ações: Conforme a constituição deve haver o compartilhamento das responsabilidades para a eficiência do programa . 5. Participação social: em todos os processos do PNAE para a defesa dos direitos dos estudantes. 1.7. Diretrizes do PNAE Brasil (2008) descreve as seguintes diretrizes: 1. Fornecimento de alimentação saudável e adequada, que compreende o uso de alimentos variados, seguros, que respeitem a cultura e as tradições alimentares, contribuindo para o crescimento e desenvolvimento dos alunos em conformidade com a sua faixa etária, sexo e atividade física e o seu estado de saúde, inclusive para os que necessitam de atenção específica; 2. Aplicação de educação alimentar e nutricional no processo de ensino- aprendizagem; 3. Promoção de ações educativas que perpassam transversalmente o currículo escolar, buscando garantir o emprego da alimentação saudável e adequada; e 4. Apoio ao desenvolvimento sustentável, com incentivos para a aquisição de gêneros alimentícios diversificados, preferencialmente produzidos e comercializados em âmbito local. 9 1.8 Beneficiários e participantes Brasil (2008), afirma que o PNAE possui uma rede de parcerias que propiciam a execução da forma mais correta e funcional possível, visando atender a todos os objetivos do programa, nessa rede se encontram as Entidades executoras, os CAES, O CFN, o MPF o TCU entre outras. Abaixo estão descritas a função de cada uma delas dentro do programa. Entidades Executoras (EE): São as secretarias de Educação dos estados e Distrito Federal; Prefeituras municipais e creches, pré-escolas e escolas federais do ensino fundamental ou suas mantenedoras. São responsáveis pelo recebimento dos recursos do programa recebidos pelo FNDE, também tem a função de acompanhar e fiscalizar o uso de recursos e a prestação de contas. A verba é recebida pelas EE através de conta corrente específica criada pelo próprio FNDE ( BRASIL, 2008). Conselho de alimentação escolar (CAE): Estes conselhos atualmente sãos constituídos por sete membros. São eles: Um representante do poder executivo Um representante do poder legislativo Dois representantes dos professores Dois representantes de pais de alunos, indicados formalmente pelos conselhos escolares, associação de pais e mestres ou entidades similares Um representante de outro segmento da sociedade cível, indicado formalmente pelo segmento representado. Cada membro titular do CAE tem um suplente da mesma categoria. ( PEIXINHO, 2013). Os CAES tem suas atribuições definidas: acompanhar , monitorar e fiscalizar a aplicação dos recursos, visando a utilização dos mesmos em produtos de qualidade, e ainda prestar contas sobre os recursos utilizados para Entidade executora e remeter o demonstrativo sintético anual da execução físico financeira com parecer conclusivo.A elaboração do cardápio também é de responsabilidade do conselho ( PEIXINHO, 2013). 10 Tribunal de Contas da União (TCU) e a Controladoria Geral da União (CGU): são órgãos de fiscalizaçãodo programa (BRASIL, 2008). Secretaria de Saúde dos Estados e Distrito Federal e dos municípios (Vigilância Sanitária): Entidades que são responsáveis pela garantia sanitária dos produtos alimentos fornecidos aos alunos, desde seu cultivo até a oferta (BRASIL, 2008). Ministério Público Federal (MPF): Em parceria com o FNDE é responsável pela investigação de denuncias (BRASIL, 2008). Conselho Federal de Nutricionistas (CFN): Fiscaliza e orienta profissionais nutricionistas, enfatizando a importância do mesmo na alimentação escolar (BRASIL, 2008). Os beneficiários do programa são alunos da educação infantil (creches e pré-escolas), do ensino fundamental, da educação indígena, das áreas remanescentes de quilombos e os alunos da educação especial, matriculados em escolas públicas dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, ou em estabelecimentos mantidos pela União, bem como os alunos de escolas filantrópicas (CONTROLADORIA GERAL DA UNIÃO, 2006). As secretarias de educação atendem alunos das suas redes de escolas públicas de educação infantil (creches e pré-escolas) e do ensino fundamental, inclusive indígena e quilombolas, Já as prefeituras municipais atendem à: educação infantil (creches e pré-escolas) e ao ensino fundamental, ligados à rede municipal, inclusive escolas indígenas e quilombolas, enquanto as creches, pré-escolas e escolas federais do ensino fundamental atendem seus respectivos alunos. (BRASIL, 2008). 11 1.9 Funcionamento Para a operacionalização do PNAE as entidades executoras podem escolher entre quatro formas de gestão, centralizada, semi-descentralizada, descentralizada e terceirizada (BRASIL, 2008). A gestão centralizada consiste no repasse de recursos diretamente as entidades executoras. A semi descentralizada consiste no repasse idêntico a centralizada, porém a execução pode ser feita por compra e distribuição dos gêneros alimentícios não perecíveis para as escolas e repasse para compra de alimentos perecíveis, ou compra e distribuição de todos os gêneros alimentícios (perecíveis e não perecíveis) para as escolas localizadas nas zonas rurais, mas repassa o recurso financeiro para que as escolas da zona urbana comprem os gêneros alimentícios (BRASIL, 2008). Na modalidade terceirizada Brasil (2008) afirma que o FNDE disponibiliza o dinheiro as entidades executoras, mas estas contratam empresas terceirizadas para fazer o fornecimento das refeições aos alunos. E no modelo descentralizados os recursos recebidos do FNDE são repassados para a escola e esta faz a compra de todos os gêneros alimentícios, seguindo a legislação específica sobre a compra de alimentos tendo a supervisão do EE (BRASIL, 2008). A execução do PNAE inclui o recebimento e uso do dinheiro recebido bem como a prestação de contas (BRASIL, 2008). 1.9.1Aquisição de alimentos O esquema a seguir representa a execução do Pnae 12 Fonte: Brasil, 2008 O modelo acima representa a gestão centralizada onde o EE compram os alimentos para o cardápio escolar. A compra deve seguir os critérios previstos na lei 8.666/93. A aquisição dos alimentos é citada por Brasil (2008), que afirma que deve ser feita por etapas. 1º etapa- Receber documentos enviados pela nutricionista a) O cardápio que estabelece as preparações que deverão ser realizadas durante o mês b) A lista de compras:indicará a quantidade dos itens a serem comprados, e sua qualidade, devem conter os mesmos alimentos do cardápio. 2º etapa- Formular o projeto base ou termo de referência: para conduzir o processo de compras 3º etapa- Compra dos alimentos: A compra de qualquer recurso com dinheiro público deve seguir leis pré estabelecidas. Brasil (2008) ainda enfatiza que a aquisição de alimentos da agricultura familiar deve ser considerada na aquisição de alimentos, este é um modo de incentivar a compra de alimentos in natura, porém essas compras só podem ser feitas por meio de licitações. 13 4º etapa- Recebimento, controle de qualidade e distribuição dos gêneros alimentícios: os produtos devem ser recebidos e conferidos se atendem as quantidade e qualidade solicitada, para realizar o pagamento aos fornecedores. O controle de qualidade deve ser feito pela vigilância sanitária da cidade (BRASIL, 2008). 5º etapa- Pagamento e liquidação de dividas: Só é realizado o pagamento após a conferência e concordância de todos os gêneros e após o controle de qualidade (BRASIL,2008). 1.10 Atribuições do nutricionista no Programa A inserção legal do profissional nutricionista no programa de alimentação escolar é recente, sendo verificado nos primeiros anos da década de 90. Esta inserção foi considerada uma conquista para categoria, que luta desde sua regulamentação por reconhecimento (CHAVES,et.al. 2013). A inserção do nutricionista inicialmente disponha ao profissional a responsabilidade de elaborar os cardápios dos programas de alimentação escolar, sob a responsabilidade dos Estados e Municípios. O cardápio então passa a ser realizado juntamente com o CAE, respeitando os hábitos alimentares de cada localidade e dando preferência por alimentos in natura (CHAVES, et.al. 2013). Em 2003 o programa de alimentação escolar passa a ter grande destaque no governo Lula e, pela primeira vez passa a ter um nutricionista na Gestão,isso contribuiu com grandes mudanças no PNAE (CHAVES,et.al. 2013). Foram criadas então importantes resoluções do FNDE que normatizam o Programa, tais como: ampliação das atribuições do nutricionista atuante no PNAE; exigência, por meio de ofícios e visitas orientadoras para a contratação do profissional como RT nas EE, atuação realizada em conjunto com o CFN; bem como exigências técnicas para elaboração de cardápios, como a obrigatoriedade de inserção de frutas e hortaliças e a restrição ao açúcar, sódio e gordura saturada (CHAVES, et.al. 2013). 14 Para que as atividades do nutricionista que atua no PNAE fossem regulamentadas foi publicada a Resolução do CFN nº 358, de 18 de maio de 2005 onde concretiza que o nutricionista deve assumir a responsabilidade técnica pelo Programa, ou seja, deverá acompanhá-lo desde a aquisição dos alimentos até a sua distribuição ao aluno, corroborando e complementando o que o CFN já havia estabelecido (CHAVES, et.al. 2013). Em relação ao número de profissionais entrou em vigor uma normativa que apresenta os parâmetros numéricos mínimos de referência para atuação do profissional é a Resolução do CFN nº 465, publicada em 23 de agosto de 2010, onde é especificado a quantidade de nutricionistas por total de alunos e por modalidade de educação (CHAVES,et.al. 2013). Tabela 2- Parâmetros numéricos mínimos de referência para contratação de nutricionistas, por unidade executora do Programa Nacional de Alimentação Escolar, para a educação básica. Fonte: Resolução do Conselho Federal de Nutricionistas (CFN) nº 465/2010 Sobre as responsabilidades do nutricionista Brasil (2008), afirma que a presença de um profissional habilitado trabalhando no Pnae significa a garantia de alimentação saudável e de qualidade aos escolares, bem como aumentar o conhecimento da população escolar sobre a alimentação e nutrição. O CFN regulamenta as atividades do nutricionista no âmbito da alimentação escolar, são elas: Avaliação nutricional e de consumo alimentar dos alunos Adequação alimentar, considerando a faixa etária dos alunos atendidos. 15 Avaliaçãoe solicitação de equipamentos para o preparo da alimentação escolar Elaboração de programas de alimentação e nutrição, incluindo os alunos, professores pais e diretores. Aplicação do teste de aceitabilidade, instrumento que permite verificar a aceitação da alimentação oferecida aos alunos, com o objetivo de evitar desperdícios. Atendimento individualizado de pais e alunos, e a orientação sobre alimentação da criança e da família. Elaboração de lista de compras para a preparação do cardápio planejado Elaboração do manual de boas práticas para o local Identificação de crianças que possuem doenças relacionadas a nutrição São estas e outras atribuições e ainda ao fato de que a escola é uma excelente local para a educação nutricional, fica indiscutível a importância e a necessidade da contratação dos nutricionistas pela EE (BRASIL, 2008). 1.11. Centro para Crianças e Adolescentes- CCA O CCA é um local voltado para o desenvolvimento de ações socioeducativas com crianças e adolescentes, que tem como objetivo assegurar o vínculo familiar e o convívio com a comunidade (DIZ et. al. 2012). O serviço destina-se a crianças e adolescentes em situação de trabalho; crianças e adolescentes que foram reconduzidas ao convívio familiar após medida protetiva e de acolhimento; crianças e adolescentes com deficiência crianças e adolescentes oriundas de famílias beneficiariam de programas de transferência de renda; crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade e risco social (DIZ et. al. 2012). Por se tratar de um local propicio para ações voltadas à educação e aprendizagem a atuação do nutricionista se faz importante no contexto de identificar e melhorar hábitos inadequados nesta faixa etária. Além de melhorar o cardápio fornecido no local que representa 30% do consumo diário das crianças e adolescentes (BRASIL, 2008). 16 2. DESCRIÇÃO DA INSTITUIÇÃO O estágio em Saúde Publica no âmbito de alimentação escolar foi realizado no Centro de Criança e do Adolescente (CCA) Santo Agnélo, localizado na Rua Giovani Bracelli nº 35, Jd Sta Emília, São Paulo SP, no período de 22 de março até 8 de maio. As atividades foram realizadas no período, das 07:00h às 13:00h de segunda, quarta e sexta feira. O CCA é uma instituição de assistência social básica, atende o bairro Jd. Santa Emília e entorno, com dois horários de funcionamento que vão das 7:00h as 11:00h e das 12:00h às 16:00h. O Centro de Crianças e Adolescentes Santo Agnelo tem o objetivo de ser um complemento escolar, composto por uma educação informal, onde o planejamento é diversificado e assim, os permite trabalhar com temas relacionados a alimentação. No período deste estágio, o tema do projeto pedagógico que estava sendo realizado era de alimentos regionais brasileiros. Atualmente o local atende 181 crianças e adolescentes nos dois períodos, sendo que o primeiro é da faixa etária de 8 a 14 anos e o segundo de 6 a 10 anos. Os alunos passam 4 horas do dia na instituição e recebem 2 refeições: Manhã- café da manha e almoço Tarde- Almoço e lanche da tarde. Para a realização das ações deste serviço o CCA possui 11 funcionários, registrados por CLT, sendo eles: 1 diretor 1 coordenadora 1 auxiliar administrativo 3 educadores 2 auxiliares de limpeza 2 auxiliares de cozinha 1 cozinheira 17 A escolaridade mínima exigida para de cada funcionário é descrita por DIZ. et. al. (2012): Diretor: Escolaridade de nível superior com experiência de atuação e/ou gestão em programas, projetos ou serviços socioassistenciais voltados à área da criança/adolescente, com prioridade no âmbito da Política da Assistência Social (DIZ.et.al.2012). Coordenador: Escolaridade de nível superior, preferencialmente com formação em Serviço Social, para o desenvolvimento do trabalho com as famílias, com conhecimento e/ou experiência comprovada na área da infância e adolescência (DIZ.et.al.2012). Auxiliar administrativo: Escolaridade de nível médio, com experiência comprovada de no mínimo um ano em rotinas administrativas e domínio sobre ferramentas de automação de escritório. Imprescindível conhecimento em informática: Word, Excel, Windows e Internet (DIZ.et.al.2012). Educador: Escolaridade de nível superior, preferencialmente com formação em Serviço Social, para o desenvolvimento do trabalho com as famílias, com conhecimento e/ou experiência comprovada na área da infância e adolescência. (DIZ.et.al.2012). Auxiliar de limpeza: Alfabetizado (DIZ. et.al.2012). Auxiliar de cozinha: Alfabetizado (DIZ. et.al.2012). Cozinheira: Escolaridade de nível fundamental, preferencialmente com experiência comprovada na área (DIZ. et.al.2012). 18 3. FUNCIONAMENTO DO SERVIÇO DE ALIMENTAÇÃO ESCOLAR 3.1 Itens não conforme do Check list Após a análise do funcionamento das instalações do serviço de Alimentação da unidade escolar, foi realizado o check list. Segue abaixo itens não conforme. Item 2- Área interna (Cozinha e despensa) Encontrou-se fiação exposta na cozinha, proveniente da coifa. Item 6 - Portas As portas da cozinha não são lisas e impermeáveis, apenas uma possui rodapé, e a porta que dá acesso a área externa permanece aberta. Item 7- Ventilação, janelas e aberturas A janela da dispensa não possui proteção contra vetores. Item 9- Iluminação: A cozinha apresenta uma iluminação insuficiente, principalmente na área de manipulação de alimentos. Item 11- Higienização O local utiliza panos de algodão para limpeza do chão e utiliza-se esporadicamente desinfetante para a limpeza do chão da cozinha 3.2 Discussão dos resultados Após analise do local foi possível a identificação de situações divergentes a legislação. Por pedido da diretora do local foram relatados estes itens para posterior correção. 19 De acordo com a Portaria 2619/11 as fiações elétricas devem ser embutidas em eletroductos internos ou externos a parede, por isso o item 2 do check list apresenta inconformidade. No caso do item 6 foi possível notar que porta da área externa é mantida aberta pois as panelas são lavadas do lado de fora da cozinha,e também é a passagem para ventilação pois a cozinha não possui janelas. Apenas uma das portas possui proteção na parte inferior contra insetos e roedores, sendo que o correto seria que essa proteção estivesse presente em todas as portas de acesso a cozinha,ou estoque, como previsto na legislação vigente. As portas de entrada para as áreas de armazenamento e manipulação de alimentos devem possuir mecanismo de fechamento automático e proteção, na parte inferior, contra insetos e roedores (Portaria 2619/11). Uma sugestão seria a colocação de tela na porta que dá acesso a área externa, com isso conseguiria continuar utilizando a mesma para manter o fluxo do ar, mas não a deixaria exposta para a entrada de animais e insetos no interior da cozinha. De acordo com a Portaria CVS5 de 9 de abril de 2013 as janelas devem ser ajustadas aos batentes e protegidas com telas milimétricas removíveis para facilitar a limpeza, porém na dispensa a tela da proteção ainda não foi instalada, apresentando assim divergência com a legislação vigente. O item 9 do check list consta informações a respeito da iluminação do local, na analise foi possível perceber que a área de manipulação possui iluminação insuficiente, oferecendo risco de acidente de trabalho aos manipuladores.De acordo com a CVS 5 a iluminação faz parte do conforto ambiental no local de trabalho e deve ser uniforme, sem ofuscamento ,e deve ser ajustada para não alterar as características sensoriais dos alimentos. E por fim o item 11 refere-se à higienização do local, e os instrumentos utilizados para sua realização. Foi possível observar que são utilizados produtos com odores, como desinfetantes que podem alterar a características dos alimentos. Os equipamentos de limpeza são utilizados tanto na cozinha como para outras áreas, entrando assim em desacordo com a legislação que preconiza: 20 “Todos os matérias, utensílios e equipamentos de limpeza, panos de limpeza, vassoura, rodos e pás de lixo, baldes lavadoras de piso, entre outros devem ser mantidos limpos e bem conservados, guardados em local próprio e identificados, separados de acordo com o tipo e local de identificação.“ (Portaria 2919/11). . De acordo com a Portaria 2619/11 o manual de boas práticas é um documento que descreve as operações realizadas pelos profissionais que incluem requisitos de higiene dos manipuladores, manipulação e higienização de instalações, controle de qualidade da água entre outros, por isso é necessário sua elaboração individual para cada estabelecimento, na unidade de alimentação do CCA Santo Agnelo este documento foi elaborado por uma nutricionista a quase um ano, porém ele não fica acessível aos funcionários, o que acaba sendo ineficaz na realização dos processos. 4. NÚMERO DE PREPARADORES DA MERENDA No CCA Santo Agnelo trabalham atualmente 3 preparadores de merenda, sendo uma cozinheira, e duas auxiliares de cozinha, todas tem o vínculo empregatício CLT. A cozinheira esta na empresa a seis anos, e as auxiliares estão a 5 e 4 anos.O ultimo treinamento recebido foi em outubro de 2016, realizado pelo próprio administrador do local. São servidas diariamente aproximadamente 200 refeições, sendo que a preparação de refeições se dá em três períodos, café da manhã, servido aos alunos do primeiro período as 7:00h, Almoço, servido aos alunos dos dois períodos, porém com intervalo entre eles, o primeiro as 10:15h e o segundo ao 12:30 h, e lanche da tarde, servido aos alunos do segundo período ás 15:00h. 5. ADESÃO A MERENDA Adesão é definida como o ato de se servir da alimentação escolar, independente da ingestão. O índice de adesão é dividido em quatro categorias, 21 são elas: Alta adesão (acima de 70%), média adesão (50 a 70%), baixa adesão (30 a 50%) e muito baixa adesão (menos que 30%) (ROSSI; FORMENTINI e FERREIRA, 2014). De acordo com Rossi, Formentine e Ferreira (2014) O teste de adesão a alimentação escolar fornece dados importantes, pois avaliam e apontam necessidades de mudança do cardápio, para que sejam ofertados alimentos nutricionalmente adequados que atendam as preferências alimentares dos alunos. Para a analise de adesão a merenda, foi observado o número de alunos que se serviram da refeição e o número de alunos que estavam presentes no dia correspondente. Os resultados encontram-se na tabela abaixo Tabela 3- Índice de adesão ao cardápio CCA Santo Agnélo Parâmetros Cardápio 1º dia 22/03 Cardápio 2º dia 27/03 Cardápio 3º dia 03/04 Cardápio 4º dia 10/04 Cardápio 5º dia 17/04 Adesão 94,25 % 100% 100% 100% 100% Recusa 5,75% 0% 0% 0% 0% Repetições 7,32% 10,40% 28,04% 6,17% 3,79% Adesão a frutas --------- --------- --------- --------- 63% L.V 100% 100% 100% 100% 100% Comparando os dados obtidos com os parâmetros mencionados pode- se concluir que os alunos do CCA Santo Agnelo apresentam uma alta adesão ao cardápio oferecido, sendo que em todos os dias analisados ultrapassam os 95%. A instituição possui uma regra de que todos os alunos que almoçam devem colocar no prato a verdura ofertada (mesmo que seja uma porção mínima). É uma medida adotada que não leva em consideração a quantidade, e por isso na maioria das vezes as crianças e adolescentes não ingerem o 22 recomendado. As frutas são pouco oferecidas, sendo que no período analisado só foi ofertado apenas em um único dia, com adesão média de 63%. Segundo Rossi, Formentine e Ferreira (20014), que também obtiveram resultados parecidos em sua pesquisa, um dos motivos para a alta adesão o cardápio pode ser devido à falta de cantina do local, sendo assim, os alunos não são induzidos à compra de alimentos fora do que é ofertado na alimentação escolar. 6 CÁLCULO DE CARDÁPIO Durante o período do estagio foi realizado a analise quali quantitativa de dois cardápios oferecidos na unidade nos dias 22 e 27 de março. Foram observadas as quantidades médias de cada alimento, e para o cálculo foi necessário a utilização de uma tabela de medidas caseiras, tabela de composição dos alimentos e rótulos dos próprios alimentos.Por se tratar da média, os valores observados não representam fidedignamente a quantidade ingerida por todos os escolares. 6.1 Análise qualitativa O direito a alimentação adequada e saudável é previsto na constituição, porém para sua realização plena, aspectos como acesso regular e permanente ao alimento, alimentação adequada as necessidades biológicas, respeito a cultura e aspectos regionais devem ser colocados em prática. (BRASIL, 2014). Com base nesta afirmação e comparando o cardápio ofertado na unidade com os valores de referência de macro e micronutrientes para escolares, foi possível observar quantidades elevadas de nutrientes energéticos no cardápio ofertado de dois dias. Em relação aos micronutrientes foi possível verificar quantidade a baixo do recomendado, em relação a vitamina A e vitamina C em um dos cardápios analisados,porém o sódio ultrapassa as recomendações nos dois cardápios. Também pode-se verificar valores maiores do que o recomendado de ferro e cálcio na alimentação ofertada. 23 As frutas são servidas esporadicamente, e não apresenta uma boa adesão por parte dos escolares. Um ponto de importante destaque é a oferta de alimentos fonte de cálcio no horário do almoço como purês, sorvete, preparações com mussarela e iogurte. O nutriente apresenta capacidade de dificultar a absorção do ferro no organismo e, portanto deve-se evitar oferecer alimentos fonte no almoço. 7. ANALISE DA REALIDADE ENCONTRADA NA INSTITUIÇÃO O Centro de Crianças e Adolescentes Santo Agnelo é um centro de assistência social que atende a população Carente do bairro e arredores, os alunos ficam no local antes ou depois do horário escolar, com isso os mesmos não ficam com o tempo ocioso, pois participam das atividades oferecidas pelo local. Diz et.al. (2012) descreve o centro como um local voltado para o desenvolvimento de ações socioeducativas com crianças e adolescentes, com o objetivo de assegurar o vínculo familiar e o convívio com a comunidade. Os alunos recebem alimentação em dois momentos, e o cardápio oferecido é elaborado mensalmente pela própria diretora, bem como as compras dos gêneros alimentícios. Apesar da boa vontade de oferecer qualidade e variedade alimentar aos alunos é possível observar muitos produtos industrializados fazendo parte do cardápio diário do CCA, podendo implicar em desordens nutricionais em longo prazo. O local não possui nutricionista e, portanto as funções designadas a este profissional segundo a Resolução CFN nº 465/2010, que são: elaborar, planejar, avaliar e acompanhar o cardápio da alimentação escolar;estar presente, planejando, orientando e supervisionando, a seleção,compras, armazenamento, produção e distribuição dos alimentos, a fim de, cuide da quantidade, qualidade e conservação dos mesmos, e que se tenha sempre boas práticas higiênico sanitárias, é realizada de forma insuficiente, apesar de todos os esforços dos profissionais envolvidos, pois os mesmos não possuem os conhecimentos específicos de alimentação e nutrição necessárias a efetiva realização destas ações. 24 O tema pedagógico realizado atualmente é uma ótima iniciativa do Centro para o conhecimento e incentivo ao consumo de alimentos regionais, pois além de serem apresentados em sala também são ofertados no cardápio. As atividades realizadas como intervenção nutricional no período da realização do estágio em alimentação escolar obtiveram uma ótima participação dos alunos, o auxilio da diretora, coordenadora, professoras e auxiliares de cozinha foi essencial para a realização das mesmas. 8 ATIVIDADES REALIZADAS No período do estágio as seguintes atividades foram realizadas: Título: AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA Objetivo: Classificar o estado Nutricional das Crianças e adolescentes matriculados na instituição. Materiais e Métodos: Todas as crianças e adolescentes do local (período matutino e vespertino) foram pesadas em balança mecânica, e medidas com estádiometro acoplado a balança. Para a classificação do estado nutricional foi utilizado um programa disponibilizado pelo site da Organização Mundial da Saúde, o ANTROPLUS, que classifica crianças e adolescentes de 6 a 19 anos. Os resultados dos alunos da tarde estão em anexo. Titulo: ELABORAÇÃO DE CARDÁPIO OPTATIVO Objetivo: Fornecer opções de cardápio Materiais e Métodos: Foram realizados 3 cardápios, com o intuito de oferecer opções para 15 dias de funcionamento do CCA. Os alimentos adicionados levaram em consideração as observações destacadas no cardápio atual. Cardápios optativos em anexo. 25 Titulo: GINCANA NUTRICIONAL COM ATIVIDADE FÍSICA Objetivos: Mostrar informações sobre a importância de hábitos e alimentação saudável através da interação com atividade física e esclarecer mitos sobre a nutrição. Materiais e Métodos: A atividade foi dividida em três etapas: na primeira foi mostradas informações de maneira rápida sobre os dez passos para a alimentação saudável. Na segunda, a turma foi dividida em dois grupos mistos, e foram feitas 5 perguntas para cada grupo. (Anexo 5 ), cada resposta certa tinha o valor de dois pontos; na terceira etapa um membro do grupo que já respondeu a pergunta se direciona para a marca de cobrança de pênalti da quadra e chuta em direção ao gol, e o goleiro será um membro do outro grupo. Cada gol marcado tinha o valor de 2 pontos, que foi somado com o ponto da resposta certa às perguntas feitas. E assim, segue a sequência para o outro grupo, onde um grupo de cada vez responde e faz a cobrança de pênalti.Os materiais utilizados foram bola, apito, lousa, e gol. Título: OFICINA DE SUCOS REGIONAIS Objetivo: Incentivar o consumo de frutas através da forma in natura e na forma de sucos, colocar a criança/adolescente em contato com a fruta in natura e mostrar qual a origem de acordo com as regiões. Materiais e Métodos: No mês de Abril a região trabalhada pelos alunos foi a Sudeste, portanto a fruta regional escolhida para a realização da oficina foi o abacate. 26 Inicialmente Foi feita uma breve explicação sobre os benefícios do consumo do abacate para todas as salas do período da tarde, em seguida os alunos de uma sala desceram para realizar a atividade. Basicamente a oficina foi a preparação de vitamina de abacate pelos alunos, O passo a passo era explicado enquanto três duplas faziam o suco e o restante da sala prestava atenção. No final os alunos provaram a vitamina e a diretora do centro aceitou afetá-la como lanche para todas as turmas no período da tarde. Após o lanche as professoras passaram uma ficha de aceitação, onde os alunos deveriam marcar a carinha que representasse a sua opinião sobre a vitamina de abacate. (Anexo 7). O resultado da aceitação encontra-se no artigo anexo neste relatório. Os materiais utilizados foram abacate, leite, açúcar, liquidificadores, jarra, colheres, toucas e luvas descartáveis. 9 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES No decorrer do estágio foram realizadas atividades designadas para o profissional nutricionista, nos colocando em frente à realidade de uma instituição assistencial. Foi possível durante este período estudarmos a fundo as normas atuais de alimentação escolar através das resoluções CD/FNDE n°26/2013 e CD/FNDE/MEC nº 4, de 3 de abril de 2015, e através da Portaria 1010 e Dez Passos para a Alimentação Saudável. Também foi realizado o cálculo de cardápio atual e a elaboração de um alternativo que atenda as normas do PNAE. O índice de adesão a alimentação escolar foi avaliado de acordo com as referências sobre o tema. Foi realizado um check list por todas as instalações do serviço de alimentação, sendo possível detectar pontos não conformes a legislação, estes pontos foram passados a diretora do local que mostrou interesse para realizar as devidas correções. Além disso, foi realizada avaliação antropométrica dos alunos da instituição, e duas atividades de educação nutricional com o objetivo de 27 promover hábitos de alimentação saudável e a pratica de atividade física pelas crianças e adolescentes atendidas. Em todos os dias de estágio foi possível realizar breves reuniões com o grupo e com o orientador para discutimos assuntos pertinentes ao local, e troca de informações. Deste modo foi possível concluir que todas as atividades descritas pelo roteiro foram realizadas, possibilitando assim um excelente aproveitamento do estágio em Saúde Publica módulo alimentação escolar. 28 10. REFERÊNCIAS BRASIL. Formação pela escola Modulo PNAE, Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. Secretaria de Educação a Distância – 2.ed. Brasília : MEC, FNDE, SEED, 2008. BRASIL. Guia alimentar para a população Brasileira, Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – 2. Ed. Brasília : Ministério da Saúde, 2014. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria CVS 5, de 09 de abril de 2013. Aprova o regulamento técnico sobre Boas Práticas para serviços de alimentação, e o roteiro de inspeção. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 19 de abril de 2013.Disponível em: <http://www.cvs.saude.sp.gov.br/up/PORTARIA%20CVS-5_090413.pdf> Acesso em : 20 mar. de 2017, BRASIL. Conselho Federal de Nutricionistas.Resolução CFN Nº 465/2010. Dispões sobres as atribuições do Nutricionista, estabelece parâmetros numéricos mínimos de referência no Âmbito do programa de alimentação escolar (PAE) e dá outras providências. Disponível em <http://www.cfn.org.br/novosite/arquivos/resol-cfn-465-atribuicao-nutricionista- pae.pdf> . Acesso em 3 de abr 2017. SÃO PAULO. Portaria Secretaria Municipal de Saúde nº 2619, de 06 de março de 2011. Regulamento de Boas Práticas e de Controle de condições sanitárias e técnicas. Disponível em: http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/chamadas/portaria_2 619_1323696514.pdf Acesso em: 20 mar. de 2017. 29 CHAVES, L. G. Reflexões sobre a atuação do nutricionista no Programa Nacional de Alimentação Escolar no Brasil,RevistaCiência & Saúde Coletiva, 18(4):917-926, 2013. CONTROLADORIA GERAL DA UNIÃO.Merenda escolar Programa Nacional de alimentação escolar (PNAE) Disponível em: http://www.portaltransparencia.gov.br/aprendamais/documentos/curso_PNAE.p df Acesso em: 26 de mar. 2017. DIZ et. al. Norma técnica dos serviços socioassistênciais: Proteção social básica. São Paulo, nov. 2012. PEIXINHO, A. M. L. A trajetória do Programa Nacional de Alimentação Escolar no período de 2003-2010: relato do gestor nacional. Revista Ciência e Saúde Coletiva 18(4):909-916, 2013. RODRIGUEZ, P. S. O Programa Nacional de Alimentação Escolar: história e modalidade de gestão. Revista Brasileira de Política e Administração da Educação v. 29, n. 1, p. 137-155, jan/abr. 2013. ROSSI, C. E. FORMENTINI, F. S. FERREIRA, A. M. Adesão às refeições oferecidas pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar em uma cidade do sudoeste do Paraná. Revista Segurança Alimentar e Nutricional, Campinas, 21(2):518-526, 2014. 30 11 ANEXOS Anexo 1 - Check list 31 32 33 34 35 Anexo 2- Calculo de Cardápio 36 Anexo 2- Calculo de Cardápio 37 Anexo 2- Calculo de Cardápio 38 ANEXO 3- Cardápios Optativos CARDÁPIO 2 39 40 Anexo 4 Avaliação Nutricional 41 Anexo 4 Avaliação Nutricional 42 Anexo 4 Avaliação Nutricional 43 ANEXO 5 - Perguntas Gincana Nutricional Educação Nutricional CCA Santo Agnélo Os alunos deverão responder verdadeiro ou falso para as questões abaixo. 1. Beber muito refrigerante engorda? R: Verdadeiro. Os refrigerantes contêm muito açúcar e calorias, por isso se consumido em excesso pode levar ao acumula de gordura no organismo. 2. Para emagrecer precisamos fazer poucas refeições por dia e ficar muito tempo sem comer ? R: Falso. Para quem quer emagrecer o ideal é fazermos 6 refeições ao dia (café da manhã, almoço, jantar e lanches intermediários).Pois se ficamos muito tempo sem comer vamos compensar a fome na próxima refeição, e acabamos comendo mais do que o necessário. Mas atenção os lanches devem ter alimentos saudáveis como frutas, sucos naturais, iogurte. 3. O macarrão instantâneo (miojo) sabor legumes é mais saudável que o sabor carne e galinha? R Falso. O macarrão instantâneo, independente do sabor não é um alimento saudável, contém muito sódio e nada de nutriente. 4. Se eu fazer muito exercício na educação física posso comer a quantidade de doces que eu quiser? R: Falso. O consumo de doces em excesso é prejudicial ao nosso organismo, ele aumenta o açúcar do nosso sangue muito rápido e com isso ficamos com vontade de comer mais ainda. Por isso, mesmo que você fizer muito exercício prefira consumir frutas ao invés de doces. 5. Posso comer frutas, legumes e verduras todos os dias ? 44 R: Verdadeiro. Esses alimentos são ricos em vitaminas, minerais, e fibras, nutrientes muito importantes para nos manter saudáveis dispostos e mais bonitos. 6. Os alimentos que compramos em latas, pacotes, e embutidos são alimentos saudáveis e não fazem mal a saúde? R: Falso. A maioria dos alimentos que se apresentam nessas embalagens são chamados ultraprocessados. Eles recebem muitos aditivos para durarem por mais tempo por isso não se deve consumi-los em excesso. 7. Se cuidarmos da nossa alimentação agora seremos adultos mais saudáveis e evitaremos doenças como pressão alta e diabetes? R: Verdadeiro. Quanto mais cedo cuidarmos na nossa alimentação mais saudáveis seremos no futuro, e teremos menos risco de desenvolver as doenças dos nossos pais e avós. 8. Podemos segui as receitas que as revistas ensinam, pois elas salão certas e funcionam para todo mundo? R: Falso. As revistas apresentam dietas prontas que podem ser perigosas a saúde, pois dizem para cortarmos vários alimentos importantes da nossa alimentação. Por isso não caia nessa. Dieta só com a nutricionista! 9. Os sucos naturais possuem muito mais nutrientes do que os sucos de caixinha e em pó, por isso devemos escolhê-los sempre na nossa alimentação? R: Verdade. Os sucos naturais são mais saudáveis pois não tem grande quantidade de açúcar e preservam os nutrientes da própria fruta. E ficam ainda melhor se for sem coar!. 10. Os adolescentes não precisam tomar leite, só as crianças? R: Falso. O leite é importante em todas as fases da vida, é uma fonte de proteína e cálcio, nutrientes importantes para o crescimento e manutenção dos ossos. 45 Anexo 6 - Folheto sucos regionais 46 Anexo 7 – Folha de Avaliação da aceitação Anexo 8 - Fotos intervenção: Gincana Nutricional Oficina de sucos Regionais 47 Oficina de Sucos Regionais 48 Anexo 10- Artigo IMPACTO DA EDUCAÇÃO NUTRICIONAL NO ÍNDICE DE ACEITAÇÃO DA VITAMINA DE ABACATE EM ALUNOS DE UM CENTRO SÓCIOASSITENCIAL NO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO IMPACT OF NUTRITIONAL EDUCATION ON AVOCADO SMOOTHIE ACCEPTANCE IN STUDENTS OF A SOCIAL ASSISTANCE CENTER IN THE CITY OF SÃO PAULO DANIELA SANTOS DA SILVA 1 ; AGATA DENADAI 2 ·; VITOR SERAPHIM 3 ; CRISTIANE GUSMAN 4 . RESUMO Sabe-se atualmenteque o incentivo a alimentação adequada nos primeiros anos de vida atua como importante promotor da saúde em longo prazo, justificando as atividades de educação nutricional para escolares. Objetivo: Avaliar o impacto de uma atividade de educação nutricional na aceitação da vitamina de abacate por escolares incluídos em um centro sócioassistencial na cidade de São Paulo. Métodos: Aplicou-se uma atividade de educação nutricional para uma sala de aula de um centro socioassitêncial composta por 30 alunos (Turma F), de ambos os gêneros com idade entre 9 e 10 anos. Após a atividade as crianças responderam uma ficha de escala hedônica própria para idade, que indicava a sua opinião sobre a preparação Para o cálculo do índice de aceitabilidade, foi considerada a somatória das porcentagens de respostas dadas. Resultados: Após a analise dos dados pode-se constatar que quando comparado o índice de aceitação entre as turmas, a que apresentou melhor resultado foi a que participou da oficina culinária com 90% (n= 27) de aprovação positiva, comparado a turma D com 37% (n= 10) e a turma E com 78,94% (n= 15) quando somadas os resultados “gostei” e “adorei”, na ficha de avaliação.Conclusão: Conclui-se que as 1 Graduando em Nutrição pela Universidade Paulista – UNIP; 2 Nutricionista da Universidade Paulista – UNIP 3 Nutricionista da Universidade Paulista – UNIP 4 Nutricionista, Professora e orientadora de estágio da Universidade Paulista – UNIP 49 atividades de educação nutricional demonstraram um impacto positivo no incentivo a hábitos alimentares saudáveis, e os locais que fornecem educação são propícios para aplicação das ações de promoção de saúde. Palavra - chave: Educação nutricional, alimentação escolar, hábitos alimentares. SUMMARY It is now known that the incentive to adequate food in the first years of life acts as an important health promoter in the long term, justifying nutritional education activities for schoolchildren. Objective: To evaluate the impact of a nutritional education activity on the acceptance of avocado smoothie by schoolchildren included in a social assistance center in the city of São Paulo. Methods: A nutritional education activity was applied to a classroom of a socioassistential center composed of 30 students (Class F), of both genders, aged between 9 and 10 years. After the activity, the children answered an age-appropriate hedonic scale which indicated their opinion about the preparation. For the calculation of the acceptability index, the sum of the percentages of answers given was considered. Results: After analyzing the data, it was observed that when the acceptance index was compared between the groups, the one that presented the best result was the one that participated in the cooking workshop with 90% (n = 27) of positive approval, compared to the D With 37% (n = 10) and the group E with 78.94% (n = 15) when adding the results "I liked" and "I loved" in the evaluation card. Conclusion: It is concluded that the activities of nutritional education Have shown a positive impact on encouraging healthy eating habits, and places providing education are conducive to implementing health promotion actions. Key - words: Nutrition education, school feeding, eating habits. 50 INTRODUÇÃO. O Programa de Alimentação Escolar (PNAE) é a política mais perdurável do Brasil, sendo considerado um dos melhores do mundo, no campo da promoção de alimentação a estudantes (PEIXINHO, 2013). A principal função do programa é oferecer alimentos adequados em quantidade e qualidades suficientes para atender as necessidades nutricionais dos alunos, no período que os mesmos permanecem nas escolas, além de ser um importante influenciador dos hábitos de alimentação saudável (BRASIL, 2008). No ano de 2006 o PNAE implantou em suas diretrizes a educação nutricional, e o Conselho Nacional de Segurança Alimentar (CONSEA) orienta as escolas a realizar atividades que incluam a nutrição, e a valorização de hábitos alimentares regionais (JULIANO, MANCUSO, GAMBARDELA, 2009). Os hábitos alimentares são constituídos por diversas influências, tanto genéticas como ambientais, por isso a mudança é considerada um desafio para os profissionais da saúde.Em crianças com idade entre 7 e 10 anos, consideradas biologicamente na fase escolar, a maior socialização e independência podem promover a aceitação alimentar porém, a inapetência observada no período pré – escolar transforma-se em um apetite intenso, e comportamentos alimentares inadequados podem ser desenvolvidos como omissão do café da manhã, diminuição do consumo de leite e aumento da ingestão de produtos industrializados (VITOLLO, 2008). Diante do exposto é importante destacar o papel fundamental da escola na, promoção de uma alimentação adequada, inserindo a educação nutricional nos diferentes níveis de ensino, incorporada ao conteúdo escolar (PEREIRA, SARMENTO, 2012). De acordo com RIGO et.al. (2010) a educação nutricional pode ser descrita com um conjunto de experiências que promovam voluntariamente hábitos alimentares adequados que direcionem o individuo a saúde, porém estas experiências devem ser condizentes as características do grupo ao qual se destinam as ações. Tratando-se de educação da criança em idade escolar, é importante considerar o período de desenvolvimento e os métodos disponíveis para a 51 realização de atividades lúdicas que despertem o interesse e estimulem um aprendizado prazeroso (JULIANO, MANCUSO & GAMBARDELA, 2009). Por isso a presença do profissional nutricionista é importante não só para elaboração de cardápios e fiscalização da produção de alimentos, mas também para organizar, juntamente com a comunidade escolar atividades de educação alimentar e nutricional que propiciem os benefícios citados acima (COSTA, et.al.2009) A Oficina culinária é uma atividade que atende aos requisitos das estratégias pedagógicas, pois utiliza uma metodologia teórico - prática, onde representa uma afazer cotidiano em um ambiente controlado, fazendo a conexão de uma atividade lúdica com a alimentação, favorecendo uma melhor relação dos escolares com o alimento (PEREIRA, SARMENTO, 2012). OBJETIVO GERAL Avaliar o impacto de uma atividade de educação nutricional na aceitação da vitamina de abacate por escolares incluídos em um centro sócioassistencial no município de São Paulo. OBJETIVOS ESPECIFICOS Verificar a aceitação da preparação pelos escolares; Incentivar a prática culinária aos escolares. METODOLOGIA Efetuou-se um estudo experimental transversal, em um centro de assistência social para crianças e adolescentes, localizada no município de São Paulo. A pesquisa foi realizada com os alunos na faixa etária entre 7 e 10 anos, que estão matriculados no período vespertino. A amostra foi composta por 76 alunos que estavam presentes no dia da realização desta pesquisa, sendo que os mesmos estavam divididos em três turmas: Turma “D” com 25 alunos, Turma “E” com 19 alunos e Turma “F” com 30 alunos. 52 . A preparação escolhida foi a vitamina de abacate, pois é uma fruta pouco consumidas entre escolares, também apresenta uma simples reprodução é uma preparação de baixo custo, além de ser plausível sua inclusão no cardápio da instituição. Na data de realização deste estudo as pesquisadoras iniciaram uma breve apresentação do fruto a todas as turmas, dentro da sala de aula, fornecendo explicações sobre sua origem, composição nutricionale benefícios à saúde na forma de uma conversa informal com os alunos. Logo em seguida foi escolhida pela coordenadora do local a turma “F” para participar da oficina, pois no dia correspondente era a sala que apresentava maior número de alunos. Os alunos foram conduzidos para o refeitório, onde estavam dispostos sobre uma mesa principal três liquidificadores, jarra de suco, colheres, e alguns abacates inicialmente cortados. Para preparar a vitamina foram escolhidas seis duplas aleatoriamente, sendo divididas em duas rodadas. As duplas escolhidas eram orientadas a colocar touca descartável e lavar as mãos. A pesquisadora deu iniciou a explicação do passo a passo da preparação da vitamina, e os alunos, foram seguindo cada comando até finalizarem a preparação. Após o termino da atividade os alunos provaram e foram novamente direcionados para suas salas. A diretora do local disponibilizou a preparação no lanche da tarde de todos os escolares que foram orientados a preencher uma ficha de aceitação. A ficha era uma escala hedônica representada por rostos, impressa e cortada. O aluno deveria marcar a que mais representou sua opinião sobra à vitamina de abacate, no final do dia foram recolhidas e os resultados contabilizados. RESULTADO E DISCUSSÃO O estudo contou com a participação de 76 escolares, aos quais estavam presentes no dia da atividade, Após a contagem das fichas de aceitação pode- se obter os seguintes resultados. 53 Gráfico 1 – Percentual de aceitação da vitamina de abacate de escolares de um centro socioassistencial do município de São Paulo, 2017. A educação nutricional pode ser considerada um componente importante na promoção de saúde, onde combinada com o apoio ambiental, e educacional modifica hábitos inadequados e promove ações que levam a saúde (YOKOTA et. al., 2010). Em um estudo realizado por Fernandes et. al. (2009). A aplicação de atividades de educação nutricional se mostrou como importante fator para mudança de escolhas alimentares, melhorando a qualidade dos alimentos consumidos. Quando comparado os resultados obtidos em cada turma foi possível perceber uma diferença na aceitação, sendo que a Turma F apresentou melhores resultados, com percentual de aceitação positiva (adorei e gostei) de 90% (n = 27) comparada à turma E com 78,94% (n= 15) e a turma D com 59,25% (n= 16). 11,84% 3,94% 7,89% 21,05% 55,26% DETESTEI NÃO GOSTEI INDIFERENTE GOSTEI ADOREI n= 54 Os percentuais insatisfatórios (detestei e não gostei) também apresentaram diferenças, sendo o menor índice apresentado pela turma F com 6,66% (n=2).A turma E apresentou baixa aprovação em 10,52% (n=2) dos alunos e a turma D 29,62% (n=8).Em relação à expressão Indiferente, foi contabilizado os valores das Turmas F,E e D os resultados demonstrados respectivamente foram 3,33% ( n=1), 10,52% (n=2), e 11,11% (n= 3), estes valores são demonstrados no gráfico abaixo. Gráfico 2 - Percentual de Aceitação em comparação as três turmas aceitação da vitamina de abacate de escolares de um centro socioassistencial do município de São Paulo, 2017. No presente estudo foi possível notar que a melhor aceitação foi obtida pela sala que participou da oficina culinária. Como descrito por Pereira e Sarmento (2012) são esperados bons resultados após a aplicação da Oficina culinária, pois a criança entra em 59,25% 78,94% 90,00% 11,11% 10,52% 3,33% 30% 10,52% 6,66% 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% TURMA D TURMAE TURMA F DETESTEI/NÃO GOSTEI INDIFERENTE ADOREI/GOSTEI 55 contato com o alimento através de quatro sentidos (tato, olfato, paladar e visão), diminuindo assim a resistência e o medo de consumi-lo. CONCLUSÃO A análise dos resultados mostrou que a oficina culinária desenvolvida no centro socioassitêncial foi efetiva como ferramenta de ensino, para estimular o consumo de vitamina de abacate, tendo impacto positivo na aceitação da preparação. Comparando os resultados da sala que participou da oficina com os dados das salas que só receberam orientações foi possível observar diferenças significativas no índice de aceitação dos estudantes. Um dos obstáculos desta pesquisa foi o número desigual de crianças entre as turmas, o que pode ser um fator que influenciou a aplicação do índice de aceitação. Por fim, sugere-se a realização de mais trabalhos de educação nutricional na instituição por conta dos bons resultados obtidos, com o objetivo de incentivar a alimentação saudável e a prática da culinária pelos escolares. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS COSTA et. al. Avaliação da influência da educação nutricional no hábito alimentar de crianças. Rev. Inst. Ciênc. Saúde 27(3): 237-43, 2009. JULIANO, B. A. MANCUSO, A. M. C. GAMBARDELLA, A. M. D. Educação Nutricional em escolas de ensino fundamental do município de Guarulhos- SP. Biblioteca Digital da Produção Intelectual - São Paulo, v. 33, n. 3, p. 264-272, 2009. Disponível em<http://producao.usp.br/handle/BDPI/14075> Acesso em 30 de mar, 2017. PEIXINHO, A. M. L. A trajetória do Programa Nacional de Alimentação Escolar no período de 2003-2010: relato do gestor nacional. Revista Ciência e Saúde Coletiva 18(4): 909-916 2013. 56 PEREIRA, M. N. SARMENTO, C. T. M. Oficina Culinária: uma ferramenta de educação nutricional aplicada na escola. Revista Ciências da Saúde, Brasília, v. 10, n. 2, p. 87-94, jul./dez. 2012. RIGO et. al. Educação nutricional com crianças residentes em uma associação beneficente de Erechim, RS. Revista eletrônica de extensão Vivências. Vol.6, N.11: p.112-118, Outubro/2010. Disponível em < http://www.reitoria.uri.br/~vivencias/Numero_011/artigos/artigos_vivencias_11/n 11_14.pdf. Acesso em Acesso em 30 de mar, 2017. RODRIGUEZ, P. S. O Programa Nacional de Alimentação Escolar: história e modalidade de gestão. Revista Brasileira de Política e Administração da Educação v. 29, n. 1, p. 137-155, jan/abr. 2013. YOKOTA et. al. Projeto “a escola promovendo hábitos alimentares saudáveis”: comparação de duas estratégias de educação nutricional no Distrito Federal, Brasil, Revista de Nutrição, Campinas, 23(1): 37-47, jan./fev., 2010.