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30/03/2016 1 MATÉRIA-PRIMA VEGETAL: CARACTERIZAÇÃO E ALTERAÇÕES BIOQUÍMICAS Profa. Dra. Renata Castoldi Monte Carmelo 2016 1. Definições 2. Tipos de indústrias de alimentos 3. Operações que podem ser utilizadas na tecnologia dos alimentos 4. A indústria de alimentos no Brasil 5. Qualidade 6. Atributos de qualidade 7. Causas das alterações dos alimentos ITENS ABORDADOS Matéria-prima: Material básico que se emprega para a produção de bens diversos, por via do processamento tecnológico. DEFINIÇÃO Origem da matéria-prima: Reino Vegetal • Frutos • Folhas • Sementes Animal • Leite, • Carne, • Subprodutos (ovos e mel) Mineral • Sal de cozinha MATÉRIA-PRIMA • Caules • Raízes e tubérculos • Bulbos Matérias-primas utilizadas pelas indústrias de alimentos: Grãos alimentícios: • Cereais: arroz, trigo, aveia, centeio, cevada. • Leguminosas: feijão, tremoço, lentilha. • Oleaginosas: sementes de algodão; soja, amendoim, girassol, gergelim. Raízes, tubérculos, bulbos e caules: • Raízes e tubérculos: batata-inglesa, batata-doce, aipim, beterraba, cará e inhame. • Bulbos: cebola e alho. • Caules: cana-de-açúcar. MATÉRIA-PRIMA Matérias-primas utilizadas pelas indústrias de alimentos: Frutas: • Frutas tropicais: banana, manga, caju, laranja, mamão, abacaxi e maracujá. • Frutas de clima temperado: uva, pêra, maçã, ameixa, figo e caqui. Hortaliças: Verduras: alface, espinafre, rúcula, repolho, agrião e couve. Legumes: ervilha, vagens e chuchu. Outras hortaliças: cenoura, tomate, couve-flor, brócolis e palmito. MATÉRIA-PRIMA 30/03/2016 2 Matérias-primas utilizadas pelas indústrias de alimentos: Nozes, coco e similares: coco-da-Baía, castanha, amêndoa e cacau. Carnes: bovinos, ovinos, suínos, aves e caprinos. Leite e ovos. Pescados: peixes (sardinha, tainha, pargo e dourado), crustáceos (camarão, siri, tatuí e lagosta) e moluscos (ostra, lula, mexilhão, mariscos e outros). Especiarias: canelas, cravo-da-índia, pimenta e cominho. MATÉRIA-PRIMA Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária): Produto in Natura: alimento pronto para consumo imediato. Produto Semi-Elaborado: alimentos que necessitam sofrer tratamento e transformação de natureza física, química ou biológica, adicionada ou não a outras substâncias. MATÉRIA-PRIMA Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária): Produto a Granel: material processado que se encontra em sua forma definitiva, ainda não submetido a acondicionamento e embalagem. Produto Acabado/Terminado: produto que passou por todas as fases de produção e acondicionamento, pronto para a comercialização. MATÉRIA-PRIMA 1. Bebidas não alcoólicas. 2. Bebidas alcoólicas. 3. Amidonaria: farinhas, panificação e massas alimentícias. 4. Leite fermentado, manteiga, queijos e outros produtos lácteos. 5. Produtos de confeitaria: balas, bombons e chocolates. 6. Óleos comestíveis e margarinas. 7. Ovos e produtos derivados. 8. Vegetais fermentados: azeitonas, picles e chucrute; 9. Peixes e outros produtos aquáticos; TIPOS DE INDÚSTRIAS DE ALIMENTOS 10. Frutas: frutas em conserva, frutas congeladas, frutas desidratadas. 11. Geleias, doces em massa e produtos similares. 12. Nozes 13. Carnes 14. Molhos para saladas 15. Açúcar e xaropes: sacarose, glicose, frutose, mel, xaropes. 16. Hortaliças: hortaliças em conserva, congeladas, desidratadas. TIPOS DE INDÚSTRIAS DE ALIMENTOS 17. Ingredientes especiais: condimentos, pectinas e gelatinas; amido e gomas; ativadores de sabores. 18. Alimentos para crianças (baby foods). 19. Sopas: sopa concentrada e sopa desidratada. 20. Sal TIPOS DE INDÚSTRIAS DE ALIMENTOS 30/03/2016 3 Manuseio da matéria-prima: tratamentos preliminares: limpeza, seleção e classificação; fumigação; resfriamento; armazenamento; transporte para a fábrica; Preparo da matéria-prima e operações preliminares: Limpeza e purificação: lavagem a seco, lavagem, aspiração; filtração; fumigação; cloração da água. Remoção de partes indesejáveis; Desintegração e separação dos componentes (despolpamento, trituração, filtração, etc.) Operações que podem ser utilizadas na tecnologia de alimentos Manufatura dos produtos finais: Formulação; Operações de elaboração: envelhecimento e maturação; clarificação e filtração; cristalização; centrifugação; envelhecimento e defumação; secagem; concentração; processamento pelo calor; agitação e mistura de ingredientes; tratamento pelo frio (refrigeração e congelamento); modelagem; forneamento e assamento. Embalagem e distribuição. Operações que podem ser utilizadas na tecnologia de alimentos A INDÚSTRIA DE ALIMENTOS NO BRASIL Características: Indústria Alimentícia: importância no Agronegócio; Potencial de crescimento: atende as necessidades básicas da população; Algumas indústrias bem desenvolvidas. Necessidade de melhoria: Pessoal técnico (nível superior e nível médio); Matéria-prima apropriada para a industrialização; Equipamentos adequados para processamento; e Técnicas de comercialização; A INDÚSTRIA DE ALIMENTOS NO BRASIL Tabela 1. O setor da indústria de alimentos em números. A INDÚSTRIA DE ALIMENTOS NO BRASIL Fonte: ABIA (Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação) Performance 2013 Faturamento R$ 484,7 bilhões Crescimento em valor de produção 12,24% Crescimento da produção física 3,16% Crescimento das vendas reais 4,26% Comércio Exterior Exportações US$ 43,0 bilhões Importações US$ 5,8 bilhões Saldo Comercial US$ 37,2 bilhões Tabela 1. Cont. O setor da indústria de alimentos em números. A INDÚSTRIA DE ALIMENTOS NO BRASIL Fonte: ABIA (Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação) Mercado Interno Varejo alimentar R$ 225,6 bilhões Food Service R$ 116,1 bilhões Total Mercado Interno R$ 371,7 bilhões Emprego Nível de emprego 1,63 milhão Novos postos de trabalho 41 mil 30/03/2016 4 A INDÚSTRIA DE ALIMENTOS NO BRASIL Tabela 2. Ranking dos principais setores da indústria de alimentos (R$ Bi). Fonte: ABIA Indústrias 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Derivados de carne 61,0 58,5 66,0 79,1 88,7 100,8 Beneficiamento de café, chá e cereais 31,1 32,9 35,9 40,6 46,9 52,8 Açúcares 15,9 30,2 37,7 42,2 41,9 40,9 Laticínios 26,4 29,0 33,1 38,1 42,2 50,1 Óleos e Gorduras 32,0 29,0 29,3 34,5 40,9 42,3 Derivados de trigo 18,7 18,9 19,9 21,4 23,5 26,8 Derivados de frutas e hortaliças 14,8 14,9 15,6 18,2 20,4 23,7 Diversos (salgadinhos, sorvetes, temperos) 14,0 15,4 17,7 20,5 24,2 28,7 Chocolate, cacau e balas 9,1 9,9 10,5 11,5 12,4 13,1 Desidratados e supergelados 5,1 5,6 6,5 7,4 9,5 11,3 Conservas de pescados 2,0 2,3 2,5 2,9 3,4 4,0 Tabela 3. Evolução da quantidade produzida dos principais produtos agropecuários (em toneladas) no Brasil entre 1965 e 2005. A INDÚSTRIA DE ALIMENTOS NO BRASIL AGROINDÚSTRIAS RURAIS Definição: Atividades de transformação e beneficiamento de produtos agropecuários de origem animal ou vegetal, que foram realizadas em instalações próprias, comunitárias ou de terceiros, a partir de matéria- prima produzida no próprio estabelecimento agropecuário ou adquirida de outros produtores, desde que a destinação final do produto tivesse sido dada pelo produtor (IBGE, 2006). AGROINDÚSTRIAS RURAIS Problemas: Mercado; Qualidade; Embalagem (apresentação) Taxa de sobrevivência: 3% PERFIL PRODUTIVO DAS AGROINDÚSTRIAS RURAIS Figura 1. Número de estabelecimentos (em %) que agroindustrializaram alimentos, segundo o tipo de estabelecimento.Fonte: Censo Agropecuário 2006 Figura 2. Origem da matéria-prima (em %) da agroindústria rural nos estabelecimentos familiares (2006) Fonte: Censo Agropecuário 2006 PERFIL PRODUTIVO DAS AGROINDÚSTRIAS RURAIS 30/03/2016 5 PERFIL PRODUTIVO DAS AGROINDÚSTRIAS RURAIS Figura 3. Destinos da produção total vendida (em %) nos estabelecimentos familiares (2006) Fonte: Censo Agropecuário 2006 QUALIDADE DOS ALIMENTOS Qualidade: Qualidade do produto final Qualidade da matéria- prima Como a matéria-prima é produzida ou obtida QUALIDADE Definição de Qualidade: Conjunto de características que irão influir na aceitabilidade de um alimento. PESSOAL Norma ABNT NBR ISO 9000:2005: Qualidade = grau no qual um conjunto de características inerentes satisfaz a determinados requisitos. Atributos de qualidade: aparência, textura e flavor QUALIDADE Tabela 4. Atributos de qualidade para frutos e hortaliças. ATRIBUTOS DE QUALIDADE Principais fatores Componentes Sensoriais Tamanho, dimensões, peso, volume Aparência Forma: diâmetro longitudinal x transversal, uniformidade Cor: intensidade, uniformidade Brilho: lustre, aparência externa Defeitos: externos e internos (morfológicos, físicos x mecânicos, fisiológicos, patológicos, entomológicos) Textura Firmeza, dureza, maciez, fragilidade, suculência, granulosidade, resistência, fibrosidade “Flavor”(Sabor + aroma) Doçura, acidez, adstringência, amargor, aroma (voláteis), sabores e odores. Rendimento Relação entre casca: polpa: caroço Volume de suco, número de sementes (laranja) Índice tecnológico (suco: sólidos solúveis) Valor nutritivo Carboidratos, proteínas, lipídeos, vitaminas, sais minerais. Segurança Substâncias tóxicas naturais, contaminantes (resíduos de metais), micotoxinas, contaminação microbiológica. + Preço Decisão de compra Razões que influenciam o consumo de frutas Média Sabor agradável 4,6 Alimento saudável 4,5 Alimento de alta qualidade 4,3 Vendidos em locais adequados e higiênicos 4,3 Alimentos funcionais 4,2 Boa relação de benefício-custo 3,8 Baixo preço 3,8 Alta variedade nos locais de venda de alimentos 3,8 Existência de pontos de venda de fácil acesso 3,6 ATRIBUTOS DE QUALIDADE Tabela 5. Perfil do consumidor de frutas em cidade do interior de São Paulo. Fonte: Perosa et al. (2012) 30/03/2016 6 Principais variedades de manga (Magnifera indica L.) comercializadas na CEAGESP. QUALIDADE DA MATÉRIA-PRIMA Fonte: http://www.hortiescolha.com.br/hortipedia/produto/manga QUALIDADE DA MATÉRIA-PRIMA Fonte: http://www.hortiescolha.com.br/hortipedia/produto/manga Qualidade das principais variedades de manga (Magnifera indica L.) comercializadas na CEAGESP. QUALIDADE DA MATÉRIA-PRIMA Padrão mínimo de qualidade da manga (Magnifera indica L.). Fonte: http://www.hortiescolha.com.br/hortipedia/produto/manga Fonte: http://www.hortiescolha.com.br/hortipedia/produto/banana QUALIDADE DA MATÉRIA-PRIMA Principais variedades de banana (Musa paradisiaca L.) comercializadas na CEAGESP. QUALIDADE DA MATÉRIA-PRIMA Padrão mínimo de qualidade da banana (Musa paradisiaca L.). Fonte: http://www.hortiescolha.com.br/hortipedia/produto/banana Forma do fruto ..... cônica ......... semi-cônica .......... cilíndrica Peso 2000g 2000g 1700g Diâmetro ext. 92-93mm 77-79mm 77-79mm Diâmetro int. 32mm 32mm 28mm Espessura 12,7mm 10,0mm 10,0mm Rendimento 0,60 0,78 1,00 QUALIDADE DA MATÉRIA-PRIMA Qualidade das principais variedades do abacaxi. 30/03/2016 7 QUALIDADE DA MATÉRIA-PRIMA Qualidade de abacaxi. Avaliações subjetivas: Visual Sensorial Avaliações objetivas: Métodos destrutivos: textura, pH, teores de açúcares, ácidos, fenólicos, pectinas. Métodos não destrutivos: coloração, desordens internas e composição química (ressonância magnética- nuclear ou espectroscopia); “flavor” (cromatografia gasosa); gravidade específica e densidade (métodos de flutuação em líquidos). AVALIAÇÃO DA QUALIDADE Figura 4. Etapas do desenvolvimento fisiológico dos frutos. AVALIAÇÃO DA QUALIDADE Fonte: Ryall e Lipton (1979) Frutos climatéricos: aumento rápido e acentuado na atividade respiratória, amadurecimento imediato, podem amadurecer na planta ou fora dela se colhidos maturos, ou seja, fisiologicamente desenvolvidos. PADRÕES DE ATIVIDADE RESPIRATÓRIA Abacate Banana Pera MaçãAbacate PADRÕES DE ATIVIDADE RESPIRATÓRIA Figura 6. Atividade respiratória de frutos climatéricos Frutos não climatéricos: atividade respiratória relativamente baixa e constante, atividade respiratória declina após a colheita, não são capazes de completar o processo de amadurecimento quando colhidos maturos, devem permanecer na planta mãe até o final da maturação. PADRÕES DE ATIVIDADE RESPIRATÓRIA 30/03/2016 8 Figura 5. Atividade respiratória de frutos não-climatéricos Limão Ameixa Abacaxi Morango Uva 0 5 10 15 20 25 30 35 40 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 m l C O 2 /k g/ h Morango Uva Abacaxi Limão Tempo (dias) PADRÕES DE ATIVIDADE RESPIRATÓRIA PADRÕES DE ATIVIDADE RESPIRATÓRIA Tabela 6. Classificação de alguns produtos hortícolas, conforme o comportamento respiratório durante o amadurecimento (Kader, 2002). Climatéricos Não climatéricos Abacate Maçã Abacaxi Melancia Ameixa Mamão Abóbora Morango Banana Manga Cacau Oliva Caqui Mangostão Carambola Quiabo Cherimólia Maracujá Cereja Pepino Feijoa Mirtilo Ervilha Pimenta Figo Nectarina Laranja Romã Goiaba Pêra Lichia Tâmara Graviola Pêssego Lima Tamarindo Jaca Sapoti Limão Uva Kiwi Tomate Maturação fisiológica: fruto atingiu seu tamanho e peso máximo; não possui características visíveis e sensoriais desejáveis de consumo Maturação comercial: fruto possui os pré-requisitos para ser consumido MATURIDADE DOS FRUTOS Exemplo: Maturação fisiológica de Bananas: Corte do fruto central da segunda penca; Observação da cor da polpa e a fluidez do látex (leite). Bananas fisiologicamente maduras: polpa de coloração creme brilhante e o látex não escorre Exceto: bananas do tipo Terra, nas quais a polpa fica rosada. Bananas imaturas: polpa branca e o látex escorre com facilidade após o corte. MATURIDADE DOS FRUTOS Exemplo: Maturação fisiológica de Bananas: MATURIDADE DOS FRUTOS CICLO VITAL DOS FRUTOS Figura 7. Transformação das características físicas, físico-químicas e químicas do abacaxi, desde o florescimento até a senescência. Fonte: Gortner et al. (1967) 30/03/2016 9 Maturação fisiológica: coincide com o final da fase de crescimento; Maturação comercial: qualquer fase do desenvolvimento, aquela que o consumidor prefere para a utilização do produto. Ex: quiabo, berinjela, comercializados antes de iniciar a maturação; Hortaliças folhas, ramos ou tubérculos: quando maduras fisiologicamente, perdem alguns dos principais atributos de qualidade. MATURIDADE DAS OLERÍCOLAS MATURIDADE DOS GRÃOS Maturação fisiológica: ocorrem transformações morfológicas e fisiológicas nas sementes; alteração no tamanho, modificação no teor de água, acúmulo de matéria seca e modificações na germinação e no vigor. Maturação pós-colheita: ocorrem alterações físico-químicas nos grãos, depois que o produto colhido, seco, beneficiado (descascado e polido) ou não, é ensacado e armazenado. Observação prática: Calendário anual: tempoentre a floração e a colheita; Unidades de calor (graus/dia): estabelecimento do tempo necessário para o desenvolvimento do produto após a floração; Desenvolvimento da camada de abscisão; Morfologia e estrutura superficial do produto; PONTO DE COLHEITA Métodos físicos, físico-químicos e químicos Teor de amido: com a evolução da maturação, o amido é convertido em açúcares solúveis e esta transformação tem efeito notável no sabor e textura; Curvas de maturação: através de medições físicas (tamanho, peso) e determinações químicas dos principais compostos; Concentração interna de etileno; Taxa de respiração: elevação rápida na atividade respiratória, indicativa do início do amadurecimento. PONTO DE COLHEITA Destaque do pedúnculo: ejeção da seiva atenuada na maturidade, Coloração da casca: passa da tonalidade de verde oliva para verde claro brilhante; Aspecto das lenticelas: mais fechadas com a maturidade; Forma do fruto: ápice mais cheio e arredondado; Textura: 11 a 13 kg/cm2; Densidade: 1,01 a 1,02g/cm2; Sólidos solúveis e acidez: 7 a 8% e 0,65 a 0,70% de ácido cítrico; PONTO IDEAL DA COLHEITA - MANGA ÍNDICE DESCRIÇÃO Tamanho Todas as frutas e muitos vegetais (Medidores de peso e tamanho = O/ND) Coloração externa Todas as fruta e muitos vegetais (Reflexão de cor – O/ND, cartas de cor – S/ND) Coloração interna e estrutura Geleificação interna de tomate, cor de polpa de frutos (transmitância de luz e visual). Dias entre a florada e a colheita Maçã, pêra, uva (O/ND) Média de unidades de calor (UC) durante o desenvolvimento Ervilha, maçã, milho-doce. (somatória – O/ND) Desenvolvimento da camada de abscisão Abacate, alguns melões, maçãs (visual ou força para separação – S,O/ND) Morfologia e estrutura superficial Formação de cutícula em uvas e tomates. Brilho em alguns frutos (visual- S/ND). Densidade Específica Melancia, batata, goiaba (Rel. vol./peso, dens.- O/ND) Formato Angulosidade em bananas, “ombros” em mangas, compactação em brócolis e couve-flor (dimensões, moldes – O,S/ND) Tabela 7. Índices utilizados na determinação do ponto de colheita. PONTO DE COLHEITA 30/03/2016 10 Tabela 7. Cont. Índices utilizados na determinação do ponto de colheita. PONTO DE COLHEITA ÍNDICE DESCRIÇÃO Formação compacta Alface, couve, couve-de-bruxelas. Textura (firmeza) Maçã, pêra, fruta de caroço Textura (maciez) Ervilha Amido Maçã, pêra, banana Açúcares Maçã, pêra, fruta de caroço, uvas, tomates (refratometria e testes químicos). Citrus (extração, teste químico) Ácidos Citrus, mamão, romã, melão, kiwi (Titulação) Relação açúcares/acidez Citrus, melão, kiwi Conteúdo de suco Cítricos Óleo Abacate (extração, teste químico) Ácidos Citrus, mamão, romã, melão, kiwi (Titulação) Concentração de etileno Maçã, pêra (Cromatografia Gasosa) Causas das alterações dos alimentos Crescimento e atividade dos microrganismos; Ação das enzimas presentes nos alimentos; Reações químicas não enzimáticas; Alterações provocadas por insetos e roedores; Mudanças físicas, como aquelas ocasionadas por agentes mecânicos; CAUSAS DAS ALTERAÇÕES DOS ALIMENTOS 1. Reações químicas não enzimáticas: 1.1. Ranço oxidativo • Aceleração da reação: - O2; - luz; - temperatura; CAUSAS DAS ALTERAÇÕES DOS ALIMENTOS C C + O2 ...... C C ...... O O H H C + C ...... O O H H - metais; - enzimas; - oxidantes naturais. CAUSAS DAS ALTERAÇÕES DOS ALIMENTOS 1. Reações químicas não enzimáticas: 1.2.Escurecimento químico ou Browning • reações químicas que resultam na formação de pigmentos escuros (melaninas ou melanoidinas); • > carboidratos, proteínas e aminoácidos > reação • desejável: fabricação de cerveja; pão, café, cacau • indesejável: frutas • Tipos principais de escurecimento químico: reação de Maillard, mecanismo do ácido ascórbico e caramelização. CAUSAS DAS ALTERAÇÕES DOS ALIMENTOS 30/03/2016 11 CAUSAS DAS ALTERAÇÕES DOS ALIMENTOS 1. Reações químicas não enzimáticas: 1.2.Escurecimento químico ou Browning ENZIMA + SUBSTRATO + OXIGÊNIO • Controle: - pH < 4: inativa a enzima; - ausência de oxigênio; - tratamento térmico (temperatura > 70ºC); - aplicação de substâncias redutoras: ácido ascórbico e sulfitos: inibe a ação da enzima CAUSAS DAS ALTERAÇÕES DOS ALIMENTOS 1. Reações químicas não enzimáticas: 1.2.Escurecimento químico – Reação de Maillard: • principal causa de escurecimento durante o aquecimento e armazenamento; • reduz a digestibilidade da proteína; • destrói nutrientes como aminoácidos essenciais CAUSAS DAS ALTERAÇÕES DOS ALIMENTOS 1. Reações químicas não enzimáticas: 1.2.Escurecimento químico – Reação de Maillard: • Fatores que afetam a velocidade da Reação de Maillard: - elevadas temperaturas; - pH neutro; - atividade de água (< 0,9) - natureza do carboidrato (superior nos monossacarídeos). CAUSAS DAS ALTERAÇÕES DOS ALIMENTOS 1. Reações químicas não enzimáticas: 1.2.Escurecimento químico – Ácido Ascórbico: • quando aquecido em meio ácido, poderá formar furfural Polimerização Compostos de coloração escura Caramelização: ocorre quando açúcares ou certos ácidos, são aquecidos a temperaturas relativamente altas, na faixa de 130ºC a 170ºC; os açúcares com o aquecimento sofrem inicialmente uma desidratação e, após condensação ou polimerização, formam-se moléculas complexas de peso variado. O caramelo é um líquido escuro, de cor marrom ou preto, com CAUSAS DAS ALTERAÇÕES DOS ALIMENTOS 1. Reações químicas não enzimáticas: 1.2.Escurecimento químico – Caramelização: • ocorre devido ao aquecimento de ácido ou açúcares sob elevadas temperaturas (130 a 170ºC) • Processo de formação: Aquecimento dos açúcares Desidratação Condensação ou Polimerização Caramelização: ocorre quando açúcares ou certos ácidos, são aquecidos a temperaturas relativamente altas, na faixa de 130ºC a 170ºC; os açúcares com o aquecimento sofrem inicialmente uma desidratação e, após condensação ou polimerização, formam-se moléculas complexas de peso variado. O caramelo é um líquido escuro, de cor marrom ou preto, com CAUSAS DAS ALTERAÇÕES DOS ALIMENTOS 1. Reações químicas não enzimáticas: 1.2.Escurecimento químico – Caramelização: • Controle do escurecimento: - redução da temperatura; - uso do sulfito; - teor de umidade; - uso dos reagentes 30/03/2016 12 Batata frita Proteína solúvel Amido Aminoácidos Glicose Fritura Asparagina Ciclâmen Ciclâmen polimerizado (complexo escuro) CAUSAS DAS ALTERAÇÕES DOS ALIMENTOS 1. Reações químicas não enzimáticas: 1.2.Escurecimento químico: Vegetais e derivados • As reações de deterioração são importantes em produtos concentrados e desidratados; • Principalmente em vegetais não ácidos ou com baixa acidez e ricos em açúcares e aminoácidos, e atividade de água entre 0,53 e 0,55; CAUSAS DAS ALTERAÇÕES DOS ALIMENTOS 1. Reações químicas não enzimáticas: 1.2.Escurecimento químico: CAUSAS DAS ALTERAÇÕES DOS ALIMENTOS 2. Alterações provocadas por insetos e roedores: Importantes na destruição de cereais, frutas e hortaliças; Porta de entrada para o ataque de microrganismos; Ratos: consumidores de alimentos e contaminadores dos produtos ruídos; EUA: insetos e roedores destroem de 5 a 10% dos cereais; Brasil: 20 a 30%; 3. Alterações de ordem física Agentes mecânicos; Ar; Luz; Calor e frio: alterações organolépticas ou mesmo na aparênciados alimentos. CAUSAS DAS ALTERAÇÕES DOS ALIMENTOS OBRIGADA PELA ATENÇÃO!! Profa. Dra. Renata Castoldi Monte Carmelo 2016
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