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Clarice Seixas Duarte ciclo de políticas públicas.

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Docente: Elizabeth Reymão
Discente: Ewerton Uchôa Vieira Fiel
Clarice Seixas Duarte[1: Professora do Programa de Pós-graduação Stricto Sensu Em Direito Político Econômico e da Graduação da Faculdade de Direito da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Doutora em Filosofia e Teoria Geral do Direito pela USP. Coordenadora do Grupo de pesquisa CNPq “Os Direitos Políticos, Econômicos e Sociais na Jurisprudência dos tribunais Superiores”.]
O CICLO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS
No texto da autora, faz uma conceituação de políticas púbicas não somente no âmbito do Direito social, mas como forma de planejamento governamental. Contudo, seus principais argumentos são: As políticas públicas não se restringem ao ambiente restritivo do Direito e, sobre os elementos básicos das políticas públicas e como devem seguir sua aplicação, que segundo a autora é um ciclo que vai de sua formulação até a avaliação e controle. Conceituando-se políticas públicas “ definidas como programas de ação governamental voltadas à concretização dos direitos fundamentais, que envolvem a atividade de planejamento, regulação de comportamentos, a organização da burocracia estatal, a distribuição de benefícios, arrecadação de impostos. E, muitas vezes envolve tudo isso em um processo complexo e dinâmico”. É importante que as políticas públicas estejam sob a égide dos órgãos da administração direta, se não, não podem ser consideradas públicas. O texto esboça um exemplo de entidades não governamentais que assumem certo caráter social, mas que, não podem alçar a todos socialmente, sendo este um fator determinístico de política pública, valer para todos, ou pelo menos todos de uma categoria que justifique o atendimento prioritário.[2: O Ciclo de Políticas públicas, Duarte p. 17.][3: Segundo Maria Paula Dalari Bucci, são ao menos quatro: ação, coordenação, processo e programa.][4: Ibid., p. 18.][5: Ibid., p. 20.]
Os elementos das políticas públicas 
A autora observa quatro elementos fundamentais ao processo de elaboração de políticas públicas, são eles: Ação governamental, Coordenação, Processo e Programa. A ação se define como o ato do Estado de planejar o desenvolvimento nacional, sistematização dos serviços público e seus órgãos, visa a qualidade das ações deste e sua efetividade social.[6: Ibid., p. 21.]
 A coordenação concerne na articulação do governo de promover suas ações de forma resolutiva, interdisciplinaridade das ações, alguns problemas sociais não se resolvem com medidas de uma única fonte, ministério ou ciência. É o caso da violência no Brasil, aumentar o efetivo policial não resolveu em nada a insegurança no Estado do Pará, por que, medidas isoladas não são capazes de alterar o fenômeno, porém, quando há a coordenação dos atos entre Educação, Segurança, Exercício da Cidadania, políticas de emprego e geração de renda, tem-se uma ação mais efetiva. A inter-relação harmônica entre os poderes é imprescindível ao sucesso das políticas de públicas [grifo do autor].
O processo diz respeito a como tais atitudes são implementadas, o texto retrata sobre a participação popular é de extrema importância e, que essa participação tenha o direito de intervir nas deliberações assumidas pelas autoridades. De acordo com o texto “ a necessidade de abertura popular, fundamental para a legitimidade da tomada de decisões políticas em um Estado Democrático de Direito”. Preconiza o gradativo aprimoramento dos serviços prestados a sociedade, anula-se a possibilidade de retrocesso social ou perda de direitos outrora alçados. Há de se ressaltar que no Brasil atual, políticas públicas vestidas de linho fino são impostas a sociedade sem que essa se faça conhecedora de suas reais interações, causando serio dano a sua totalidade futura. Hoje o Brasil vive a completa inversão de valores sociais, os interesses particulares prevalecem ao coletivo. Obviamente, que a autora se limita a categorização desses elementos componentes, no entanto, é claro perceber que se vive em meio a retrocesso e perda de direitos pelos cidadãos em níveis macrorregionais [grifo do autor].[7: Ibid., p. 24.]
O programa é conceituado como o conteúdo propriamente dito da ação pública, é a diretriz que define as prioridades a serem alçadas, diz o texto de Clarice “ É por meio de programas específicos que se definem as prioridades a serem adotadas, os destinatários de uma determinada política os meios para se alcançarem os objetivos definidos, os recursos para o seu financiamento, os prazos estipulados etc.”. Percebe-se que para a efetivação de políticas públicas é essencial o planejamento estratégico das ações, não há como promover medidas sem se fazer algumas perguntas: como são tomadas as decisões? Como justificar tal ação? De onde partir? Quem são os stakeholders? [Grifo do autor][8: Ibid., p. 18.][9: Do inglês, “partes interessadas”.]
O ciclo das políticas públicas
Nesta parte do texto é feito um detalhamento dos do ciclo que percorre ou que deveria percorrer as ações do Estado com a finalidade última a promoção do exercício da cidadania. O primeiro passo é formulação, que preconiza ação a racionalização das ações do governo, visa o máximo bem-estar social, nas palavras da autora, ganho social, ou seja, há de ser feito um planejamento prévio de politicas públicas, sua abrangência, consequências e limitações, precisar ser elaborado de forma equânime, não podendo deixar a subjetividade particular se opor aos interesses de parcelas sociais mais carentes. Vale lembrar que a formulação de uma política não é feita de forma isolada aos direitos legalmente instituídos, e preconizados na CF de 1988, veja, “O poder Executivo é eleito para definir a política pública, sempre de acordo com os parâmetros constitucionais estabelecidos”. Cabe altear, que esses elementos que compõe o ciclo ao qual serão brevemente comentados, cada poder possui atribuições especificas correlacionadas às políticas públicas, seja nas suas gêneses, aplicação, na garantia de seus resultados, ou mesmo, em todas as suas fases os três poderes possuem algum tipo de responsabilidade estranhas ou não. [10: Ibid., p. 26.][11: Carta Magna, Constituição Federal, objeto que preconiza todas as atitudes e deveres legais e infra legais, explícitos ou explícitos. Objetivo último resguardar a vida e garantir a cidadania dos indivíduos pertencentes a uma nação.][12: Para melhor compreensão vide a obra completa.][13: Ibid., p. 27.]
A execução é a fase de implementação da política, devendo ser observadas as diretrizes correspondentes a formulação, tendo como base a transparência, eficiência e eficácia dos processos. No entanto, de acordo com texto é possível que, nesta fase, haja desvios de variadas ordens desde orçamentarias ou de interesses, sendo indispensável o pleno acompanhamento e controle pelos órgãos de fiscalização em conjunto com a sociedade civil[14: Ibid., p. 31.]
A avaliação é “ o momento em que se verifica o impacto concreto da política”. Nesta fase basicamente é analisado a efetividade da política, se tem viabilidade de continuar sendo executada. Uma política que não dá certo, por motivos óbvios, é descontinuada ou, no mínimo, aperfeiçoada. Os estudos de viabilidade e implementação dão propriedade a saber qual é a melhor política pública a aplicar em determinada região, população e de acordo com os aspectos macroestruturais daquele momento. Segundo o texto, “trata-se de critérios objetivos que permitem julgar se e por que uma política é preferível à outra” (FIGUEREDO, apud. Duarte, 2013). A respeito da avalição é importante que seja feito por agentes externos a sua elaboração-formulação para que se tenha imparcialidade no julgamento e que própria sociedade se manifeste perante seus resultados, se foi útil ou não, se cumpriu ao que se propôs ou apenas se caracterizou em desperdícios de recursos a sociedade como um todo e, neste caso, mostrar-se contra as atitudes mal-intencionadas e clamar por melhorias.[15: O atual ministro das comunicações Gilberto Kassab, tem como proposta a daçãode patrimônio público e perdão de dívidas as empresas de telecomunicações, que ele afirma, e a contrapartida delas seria a melhoria da qualidade dos serviços prestados, todavia, sem nenhum direcionamento de como elas fariam isso. Este fato mostra claramente o que está escrito na página 38. Resumidamente, é a subordinação do estado à garantia da acumulação de riqueza privada. ]
A fase de fiscalização e controle é correlacionada e interativa às fases do ciclo, em razão de ser crucial ao perfeito funcionamento das ações como um todo. Óbvio, com desvios em quaisquer das fases, não haverá um impacto concreto na sociedade subordinada aquela política, exemplo comum, é “a política minha casa minha dívida, vida” que preconiza dar moradia a quem precisa, mas, que nos munícios são feitos acordos de quem tem prioridade, ou seja, aquele amigo do vereador mais bem quisto, certamente pula para o top da lista, certamente deve haver mecanismos para burlar esses atos, entretanto, ainda persiste àquele “jeitinho” de se fazer política [grifo do autor]. Necessariamente, todas as etapas precisam ser acompanhadas pela sociedade como um todo para evitar a aprovação de medidas, que com o tempo, serão danosas socialmente.[16: Deixar claro, que isso é apenas uma observação do autor diante de sua realidade. É claro que existem lugares no Brasil aonde não se observa tais atos ilícitos.][17: Vide nota 41, página 33.][18: Ibid., p. 32.]
Considerações finais
Um ponto importante para ser destacado que não está explicitamente colocado é a atuação de cada poder. Os poderes Executivo e Legislativo são estes os principais formulares e implementadores de políticas públicas, são eles que devem proporcionar ao Estado a efetivação dos direitos do povo. A CF de 1988 institucionaliza os direitos fundamentais de forma explicita e por meio destes derivam uma gama maior de deveres para o Governo e sociedade. Nada obstante, o modelo de sociedade ao qual vive o brasileiro, é um ambiente de profunda desconfiança sobre as autoridades eleitas, pois, é categórico a não preocupação deles frente aos problemas sociais. Essa realidade corrobora para a não observância dos direitos socialmente necessários ao povo, sem o qual seria extremamente complexo viver. Tendo em vista que os governantes não são dotados, muitas vezes, de conhecimento formalizado a despeito de leis ou planejamento, a maioria, literal entra no meio político para “enriquecer as custas daquela sociedade”, mantem apenas o caráter assistencial das políticas já implementadas e malmente. Em razão disso o texto aponta para uma situação perigosa, a Judicialização da política, Claudio Pereira de Souza Neto, segundo o autor “ a jurisprudência brasileira ‘judicializa’ excessivamente a política”, o problema aqui é: formar um Estado ou Governo que, somente, arca com suas obrigações sob a égide judicial. É o que acontece na prática! O poder judiciário, está, além de suas atribuições naturais, atuando como ente regulador dos outros poderes na garantia de suas obrigações. Não obstante, o judiciário não é dotado de recursos suficiente para julgar determinada política, afirma o texto, em razão de que as políticas públicas transpassam a linha do Direito, é necessário que o juiz tenha conhecimentos sobre política, economia, administração para, assim, não ignorar o contexto global de uma ação e ter um parecer adequado. Altear-se-á que esses campos são específicos dos outros poderes, porém, devido a não observância de suas obrigações, agora o cidadão precisa recorrer ao juiz para receber determinado serviço de obrigação constitucional do Estado. [19: Ibid., p. 28.][20: Ibid., p. 37.][21: Ibid., p. 28.]
O governo deve volta seus esforços para a garantia do bem-estar social, e não submeter seus recursos ao capital privado, como acontece atualmente, a bagatela de recursos públicos direcionados ao investimento particular com o intuito de acumulação de capital é enorme, somente o “cheiro da verba pública” escorre para o suprimento as demandas sociais, educação pública, saúde, segurança, tudo é muito carente nos órgãos da administração, nos municípios, então, esse problema é maior. É interessante que o Estado em si foi concebido para dirimir as questões populares de forma justa e proteger os direitos individuais e coletivos, porém, se o próprio nega sua principal função, se o cidadão deve, literalmente, brigar para auferir direitos básicos, vida, segurança, educação e saúde, que em diversos casos são negados a ele. Essa condição põe em risco a própria razão de existir do Estado.[22: Ibid., p. 38.]
Para mudar essa condição de um Governo ineficiente é imprescindível à atuação em peso da sociedade civil junto aos mecanismos reguladores, resumidamente aqui como poder judiciário, é preciso ter consciências das obrigações de cidadão e mostrar que os atos ilícitos e eivados de corrupção não serão aceitos, muito menos a subjugação da vida social ao poder econômico do capital global que vê como custos a manutenção dos direitos sociais e vincula a política estatal a tutela da renda financeira. Umas das dificuldades é por que no Brasil não tem tradição em fiscalizar os programas de governo. Diante disso, o texto culmina dizendo que, cabe ao judiciário assumir o papel de mediador entre os poderes e a sociedade, estabelecendo o diálogo entre eles e exigindo explicações, sempre que provocado.[23: O texto expressa mais órgãos, vide página 33.][24: Ibid., p. 41.]