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TRABALHO PROCESSO PENAL

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FACULDADES INTEGRADAS DE OURINHOS –FIO
ALUNA: VALÉRIA SOARES DA SILVA QUAGGIO
ID: 55859
É possível admitir a prova ilícita para provar a inocência do réu, com base no principio da ampla defesa?
Qual o limite da admissão da prova ilícita em relação ao principio da ampla defesa.
Qual o limite do principio da ampla defesa em relação a prova ilícita. 
Primeiramente há de se falar que tanto o principio da ampla defesa e o principio da inadmissibilidade de provas ilícitas são regulados pela Constituição federal, nos incisos LV e LVI respectivamente, e ambos se opõem. Já que o principio da ampla defesa diz que o réu poderá utilizar de todos os meios de provas cabíveis, porque como hipossuficiente em relação ao Estado que é sempre mais forte por agir com órgãos constituídos e preparados, com amplo acesso a fontes e informações, merece o réu ser protegido, concedendo a esse, vários direitos, para compensar essa força estatal. 
O principio da inadmissibilidade das provas ilícitas, vale-se justamente daquelas provas advindas de meios ilícitos que são as produzidas infringindo normas ou princípios do direito material ou direitos e garantias previstas na Constituição Federal, e as provas ilegítimas que são as que infringem as normas e princípios do direito processual. Servindo assim, essa inadmissibilidade das provas ilícitas, para tutelar direito e garantias individuas, e bem como limitar a liberdade de prova, ou melhor, a liberdade de investigação do fatos pelo juiz, justamente para que se de ao processo um ensejo ético e social.
Para se solucionar esse conflito vemos que a única maneira que se pode utilizar a prova ilícita, é quando está trouxer benefícios ao réu, já que este está por defender um principio de maior monta da Constituição, que é o da liberdade. Pelo fato do próprio principio da inadmissibilidade das provas ilícitas ser um principio relativo, já que quando um interesse de maior relevância estiver em jogo ou direito fundamental com ele contratante, poderá ser violado. Nascendo essa tese o principio da proporcionalidade, onde nem todas as provas ilícitas devem ser totalmente aceitas ou excluídas, devendo assim o juiz analisar cada caso.Sustentada pela visão de Ada Pellegini Grinover, 
"da aplicação do princípio da proporcionalidade sob a ótica do direito de defesa, também garantido constitucionalmente, e de forma prioritária no processo penal, tudo informado pelo princípio do favor rei. Além disso, quando a prova, aparentemente ilícita, for colhida pelo próprio acusado, tem-se entendido que a ilicitude é eliminada por causas legais, como a legitima defesa, que exclui a antijuridicidade".
Conclui-se que a prova ilícita “pro reo” é uma exceção considerada legítima, pois objetiva comprovar a inocência de um acusado. Pois apesar de ser alvo de grande discução, parte majoritária da doutrina bem como Supremo Tribunal Federal entendem ser aplicável o principio da proporcionalidade, uma vez que a ilicitude é eliminada por causa excludentes de antijuridicidade, tendo em vista o principio da inocência, mesmo que fere direitos de terceiros e do próprio réu. Julgado nesse sentido abaixo:
HABEAS CORPUS - Utilização de gravação de conversa telefônica feita por terceiro com a autorização de um dos interlocutores sem o conhecimento do outro quando há, para essa utilização, excludente da antijuridicidade. Afastada a ilicitude de tal conduta - a de, por legitima defesa, fazer gravar e divulgar conversa telefônica ainda que não haja o conhecimento do terceiro que está praticando o crime - é ela, por via de conseqüência, lícita e, também conseqüentemente, essa gravação não pode ser tida como prova ilícita, para invocar-se o art. 5º, LVI, da Constituição com fundamento em que houve violação da intimidade (art. 5º, X, da Carta Magna). Habeas Corpus indeferido.]
Bibliografia
Nucci, Guilherme de Souza, Manual de Processo Penal e Execução Penal. Editora Forence, 13 edição. Rio de Janeiro. 2016.
GRINOVER, Ada Pellegrini; FERNANDES, Antonio Scarance; GOMES FILHO, Antonio Magalhães. As Nulidades no Processo Penal. 7ª Edição. Revista dos Tribunais, São Paulo, 2001.
STF - HABEAS CORPUS - 1ª TURMA - DJ. 15/08/1997 - RELATOR: MIN. MOREIRA ALVES

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