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Aula 5 Dos direitos básicos do consumidor

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DIREITO DO CONSUMIDOR
Dos Direitos Básicos do Consumidor
Da Qualidade dos produtos e 
Serviços, da Prevenção e da 
Reparação dos Danos
Profa. Daniela dos Santos
DOS DIREITOS BÁSICOS DO 
CONSUMIDOR
Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos e
serviços considerados perigosos ou nocivos;
II - a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos produtos e serviços, asseguradas a liberdade de
escolha e a igualdade nas contratações;
III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de
quantidade, características, composição, qualidade, tributos incidentes e preço, bem como sobre os riscos que
apresentem;
IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem como
contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e serviços;
V - a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais ou sua revisão em
razão de fatos supervenientes que as tornem excessivamente onerosas;
VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos;
VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à prevenção ou reparação de danos
patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou difusos, assegurada a proteção Jurídica, administrativa e técnica
aos necessitados;
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo
civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras
ordinárias de experiências;
X - a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em geral.
Parágrafo único. A informação de que trata o inciso III do caput deste artigo deve ser acessível à pessoa com
deficiência, observado o disposto em regulamento.
�O artigo traz uma síntese de direito material e
processual que deverá nortear o julgador nas causas
consumeristas.
�O legislador ao elencar os direitos básicos, faz
questão de ressaltar que se tratam de direitos do
consumidor, não podendo ser usado pelo fornecedor
a seu favor.
�Primeiramente far-se-á o estudo dos incisos que não
estão contemplados em outros artigos.
�Destaca-se o princípio da conservação dos contratos de
consumo ao prever, a modificação das cláusulas
contratuais que estabeleçam prestações
desproporcionais (teoria da lesão) ou sua revisão em
razão de fatos supervenientes que as tornem
excessivamente onerosas (teoria da imprevisão/teoria
do rompimento da base objetiva o negócio jurídico).
�Da primeira parte do artigo percebe-se a figura da
lesão, nesses casos basta provar a quebra da
comutatividade, não sendo necessário provar a
inexperiência do consumidor, a demonstração do
elemento objetivo (a desproporcionalidade das
prestações) configura a lesão, uma vez que a
vulnerabilidade do consumidor é presumida.
Art. 6º, V - CDC
� A segunda parte do inciso contempla a “revisão das
cláusulas contratuais em razão de fatos
supervenientes que as tornem excessivamente
onerosas”, trata-se da teoria da base objetiva do
negócio jurídico.
�Nesse sentido manifestou-se o STJ:
“O preceito esculpido no inciso V do art. 6º do CDC dispensa a
prova do caráter imprevisível do fato superveniente, bastando
a demonstração objetiva da excessiva onerosidade advinda
para o consumidor”. (STJ, Resp. 370598/RS, Rel. Min. Nancy
Andrighi).
�O Código Civil sobre o título da Seção IV – da resolução por
onerosidade excessiva, art. 478 - filiou-se a Teoria da
imprevisão exigindo que a parte prejudicada prove o
enriquecimento da outra parte através da obtenção de uma
vantagem substancial, e demonstrar que houve onerosidade.
�Sinteticamente, as diferenças:
Teoria da Imprevisão (CC) Teoria da Base Objetiva do Negócio 
Jurídico (CDC)
Exige a imprevisibilidade e a 
extraordinariedade do fato superveniente
Não exige (somente o fato superveniente)
Exige a extrema vantagem do credor Não exige essa condição
Implica resolução (somente com a 
vontade do credor)
Implica revisão (resolução somente 
quando não houver possibilidade de 
revisão. Aplicação do princípio da 
conservação do contratos
Art. 6º, VI e VII- CDC
�Tal dispositivo prevê a possibilidade do consumidor
ser ressarcido integralmente dos danos que venha
sofrer.
�O ressarcimento integral deverá se dar tanto em
relação ao dano patrimonial e/ou moral, seja a
título individual, seja a título coletivo.
�Sobre o dano moral, nas relações de consumo há
muitas formas de abusos praticados por
fornecedores de produtos e serviços que geral esse
tipo de dano.
�O mais comum é o “abalo de crédito”, que ocorre
quando uma pessoa tem seu crédito negado
indevidamente. (SPC, Serasa, Cadin, Bacen,
protesto indevido de título, etc.)
�Cabe ressaltar que no dano moral não há
necessidade de se provar o prejuízo operado em
razão do fato lesivo, a jurisprudência do STJ é
pacífica nesse sentido: “basta a inscrição indevida
em cadastro de inadimplentes para ser indenizado
por dano moral, não havendo a necessidade de
provar prejuízo ou sofrimento”.
�Por sua vez, a jurisprudência tanto nas relações de
consumo como em outras relações, tem a tendência
de afastar o dano moral que não apresentem
gravidade relevante.
�Nesse sentido, o STJ tem entendido que somente
haverá dano moral em caso de inadimplemento
contratual quando ocasionar transtornos
consideráveis, com repercussão na esfera íntima da
vítima.
�Em relação ao cheque, o STJ editou duas Súmulas
envolvendo o dano moral:
�Súmula 370: “Caracteriza dano moral a apresentação
antecipada de cheque pré-datado”.
�Súmula 388: “A simples devolução indevida de cheque
caracteriza dano moral”.
�Outra forma interessante de indenização por dano
moral é a “perda do tempo livre”, trata-se de situações
intoleráveis, em que há desídia e desrespeito aos
consumidores.
�São os famosos call center, percebe-se claramente o
desrespeito com o consumidor, que é prontamente
atendido quando da contratação, mas, quando busca o
atendimento para resolver qualquer impasse, é
obrigado, injustificadamente, a perder seu tempo livre.
�No intuito de conter os abusos perpetrados pelos
fornecedores, foi editado o Decreto n. 6523/08,
tratando de normas gerais sobre os serviços de
atendimento ao consumidor (SAC) dos serviços
regulados pelo Governo Federal: energia elétrica,
telefonia, televisão por assinatura, planos de saúde,
aviação civil, empresas de ônibus, bancos e cartões
de crédito fiscalizados pelo Banco Central.
�http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-
2010/2008/decreto/d6523.htm
�O dano moral tem uma “função preventiva”, condenando o
fornecedor a pagar quantia suficiente para servir de
desestímulo à perpetuação da conduta, evitando assim danos
futuros.
�De modo geral, o julgador utiliza de três critérios para
quantificar o dano moral: o grau de culpa do ofensor;
gravidade e repercussão da ofensa e situação econômica do
ofensor e do ofendido.
� STJ: Como cediço, o valor da indenização sujeita-se ao controle do
Superior Tribunal de Justiça, sendo certo que, na sua fixação, recomendável que
o arbitramento seja feito com moderação, proporcionalmente ao grau de culpa,
ao nível socioeconômico dos autores e, ainda, ao porte econômico dos réus,
orientando-se o juiz pelos critérios sugeridos pela doutrina e pela jurisprudência,
com razoabilidade, valendo-se de sua experiência e do bom senso, atento à
realidade da vida e às peculiaridades de cada caso. In casu , o quantum fixado
pelo Tribunal a quo , a título de reparação de danos morais, mostra-se
razoável, limitando-se à compensação do sofrimento advindo do evento danoso.
(STJ,AgRg657289/BA, Rel. Min. Jorge Scartezzini).
� Embora grande divergência na doutrina e jurisprudência o
“dano moral coletivo” foi expressamente previsto no art. 6º,
incisos VI e VII do CDC.
�Configura dano moral coletivo a injusta lesão à esfera moral
de certa comunidade; a violação a determinado círculo de
valores coletivos.
�Como exemplos temos o dano moral gerado por propaganda
enganosa ou abusiva; recentemente, o apagão aéreo, nesse
caso a coletividade foi lesada, independente dos danos que
cada indivíduo teve pessoalmente com os atrasos e
contratempos.
�Por isso que se diz que o dano moral coletivo somente
abrange os direitos difusos e coletivos.
� Sobre o aspecto da prevenção de danos, o Decreto
7.963/13 instituiu o Plano Nacional de Consumo e
Cidadania, tendo como eixo a “prevenção e redução de
conflitos”, compostas pelas seguintes ações:
I – aprimoramento dos procedimentos de atendimento ao
consumidor no pós-venda de produtos e serviços;
II – criação de indicadores e índices de qualidade das
relações de consumo;
III – promoção da educação para o consumo, incluída a
qualificação e capacitação profissional em defesa do
consumidor.
�http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-
2014/2013/decreto/d7963.htm
Art. 6º, VIII, CDC
� O inciso VIII do art. 6º prevê a inversão do ônus da
prova a favor do consumidor quando for verossímil
sua alegação ou quando ele for considerado
hipossuficiente.
�Portanto, o CDC adotou a regra da distribuição
dinâmica do ônus da prova, a fim de reequilibrar a
relação processual o juiz poderá inverter a
distribuição incialmente feita pela regra geral (CPC).
�O art. 51, VI, CDC, veda a convenção que estabeleça
a inversão do ônus da prova em prejuízo do
consumidor:
Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas
contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços
que:
VI - estabeleçam inversão do ônus da prova em prejuízo do
consumidor;
�Importante destacar a diferença no tocante a
“vulnerabilidade” (direito material) e
“hipossuficiência” que é fenômeno processual que
deverá ser analisado casuisticamente.
�Segundo parte da doutrina, o conceito de hipossuficiente
envolve, aspectos econômicos e técnico-científicos, assim, a
inversão do ônus da prova respeita tanto a dificuldade
econômica, quanto a técnica do consumidor em provar os
fatos constitutivos de seu direito.
�Por exemplo: caso um consumidor seja cobrado pela
concessionária de telefonia por várias ligações
internacionais. O consumidor afirma categoricamente que
não realizou as ligações e requer o cancelamento das
mesmas ou a restituição dos valores pagos. A grande questão
é: como o consumidor provará o fato alegado (fato
constitutivo de direito) nessa hipótese? Ou , como provará
que não realizou as ligações? Quando o consumidor tem
dificuldades na realização da prova (hipossuficiência
técnica) ou a produção é muito onerosa (hipossuficiência
econômica), o juiz, de modo a equilibrar a disputa
processual, deve inverter o ônus da prova, que pode ser de
ofício ou a requerimento da parte.
�A inversão do ônus da prova não é automática, devendo
o juiz justificar devidamente se presentes os
pressupostos da referida norma, para então operar a
inversão.
�A inversão do ônus da prova prevista no inciso VIII do
art. 6º do CDC é chamada de ope judicis, ou seja, pelo
juiz.
�Mas o CDC também prevê em casos específicos como da
responsabilidade e da publicidade, a chamada inversão
do ônus da prova ope legis, ou seja, a própria lei é que
distribui o ônus da prova, na verdade, tecnicamente,
não há inversão do ônus da prova, uma vez, que é a
própria lei que institui a quem caberá provar os fatos.
Inversão do 
ônus da 
prova
Ope Legis
Art. 12, §
3º, II
Art. 14, §3º, 
I Art. 38
Ope Judicis
Art. 6º, VIII
Art. 7º, CDC
Art. 7° Os direitos previstos neste código não excluem
outros decorrentes de tratados ou convenções
internacionais de que o Brasil seja signatário, da
legislação interna ordinária, de regulamentos
expedidos pelas autoridades administrativas
competentes, bem como dos que derivem dos
princípios gerais do direito, analogia, costumes e
equidade.
Parágrafo único. Tendo mais de um autor a ofensa,
todos responderão solidariamente pela reparação
dos danos previstos nas normas de consumo.
�Diante das plúrimas fontes legislativas, surge a
necessidade de coordenação entre as normas do
ordenamento jurídico.
�Cláudia Lima Marques, expõe que “é o atual e
necessário ‘diálogo das fontes’, a permitir a
aplicação simultânea, coerente e coordenada das
plúrimas fontes legislativas convergentes”.
�O diálogo de fontes propiciará, portanto, a conexão
intersistemática existente entre o CDC e outros
diplomas legais, principalmente o Código Civil,
decorrência da forte aproximação principiológica
entre ambos, buscando ampliar os benefícios e
amparar melhor o consumidor.
�Nesse sentido o STJ reconheceu a aplicação da
teoria do ‘diálogo de fontes’:
“Não se pode interpretar o Código de Defesa do
Consumidor de modo a tornar qualquer encargo contratual
atribuído ao consumidor como abusivo, sem observar que as
relações contratuais se estabelecem, igualmente, através de
regras de direito civil. O CDC não exclui a principiologia
dos contratos de direito civil. Entre as normas consumeristas e
as regras gerais dos contratos, insertas no Código Civil e
legislação extravagante, deve haver complementação e não
exclusão. É o que a doutrina chama de Diálogo das Fontes”.
(STJ, REsp 1060515/DF, Rel. Min. Honildo Amaral de mello
Castro).
�Segundo Cláudia, são três os tipos de diálogos
possíveis entre o Código Civil e o CDC:
1) Pela aplicação simultânea das duas leis: uma
lei pode servir de base conceitual para a outra;
(Fornecedor, consumidor, pessoa jurídica,
nulidade, prova, etc.)
2) Pela aplicação coordenada das duas leis:
uma lei pode complementar outra, indicando a
aplicação complementar tanto de suas normas, se
de seus princípios, ou mesmo, subsidiariamente.
�A subsidiariedade é um diálogo de
complementariedade, primeiro esgota-se a
aplicação de uma lei, depois, no que couber, aplica-
se conjuntamente a outra.
�Na relação de consumo, aplica-se, prioritariamente,
o CDC e, subsidiariamente as normas do Código
Civil. Ex. Prescrição.
�A única exceção ocorre na hipótese de contrato de
transporte, quando o art. 732 do CC prevê
expressamente a subsidiariedade das leis especiais.
3) Pelo diálogo das influências recíprocas:
percebe-se que ao entrar em vigor o Código Civil
influenciou a interpretação a ser dada ao CDC,
diferenciando a aplicação das normas. O STJ, por
exemplo, após a entrada em vigor do CC adotou a
teoria finalista e não mais a maximalista para se
interpretar o conceito de consumidor.
�Ainda, nessa seara, nada impede a possibilidade de
efetuar o diálogo do CDC com outros ramos do
direito, desde que haja pertinência na sua aplicação.
Exemplo: tutela coletiva.
Diálogo das Fontes
Diálogo sistemático de coerência
Aplicação simultânea das duas leis
Uma lei serve de base conceitual
para outra. Geralmente acontece
quando uma lei é geral e a outra
especial. Uma, é o sistema e, a outra,
o microssistema. O CDC (norma
específica microssistema) teve a
preocupação d disciplinar conceitos
específicos que importam ao Direito
do Consumidor. Conceitos gerais não
foram contemplados, assim se utiliza
os previstos no CC.
Diálogo sistemático de 
complementariedade e 
subsidiariedade 
Aplicação coordenada das duas leis
A própria subsidiariedade já é uma
complementaridade.
Regra Geral:
CDC – aplicação prioritária nas
relações de consumo
CC – aplicação subsidiária (aplica-se
somente o que couber e ao lado do
CDC não no lugar
Exceção – Art. 732 do CC – Contrato
de transporte.
Diálogo de coordenaçãoe 
adaptação sistemática
Diálogo de influências 
recíprocas
É um diálogo de influência
recíprocas, redefinindo o
campo de aplicação de uma
lei.
Ex: o conceito de
consumidor foi redefinido
pela jurisprudência –
corrente finalista – o CC é
capaz de regular relações
entre dois civis ou dois
empresários;
�O parágrafo único do art. 7º, trata de um dos mais
relevantes aspectos no que se refere a Responsabilidade
Civil por danos causados a consumidores: a
responsabilidade solidária dos causadores do dano.
�Como a responsabilidade é objetiva, o consumidor
prejudicado poderá intentar a ação de reparação contra
todos os que estiverem na cadeia de responsabilidade.
�O princípio da solidariedade no CDC foi inserido por
uma política de proteção ao consumidor. Além de
facilitar a reparação e compensação ao consumidor,
também serve para que os fornecedores tenham maior
cuidado na escolha dos serviços que oferecem.
Da qualidade de Produtos e Serviços, da Prevenção e 
da reparação dos Danos – arts. 8º, 9º e 10 - CDC
Art. 8° Os produtos e serviços colocados no mercado de consumo não
acarretarão riscos à saúde ou segurança dos consumidores, exceto os
considerados normais e previsíveis em decorrência de sua natureza e
fruição, obrigando-se os fornecedores, em qualquer hipótese, a dar as
informações necessárias e adequadas a seu respeito.
Parágrafo único. Em se tratando de produto industrial, ao fabricante
cabe prestar as informações a que se refere este artigo, através de
impressos apropriados que devam acompanhar o produto.
Art. 9° O fornecedor de produtos e serviços potencialmente nocivos
ou perigosos à saúde ou segurança deverá informar, de maneira
ostensiva e adequada, a respeito da sua nocividade ou periculosidade,
sem prejuízo da adoção de outras medidas cabíveis em cada caso
concreto.
Art. 10. O fornecedor não poderá colocar no mercado de
consumo produto ou serviço que sabe ou deveria saber
apresentar alto grau de nocividade ou periculosidade à saúde
ou segurança.
§ 1° O fornecedor de produtos e serviços que, posteriormente à
sua introdução no mercado de consumo, tiver conhecimento da
periculosidade que apresentem, deverá comunicar o fato
imediatamente às autoridades competentes e aos
consumidores, mediante anúncios publicitários.
§ 2° Os anúncios publicitários a que se refere o parágrafo
anterior serão veiculados na imprensa, rádio e televisão, às
expensas do fornecedor do produto ou serviço.
§ 3° Sempre que tiverem conhecimento de periculosidade de
produtos ou serviços à saúde ou segurança dos consumidores, a
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão
informá-los a respeito.
�Os artigos 8º., 9º e 10 tratam da proteção à saúde e
segurança dos consumidores e deverão ser
analisados por meio da leitura interpretativa dos
incisos I, III e VI do art. 6º do CDC, conhecidos
como princípios da proteção da vida, saúde e
segurança; da informação, e da efetiva prevenção e
reparação de danos.
�A regra é que os produtos e serviços oferecidos no
mercado não podem acarretar riscos à saúde e à
segurança dos consumidores, salvo aqueles que,
pela sua natureza, apresentem em si um risco
inerente (medicamentos, bebidas alcoólicas, fogos
de artifícios, agrotóxicos, etc.).
�OMinistro do STJ Antônio Herman Benjamin, aduz que
“o Direito, de regra, só atua quando a insegurança
ultrapassa o patamar da normalidade e da
previsibilidade do risco, consubstanciando-se em
verdadeiro defeito”.
�Assim, para a interpretação do que é “normal” e
“previsível”, o magistrado deverá, verificar se a
insegurança está de acordo com a legítima expectativa
do consumidor.
�Dois critérios deverão ser analisados: um objetivo,
exigindo que a exist6encia da periculosidade esteja de
acordo com o tipo específico de produto e serviço (faca
corta); e outro subjetivo, analisando se o consumidor
tinha condições para prever a periculosidade.
�Ainda o consumidor em decorrência do princípio da
informação, deve ser informado, de maneira adequada,
sobre a periculosidade ou nocividade do que vai
adquirir, caso contrário, o produto será considerado
defeituoso e se vier a causar qualquer tipo de dano ao
consumidor, este poderá pleitear indenização frente ao
fornecedor.
�Nesse sentido o STJ: “Dano na abertura da lata.
Responsabilidade civil da fabricante. O fabricante de
massa de tomate que coloca no mercado produto
acondicionado em latas cuja abertura requer certos
cuidados, sob pena de risco à saúde do consumidor, e
sem prestar a devida informação, deve indenizar os
danos materiais e morais daí resultantes. Rejeitada a
denunciação da lide à fabricante da lata por falta de
prova. Recurso não conhecido”. (STJ, REsp. 237964/SP
Rel. Min. Ruy Rosado de Aguiar).
�Antônio Herman Benjamin, propõe uma divisão, no
tocante à segurança de produtos e serviços:
periculosidade inerente; periculosidade adquirida (em
razão de defeito) e a periculosidade exagerada.
1) Periculosidade inerente: não enseja indenização.
Exemplos: faca de cozinha, ex-fumante.
2) Periculosidade adquirida: tornam-se perigosos em
decorrência da existência de um defeito que
apresentam (art. 12 CDC), podem ser de fabricação,
design ou projeto ou comercialização.
3) Periculosidade exagerada: em regra não possuem
defeitos, mas as informações não servem para mitigar
os riscos, são considerados defeituosos por ficção. Ex.
brinquedo que apresenta grande possibilidade de
sufocação da criança.
Periculosidade
Inerente
Não é defeituoso pois 
está dentro da 
expectativa da 
normalidade e 
previsibilidade do 
consumidor
Adquirida
É defeituoso. 
Apresenta defeitos de 
concepção, fabricação 
ou comercialização
Exagerada
É defeituoso por ficção 
grande potencialidade 
de causar danos ao 
consumidor
�Ainda com relação à proteção à saúde e à segurança dos
consumidores, vale salientar a aplicação dos princípios
da prevenção e da precaução, típicos do Direito
Ambiental. O CDC visa prevenir os danos causados aos
consumidores, de modo que não ocorram.
�Já pelo princípio da precaução, caso o fornecedor não
comprove que o produto ou serviço não oferecem riscos,
não deve introduzi-lo no mercado.
�Com base no princípio da precaução que os órgãos de
Defesa do Consumidor e o Ministério Público têm
requerido, em ações coletivas, a não inserção e/ou
retirada dos produtos geneticamente modificados.
�Uma vez colocados no mercado de consumo e posteriormente
tenha conhecimento de algum vício que poderá afetar à saúde
e segurança dos consumidores, caberá ao fornecedor o dever
de alertá-los, nos moldes do § 1º do art. 10.
�Foi em observância a este disposto que procedeu os
denominados recalls, excelente instrumento para prevenir
possíveis danos advindos dos produtos e serviços após sua
inserção no mercado de consumo.
�Mas o fato de o fornecedor alertar aos consumidores, não o
exime da responsabilidade objetiva sobre os danos
provenientes dos vícios ou defeitos, porém se o consumidor
foi comprovadamente notificado a comparecer para
possibilitar a troca e se mantém inerte, age com negligência e
poderá ter o quantum da indenização reduzida em razão da
culpa concorrente, caso venha sofrer danos posteriores em
razão da peça do recall.
Referências Bibliográficas:
FILOMENO, José Geraldo Brito. Manual de
direitos do consumidor. São Paulo: Atlas, 2010.
GARCIA, Leonardo De Medeiros, Código de
Defesa do Consumidor Comentado artigo por
artigo. Salvador: JusPODIVM, 2016.
MIRAGEM, Bruno. Curso de direito do
consumidor. São Paulo: Editora Revista dos
Tribunais, 2013.

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