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Capítulo 3 1 de 8 EQUAÇÕES DIFERENCIAIS Uma equação diferencial é aquela em que a função incógnita aparece sob a forma da sua derivada. Havendo uma só variável independente as derivadas são ordinárias e a equação é denominada equação diferencial ordinária. EXEMPLOS: 5+= x dx dy ; 023 2 2 =++ y dx dy dx yd ; 3' =+yxy ; xcosyy(y =++ ' )'' 2''' 2 Havendo duas ou mais variáveis independentes as derivadas são parciais e a equação é denominada equação diferencial parcial. EXEMPLOS: y z xz x z ¶ ¶+= ¶ ¶ ; yx y z x z += ¶ ¶+ ¶ ¶ 2 2 2 2 2 ORDEM DE UMA EQUAÇÃO DIFERENCIAL: é a ordem da mais alta derivada que nela aparece. GRAU DE UMA EQUAÇÃO DIFERENCIAL: considerando as derivadas como uma polinómio, é o grau da derivada de mais alta ordem que nela aparece. SOLUÇÃO OU INTEGRAL GERAL: é toda a função que verifica, identicamente, a equação diferencial e vem expressa em termos de n constantes arbitrárias. Se a equação é de primeira ordem, aparece uma constante, se é de segunda ordem, duas constantes, etc.. Capítulo 3 2 de 8 Geometricamente, a solução geral ou o integral geral representa uma família de curvas (denominadas curvas integrais). EXEMPLO: a equação diferencial xsen dx dy = tem como solução geral a seguinte família de curvas a que chamamos campo de direcções da equação diferencial: SOLUÇÃO PARTICULAR OU INTEGRAL PARTICULAR: é toda a solução da equação diferencial que se obtém da solução geral, por particularização da(s) constante(s) e, geometricamente, representa uma das curvas da família de curvas integrais, correspondentes à solução ou integral geral. EXEMPLO: no caso anterior para a constante c=2 temos Capítulo 3 3 de 8 Para a particularização das constantes, com vista à obtenção duma solução ou integral particular, podem ser fornecidas condições que podem ser referidas a uma mesmo valor da variável independente, condições iniciais. Resolver ou integrar uma equação diferencial consiste em determinar a solução geral ou integral geral ou sendo dadas condições, determinar a solução ou integral particular que as satisfazem. Forma Geral das Equações Diferenciais e das suas Soluções Gerais Ordem Forma Geral da Equação Diferencial Forma Geral da Solução Geral 1ª 0)' =y,y,x(f 0c) =,y,x(f 2ª 0)'' ,' ,,( =yyyxf 021 =),cf(x,y,c ... ... ... n 0)' =ny,...,y,y,x(f 01 =),...,cf(x,y,c n Inversamente, sendo dada uma família de curvas, é sempre possível determinar a equação diferencial que lhe está associada, isto é, a equação diferencial que admite essa família de curvas como solução geral. Para isso, deverá Ter-se em conta o número de constantes arbitrárias que aparecem na família de curvas, o que nos indicará a ordem da equação diferencial que se pretende obter, procedendo-se do seguinte modo: ¾ derivar a função que representa a família de curvas dada, até à ordem que coincida com a ordem da equação diferencial procurada; ¾ eliminar as constantes arbitrárias entre a equação da família de curvas dada e as equações obtidas por derivação. Capítulo 3 4 de 8 EXEMPLO: Determinar a equação diferencial associada à família de curvas ycxy 22 += . A equação procurada é de primeira ordem, derivando em ordem a x, tem-se ' 2' 2 ycyy += ou )(yyc 1' 2 -= , eliminando a constante arbitrária vem y)(yxyy 21' 22 +-= . Teorema da existência e unicidade da solução TEOREMA: Se na equação ÷÷ ø ö çç è æ - ÷ø öç è æ = 1 n)n( y,...,''y,'y,y,xfy , a função ÷÷ ø ö çç è æ - ÷ø öç è æ 1 n y,...,''y,'y,y,xf e as suas derivadas parciais em ordem a ÷ ø öç è æ -1 n y,...,''y,'y,y forem funções contínuas num certo domínio 1+ÂÍ nD e se ( ) Da,...,a,a,a n Î210 , então existe uma solução única ( )xy j= da equação diferencial que satisfaz as ( ) 10 aay = , ( ) 20' aay = ,..., ( ) ( ) nn aay =- 01 . Forma Diferencial ou Forma Canónica de uma equação diferencial Uma equação diferencial de primeira ordem, na forma normal, tem a estrutura )y,x(f'y = . Como )y,x(f pode sempre ser considerada um quociente da forma )y,x(N )y,x(M )y,x(f - = , a equação diferencial pode também escrever-se )y,x(N )y,x(M dx dy - = ou seja 0=+ dy)y,x(Ndx)y,x(M ESEP ESEP Capítulo 3 5 de 8 EQUAÇÕES DIFERENCIAIS DE VARIÁVEIS SEPARÁVEIS Se numa equação diferencial da forma 0=+ dy)y,x(Ndx)y,x(M , é possível decompor os coeficientes )y,x(M e )y,x(N em factores tais que as variáveis x e y aparecem separadas, isto é, )y(b).x(a)y,x(M = e )y(d).x(c)y,x(N = , a equação classifica-se de variáveis separáveis. Resolução de Equações Diferenciais de Variáveis Separáveis Se a equação é de variáveis separáveis então podemos passar da forma canónica 0=+ dy)y,x(Ndx)y,x(M para a forma 0=+ dy)y(d).x(cdx)y(b).x(a . Separando as variáveis x e y, de forma a que os coeficientes de dx e dy sejam respectivamente funções de x e de y, resulta uma equação de variáveis separadas. Assim vem: 0=+ dy )y(b )y(d dx )x(c )x(a Integrando temos: ò ò =+ cdy)y(b )y(d dx )x(c )x(a A equação obtida é a solução geral de uma equação de variáveis separáveis. Capítulo 3 6 de 8 EQUAÇÕES DIFERENCIAIS HOMOGÉNEAS DEFINIÇÃO: Uma função diz-se homogénea, de grau n, nas variáveis x e y, se para todo o real l se tiver )y,x(f)y,x(f nl=ll . Consideremos uma equação diferencial na forma canónica 0=+ dy)y,x(Ndx)y,x(M e sejam )y,x(M e )y,x(N funções homogéneas e do mesmo grau, a equação classifica-se de equação homogénea. Resolução de Equações Diferenciais Homogéneas Para resolver uma equação diferencial homogénea fazemos a substituição y=xt. Substituindo a variável y teremos de substituir dy. Como y=xt vem dy=tdx+xdt, diferencial de uma função de duas variáveis. A equação transformada que se obtém da equação homogénea é uma equação de variáveis separáveis. No final eliminamos t, fazendo x yt = . Capítulo 3 7 de 8 EQUAÇÕES DIFERENCIAIS LINEARES Uma equação de primeira ordem diz-se linear se é do primeiro grau na função incógnita e na sua primeira derivada, podendo representar-se simbolicamente por )x(Qy)x(Py' =+ com P(x) e Q(x), funções contínuas. Se Q(x)=0, 0=+ y)x(Py' diz-se uma equação linear homogénea, que é uma equação de variáveis separáveis. Se 0Q(x) ¹ , a equação linear é não homogénea, completa ou com segundo membro. Resolução de Equações Diferenciais Lineares Para resolver equações diferenciais lineares utilizamos expressão úû ù êë é òò- +ò= 1cdx)x(Qeey dx)x(Pdx)x(P com c1 constante arbitrária. Capítulo 3 8 de 8 EQUAÇÕES DE BERNOUILLI Uma equação de primeira ordem diz-se de Bernouilli se pode ser reduzida à forma canónica nyxQyxPy )()(' =+ com P(x) e Q(x), funções contínuas e n constante. Resolução de Equações de Bernouilli Para resolver uma Equação de Bernouilli primeiro que tudo multiplicamos ambos os membros da equação por ny- e obtemos )()( 1' xQyxPyy nn =+ -- Seguidamente fazemos a mudança de variável nyz -= 1 com ')1(' yynz n--= e obtemos )()( 1 ' xQzxP n z =+ - Þ )()1()()1(' xQnzxPnz -=-+ que é uma equação diferencial linear de primeira ordem. Integra-see seguidamente regressa-se à variável y fazendo nyz -= 1
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