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Hematúria Enzoótica

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PLANTAS TÓXICAS
Universidade Federal Rural Do Rio De Janeiro – Campus Seropédica
Medicina Veterinária - Jeferson Bruno Da Silva – Matrícula: 201406074-4
Hematúria Enzoótica
 A ingestão de Pteridium (samambaia), cursa com uma intoxicação que gera 3 diferentes quadros clínico-patológicos: carcinoma no trato digestivo superior, diátese hemorrágica e hematúria enzoótica. 
A hematúria enzoótica é uma das doenças mais importantes do mundo e uma das mais frequentes no Brasil. Ocorre em regiões montanhosas, desmatadas e resfriadas (principalmente nos restos da floresta Mata Atlântica), nos solos ácidos do Sudeste e do Sul do Brasil. Ela é muito comum em MG, SP, RJ, ES, PR, SC e RS, mas menos frequente em BA, PE, MT, AM e AC.
* Na área dentro do círculo, P. arachnoideum é a causa do BEH. Nas outras regiões, não temos certeza de quais espécies de Pteridium ocorrem ou prevalecem. Em algumas regiões, como em torno de Manaus (círculo azul), o solo é muito úmido, mas a samambaia também cresce muito bem. No estado de Acre (círculo rosa), Pteridium sp cresce em terras baixas (pastagens em regiões desmatadas), mas os solos não são tão molhados quanto Manaus.
- A samambaia é uma planta invasora competitiva ao extremo, é difícil combater. Não adianta colocar fogo, ela brota novamente. Pode melhorar a pastagem até que fique um solo rico e colocar uma braquiária, com isso ela não cresce, mas o custo é caro e leva tempo. Tem herbicidas específicos a base de carbamatos para Samambaia que não afetam outras plantas.
- Causa muitas perdas econômicas no Brasil
- Causa intoxicação principalmente em bovinos, mas pode acometer búfalos e equinos.
- Essa planta possui dois princípios tóxicos: ptaquilosídio (cancerígeno) e tiaminase do tipo 2.
 A tiamina ou vitamina B1 é destruída pelo principio tóxico da samambaia (tiaminase). Se o animal não for um ruminante, ele terá deficiência dessa vitamina (no bovino, há grande produção de tiamina pela flora, então não apresentam deficiência caso ingiram samambaia, eles sofrem apenas do efeito carcinogênico e radiomimético dado pelo ptaquilosídio. A deficiência e tiamina mata o animal, por isso que em experimentos, oferece a samambaia ao animal e suplementa com vitamina B1, pq se não ele morreria antes de apresentar hematúria, além disso, é uma causa de polioencefalomalácia tamém (cegueira, incoordenação, opstótono, andar compulsivo, ataxia etc).
- Em ovelhas tem uma forma especial de intoxicação por samambaia, produz uma cegueira causada pela degeneração da retina chamada de "cegueira brilhante", o olho reflete durante a noite. 
Quando os bovinos comem quantidades significativas de Pteridium durante um ano ou mais aprece essa forma de intoxicação, na qual o bovino urina sangue, que é a hematúria enzoótica. Não é aguda, é crônica. 
A Pteridium cresce bem em solos degradados, com deficiência de fósforo, solos ácidos. Ela não gosta de solo muito rico.
- Na Amazônia também cresce samambaia e o solo não é pobre, não é ácido, mas é porque é outra espécie de samambaia.
- Praticamente só animais acima de 2 anos porque leva mais de uma pra intoxicar. Começa a comer por falta de alimento, mas depois o animal adquire um vício ou desenvolve gosto pela planta (não se sabe) e permanecem comendo a planta mesmo com a dieta estabelecida.
- Hematúria pode ser intermitente ou não, depois ela se torna constante e o animal vai ficando anêmico e vai produzindo cada vez menos.
Clínica: urina vermelha sendo eliminada, ás vezes coágulos, vai se tornando anêmico, há perda progressiva de peso e afeta a pelagem e produção. Na fase inicial se remover os animais eles recuperam parcialmente, mas nunca ficam muito produtivos, é o que dizia-se na literatura, mas hoje em dia já se sabe que a maioria dos animais morrem.
Necropsia: A causa da hematúria são neoplasias ou processos hiperplasicos visto na necropsia, que ocorrem na mucosa da bexiga, uma vez que o ptaquilosideo é eliminado na urina e a mesma fica armazenada na bexiga (onde o contato com a urina não é constante como a uretra e ureter, não ocorrem essas lesões). Observa-se o enrugamento e espessamento na mucosa da bexiga.
Obs: podem aparecer diversos tipos de neoplasias na bexiga, malignas ou benignas como hemangiossarcoma, carcinoma, hemangioma etc (não vai pedir).
Em quase todos os casos, há proliferações poliposas, pedicondadas, de couve-flor ou placa, nódulos lisos ou ásperos, cores vermelhas, acastanhadas ou brancas, às vezes com coágulos de sangue aderentes, de alguns milímetros até 5 cm. Em alguns animais, a superfície mucosa é apenas engrossada (áspera).
No local, onde não há tumores, a mucosa é áspera
O exame histológico de novos casos e o reexame de casos de publicações anteriores mostram aspectos peculiares das lesões da bexiga:
* Coexistência de lesões neoplásicas, hiperplasicas, metaplásticas e inflamatórias. 
Obs: Isso estava no slide, mas ele não falou na aula 
Diagnostico diferencial:
- Pielonefrite infecciosa dos bovinos: Causada pela Corynebacterium renale, cursa com pús e ás vezes sai um pouco de sangue e causa febre (a hematúria é afebril, já a forma aguda de intoxicação por samambaia é febril. Além disso, pode até ter inflamação na bexiga, mas não vai ter neoplasia como na hematúria).
-brachiaria radicans (ou brachiara do brejo): faz com animal tenha metahemoglobinúria, o animal urina vermelho, mas é hemoglobina devido à hemólise. Vai ver o animal comendo exclusivamente a brachiaria no brejo. Dá pra diferenciar porque nesse caso, a urina nunca vai sedimentar porque a hemácia esta rompida, na hematúria ele sedimenta porque a hemácia está íntegra na urina. 
-babesia bovis: Causa hemoglobinúria e cursa com febre, diferente da hematúria enzoótica. 
**Nos ovinos essa intoxicação causa adenocarcinoma no intestino cronicamente. 
 
Brachiaria Radicans
- Ela é bem diferente das outras brachiarias, não tem pêlos nas folhas, é bem verdinha, tem umas linhas longitudinais, e só aparece em áreas de brejo, áreas alagadas. 
- os animais só se intoxicam quando a alimentação é exclusiva de brachiaria radicans. 
- Acomete bovinos e búfalos naturalmente. 
-urina avermelhada devido a hemólise, causa anemia.
-se interromper a ingestão dessa brachiaria no começo, é possível reverter o quadro clínco.
Condições que ocorrem a intoxicação: Alimentação exclusiva, principalmente se adubar.
Os sintomas se iniciam de uma a quatro semanas e o animal começa a apresentar urina marrom avermelhada, fezes líquidas, debilidade, anemia, mucosas pálidas, micção frequente, andar torto pela anemia e fraqueza, taquipnéia devido a anemia também, taquicardia, letalidade baixa (se remover reverte).
Necropsia: rins marrom avermelhados, inchados. Bexiga com conteúdo urinário avermelhado (na hematúria tem neoplasia). A urina não sofre sedimentação porque a hemácia foi lisada, outra diferença pra hematúria enzootica. Ocorre também necrose paracentral no fígado que alguns acham que é secundária à anemia. E como tem hemólise, tem hemoglobina nos túbulos e pode haver degeneração (hemoglobina é nefrogênica), causando uma nefrose hemoglobinúrica.
Os níveis de nitrito sobem, mas o problema não é esse. 
Diagnóstico: quadro clinico-patológico típico para animais que pastejam somente B. radicans.
Diagnostico diferencial: 
- Outras patologias que cursam com hemólise.
- Babesia bovis.
- Tem uma planta que causa a mesma coisa mas, só tem em um lugar do Brasil que nem tem brejo (ele não lembrou o nome).
- Hemoglobinúria bacilar (causada pelo clostridium, a fascíola hepática predispõe a hemoglobinúria bacilar pela migração no fígado que causa lesões e predispõe o clostridium proliferar) – diferença: Tem evolução aguda e cursa com necrose hepática.
- Ionóforos (produzem mioglobinúria). 
Principio toxico: não é o nitrito 
Tratamento: funciona, mas é só tirar do brejo. 
Profilaxia: Manter acesso a outro tipo de pasto (para que o animal não coma só rachiaria radicans) ou usar um híbrido (como por exemplo, o tangola que émistura do angola com radicans).
Ditaxis desertorum
-Produz o mesmo quadro
-É uma invasora, região semiárida (oeste da bahia), de boa palatabilidade, bastante tóxica, acomete bovinos.
-Cursa com hemoglobinúria, anemia e em doses elevadas pode causar cólica.
Necropsia: Mucosa pálida, sangue aquoso, bexiga com urina cor de vinho tinto, rins marron-escuros, fígado mosqueado e alaranjado. 
Histopatologia: Nefrose hemoblobinúrica, necrose paracentral no fígado e vacuolização na periferia do lóbulo hepático. Doses elevadas causam lesão no rúmem. 
Diagnóstico: epidemiologia e quadro clínico-patológico.
Diagnostico diferencial: ionóforos, B. radicans.
Principio tóxico não conhecido.
Profilaxia: não colocar os animais em áreas que têm essa planta.
Indigofera hirsuta: Causa anemia hemolítica e os animais urinam azul. Não tem importância econômica. 
Indigofera suffruticosa: Causa anemia hemolítica e os animais urinam vermelho ou azul.
Diagnostico diferencial: tudo que da hemólise como intoxicação por cebola, etc.
Falou um pouco de plantas que produzem aborto (mas essa aula já foi dada)
- Tatrapteres, ateleia, alfafa 
- claviceps purpúrea (fungo) causa vasoconstrição periférica constante (gangrena seca em extremidades), mumifica as partes periféricas e cai, isso é chamado de ergotismo . Em éguas causa aborto.
Salmonela tb pode provocar gangrena seca em bezerro (cursa com diarréia).

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