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Aula 3: Abate: Tecnologia Aplicada à Obtenção de Carne Bovina Tecnologia de Carnes Professor: Simone Bem estar animal X Abate Procedimentos que antecedem o abate são denominados de steps, o bovino é mais resistente no processo do abate, se comparado ao suíno, os steps foram inicialmente aplicados para os suínos, visando o bem estar animal. O stress é um fator determinante na qualidade da carne como produtos final. Manejo pré abate e qualidade da carne Qualidade da carne para o consumidor final está voltada ao manejo da propriedade rural até o abate. O abate deve ocorre sem sofrimento abate humanitária Pode ser definido como o conjunto de procedimento técnicos e científicos que visem o bem estar dos animais, desde o embarque na propriedade rural até chegar na operação da sangria do matadouro/frigorífico. (estabelecimento onde ocorre a morte, com um local de frigorificação anexado) Regulamento direcionado pelo RISPOA 2017 O stress transforma o glicogênio muscular em ácido lático, diminuindo a qualidade da carne, pois ele requer a produção de energia pela forma anaeróbica tecidual. Interfere diretamente na transformação do musculo em carne, tornando o rigor mortis alterado, alterações na coloração cárnea. A carne, leite e ovos, são fontes básicas de proteína animal com alto valor biológico Carne de consumi (Art 14. RIISPOA): massas musculares que estejam aderidas a base óssea ou não. Copiar slide Transporte Tipos: Rodoviário: mais comum, Outros (caminhada, marítimo, ferroviário, etc) Manejo cuidadoso, Horários Rampa – máximo 20° Causas do estresse: Temperaturas elevadas devido as brigas ou stress do transporte, além das condições climáticas. Umidade Grandes distâncias Diminuição do espaço Perda de 0,75 a 11% de peso nas primeiras 24 horas Animais que chegam agonizando ao matadouro por inúmeros motivos que podem ocorrer durante o transporte, tem que abatidos imediatamente devido ao sofrimento. Esse fator altera a ordem de produtividade da empresa. Abate Partes machucadas, depois graxaria – parte líquida ou gordura – biodiesel e bioóleos, parte sólidas: ossos e músculos – farinha de origem animal que originam as rações. Chegada ao matadouro: recepção Inspeção pelo SIF Checagem de documentação (GTA, brincos) e contagem Rampas de desembarque Inclinado, concreto armado e com piso antiderrapante Seringa e brete de contenção: exame de fêmeas (idade e gestação) e inspeção de animais suspeitos Inspeção Ante Mortem Recepção Curral de Chegada e seleção: recebimento, apartação e formação lotes Curral de Matança: receber animais aptos à matança normal (espera), os animais ficam em descanso, jejum e dieta hídrica. Curral de Observação: exame animais excluídos da matança normal (3m distância, réguas finais vermelho, 5% área total dos currais matança, seringa e brete, “privativo da Inspeção Sanitária) Currais Os currais de chegada e seleção devem propiciar a separação dos animais em categorias (sexo, idade, estado físico), para diminuir a competição entre os animais, evitando uma queda na qualidade da carcaça. Currais de espera/matança: densidade de 2,5 m quadrados por animal. *Currais de Espera Currais Pisos: desague em canaleta com declive de 2%, parte externa, pavimentado, anti-derrapante e material fácil higienização Cercas: duplas, 2,00m altura, material resistente Cordão sanitário: muretas separatórias – ao longo e sob a cerca, 0,5 m. Bebedouros: renovação de água, alvenaria, 20% animais bebam água simultaneamente. Jejum e dieta hídrica RIISPOA - Art. 110 - É proibida a matança de qualquer animal que não tenha permanecido pelo menos 24 (vinte e quatro) horas em descanso, jejum e dieta hídrica nos depósitos do estabelecimento § 1º - O período de repouso pode ser reduzido, quando o tempo de viagem não for superior a 2 (duas) horas e os animais procedam de campos próximos, mercados ou feiras, sob controle sanitário permanente; o repouso, porém, em hipótese alguma, deve ser inferior a (seis) horas. Abater um animal estressado, produz carne DFD que é escura e seca, devido ao pH elevado da carne. O jejum serve para facilitar as manobras de aberturas cavitárias, afim de diminuir o risco de contaminação e rompimento das vísceras. O jejum hídrico é permitido para que o animal esteja hidratado, facilitando a esfola correta do animal, seja ela manual ou mecânica. As principais vias de contaminação da carne bovina são o conteúdo gastrointestinal e os pelos do animal. Inspeção ante-mortem – Jejum e dieta hídrica Jejum e dieta hídrica Facilita a serragem Redução do conteúdo gástrico Redução da carga microbiana Condução e lavagem dos animais Objetivos: Instalações: Rampas com porta em guilhotina e Chuveiros (água - 15ppm de cloro) - 3 atm. de pressão, serve para retirar grande parte das sujidades do corpo. Final da rampa – seringa Banho de Aspersão Banho coletivo – dorso e lateral Seringa Banho individual – dorso e lateral (2 níveis) Uso de água gelada, fazendo com que o sangue se concentre nos grandes vasos, invés da região periférica, isso facilita a posterior etapa de sangria. Matança – Atordoamento - Ponto Crítico Atordoamento ou insensibilização RIISPOA: Art. 135. Só é permitido o sacrifício de animais de açougue por métodos humanitários, utilizando-se de prévia insensibilização baseada em princípios científicos, seguidos de imediata sangria. Deixar o animal inconsciente até o final da sangria. De 12 a 60 segundo Insensibilização da região hipotalâmica, para que o animal não sinta dor. Tem que ser bem feita para que o animal não sinta dor posteriomente Métodos: Mecânicos: percussivo penetrativo penetra e ultrapassa o osso e não penetrativo funciona como se fosse uma pancada. Elétrico: eletronarcose, insensibilização pelo choque. Químicos: Exposição à atmosfera controlada, feito pela saturação de gás carbônico para controlar a insensibilização. Métodos de Insensibilização Percussivo penetrativo: Pistola de dardo cativo (pneumático ou explosão): acionada por cartucho de explosão – dardo (embolo) atravessa o crânio em alta velocidade (100 a 300m/s) e força (50 Kg/mm2), produzindo uma cavidade irreversível e temporária no cérebro e altamente eficiente. Bovinos, eqüinos e ovinos, dura até 60 segundos Pistla pneumática de penetração: terminal em bastão de 11mm de diamentro com extremidade convexa e força de impacto de 8 a 12kg/cm2, causa grave laceração encefálica e eficaz insensibilização. Não possuem injeção direta de ar (60 segundos) Percussivo não penetrativo: Marreta: abate clandestino – grave lesão tecido ósseo, afundamento região atingida Martelo pneumático não penetrante: injúria cerebral difusa – pancada súbita, ocasiona deformação rotacional cerebral (baixa eficiência, dura apenas 30s). Atordoamento e Insensibilização Sinais de Atordoamento Ausência de respiração rítmica, mandíbula relaxada, expressão fixa e vifrada, língua para fora, ausência de reflexo córneo e ausência de som, o animal não deve vocalizarb. Vômito, os animais normalmente vomitam após a insensibilização. Em suínos usar sempre eletronarcose, devido a sua alta insensibilização. Porque ele vai sentir muita dor, e acabar complicando a qualidade da carne no momento do abate. Abate: Kasher e Halal RIISPOA - Art. 135. § 2. Preceitos religiosos (jugulação cruenta) Bovinos, ovinos e aves Corte: grandes vasos pescoço e traquéia: alegação proporcionar sangria completa e isquemia cerebral Halal (Mulçumanos): oração à Alá antes do abate Kasher (Judeus) não é necessário a oração Métodos de Insensibilização Área de vômito: cama, mangueira, drenagem, maneia, chuveiro Insensibilização deficiente Vocalizações, Reflexos oculares presentes, movimentos oculares, contração dos membros dianteiros. Lesão no crânio provocada por marreta Lesão no crânio provocada por pistola pneumática Matança – Sangria /Ponto Crítico Sangria - Art. 140 - A sangriadeve ser completa e de preferência realizada com o animal suspenso pelos membros traseiros. Objetivos Cuidados: 2 facas – barbela e grandes vasos Tempo: mín. 3 min. Volume sangüíneo: 6,4 a 8,2 l/100kg de peso vivo Volume retirado: 3,96 l/100kg - animal deitado 4,42 l/100kg animal dependurado Matança - Sangria Fatores relacionados c/ eficiência da sangria Estado físico do animal Método de atordoamento Sangria propriamente dita Matança – Esfola / Ponto Crítico Esfola e remoção da cabeça Objetivos Cuidados: o animal não pode encostar no outro, peles são retiradas e colocadas em carrinhos ou chute – enviadas para o curtume. Tipos: manual ou mecânica Esfola e remoção da cabeça Fases: Ablação dos chifres Desarticulação das patas dianteiras Abertura da barbela Retirada do couro Corte das patas traseiras Desarticulação e retirada da cabeça, cabeças enumeradas Término da esfola = rolete Região perianal (culatra): 1ª oclusão do reto Cabeça: a esfola é por último, desarticular primeiro, identificar e separa a traquéia, realizar a 2ª oclusão do esôfago e depois sim remover a cabeça. Corte e identificação das patas traseiras. Oclusão do esôfago e duodeno - área limpa, feita por grampos metálicos, barbantes. Etc. Área limpa – Evisceração / Ponto Crítico Consiste na retirada dos órgãos interno da carcaça, inicialmente é realizada a abertura árcial da linha branca, seguido da pré-serragem do externo e região pélvica. Processo é iniciado pela remoção dos órgãos genitais e demais órgãos Seguido da remoção dos estômagos, intestinos, fígado, baço, pâncreas, pulmões e coração. Remoção dos intestinos delgados e grosso: 5ª oclusão íleo ceco. Evisceração: - máximo: 30 min. Etapas Oclusões esôfago e duodeno Remoção do trato gastrointestinal Separação dos intestinos delgado e grosso Retirar fígado, pulmão e coração Risco de contaminação estomacal, biliar e fecal As vísceras são colocadas em três bandejas: 1º bandeja - estômagos, intestinos, baço, pâncreas, bexiga e útero; 2º bandeja - fígado; 3º bandeja - pulmão, traquéia e coração. Inspeção post mortem Peças são numeradas e há linha de inspeção Serragem meias-carcaças Retirada de rins e rabo Retirada da medula espinhal Ponto Crítico Toalete final Retirada de hematomas, sebo, sangria Chuveiro de carcaças Água clorada Temperatura – 38ºC Através de jatos de água à temperatura de 38-40ºC e sob pressão de 3 atm. Objetivo de eliminar esquírolas ósseas, coágulos e pelos. A efetividade desta operação depende do tempo gasto na lavagem, volume, pressão e temperatura da água. A utilização de aspersão com alta pressão, pode reduzir a contaminação bacteriana até em um ciclo logaritmo, porém a lavagem com baixa pressão tem a possibilidade de reduzir só contaminações visíveis Controle de temperatura: Ponto crítico Carcaças liberadas –carimbo Carcaças condenadas - DIF avaliação destino Serragem meia-carcaça, lavagem e carimbagem Resfriamento Fatores que afetam a durabilidade da carne: Contaminação inicial, temperatura de armazenamento, e inicialmente câmaras a -4ºC Temperatura interna < 4ºC Velocidade proporcional a temperatura da carne Nas câmaras de resfriamento: 24 a 48 horas Carne: massa muscular maturada devido as alterações decorrentes de uma proteólise normal ocorrida após a morte, é considerada após a refrigeração, considerada carne após o processo de rigor mortis. Desossa e cortes Desossa é feita com o animal refrigerado, e posterior a dessosa há o corte. Embalagem e expedição Controles higiênicos Limpeza e sanificação eficientes dos utensílios, controlados por exames bacterianos Treinamento e instrução do pessoal Controle eficiente da higiene ambiental durante o processo de abate. Fluxograma do Abate Bovino
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