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Aula 1: Princípios de Assepsia e Antissepsia Patologia Clínica e Cirúrgica Professor: Leonardo Lima Anamnese Queixa, Sinais Clínicos, Dieta, Rotina de Exercícios, Ambiente, Histórico de doenças, tratamentos prévios. Medicações: Antiinflamatórios, antibióticos, anticonvulsivantes Por quanto tempo? Vacinação, vômitos? Diarréia? Apetite? Exposição a toxinas ou objetos estranhos Exame Físico: Condição corporal, Atitude ou estado mental Animais traumatizados: ABC do trauma, Exames neurológicos e ortopédicos, avaliar se o animal possui respiração e sistema circulatório sem problemas. Classificação ASA Estado Físico Condição Exemplos I Saudável Cirurgias eletivas e castrações II Saudável com doença localizada Comprometimento Sistêmico mínimo Fraturas, luxações, tumores de mama III Doença sistêmica grave Piometra aberta, pneumonias, anemias, sopros cardíacos, desidratação, compactaçao em equinos IV Doença sistêmica grave com risco de morte ICC, IRA, IRC, IH, hemorragia grave, volvulo intestinal equinos, DVG. V Moribundo sem expectative de sobrevivência por mais de 24h com ou sem cirurgia Choque séptico, MOFS, politraumatismos graves, rupturas intestinal no equino. Bioquímica Sérica: Ureia Alta – azotemia pré-renal, doença renal ou azotemia pós-renal. Baixa – Insufiência hepática, dieta de baixa proteína, PUPD Creatinina: Alta – desidratação, uroabdômen, ruptura de uretra, trauma muscular grave. Alta de ALT (TGP): Doença hepatocelular, magnitude não reflete diagnóstico nem prognóstico. Baixa de Albumina: Doença hepatocelular, perda renal, perda intestinal Alta de Fosfatase Alcalina: Doença hepática, doença biliar. Esteroides, fenobarbitais, Animais em crescimento Animais sem alterações clínicas Alta de Bilirrubina: Doença hepatocelular, Colestase ou obstrução extra hepática, anemia hemolítica, sepsis severa (SIRS – MODS) Hipercalcemia: Síndromes paraneoplásicas, Hipervitaminoses D, Hiperparatireoidismos primários, Hipoadrenocorticismo (doença de Adson), IRC, Doença granulomatosa? Hiperfosfatemia: Normal em animais em crescimento, IRA ou IRC. Hipofosfatemia: Excesso de Insulina, Volta da alimentação (refeeding síndrome) Hiperglicemia: Diabetes melitus, stress em gatos (200 a 400mg/dl) Hipoglicemia: Doença hepática, neoplasia, SIRS, Hipoadrenocorticismo (Adson), jejum em neonatos. Hipernatremia: Diabetes insípidus, vômito, diarreia, IR, fluidoterapia errada. Hiponatremia: Diarreia, Fluidoterapia errada, vômitos. Hipercalemia: Adson, IR, Uroabdomen, rupturas de uretra, obstruções de trato urinário Hipocalemia: Diarréia, Fluidoterapia errada, vômitos, diuréticos. Hiperlactemia: SIRS (MODS – MOFS), Desidratação SIRS – Síndrome Inflamatória Sistêmica MODS –Síndrome da disfunção múltipla dos órgãos MOFS – Síndrome da falência múltipla de órgãos. SIRS leva a MODS, que leva a MOFS e culmina com MORTE DO ANIMAL Estabilização do Paciente: Repor fluidos e eletrólitos Reestabelecer o equilíbrio ácido-base Melhorar o estado nutricional em pacientes eletivos Hipóxia: Dispnéia, Taquipnéia, Ortopnéia, Taquicardia, e por fim cianose. Oxigenoterapia: 6 a 10 litros por hora, 50 ml por Kg por minutos Manter a saturação sempre acima de 90% Fluidoterapia Em pacientes hipovolêmicos 60 a 90ml por Kg no cão, 45 a 60ml por Kg em gatos e cavalos 20 ml por kg em bolus e acompanhando a queda do lactato. Hemoderivados: Sangue total - 20 a 22 ml/kg Plasma - 10 a 20 ml/kg coagulado 45 ml/kg - 1g/dl de albumina Papa de hemácias - 6 a 10 ml/kg Albumina Humana - 25% Fluidoterapia Colóides – albumina < 1,5 g/dl, etamílo, plasma, albumina sérica humana, 20 ml/kg/dia Solução salina hipertônica (NaCl 7,5%) – 4ml/kg Antibiotico profilaxia – ANTIBIOTICOS CAEM NA PROVA! Justificativa Mesmo em condições ideias a % de infecção não é = 0. Fatores inerentes a resposta imune x carga bacteriana. Medir os fatores de risco e carga bacteriana Ambiente do animal no período pós-cirúrgico imediato. Prevenção da invasão de microrganismos antecipadamente esperados no local cirúrgico Critério para utilização: Risco de infecção alto (procedimentos limpo-contaminado, contaminado e sujo) Infecção pode acarretar consequências ameaçadoras da vida (neurocirurgia) ou desastres cirúrgicos (implantes). Pontos chaves no uso de Antibióticos Seleção Efetivo contra o organismo esperado; Estar em concentrações efetivas no local a ser operado; uso intravenoso preferencialmente. Local cirúrgico Patógenos Comuns Trato gastrointestinal Esôfago, estômago, duodeno Bacilos Gram – Coccos Gram + Trato Biliar Bacilos Gram – Enterococcus Clostridium Cólon, reto Bacilos Gram – Enterococcos Clostridium e outros anaeróbios Trato geniturinário Bacilos Gram – Enterococcus Sistema Nervoso Central Staphylococcus Oftálmicas Staphylococcus Streptococcus Bacilos Gram – (pseudomonas) Ortopédicas Staphylococcus Cefalosporinas 1ª, 2ª e 3ª gerações. Cefazolina e Cefalotina – 1ª geração. Gram positivas e Gram negativas Cefoxitima, cefaclor – 2ª geração Ceftriaxona e Ceftiofur – 3ª geração, maior eficácia apenas em gram negativas. Metronidazol – usado em infecções com gram + anaeróbios, geralmente em tratogastrointestinal baixo (cólon/reto); além de servir para protozoários Quinolonas – não age sobre Staphylococcus, age em gram negativos. Sulfa + trimetoprim (Cavalos): gram positivos Penicilina + Gentamicina (Cavalos): gram – e gram + A maioria dos Staphylococcus são resistentes a ß-lactâmicos. Não usar gentamicina contra gram +, pois ela age principalmente sobre gram negativos. Seleção por serem bacteriostáticos X bactericidas CIM -- Concentração Inibitória Mínima CBM – Concentração Bactericida Mínima Proporção CBM/CIM < 4 são bactericidas Mecanismos de resistência aos antibióticos Quando a cepa não é sensível A CIM ou CBM não é segura para o paciente A CIM ou CBM não pode ser atingida no tecido alvo. Tempo de aplicação Dentro de 1 hora da incisão da pele. Repetir a dose a cada 1 a 2 meias-vidas. Interromper em 24 horas na maioria das cirurgias. Cuidados pós cirúrgicos: Normalizar a homeostase Fluidoterapia: eletrólitos, equilíbrio ácido base, lactato Manter a temperatura Lactato Mudanças de decúbitos X ansiedade Promover a analgesia Identificar complicações Observar respiração: Respiração X movimentos respiratórios e saturação de O2 Observar o estado mental: demora do retorno e convulsões Observar hemorragias: mucosas pálidas, saturação de oxigêmnnio baixa, pulso fraco, Fc alta, TPC aumentado, Acompanhar hematócrito, US. Prover nutrição Desnutrição protéico calóricas, atrofia de músculos e órgãos, imunossupressão, cicatrização insuficiente, anemia, hipoproteinemia, morte. Impedimento, anorexia, má absorção, catabolismo (aumento da demanda), stress e neoplasias. Evitar interferências Cálculo EMB Fator de Correção Repouso em jaula 1.00 – 1.25 Stress pós cirurgico 1.25 – 1.35 Trauma ou câncer 1.35 – 1.50 Sepse 1.50 – 1.70 Grandes queimaduras 1.70 – 2.00 Cálculo de EMB (energia metabolizável basal) < 2 kg de peso – EMB (kcal/dia) = 70 x (peso)0,75 > 2 Kg de peso – BEM (kcal/dia) = 30 x (peso) + 70 Nutrição e Fornecimento Parenteral Enteral: Tubo nasoesofágico Tubo por faringostomia Tubo por esofagostomia Tubo por gastrostomia Tubo por enterostomia