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Prof. Felipe Cavallero
Aula 1: Reflexões sobre a tradução literária
OFICINA DE TRADUÇÃO II: POESIA (INGLÊS)
Aula 1: Reflexões sobre a tradução literária
OFICINA DE TRADUÇÃO II: POESIA (INGLÊS)
CONTEÚDO DA AULA
Perspectivas;
Domínios para o ofício de tradutor de obras literárias;
Quantas línguas estrangeiras um tradutor deve saber?
Gêneros Textuais;
Características típicas da Tradução Literária;
Resumo;
Bibliografia.
Aula 1: Reflexões sobre a tradução literária
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A TRADUÇÃO EM PERSPECTIVA
“A tradução é um atividade indispensável em toda e qualquer cultura que esteja em contato com alguma outra cultura que fale um idioma diferente – ou seja, com exceção dos raros bolsões isolados que ainda existem no mundo,... é uma atividade indispensável em qualquer lugar” (Britto, 2009, p.11)
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A Tradução no dia a dia
“O operário que utiliza máquinas depende de manuais de instruções dos equipamentos que foram originariamente redigidos em outros idiomas; o médico consulta bulas traduzidas; o padre ou pastor utiliza traduções de textos sagrados...” (Britto, 2009, p.11)
A Tradução está, inevitavelmente, inserida em nossas atividades diárias 
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A complexidade inicial ...
No caso dos textos de grande complexidade que são nosso tema, os textos literários, a tradução é, na verdade, ao contrário do que se diz, uma tarefa dificílima; e, apesar do pensamento muito comum de que para se traduzir um texto basta ter conhecimento dos nomes que têm as coisas na língua alvo, isso não condiz com a realidade...
Quais elementos, além daqueles de natureza inerentemente linguística, estão presentes na atividade tradutória?
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Um ponto de partida basilar: a essência de uma língua
“A questão é que as diferenças entre as línguas já começam na própria estrutura do idioma, tanto na gramática quanto no léxico; isto é, na maneira de combinar as palavras e no nível do repertório de ‘coisas’ reconhecidas como tais em cada língua. Pois um idioma faz parte de um todo maior, que é o que denominamos de cultura; e as coisas reconhecidas por uma cultura não são as mesmas que as outras reconhecem. As diferenças podem se dar de diversas maneiras”.
(Britto, 2009, p. 14)
Aspectos culturais devem ser levados em conta na atividade tradutória.
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Um exemplo a nível lexical: “lunch” x “almoço” – Parte 1
“A delimitação entre conceitos próximos, dentro de um mesmo campo semântico, se faz de modo diferente em línguas diferentes. Assim, tanto o inglês quanto o português têm palavras para designar as diferentes refeições do dia, mas o critério usado para distingui-las não é o mesmo nas duas línguas. Em inglês, lunch é uma refeição mais leve, e dinner, a mais completa do dia; como nas culturas anglófonas a regra é fazer uma refeição mais leve por volta do meio-dia e uma mais pesada ao final da tarde ou no início da noite, costumamos traduzir lunch como ‘almoço’ e dinner como ‘jantar’.”
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Um exemplo a nível lexical: “lunch” x “almoço” – Parte 2
“Mas na verdade o critério básico para denominar as refeições em português não é o peso da refeição, e sim a hora em que ela é feita: por definição, o ‘almoço’ se dá por volta do meio-dia e o ‘jantar’ ao cair da tarde ou à noite. Assim, uma refeição cerimoniosa, com vários pratos, servida às duas horas da tarde poderá ser designada em inglês por dinner, e no entanto teremos de traduzi-la como ‘almoço’. Esse exemplo já mostra de que modo as questões linguísticas estão inextricavelmente ligadas a fatores culturais – no caso, os hábitos alimentares”.
(Britto, 2009, p. 14)
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O OFÍCIO EM SI...
“É preciso sempre afirmar o caráter não trivial do trabalho de tradução, elucidar a verdadeira natureza da atividade, enfatizar as dificuldades e o que há de criativo e intelectualmente instigante nessa profissão, e negar os velhos chavões preconceituosos.
Traduzir – principalmente traduzir um texto literário – nada tem de mecânico: é um trabalho criativo. O tradutor não é necessariamente um traidor; e não é verdade que as traduções ou bem são belas ou bem são fiéis; beleza e fidelidade são perfeitamente compatíveis”.(Britto, 2009, p. 18)
Pergunta: saber mais de uma língua estrangeira pode facilitar o trabalho de tradução?
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Uma ou várias línguas estrangeiras?
Antes de escolher o que traduzir, alguns aspirantes a tradutor demoram a se decidir sobre a língua, ou as línguas, com a qual deseja trabalhar. 
A questão aqui é se o tradutor literário deve se concentrar em uma ou em mais línguas para ter sucesso na área. Como em todas as situações, há vantagens e desvantagens em ambas as escolhas. Vejamos alguns argumentos em favor de um domínio de somente uma língua estrangeira:
Familiaridade;
Implicações para a carreira;
Recursos;
Flexibilidade.
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Sistematizando a escolha:
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GÊNEROS NO UNIVERSO DA TRADUÇÃO – PARTE 1:
“Todos os diversos campos da atividade humana estão ligados ao uso da linguagem. Compreende-se perfeitamente que o caráter e as formas desse uso sejam tão multiformes quanto os campos da atividade humana, o que, é claro, não contradiz a unidade nacional de uma língua. O emprego da língua efetua-se em forma de enunciados (orais e escritos) concretos e únicos, proferidos pelos integrantes desse ou daquele campo da atividade humana”. 
Gêneros: atividade humana & uso da linguagem
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GÊNEROS NO UNIVERSO DA TRADUÇÃO – PARTE 2:
“Esses enunciados refletem as condições específicas e as finalidades de cada referido campo não só por seu conteúdo (temático) e pelo estilo da linguagem, ou seja, pela seleção dos recursos lexicais, fraseológicos e gramaticais da língua mas, acima de tudo, por sua construção composicional”.
Gêneros: enunciados orais ou escritos, conteúdo temático, estilo & construção composicional
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GÊNEROS NO UNIVERSO DA TRADUÇÃO – PARTE 3:
“Todos esses três elementos – o conteúdo temático, o estilo, a construção composicional – estão indissoluvelmente ligados no todo do enunciado e são igualmente determinados pela especificidade de um determinado campo da comunicação... Cada campo da atividade humana elabora seus tipos relativamente estáveis de enunciados, os quais denominamos gêneros do discurso”. (Bakhtin, 2010, p. 261-262)
Escolher o tipo de texto que se deseja traduzir (romance ou poesia, por exemplo) é um exercício de subjetividade!!!
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AS NUANCES DA TRADUÇÃO LITERÁRIA – PARTE 1:
A tradução literária enfrenta uma dificuldade que os outros textos traduzidos não vivem, que é a resistência do público em ler literatura na sua tradução. 
 Tal resistência impõe um obstáculo a ser ultrapassado pelo tradutor literário, que precisa possuir um forte embasamento teórico e um conhecimento apurado dos princípios e técnicas que envolvem a produção de textos literários. Isso se deve ao ponto de vista que é comumente concebido à tradução literária.
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AS NUANCES DA TRADUÇÃO LITERÁRIA – PARTE 2:
“A tradução literária é a tentativa de transpor, fielmente, de uma língua a outra (normalmente a própria) o significado, o sentimento e o estilo de uma obra escrita em outro idioma. 
Tal objetivo deve ser somente um ideal, pois, como a política, a tradução é a arte do possível.” – John Bester
Assim, um dos conceitos mais difíceis envolvidos na tradução literária – e talvez o mais complicado de ser percebido por tradutores de outras áreas – é que, em Literatura, a forma como se diz algo é tão ou mais importante quanto o que é efetivamente dito.
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UM PEQUENO EXEMPLO:
Como traduzir para o inglês o seguinte trecho do poema de Gregório de Matos?
“O todo sem a parte não é todo, A parte sem o todo não é parte, Mas se a parte o faz todo, sendo parte, Não se diga, que é parte, sendo todo”.
Sugestões em nosso Primeiro Fórum Temático!!!
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Resumo:
Perspectivas;
Domínios para o ofício de tradutor de obras literárias;
Quantas línguas estrangeiras um tradutor deve saber?
Gêneros Textuais;
Características típicas da Tradução Literária;
Bibliografia.
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Bibliografia:
BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 2010.
BRITTO, Paulo Henriques. A tradução literária. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2009.

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