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Logística Francenildo Dantas Rodrigues Logística Francenildo Dantas Rodrigues Logística Natal/RN 2015 Catalogação da Publicação na Fonte (CIP). Ficha Catalográfica elaborada por Luís Cavalcante Fonseca Júnior - CRB 15/726. R696l Rodrigues, Francenildo Dantas. Logística / Francenildo Dantas Rodrigues ; edição e revisão do Instituto Tecnológico Brasileiro (ITB). – Natal, RN : 2015. 102 p. : il. ISBN 978-85-68100-57-8 Inclui referências 1. Logística. 2. Logística nas empresas. 3. Gestão da armazenagem. I. Instituto Tecnológico Brasileiro. II.Título. RN/ITB/LCFJ CDU 355.41 presidente PROF. PAULO DE PAULA diretor geral PROF. EDUARDO BENEVIDES diretora acadêmica PROFA. LEIDEANA BACURAU diretora de produção de projeto PROFA. JUREMA DANTAS FICHA TÉCNICA gestão de produção de materiais didáticos PROFA. LEIDEANA BACURAU coordenação de design instrucional PROFA. ANDRÉA CÉSAR PEDROSA projeto gráfico ADAUTO HARLEY SILVA diagramação MAURIFRAN GALVÃO designer instrucional ITSUO MACÊDO OKASHITA revisão de língua portuguesa PROFA. SÍLVIA BARBALHO BRITO revisão das normas da ABNT LUÍS CAVALCANTE FONSECA JÚNIOR ilustração CHRISTI ROCHETEAU PAIVA DA SILVA “O conhecimento e a informação são os recursos estratégicos para o desenvolvimento de qualquer país. Os portadores desses recursos são as pessoas.” (Peter Drucker) Índice iconográfico Diálogos Importante Querendo mais Internet Curiosidade Vocabulário Você conhece? Mídias Atividade O material didático do Sistema de Aprendizado itb propõe ao aluno uma linguagem objetiva, sim- ples e interativa. Deseja “conversar” diretamente, dialogar e interagir, garantir o suporte para o es- tudante percorrer os passos necessários a sua aprendizagem. Os ícones são disponibilizados como ferramentas de apoio que direcionam o foco, identificando o tipo de atividade ou material de estudo. Observe-os na descrição a seguir: Curiosidade – Texto para além da aula, explorando um assunto abordado. São pitadas de conheci- mento a mais que o professor pode proporcionar ao aluno. Importante! – Destaque dado a uma parte do conteúdo ou a um conceito estudado, que seja con- siderado muito relevante. Querendo mais – Indicação de uma leitura fora do material de estudo. Vem ao final da competência, antes do resumo. Vocabulário – Texto explicativo, normalmente curto, sobre novos termos que são apresentados no decorrer do estudo. Você conhece? – Foto e biografia de uma personalidade conhecida pelas suas obras relacionadas ao objeto de estudo. Atividade – Resumo do conteúdo praticado na competência em forma de exercício. Pode ser apre- sentado ao final ou ao longo do texto. Mídias – Contém material de estudo auxiliar e sugestões de filmes, entrevistas, artigos, podcast e outros, podendo ser de diversas mídias: vídeo, áudio, texto, nuvem. Internet – Citação de conteúdo exibido na Internet: sites, blogs, redes sociais. Diálogos – Convite para discussão de assunto pelo chat do ambiente virtual ou redes sociais. Apresentação institucional 09 Palavra do professor autor 11 Apresentação das competências 13 Competência 01 Descrever a área logística e a importancia da Tecnologia da Informação para o segmento 17 A área logística e a oscilação do mercado 17 A atuação da área de logística 18 O profissional de logística 19 A importância da logística empresarial 20 A importância dos sistemas de informação e a TI nas empresas 20 Tecnologias da Informação aplicada à logística 22 Resumo 25 Autoavaliação 25 Competência 02 Descrever o processo de distribuição e marketing da logística e sua importância 29 Distribuição física 29 Canais de distribuição 31 Tipos de estrutura de distribuição 32 Centros de distribuição avançados 32 Novas estruturas de armazenagem 32 Atribuições dos centros de distribuição 36 Principais funções dos centros de distribuição 36 A importância do marketing no processo de distribuição de produtos 39 Resumo 40 Autoavaliação 40 Competência 03 Descrever a gestão do processo de armazenagem 45 Espaço para a armazenagem 45 Sumário O porquê de armazenar materiais 47 Principais indicadores do processo de armazenagem 49 Layout e logística de armazenagem 49 Como selecionar o melhor layout? 52 Sistema de armazenagem 52 Tipos de sistema de armazenagem 53 Estruturas de armazenagem 55 Resumo 58 Autoavaliação 58 Competência 04 Práticas de relacionamento entre cliente e bancos 63 A gestão de transportes 63 Modais de transporte 64 Transporte rodoviário 65 Transporte ferroviário 68 Transporte aéreo 69 Transporte dutoviário 69 Transporte marítimo 69 Tipos de cargas 73 Resumo 74 Autoavaliação 75 Competência 05 Aplicar a logística reversa nas empresas 79 O processo de reciclagem 79 Orientações sobre a gestão dos resíduos 81 A logística reversa 81 Logística reversa de pós-consumo 82 A logística reversa e seus impactos 82 A logística reversa como elevação de nível de serviços ao cliente 84 Resumo 84 Autoavaliação 85 Competência 06 Aplicar os custos logísticos 91 Custos logísticos 91 Natureza dos custos 92 Custo de armazenagem e movimentação 93 Custo com transportes 94 Custos de manutenção de inventário 94 Custos de TI 95 Custos de nível de serviço 95 Apuração do custo logístico total 96 Resumo 96 Autoavaliação 96 Referências 99 Conheça o autor 102 Lo gí st ic a 9 Apresentação institucional O Instituto Tecnológico Brasileiro (itb) foi construído a partir do sonho de educadores e empreendedores reconhecidos no cenário educacional pelas suas contribuições no desen- volvimento econômico e social dos Estados em que atuaram, em prol de uma educação de qualidade nos níveis básico e superior, nas modalidades presencial e a distância. Esta experiência volta-se para a educação profissional, sensível ao cenário de desen- volvimento econômico nacional, que necessita de pessoas devidamente qualificadas para ocuparem vagas de trabalho e garantirem suporte ao contínuo crescimento do setor pro- dutivo da nação. O Sistema itb de Aprendizado Profissional privilegia o desenvolvimento do estudante a partir de competências profissionais requeridas pelo mundo do trabalho. Está direcionado a você, interessado na construção de uma formação técnica que lhe proporcione rapida- mente concorrer aos crescentes postos de trabalho. No Sistema itb de Aprendizado Profissional o estudante encontra uma linguagem clara e objetiva, presente no livro didático, nos slides de aula, no Ambiente Virtual de Aprendiza- gem e nas videoaulas. Neste material didático, um verdadeiro diálogo estimula a leitura, o projeto gráfico permite um estudo com leveza e a iconografia utilizada lembra as modernas comunicações das redes sociais, tão acessadas nos dias atuais. O itb pretende estar com você neste novo percurso de qualificação profissional, con- tribuindo decisivamente para a ampliação de sua empregabilidade. Por fim, navegue no Sistema itb: um estudo prazeroso, prático, interativo e eficiente o conduzirá a um posicio- namento profissional diferenciado, permitindo-lhe uma atuação cidadã que contribua para o seu desenvolvimento pessoal e do seu país. Lo gí st ic a 11 Olá! Início a nossa conversa desejando os mais estimados votos de realização pessoal e profissional a você. Neste componente curricular, irei conversar contigo sobre a área da logística, área que vem crescendo a cada ano, mostrando e confirmando sua importância para as empresas, independente do setor de atuação, porte, região ou perfil dos clientes. O mundo empresarial é de incertezas. A única convicção que temos é que as empresas não estão sozinhas no mercado, que estemercado é mutável e o padrão de consumo dos clientes está mudando. O que eu estou querendo afirmar é: se o mundo muda, as empre- sas precisam mudar na mesma direção, afinal, os clientes desejam comodidade, agilidade, ética, rapidez e qualidade dos produtos e serviços. Isso parece utópico, mas afirmo que não é. Basta você se colocar como cliente! Tenho certeza que os seus gostos mudaram nos últimos anos, você não aceita qualquer produto ou serviço e deseja os mesmos com rapidez e qualidade. Para atender essas demandas, as empresas necessitam de profissionais aptos, flexí- veis, dinâmicos, comprometidos e competentes. Ela precisa de você! Espero que, ao final, você tenha adquirido, desenvolvido, ampliado e/ou lapidado os conhecimentos sobre a logística, os quais terão condições de colocar você no padrão dedemanda que as empresas e clientes desejam. Desejo a você sucesso e bons estudos! Palavra do professor autor Lo gí st ic a 13 Apresentação das competências Neste estudo, iremos abordar um tema muito importante para qualquer empresa: a logística. Para a concretização da aprendizagem, o componente curricular foi estruturado com 06 competências, para que você desempenhe as mais diversas funções essenciais à profissão que escolheu exercer. No primeiro momento irei apontar o papel da logística nas empresas e sua importância para a busca da competitividade. Na segunda competência tratarei sobre os canais de distribuição e sua importância e funcionalidade diante do cenário atual, que é muito mutante e competitivo. Na terceira competência falarei acerca da gestão da armazenagem, de forma que você possa entender o seu papel e importância para as empresas. Na quarta competência abordarei sobre a gestão de transportes. Iremos tratar dos tipos de cargas e os principais modais usados pelas empresas. Na quinta competência o foco será a logística reversa e sua importância no processo de descarte ou reutilização correta dos resíduos utilizados pelas empresas. Na ultima competência será tratado dos custos logísticos e sua importância para a obtenção dos lucros. Descrever a área logística e a importancia da Tecnologia da Informação para o segmento Competência 01 Lo gí st ic a 17 Descrever a área logística e a importancia da Tecnologia da Informação para o segmento Antes de iniciar, gostaria que pudéssemos refletir um pouco. Pense comigo: quando você vai fazer compras espera que os produtos estejam disponíveis nas prateleiras, na quantidade demandada, a um menor custo e com qualidade, estou correto? Um dos pilares da logística está em disponibilizar os produtos para o cliente inde- pendente da localidade e quantidade demandada. Agora, imagine que você saiu para comprar um produto e, ao chegar ao mercado, per- cebeu que não havia unidades deste produto disponíveis. Como você ficaria? Creio que, no mínimo, triste! Tentando evitar essa falta de abastecimento, a logística utiliza conjunto de subáreas e atividades que trabalham de forma sistêmica, cujo foco está em atender as oscilações das demandas dos clientes. Em outras palavras, para garantir o acesso aos produtos, a logística e o profissional de logística analisam os tipos e níveis dos estoques, mercado consumidor e seus níveis de demanda, os tipos de modais, os custos que envolvem essas atividades, assuntos que serão conversados no decorrer desse material. A área logística e a oscilação do mercado No início da nossa conversa, afirmei de forma contundente que a única certeza que as empresas têm é que vivemos em um mundo de oscilações e mudanças, para atendê-las é necessário atuar de forma sistêmica. Hoje, as relações de trabalho e a oferta de produtos não estão mais em escala regional, as empresas atualmente estão e são forçadas e ofere- cerem seus produtos em escala global, o que tem levado a uma elevação da demanda de produtos, serviços e, como consequência, uma grande concorrência. A empresa que não se atentar às mudanças dos padrões de consumo dos clientes, que desejam produtos de Lo gí st ic a 18 qualidade, com comodidade a um custo baixo e com qualidade, está sujeita a perder espa- ço no mercado ou até mesmo fechar. Você deve estar se perguntando: como é possível oferecer produtos a um custo baixo e com qualidade? Realmente, essa é uma tarefa desafiante. Para isso, toda e qualquer em- presa deve analisar e gerir informações dos produtos vendidos, serviços ofertados, clientes e seu padrão de consumo, prazos de entrega dos produtos, preços praticados, políticas de descontos, qualidade do material entregue pelos fornecedores entre outras características. Você também deve estar pensando se existe uma área ou conjunto de áreas que as empresas devem possuir para atender e entender essas características, não é verdade? Caso você tenha feito ou não esse questionamento, gostaria de lhe responder que sim, é possível gerir as informa- ções e obter retorno financeiro (lucro) nas suas operações. Uma das áreas que podem ajudar as empresas em oferecer os produtos na qualidade, prazo e custo adequado é a logística. A atuação da área de logística Nos dias de hoje é comum a utilização da palavra logística. Mas, o que realmente sig- nifica essa palavra? A logística não é uma atividade e sim uma área de atuação que tem o papel de admi- nistrar e gerir de forma eficiente recursos matérias, equipamentos e informações que a empresa necessita para atender de forma rápida e integral as diversas demandas. Ela não está apenas voltada ao processo de compras e estocagem de produtos, na verdade, repre- senta um elo entre os mais diversos setores da empresa. O foco dessa interação está na obtenção de resultados defendidos pela empresa, que geralmente é o lucro. Hoje existem diversos conceitos sobre o que vem a ser logística. Independente do conceito, é importante que você entenda a importância dessa área para o sucesso das empresas. Segundo Carvalho (2002, p. 31), logística é a parte do gerenciamento da cadeia de abastecimento. Já para Bowersox e colaboradores (2007), a lo- gística refere-se a responsabilidade de projetar e administrar sistemas para controlar o trasporte e a localização geografica dos estoques de materias, produtos inacabados, acabados pelo menor custo total. Importante Cadeia de abaste- cimento: também conhecida como cadeia de su- primentos é “o con- junto de atividades funcionais (trans- portes, controle de estoque etc.) que se repetem inúme- ras vezes ao longo do canal pelo qual matérias-primas vão sendo conver- tidas em produtos acabados, aos quais se agrega va- lor ao consumidor” (BALLOU, 2001, p. 53). Você sabia que a logística possui um conselho profissional de adminsitração de ca- deia de suprimentos? Esse conselho é chamado de Council of Supply Chain Management Professionals. É ele quem define a logística como a área que possui o papel de gerenciar a cadeia de abastecimento que planeja, programa e controla o fluxo e armazenamento eficiente e econômico de matérias-primas, materiais semiacabadas e produtos acabados, bem como as informações relativas a eles, desde o ponto de origem até o ponto de consu- mo, com o propósito de atender às exigências dos clientes. Lo gí st ic a 19 Com base nos conceitos expostos anteriormente, escreva o seu conceito de logística. Atividade 01 Atividades do setor logístico Para Carvalho (2002, p. 37), a logística está dividida em dois tipos de atividades: as primárias e as secundárias. Quero deixar bem claro que o fato de ser primário não significa que a atividade primária é mais importante que a secundária ou vice-versa, ambas são importantes e secomplementam. No conjunto de atividades primárias destacam-se o processo de transportes, o geren- ciamento dos estoques e o processamento de pedidos. Já nas atividades secundárias te- mos o processo de armazenagem, de manuseio de materiais, de embalagem, de obtenção / compras, de programação de produtos e de sistema de informação. No entanto, não basta apenas ter uma área e um conjunto de atividades, elas sozinhas não podem e muito menos conseguem oferecer resultados para as empresas. Dito isso, gostaria de fazer uma pergunta: o que está faltando para a logística oferecer os resultados que as empresas desejam? Se você tiver pensado em pessoas, ou seja, nos profissionais, você acertou. Caso não tenha pensado, não fique triste, pois chegou o momento de saber quais conhecimentos são necessários para o profissional de logística. O profissional de logística Falamos no início desse material que a área de logística está em processo de cresci- Lo gí st ic a 20 mento. Como consequência desse crescimento, o mercado está demandando profissionais capazes de atender e entender as diversas características da área. Segundo a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), instituída por portaria minis- terial nº 397, de 9 de outubro de 2002, o técnico em logística, segundo a base de dados, é conhecido como analista de logística, profissional especializado no processo de planeja- mento, organização, controle e avaliação dos produtos, insumos, matéria-prima e equipa- mentos que a empresa movimenta, armazena, distribui, ou seja, gerencia para a obtenção dos resultados planejados. Perceba que você poderá trabalhar nas mais diversas áreas de uma empresa, ou seja, trabalhar no processo de aquisição, movimentação, distribuição, transporte, controle de estoques entre outras áreas e atividades. A importância da logística empresarial Com base no que já foi dito, até o momento, podemos afirmar que a logística é uma área empresarial que tem o papel de ligar os departamentos cujo foco está em oferecer melhores resultados e satisfação aos clientes. E essa satisfação está diretamente ligada aos serviços de distribuição e de pós-vendas ofertados pelas empresas aos seus respec- tivos clientes e consumidores, que já estão acostumados a serem bem atendidos e que não querem pagar nada mais por tais produtos e serviços. Por isso que hoje é perceptível e exigido um alto grau de sofisticação tecnológica para promover e programar a integração dos processos, das informações e dos negócios existentes neste ambiente tão desafiador. A importância dos sistemas de informação e a TI nas empresas A aplicação da Tecnologia da Informação (TI) tem gerado um salto significativo de ga- nhos de qualidade, desempenho e disponibilidade de recursos financeiros e materiais. Dentre as principais formas de utilização da TI, destacam-se: o controle dos estoques em tempo real e a interação entre os diversos departamentos, melhorando o processo de to- mada de decisão e evitando o retrabalho. Segundo Foina (2006, p. 31), a Tecnologia da Informação possibilita diversos objetivos. Dentre os principais, destacam-se: – Conjunto de informações estratégicas; Lo gí st ic a 21 – Atribuir responsabilidades pelas informações; – Identificar, aperfeiçoar e manter o fluxo de informações fidedignas e coerentes; – Informações que apóiam o processo de tomada de decisão. Tais resultados são possíveis pela utilização de sistemas de informação aplicados a área logística. Você sabe o que é Sistema de Informação? Para Laudon e Laudon (2007, p. 9), os sistemas de informação correspondem: “a um conjunto de com- ponentes inter-relacionados que coletam, recuperam, processam, armaze- nam e distribuem informações destinadas a apoiar a tomada de decisão, a coordenação e o controle de uma organização”. Curiosidade Veja que a utilização dos sistemas possibilita uma gama significativa de vantagens para as empresas, principalmente na tomada de decisão. No entanto, esses não são os únicos benefícios. Para Oliveira (2002, p. 54), o sistema de Informação possibilita os seguintes benefícios: – Redução dos custos operacionais; – Melhoria da produtividade; – Melhoria dos serviços prestados; – Melhor projeção; – Capacidade de adaptação da empresa as mudanças em tempo hábil. Perceba que os sistemas de informação estão e devem ser usados para que o profissio- nal e a empresa tenham um melhor desempenho e obtenham melhores resultados. Você sabia que existem sistemas de informação aplicados especificadamente a área da logísti- ca? Devido à magnitude de informações e complexidades, a logística vem usando diversos sistemas de informação para a melhor tomada de decisão. Quer conhecê-los? Lo gí st ic a 22 Tecnologias da Informação aplicada à logística As tecnologias no processo logístico seguem as diversas aplicações, todas visando ao aprimoramento dos resultados. Por exemplo: as empresas usam o sistema de GPS para o mesmo propósito, como também utilizam para definir as melhores rotas, gerando assim uma redução dos custos de transporte, manutenção do veículo e mão de obra. Esse é ape- nas um exemplo simples, vamos conhecer outras aplicações? Sistemas de diagramação de carga Sistema utilizado pelas empresas visando um melhor acondicionamento e distribuição da carga nos veículos. Sistemas de planejamento de recursos empresariais O sistema ERP (e-Procurement), também conhecido como Enterprise Resource Plan- ning, é um sistema de gestão que integra todas as informações e facilita as empresas a obterem a melhor informação com base no seu banco de dados. O foco desse sistema está em facilitar o fluxo de informações de forma integrada. Figura 1 – Representação do sistema ERP Fonte: <http://www.acii.com.br/cati/wp-content/uploads/2011/11/ERP. jpg>. Acesso em: 17 mar. 2015. Sistemas Manufacturing Resource Planning (MRP e MRPII) Sistema de planejamento que tem a função de diagnosticar e mostrar todos os recursos e necessidades de materiais que a empresa necessita para desenvolver suas atividades. Sistema de código de barras O sistema surgiu da ideia de se criar um mecanismo de entrada de dados mais rápida e eficiente. Lo gí st ic a 23 Figura 2 – Representação do sistema de código de barras Fonte:<http://siteantigo.saude.al.gov.br:82/sites/default/files/copia_ de_codigo_de_barra_dos_medicamentos_34.jpg>. Acesso em: 17 mar. 2015 Electronic Data Interchange (EDI) Intercâmbio Eletrônico de Dados é um sistema que auxilia principalmente a rotina dos vendedores, agilizando o processo de comunicação com a empresa na transmis- são de dados. Lo gí st ic a 24 Figura 3 – Representação do sistema EDI Fonte:<http://www.portogente.com.br/arquivos/id_25236_ied.jpg>. Acesso em: 24 jun. 2015. Vendor Managed Inventory Systems (VMI) Sistema de controle e solicitação de estoque junto a fornecedores, o qual faz a solici- tação de produtos, a partir da leitura de níveis de estoque, de fluxos de consumo ou de transações de venda, realizadas em um espaço de tempo. Sistemas de gerenciamento de armazém O Warehouse Management System (sistema WMS), intitulado como sistema de geren- ciamento de armazéns, é um subsistema que tem o papel de contribuir com as atividades rotineiras do processo logístico da empresa. Por ser rotineiro, esse sistema é direcionado para as atividades operacionais realizadas pelos demais setores da empresa. Arozo (2003) defende que os sistemas WMS são responsáveis pelo gerenciamen- to da operação do dia a dia de um armazém, principalmente quando as atividades dizem respeito ao processo de definição de rotas de coleta e definição de endere- çamento dos produtos, porémnão estão limitadas a essas atividades. Lo gí st ic a 25 Resumo Nesta competência, você teve a oportunidade de conhecer o significado da logística, bem como suas principais atividades (transportes, gerenciamento dos estoques, processa- mento de pedidos, manuseio de materiais, embalagem, obtenção e compras, programação de produtos e sistema de informação). Observou também os objetivos de sua atuação (dis- por de produtos com qualidade no momento e no lugar que o cliente demandar a um preço acessível). Você viu que as empresas estão utilizando a Tecnologia da Informação em suas atividades, cujo propósito central está centrado na melhoria e ampliação dos resultados. Para isso, elas (as empresas) vêm utilizando sistemas de informação nas mais diversas áreas e funções. O propósito está em otimizar e melhorar a tomada de decisão, de forma que a elas tenham melhores resultados e consigam ser competitivas num mercado cada vez mais dinâmico. Autoavaliação 01. O que é logística? a) São caminhos alternativos para a gestão da informação; b) É uma atividade que tem o papel de gerenciar as atividades primárias e secundárias da empresa; c) É uma área de gestão que tem o papel de monitorar, avaliar e controlar as atividades primárias e secundárias das empresas; d) Nenhuma das alternativas está correta. 02. O que é Electronic Data Interchange? a) É uma ferramenta que tem o papel de integrar e dispor de forma segura e ágil, cami- nhos de ação, para que as empresas possam tomar as melhores decisões; b) É a sequência ou caminhos que a informação não deverá percorrer; c) É uma ferramenta que não auxilia na execução das tarefas, nos mais diversos setores da empresa (compra, vendas, armazenamento, localização etc.); d) É uma ferramenta utilizada pela empresa visando a troca de informações entre os seto- res e que garante a qualidade dos produtos e serviços prestados. 03. Quais das alternativas abaixo são tidas como atividades primárias da área da logística? Lo gí st ic a 26 a) Processo de transportes, gerenciamento dos estoques, processamento de pedidos; b) Processo de transportes, processamento de pedidos, armazenagem, manuseio de ma- teriais; c) Processo de gerenciamento dos estoques, processamento de pedidos, programação de produtos e sistema de informação; d) Processo de armazenagem, manuseio de materiais, embalagem, obtenção e compras. 04. Quais das alternativas abaixo são tidas como atividades secundárias da área da logís- tica? a) Processo de transportes, gerenciamento dos estoques, processamento de pedidos; b) Processo de transportes, processamento de pedidos, armazenagem, manuseio de ma- teriais; c) Armazenagem, manuseio de materiais, embalagem, obtenção e compras, programação de produtos e sistema de informação; d) Processo de gerenciamento dos estoques, processamento de pedidos, programação de produtos e sistema de informação. 05. Quais das alternativas abaixo descrevem as vantagens da utilização de sistemas de informação? a) Redução dos custos operacionais e melhoria da produtividade; b) Melhoria dos serviços prestados; c) Capacidade de adaptação da empresa as mudanças em tempo hábil; d) Todas alternativas estão corretas. Lo gí st ic a 27 Descrever o processo de distribuição e marketing da logística e sua importância Competência 02 Olá! Chegamos a nossa segunda competência. Antes de iniciarmos mais essa viagem pela área da logística, lhe pergunto: como foi o processo de aprendizagem da nossa pri- meira competência? Com certeza você ampliou seus conhecimentos sobre a logística e a importância da Tecnologia da Informação no processo de concretização dos objetivos dessa área. Esta segunda competência tem por objetivo proporcionar a você conhecimentos sobre o processo de distribuição de produtos e marketing, sua aplicabilidade e importância na atividade logística. Antes de iniciar efetivamente nossa conversa sobre a distribuição física, quero que você conheça a empresa do senhor Marcos. Vamos lá? O senhor Marcos possui uma empresa de material esportivo, a SPORT EM AÇÃO. Mes- mo o cenário atual estando favorável, ele não está vendo o seu negócio prosperar. Certo dia, ele foi a um evento da área da logística para ver se poderia achar uma solução. Na palestra, Marcos percebeu que a chave para aproveitar o crescimento do mercado está na logística de distribuição. Ele notou que os seus produtos estavam distantes dos consumi- dores e que muitos deles estavam avariados pela armazenagem e movimentação inade- quada. Marcos observou que, ofertando os seus produtos nos locais mais próximos dos clientes, ele pode ampliar sua clientela e assim aumentar as suas vendas, aproveitando o crescimento do mercado. Distribuição física A distribuição física é um subsistema, ou seja, é um processo que tem a finalidade de fa- zer com que os produtos estejam próximos dos clientes. Você percebeu que a distribuição logística demanda um fluxo de atividades? Isso mesmo! Para que os produtos cheguem aos clientes, é necessário que a empresa faça uma série de outras atividades para que esse fluxo não seja interrompido. Descrever o processo de distribuição e marketing da logística e sua importância Lo gí st ic a 29 Lo gí st ic a 30 Para Novaes (1994), a distribuição física engloba os processos operacionais e de controle que permitem transferir os produtos desde o ponto de fabricação até o ponto em que a mercadoria é finalmente entregue ao consumidor. Importante Você já deve estar curioso para saber quais são os outros processos, não é verdade? Pois bem, para que o produto esteja disponível é necessário que a empresa invista em equipamentos para manutenção interna dos produtos, veículos para movimentação inter- na e externa dos mesmos, construção de armazéns, centros de distribuição para o acon- dicionamento de forma correta etc. O foco dessa interação está em possibilitar a empresa as seguintes vantagens: - Conhecer as oscilações da demanda de forma que possam atendê-las; - Evitar avarias dos produtos através de um melhor acondicionamento dos mesmos; - Melhorar o tempo de resposta para as demandas. Antes de iniciar o próximo tópico, gostaria de lhe fazer duas perguntas: onde deve estar localizada essa estrutura? Você acha que apenas uma estrutura atende as demandas? Para responder esses questionamentos, as empresas precisam analisar os seguintes pontos: – Localização geográfica do mercado consumidor, quantitativo de clientes reais e potenciais; – Números e volumes de pedidos; – Características e variedades de itens fornecidos. Analisando esses pontos, você já deve ter percebido que apenas uma estrutura não pode atender a essa gama de demandas. Hoje as empresas se utilizam de outras estruturas para que o produto esteja mais próximo dos clientes. Você já ouviu falar em canais de distribui- ção? Independente de conhecer ou não, é importante que eu aborde sobre esse tema. Avaria: consiste na danificação ou embalagem por erros, no processo de estocagem ou movimentação. Lo gí st ic a 31 Um centro de distribuição é uma unidade construída por empresas que tem a função de armazenar os produtos produzidos ou comprados para revenda, com a finalidade de despachá-los para outras unidades, filiais ou clientes. Importante Canais de distribuição logísticos de abastecimento estão relacionados à falta de disponibilidade de produtos, fruto da não integração dos fornecedores, da ausência de uma política de compras, de mecanismos de controle de estoques e de centros integrados de distribuição. Administrar bem o estoque, de forma a não faltar produtopara o cliente, a primeira vista parece impossível, mas não é! O problema de disponibilidade de produtos e de agilidade em atender as demandas podem ser minimizados ou até mesmo acabados se a empresa planejar a sua estrutura de recebimento e atividades inerentes ao processo de armazena- gem nos centros de distribuição. Na concepção de Farah Junior (2002), ao implantar um centro de distribuição, a empre- sa tem a capacidade de: – Obter uma distribuição mais eficiente, flexível e dinâmica, isto é, capacidade de respos- ta rápida em face de procuras cada vez menores, mais frequentes e especificadas; – Reduzir os custos por entre as entidades cooperantes na distribuição do produto, evi- tando pontos de estrangulamento, entre outras vantagens do trabalho em parceria; – Obter uma maior proximidade dos centros com os clientes, proporcionando a redu- ção do tempo. Na área logística, podemos classificar as estruturas de distribuição em duas categorias ou estruturas como são usualmente conceituadas: estruturas escalonadas e diretas. Tipos de estrutura de distribuição Quadro 1 – Tipos de estrutura de distribuição Fonte:<http://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/7340/7340_4.PDF>. Acesso em: 24 jun. 2015 Possui um ou mais armazéns centrais e um conjunto de armazéns ou centros de distribui- ção avançados próximos das áreas de mercado. São sistemas de distribuição em que os produtos são expedidos de um ou mais armazéns centrais diretamente para os clientes. ESTRUTURA ESCALONADA ESTRUTURA DIRETA TIPOS DE ESTRUTURAS DE DISTRIBUIÇÃO Veja que as empresas podem usar de estruturas escalonadas e estruturas diretas. Para iniciar o nosso próximo ponto, lhe faço uma pergunta: qual é a melhor estrutura a ser utili- zada? Adianto que sua resposta vai depender do tipo de produto, região de localização dos clientes, quantidade de produtos solicitados etc. É por esse motivo que a área de logística vem utilizando os centros de distribuição avançados. Centros de distribuição avançados Os centros de distribuição avançados são sistemas de distribuição, em que os estoques são posicionados em vários elos de uma cadeia de suprimentos. O objetivo central desses centros avançados é atender às necessidades dos clientes de forma rápida, pela máxima proximidade dos produtos conforme retrata a imagem. Lo gí st ic a 32 Figura 4 – Esquema de estrutura escalonada Fonte: autoria própria (2015). Um dos pilares da logística está em reduzir os custos de suas operações. Por isso, ao adotar essa estratégia, a empresa detém uma gama de vantagens, principalmente quando nos referimos a custos de estoques, que tendem a ser mais baixos quando as cargas forem escalonadas, ou seja, distribuídas por centros de distribuição avançados (mais próximos dos clientes). Existe uma crítica direcionada a esse processo e ela se dá pela necessidade de formar estoques. Se o processo de definição não foi bem analisado e calculado, a empresa pode ter problemas como desabastecimento ou excesso de estoque, os quais impactam negativamente para o processo gerencial. Uma saída encontrada está em gerir os seus estoques com base na armazenagem seletiva, ou seja, é recomendável que os produtos de maior valor ou que possuam baixo giro de estoque devam ser ar- mazenados nas instalações centrais; já os produtos de valor mais baixo e com alto giro de estoque devem ser encaminhados para os centros de distribuição, pois possuem menor risco de se tornarem obsoletos. Você já ouviu falar nas estruturas: Transit Point, Cross Docking, Merge in Transit e Break Bulk? Então, vamos falar sobre elas? Novas estruturas de armazenagem Atender melhor e mais rápido é um fator de destaque para as empresas. Pensando nisso, elas vêm buscando alternativas de armazenagem mais eficientes. Seguindo esta linha, as empresas estão utilizando centro de distribuição ou instalações intermediárias, ou seja, uma estrutura que tem a função de ligação entre as unidades produtoras com os intermediários e seus clientes. Dentre as principais estruturas, destacam-se: Transit Point, Cross Docking e Merge in Transit. Já Bowersox e Closs (2001) acrescentam ainda a opera- ção de Break Bulk. As instalações do tipo Transit Point são centro de passagem de produtos, ge- ralmente localizados em pontos estratégicos para atender uma determinada área geográfica, distante dos armazéns centrais ou de difícil acesso. Para Pires (2004, p. 22), as instalações tipo Transit Point têm o papel de “receber carregamentos con- solidados (agrupados), separá-los e carregá-los em veículos menores para entregas locais a clientes individuais”. Lo gí st ic a 33 Giro de estoque: quantidade de vezes que um estoque é total- mente vendido em determinado período de tempo. Figura 5 – Exemplo de uma instalação Transit Point Fonte: autoria própria (2015). Figura 6 – Exemplo de uma instalação Cross Docking Fonte: autoria própria (2015). As instalações tipo Cross Docking possuem o mesmo formato que os Transit Point. A diferença está no relacionamento com a quantidade de fornecedores. Enquanto na Transit Point temos apenas um fornecedor, na instalação tipo Cross Docking podem existir vários (PIRES, 2004). Lo gí st ic a 34 Figura 7 – Exemplo de uma instalação Merge in Transit Fonte: autoria própria (2015). Figura 8 – Exemplo de uma instalação Break Bulk Fonte: autoria própria (2015). A operação consiste em receber mercadorias consolidadas, separá-las e recarregar os veículos de maneira que cada um siga para um único destino, minimizando assim os cus- tos com envio e frete de produtos. Pires (2004, p. 37) explica que “a operação do Merge in Transit pode ser considerada uma extensão do Cross Docking, associado à técnicas de qualidade como o Just-in-time. Seu objetivo é montar produtos ao longo da cadeia de distribuição”. Em seguida, temos a operação tipo Break Bulk. Nesse tipo de estrutura, as quantida- des são recebidas de vários fabricantes ou fornecedores, as quais serão processadas e agrupadas em cargas consolidadas, para atender a diversos clientes. No terminal de Break Bulk separa os pedidos individuais e providencia as entregas. Lo gí st ic a 35 Just in time: siste- ma de administra- ção da produçãoo qual determina que nada deverá ser produzido, transportado ou comprado antes da hora exata. Atribuições dos centros de distribuição Para escolher o melhor centro de distribuição é necessário que cada organização faça um mapeamento das principais atividades necessárias para ter um fluxo correto e continuo de produtos. Sobre as atividades dos centros de distribuição, você sabe quais eles podem exercer? Lembra-se do conceito de logística? Processo de interação capaz de gerir produtos e matéria-prima de forma correta. Para gerir esses produtos, a empresa precisa estocar, distribuir, separar pedidos e movimentá-los interna e externamente. As funções dos seus centros geralmente estão relacionadas ao processo de recebimento, movimentação, arma- zenagem, seleção de pedidos e expedição conforme exposto na figura. Figura 9 – Atribuições dos centros de distribuição Fonte: <http://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/7340/7340_4.PDF>. Acesso em: 19 set. 2014. Vamos entender melhor as funções dos centros de distribuição? Principais funções dos centros de distribuição Agora, você vai estudar as funções associadas aos centros de distribuições, que vão desde o recebimento de matérias-primas até a expedição do produto final para o consumidor. Lo gí st ic a 36 Recebimento O processo de recebimento de produtos, sejam eles de produtos acabados (finalizados) ou em processo de transformação (semiacabados), corresponde ao iníciodas atividades do centro de distribuição. Para êxito do processo de recebimento, será necessária uma série de outras atividades que deverão ser colocadas em prática. Você já ouviu falar em conferência qualitativa e quantitativa dos produtos? A conferên- cia quantitativa faz referência à quantidade de produtos solicitados pelo setor de compras e os produtos entregues pelo fornecedor; já a conferência qualitativa visa verificar se as características do produto solicitado, como peso e dimensões, estão em conformidade com a solicitação de compras enviada ao fornecedor. Ou seja, verificar se as quantidades e especificações dos produtos estão em conformidade com a nota fiscal. Caso contrário, o lote (carga) deverá ser devolvido. Movimentação A próxima etapa faz referência ao processo de movimentação. Geralmente, o primeiro processo de movimentação ocorre após o recebimento dos produtos, ou seja, no momento da descarga dos veículos. O processo de movimentação é dividido em dois tipos: um voltado para a transferência e o outro para a separação de produtos. Na etapa de transferência, o material recebido será destinado para o local onde o mesmo deverá ser estocado; já na separação, o produto será retirado do local onde foi estocado para a área de consolidação dos pedidos. Armazenagem A próxima função diz respeito ao processo de armazenagem dos produtos em posse da empresa. Esse processo é fundamental para a organização do centro de distribuição, bem como na otimização de sua produtividade operacional. Para Calazans (2001), o respeito às características físicas dos produtos (tamanhos e periculosidade), além de possibilitar uma boa utilização do espaço, tem como vantagem a boa utilização dos recursos operacionais, bem como otimiza o tempo e a mão de obra para localizar pedidos e produtos no interior do armazém. Lo gí st ic a 37 Seleção de pedidos A seleção de pedido, também conhecido com picking, faz referência ao processo de retirada dos produtos dos estoques. Na concepção de Rodrigues (1999), esse processo consiste na separação dos produtos demandados pelos clientes. Dentro da área de esto- cagem, faz-se necessária a separação de uma área para o picking. Para Lima (2002), existem diversos tipos de picking. Veja agora 03 tipos deles: – Picking discreto: cada pedido é iniciado e completado por apenas um operador, sendo que apenas um produto é coletado por vez; – Picking por zona: a área de armazenagem é dividida em zonas, cada zona armazena determinados produtos e cada operador é responsável por umadeterminada zona; – Picking por lote: os pedidos são acumulados, juntam-se as quantidades totais de cada produto e então o operador vai até a área de estocagem para coletar a soma dos pedidos. Expedição Na sequência das atividades destaca-se o processo de expedição de produtos, geralmen- te essa é a última etapa realizada pelos centros de distribuição. Nessa fase, os profissionais ficarão atentos ao processo de verificação e ao carregamento dos produtos nos veículos de- terminados. Para o êxito desse processo, algumas atividades deverão ser colocadas em prá- tica, principalmente no que se refere à análise dos documentos como a nota fiscal, emissão de documentos de expedição e pesagem da carga para estipular o custo de transporte. Esse processo deve ser bem analisado e planejado, afinal, qualquer problema tende a gerar dificuldades para as empresas. Para Calazans (2001), dentre os principais fatores que impactam de forma negativa o processo de expedição, destacam-se: – Atrasos no recebimento dos produtos por parte dos fornecedores, o que tende a elevar o tempo de recepção, conferência, processamento, separação e distribuição dos itens, pela grande quantidade e concentração de produtos a serem analisados ao mesmo tempo e em um mesmo lugar; – Quebra de sincronia entre os processos de recebimento e expedição nas operações de Cross Docking, fazendo com que a área de expedição se torne a área de estocagem, dificultando a operação de expedição em si. Lo gí st ic a 38 Lo gí st ic a 39 Agora que você sabe sobre as principais funções dos centros de distribui- ção, sintetize por que é importante conhecer essas funções e quais as van- tagens que esses centros de distribuição proporcionam para a empresa. Atividade 01 A importância do marketing no processo de distribuição de produtos Antes de falar sobre a importância do marketing no processo de distribuição é interes- sante que você saiba o seu significado. Marketing consiste num conjunto de processos estruturados que as empresas utilizam para criar, comunicar e oferecer valor aos clientes. Em outras palavras, o marketing é a área organizacional que tem o papel de analisar o perfil dos clientes para tentar atender e satisfazer essas demandas. Ele pode ser aplicado em diversas áreas, das quais se destacam: – Bens: fazer com que os clientes desejem comprar um bem como carros, roupas etc.; – Serviços: utilizado para agregar valor para o cliente, o foco dessa atuação é produzir comodidades dos produtos e/ou serviços solicitados; – Lugares: utilizado no processo de captação de turistas, a fim de gerar desenvolvimento econômico para a região; – Organizações: construção de uma imagem solida da instituição. Desta forma, entende-se que o marketing tem um papel estratégico na atividade lo- gística, pois possibilita a empresa entender o mercado e agir conforme as oscilações do mesmo. Dentre as principais aplicações do marketing na atividade logística, tem-se: – Determinar qual será o público-alvo, com base na oscilação das demandas e das ven- das o marketing possibilita as empresas se especializar no seu cliente; – Identificar as suas demandas e preferências, ou seja, conhecer o que o cliente gosta e Lo gí st ic a 40 como gosta de ser atendido; – Criar acessibilidade do produto para os clientes; – Desenvolver relacionamento com os demais atores da cadeia de suprimentos; – Manutenção desses clientes. Como a logística tem a finalidade de ofertar o produto no momento na quantidade e na qualidade que o cliente demanda, o marketing tem um papel fundamental, pois ele busca entender e atender às necessidades dos clientes, ou seja, o prazo, a quantidade e a quali- dade que o cliente deseja. Resumo Nesta competência, você teve a oportunidade de conhecer o significado e os tipos de centros de distribuição utilizados na logística, a fins de produzir uma maior proximidade com os clientes, bem como a importância do marketing para a atividade logística. Pode- mos também verificar que entender e atender aos clientes se tornou uma tarefa difícil e de extrema importância para a sobrevivência das empresas. Vimos que, para conseguir isso (atender o cliente), as empresas precisam interligar e deixar os produtos mais próximos dos clientes. A saída é estudar o mercado através de ações de marketing e da introdução da logística de distribuição, fazendo com que os produtos estejam mais próximos do mer- cado consumidor no tempo e na quantidade que o cliente valorize. Autoavaliação 01. Quais são os tipos de estrutura de armazenagem? a) Estrutura direta e indireta; b) Estrutura indireta e escalonada; c) Estrutura escalonada e descentralizada; d) Estrutura escalonada e direta. 02. O que são estruturas Transit Point? a) São estruturas que têm o papel de receber carregamentos consolidados (agrupados) separá-los e carregá-los em veículos menores para entrega locais a clientes individuais; Lo gí st ic a 41 b) São estruturas que possuem um ou mais armazéns centrais e um conjunto de arma- zéns ou centros de distribuição avançados próximos das áreas de mercado;c) São sistemas de recebimento em que os produtos são expedidos de um ou mais arma- zéns centrais diretamente para os clientes; d) São estruturas que possuem um ou mais armazéns centrais e um conjunto de arma- zéns ou centros de distribuição avançados distantes das áreas de mercado. 03. O que são estruturas Cross Docking? a) São estruturas com o mesmo formato que os Transit Point, a diferença está no relacio- namento com a quantidade de fornecedores. Enquanto na Transit Point temos apenas um fornecedor, na instalação tipo Cross Docking podem existir vários; b) São estruturas que possuem um ou mais armazéns centrais e um conjunto de arma- zéns ou centros de distribuição avançados próximos das áreas de mercado; c) São sistemas de recebimento em que os produtos são expedidos de um ou mais arma- zéns centrais diretamente para os clientes; d) São estruturas que possuem um ou mais armazéns centrais e um conjunto de arma- zéns ou centros de distribuição avançados distantes das áreas de mercado. 04. O que são estruturas Merge in Transit? a) São estruturas que tem o objetivo de montar produtos ao longo da cadeia de dis- tribuição; b) São estruturas que possuem um ou mais armazéns centrais e um conjunto de arma- zéns ou centros de distribuição avançados próximos das áreas de mercado; c) São sistemas de recebimento em que os produtos são expedidos de um ou mais arma- zéns centrais diretamente para os clientes; d) São estruturas que possuem um ou mais armazéns centrais e um conjunto de arma- zéns ou centros de distribuição avançados distantes das áreas de mercado. 05. O que são estruturas Break Bulk? a) São estruturas que têm o objetivo de montar produtos ao longo da cadeia de dis- tribuição; Lo gí st ic a 42 b) São estruturas que possuem um ou mais armazéns centrais e um conjunto de arma- zéns ou centros de distribuição avançados próximos das áreas de mercado; c) São sistemas de recebimento em que os produtos são expedidos de um ou mais arma- zéns centrais diretamente para os clientes; d) São estruturas onde as quantidades são recebidas de vários fabricantes ou fornecedo- res, as quais serão processadas e agrupadas em cargas consolidadas, para atender a diversos clientes. Lo gí st ic a 43 Descrever a gestão do processo de armazenagem Competência 03 Lo gí st ic a 45 Antes de iniciar a nossa conversa, gostaria de lhe fazer duas perguntas: na sua residên- cia, você ou seus familiares armazenam algo? Existe algum motivo específico para você e/ou seus familiares armazenarem esses produtos? Todos nós armazenamos algo, por exemplo, os alimentos que estão dispostos na dispensa da cozinha. O processo de armazenagem tem a finalidade de oferecer agilidade na obtenção do pro- duto. Nesse caso, tomamos como exemplo os alimentos dispostos na dispensa da cozinha da sua residência. Isso também é uma forma de reduzir preços, afinal, os produtos sofrem oscilações de preço. Nas empresas não é diferente. O processo de armazenagem de produtos e/ou matéria- -prima é necessário para atender às demandas que possam ocorrer com o tempo. Esse processo (armazenagem de materiais) é uma das funções mais antigas e importantes que as empresas usam, função essa que é considerada como um dos pilares da atividade logística. Porém, não basta armazenar de qualquer forma, é necessário ter consciência e racionalidade. Por isso, nos últimos anos, o processo de armazenamento vem ganhando notoriedade, chegando a ser considerado como uma atividade gerencial. É constatado que armazenar é muito mais que ter um local para guardar os insumos e produtos. O processo de armazenamento demanda uma visão integrada de outros pontos para que os produtos sejam guardados de forma correta. O que estou querendo afirmar é que, para o pleno armazenamento, a empresa precisa conhecer o local, os equipamentos disponíveis, as pessoas envolvidas em todo o processo de estocagem e as características dos produtos. Perceba que são diversas variáveis que impactam no processo de armaze- nagem. Eu gostaria de convidá-los a conhecer os principais pontos de destaque para um gerenciamento eficiente e eficaz do processo de armazenagem. Espaço para a armazenagem Para armazenar é preciso ter um espaço adequado. Quando falo isso estou me referin- do a um espaço que possa garantir o pleno acondicionamento dos produtos e que possibi- lite a movimentação de equipamentos e pessoas de forma que o processo não seja inter- rompido. Mas, você precisa estar atento ao fato de que o processo de armazenamento não Descrever a gestão do processo de armazenagem Figura 10 – Armazenamento eficiente Fonte: <http://1.bp.blogspot.com/-YQcbuYMTwjw/TY0kPtGT9wI/AAAAAAAAAKo/XMnoTrKjCP4/s400/Galp%25C3%25A3o% 2Bde%2BEstocagem%2Btambores.jpg>. Acesso em: 15 mar. 2015. Lo gí st ic a 46 pode estar voltado apenas ao espaço físico. Para que ocorra um correto armazenamento é preciso ter uma visão mais detalhada de vários pontos. Observe que deve existir uma unificação de pensamento, ou seja, para a conservação de maneira correta, a empresa deverá utilizar equipamentos de movimentação (que têm a fun- ção de mover e armazenar as cargas de forma ágil), embalagens (para proteger os produtos) e pessoas qualificadas (para o manuseio desses equipamentos), para que os produtos sejam encontrados ao menor tempo possível e com a qualidade demandada pelos clientes. Feitas as primeiras considerações sobre o processo de armazenamento, lhe pergunto: o que é armazenagem? Para esclarecer, irei utilizar os argumentos de Moura (1997; 2005). Para ele, a armazenagem é uma denominação genérica que engloba todas as atividades de um ponto (estoques, almoxarifados, centros de distribuição etc.) que tem como função guardar, de forma temporária, os materiais. Além disso, acrescenta que, ao realizar o arma- zenamento, a empresa passa a executar uma série de tarefas que norteiam as ações do setor, das quais se destacam os processos de separação, classificação e preparação dos produtos para o envio aos clientes. Muitas dessas etapas são realizadas pelos centros de distribuição e centros de distribuição avançados (Transit Point, Cross Docking, e Merge in Transit) que estudamos na competência anterior, lembra-se? Em síntese, a armazenagem é uma atividade que diz respeito ao armazenamento e distribuição de produtos acabados ou não, insumos e matéria-prima, em ordem de prio- ridade de uso, dentro da própria empresa ou em locais destinados a este fim (centros de distribuição). Para que isso ocorra, cabe a empresa usar de forma eficiente o espaço nas três dimensões (comprimento, largura e altura), o qual possibilita uma gestão eficiente e movimentação ágil dos produtos e matérias-primas desde o recebimento até a expedição. Figura 11 – Armazenamento deficiente Fonte: <http://guarda-moveis-unidos.com.br/blog/wp-content/uploads/2011/09/disposofobia1.jpg>. Acesso em: 15 mar. 2015. Analisando os ambientes expostos nas figuras, em qual desses ambientes a empresa poderá obter melhores resultados? Se você respondeu que gerenciar o ambiente ilustrado na 1ª imagem é mais fácil, acertou! Como já foi informado, o melhor armazenamento pos- sibilita à empresa gerenciar de forma mais eficiente e produtiva os seus insumos. L og ís tic a 47 Agora que você já está ciente de algumas das características e vantagens da utilização correta do espaço, pense e responda: qual a importância do estudo do espaço físico para o processo de armazenamento correto? Que outros elementos devem ser analisados para que a empresa obtenha me- lhores resultados? Atividade 01 O porquê de armazenar materiais Ninguém gosta de perder dinheiro,não é verdade? Nessa linha, o processo de armaze- namento possui duas vertentes básicas: uma relacionada ao aspecto econômico, enquan- to a outra faz referência aos serviços, conforme ilustrado na imagem. Figura 12 – Vantagens econômicas e de serviços com o processo de movimentação Fonte: autoria própria (2015). Conseguiu entender como é importante o processo de armazenagem? Percebeu quan- tas vantagens a empresa pode obter ao armazenar de forma correta? Você deve estar se perguntando: será que todas as empresas possuem capacidade financeira para comprar equipamentos e montar o melhor local para um armazenamento correto? Caso tenha pensado nisso, gostaria de lhe informar que, infelizmente, não. Por isso, o processo de armazenamento detém algumas críticas. Cito aqui criticas algumas mais comuns: – Custos com infraestrutura envolvida (pessoas, espaço, administração); – Custo de capital imobilizado, tendo em vista a existência de estoques; – Custo de obsolescência e desgaste de material. Mesmo com as críticas e a necessidade de investimento em equipamentos, esse pro- cesso é necessário, pois os clientes demandam qualidade, e um armazenamento correto evita avarias. Perceba que o armazenamento é um processo necessário para que a empre- sa tenha condições de atender às demandas no momento que o cliente solicita um produto ou serviço. Existem algumas variáveis que tornam possíveis o processo de armazenagem. Vamos conhecer essas características de forma mais detalhada? Lo gí st ic a 48 Principais indicadores do processo de armazenagem Quadro 2 – Principais variáveis do processo de armazenagem Fonte: autoria própria (2014). Automatização: capacidade de usar máquinas para as atividades de movimentação e armazenagem. Capacidade de recebimento: espaço satisfatório, ou seja, local capaz de garantir o fluxo dos serviços e a qualidade e integralidade dos produtos. Espaço: melhor utilização dos espaços, visando maximizar a sua utilização. Fluxo de materiais: garantir a continuidade das atividades sem pausas, ou seja, sistematização do processo de entrada e saída de materiais. Planejamento: desenvolver um planejamento estratégico, tático e operacional, o qual possibilite uma boa movimentação, armazenagem e controle dos materiais. Sistema híbrido: sistema capaz de movimentar, estocar e controlar cada item de acordo com a sua especificidade. Perceba que armazenar é pensar em todo o processo de fabricação e distribuição de produtos: é escolher, conhecer, calcular o fluxo, o espaço e a capacidade de produtos e matéria-prima que a empresa pode comportar de forma que não atrapalhe o funcionamen- to do setor. Por falar em funcionamento, você sabia que existem diversos tipos de espaço e que eles possuem um nome específico? Você já ouviu falar em layout? Gostaria de convi- dá-lo a conhecer os tipos de layouts e sua importância para o processo de armazenagem. Layout e logística de armazenagem Para sucesso do processo logístico, principalmente quando nos referimos ao processo de armazenagem, é necessário definir de forma clara e precisa a estrutura, o arranjo físico que a empresa deverá ter para armazenar os produtos. Na logística esse arranjo físico rece- be o nome de layout. A escolha do melhor layout possibilita um maior fluxo de informações e mercadorias, a fim de proporcionar e ampliar os resultados. Essa escolha deve estar pau- tada na observação das principais características dos produtos, como peso, altura, largura e cuidados com armazenagem. Em síntese, a escolha do layout ideal vai depender das características dos produtos, matérias-primas e equipamentos que a empresa trabalha, por isso é importante que você conheça os produtos que sua empresa utiliza. Lo gí st ic a 49 Layout: desenho, esquema do armazém onde os produtos serão armazenados. Lo gí st ic a 50 Para Francis e White (1974), a escolha do layout possibilitará uma gama de vanta- gens para as empresa, das quais podemos citar: – Reduzir ou otimizar os custos com a aquisição e utilização de equipamentos e tempo de produção (por direcionar o equipamento mais adequado para as atividades desenvolvidas pela empresa); – Utilizar de forma eficiente e adequada o espaço existente; – Garantir um local de trabalho confortável e seguro; – Reduzir os custos de armazenamento e tratamento do material, tendo em vista a racionalidade do processo de escolha do layout; – Proporcionar uma padronização do uso de equipamentos; – Melhorar processo de produção; – Melhorar estrutura da empresa. Analisando essas vantagens, você pode estar se perguntando: se a empresa em que eu trabalho administrar diversos tipos de produtos, um único layout será suficiente ou será ne- cessário ter outros tipos? Lembre-se que para criar um layout correto é necessário conhecer os produtos que sua empresa trabalha (podem existir produtos que precisem de ar-condicio- nado para a sua manutenção e outros não tenham essa necessidade, por exemplo). Com base nessa distinção de exigências, podemos afirmar que existem diversos tipos de layouts e a escolha de um em relação a outro será baseada pelas características dos produtos. Para melhor entendimento, irei citar Camarotto (1998), quando ele afirma que na logís- tica podem ser encontrados diversos tipos de layout, dentre os quais temos o posicional, o funcional e o linear. Muther (1978 apud CAMAROTTO, 1998) afirma que a escolha destes tipos de layouts vai depender do planejamento e da relação do ambiente de trabalho com os produtos, os insumos, as máquinas, os equipamentos e o fator humano, visto que a ideia é criar um elemento de ligação e fluidez entre todos esses fatores. Agora, conheça de fato os tipos de layouts. Layout posicional Como o próprio nome já diz, esse é o tipo de layout em que os insumos ficam posiciona- Lo gí st ic a 51 dos enquanto os equipamentos, as máquinas e as pessoas realizam a movimentação em torno das partes que estão sendo montadas (MUTHER, 1955 apud CAMAROTTO, 1998). Ele poderá ser usado quando: – Existirem apenas ferramentas manuais ou máquinas simples; – Quando existir poucas unidades de cada produto; – O custo de movimentação for elevado. Layout funcional É o tipo de layout que possibilita o agrupamento de funções de produção de forma semelhante, independentemente do item produzido, ou seja, é o layout que agrupa em um mesmo arranjo físico atividades semelhantes de produção. Este tipo de layout é mais utilizado quando: – As máquinas forem de difícil movimentação; – Houver grande variedade de produtos; – Houver grandes variações no tempo requerido para diferentes operações; – Tiver demanda pequena ou intermitente. Layout linear Já no layout linear as máquinas ficam paradas e os produtos ou materiais são movimen- tados numa sequência lógica. Ele é mais indicado quando: – Há grande quantidade de peças e componentes em movimentação; – Há produtos com certo tipo de padronização; – Baixa instabilidade de demanda, gerando assim uma continuidade das atividades da empresa. Agora que você já sabe quais os tipos de layout, que tal conhecer os elementos que justificam a escolha de um em relação a outro? Lo gí st ic a 52 Como selecionar o melhor layout? A escolha do layout ideal para a empresa depende de uma análise minuciosa e crítica dos diversos fatores. Para esclarecer que fatores são esses, irei utilizar os argumentos de Borges (2001). De acordo com esse autor, dentre os principais fatores a serem analisados para a escolha do tipo de layout destacam-se: – Material: conhecimento detalhado do projeto, as variedades, as quantidades, as ope- rações necessárias para a execuçãodas atividades; – Maquinário: tipo de equipamento necessário para atender as características e os tipo de layout; – Homem: capacidade de entender o fluxo e analisar as relações de trabalho de forma holística; – Movimento: o fluxo, o direcionamento que o transporte deverá realizar nos mais diver- sos setores, para garantir a obtenção das metas; – Espera: forma de controle dos estoques e a gestão do atraso de mercadorias; – Serviço: método administrativo nas mais diversas áreas da logística como manuten- ção, a inspeção, a programação e expedição; – Construção: escolher dentre as opções, a estrutura capaz de integrar, receber de forma efetiva as máquinas, pessoas e produtos; – Mudança: adaptabilidade às diversas mudanças como versatilidade, flexibilidade e ex- pansibilidade. A ideia dessa análise é possibilitar o melhor fluxo de mercadorias e a utilização ade- quada do ambiente de armazenagem, ou seja, fazer com que a empresa utilize ao máximo a sua estrutura física. Além da escolha do layout, falamos que a empresa deverá analisar outros elementos. Você já ouviu falar em sistema de armazenagem? Sistema de armazenagem O sistema de armazenagem faz referência à estrutura necessária para o acondi- cionamento e guarda dos produtos ou matérias-primas que a empresa utiliza, visando dar continuidade a suas operações. A escolha desse sistema deverá estar alinhada às características de armazenamento, locomoção e estrutura dos centros de distribuição, Holístico: que busca um entendi- mento integral dos fenômenos. Quadro 3 – Classificação interna dos sistemas de armazenagem Fonte: Guerra (2006). São os sistemas de armazenagem dos quais os produtos estocados não sofrem movimentos in- ternos, após serem colocados manualmente ou através de equipamentos de movimentação nas estruturas de armazenagem. Ex.: porta-paletes convencional, drive-in e drive-thru, cantillever, estanterias leves etc. quais os produtos estocados sofrem algum tipo de movimento interno, após serem colocados manualmente ou através de equipamentos de movimentação nas estruturas de armazenagem. Ex.: porta-paletes dinâmico, porta-paletes push- -back e flow-rack Sistema estático ou convencional Sistema dinâmico CLASSIFICAÇÃO INTERNA DOS SISTEMAS DE ARMAZENAGEM Figura 13 – Sistema estático de armazenagem Fonte:<http://ferraris.com.br/view/imagens/img_prod_palet_emp_02.jpg>. Acesso em: 24 jun. 2015. Lo gí st ic a 53 de forma que as empresas utilizem da melhor forma o espaço físico para armazena- mento dos seus produtos. Tipos de sistema de armazenagem Os sistemas de armazenagem podem ser classificados quanto à movimentação interna da carga como estático ou convencional e dinâmico. Figura 14 – Sistema dinâmico de armazenagem Fonte: <http://img.mecalux.com.br/external/products/pt-BR/estantes-paletizacao-push-back-185584.jpg>. Acesso em: 24 jun. 2015. Figura 15 – Sistema estático de armazenagem Fonte: <http://mlb-s2-p.mlstatic.com/estante-de-aco-linha-leve-14391- MLB223961188_939-F.jpg>. Acesso em: 26 jun. 2015. Além do processo de movimentação, o sistema de armazenagem é classificado quanto a sua forma construtiva, que consiste em sistema de armazenagem leve e pesada, confor- me exposto a seguir. Quadro 4 – Classificação construtiva dos sistemas de armazenagem Fonte: Guerra (2006). São conhecidas também como estanterias metálicas leves, constituídas por colunas em cantoneiras em “L” e prateleiras aptas a supor- tarem cargas máximas de aproximadamente 300kgf - quilograma força. São estruturas metálicas mais robustas apropria- das a suportarem cargas unitizadas, consideradas altas, cujo peso exige que sejam utilizados equipa- mentos para movimentação, como empilhadeiras, pontes rolantes ou transelevadores. Armazenagem leve Armazenagem pesada CLASSIFICAÇÃO CONSTRUTIVA DOS SISTEMAS DE ARMAZENAGEM Lo gí st ic a 54 Figura 16 – Sistema Dinâmico de armazenagem Fonte:<http://www.imam.com.br/logistica/images/stories/edicoes/ed.249/porta-paletes- convencionais-simples-eficientes-1.jpg>. Acesso em: 26 jun. 2015. Estruturas de armazenagem Para que o processo de armazenagem forneça os resultados planejados, as empresas usam estruturas no intuito de melhor movimentar e acomodar os produtos. Tais estruturas são chamadas de porta-paletes ou pallets. Elas têm o papel de estocar os produtos e as matérias-primas de forma adequada e mais rápida. Percebendo a importância do tema, listarei aqui os principais sistemas de armazenagem utilizados pelas empresas para o pro- cesso de movimentação e armazenamento de produtos. Os porta-paletes consistem em estruturas feitas de madeira, plástico ou metal, utilizado para facilitar o transporte de carga através de equipamentos de movimenta- ção. O mais utilizado são as empilhadeiras, as quais auxiliam e facilitam o processo de armazenagem de forma padronizada. Hoje podemos encontrar no mercado uma variedade de pallets, mas atualmente o mais utilizado é o de padrão PBR (Palete Padrão Brasil), confeccionado em madeira de lei, que mede 1,00 x 1,20m, conforme mostra a figura a seguir. Lo gí st ic a 55 Figura 17 – Modelos de pallets Fonte:<http://www.ahmsolution.com.br/blog/wp-content/uploads/2012/10/tipos-de-pallets-2.jpg>. Acesso em: 19 set. 2014. Figura 18 – Modelos de porta-paletes Fonte: <http://www.aboletti.com.br/prod/portapalets/conv7.jpg>. Acesso em: 19 set. 2014 Agora, você vai conhecer os sistemas de armazenagem. Está pronto? Porta-palete Os porta-paletes são sistemas de armazenagem utilizados com cargas consideradas pesadas ou usados numa grande concentração de carga a ser transportada ao mesmo tempo. Neste tipo de sistema, o gestor deverá analisar uma série de informações para que não aconteçam erros no processo de armazenagem. Hoje podemos encontrar no mercado uma variedade de pallets. Antes de armazenar é importante que você saiba avaliar o tipo de pallet a ser usado (se será de madeira, plástico ou ferro), a área do pallet (em termos de largura x comprimento), o tipo de produto e carga a ser distribuída sob essa área, o tipo de equipamento de movimentação (empilhadeira e transelevador) e o layout, analisando o piso, as ruas, os corredores e os módulos de armazenamento. Você conhece ou já viu a estrutura porta-palete? Veja essa imagem. Lo gí st ic a 56 Figura 19 – Modelo de gôndola Fonte:<http://files.wessetiquetas.com.br/200000319-729d4742ac/gondolas.jpg>. Acesso em: 19 set. 2014. Figura 20 – Modelo de Cantilever Fonte:<http://www.rayonor.fr/medias/produits/stockage-leger/243-cantilever-leger.jpg>. Acesso em: 19 set. 2014. Gôndolas São encontradas nos mais diversos tipos de estabelecimento comercial, por isso as gôndolas possuem duas funções: ela faz parte de um sistema de armazenagem e ela serve para realizar a exposição dos produtos para os clientes. Cantilever Sistema de armazenamento utilizado para o acondicionamento de peças de caracterís- ticas compridas como: madeiras, tubos, perfis, barras, trilhos etc. Um cantilever é ilustrado na figura abaixo. Lo gí st ic a 57 Mezanino Recomendada para armazenagem pesada, o mezanino é utilizado com a finalidade de ser o pé direito de uma determinada área. Basicamente, é utilizado para armazenar caixas, produtos a granel e sacarias, podendo ser usado também como escritório. Figura 21 – Modelo de mezanino Fonte: <http://www.kriartestruturasmetalicas.com.br/wp-content/uploads/2013/12/Projeto-de- mezanino-industrial-curitiba-parana-kriart-obras-e-projetos.jpg>. Acesso em: 19 set. 2014. Resumo Nesta competência, você teve a oportunidade de identificar os tipos de layout e seus sistemas de armazenagem. Você aprendeu que não basta apenasescolher um layout, e sim escolher o mais adequado às características dos produtos e ao sistema de armazenamento. Autoavaliação 01. Para que o sistema de armazenagem tenha êxito é necessário que o gestor analise um exemplar ou um conjunto de indicadores. Com base nesse tema (indicadores do siste- ma de armazenagem), julgue os itens abaixo e escolha a melhor alternativa. Quais dos indicadores abaixo são fundamentais para o processo de armazenagem? I – Automatização e capacidade de recebimento; II – Espaço e fluxo de materiais; Lo gí st ic a 58 A granel: faz referência às mercadorias co- mercializadas fora da embalagem, em quantidades fracionadas. III – Planejamento e sistema híbrido. a) Apenas as alternativas I e II estão corretas; b) Apenas as alternativas I e III estão corretas; c) Somente a alternativa III está correta; d) As alternativas I, II e III estão corretas. 02. O que é um sistema híbrido? a) Sistema que visa apenas o gerenciamento das máquinas para as atividades de movi- mentação e armazenagem; b) Sistema que visa apenas o gerenciamento do espaço satisfatório, ou seja, local capaz de garantir o fluxo dos serviços e a qualidade e integralidade dos produtos; c) Sistema que visa apenas o gerenciamento do fluxo dos produtos armazenados; d) Sistema capaz de movimentar, estocar e controlar cada item de acordo com a sua espe- cificidade. 03. Quais das alternativas abaixo dizem respeito às vantagens do estudo do layout para a empresa? I – Minimizar investimentos em equipamentos e tempo de produção e utilizar espaço exis- tente da forma mais eficiente possível; II – Providenciar ao operador um posto de trabalho seguro e confortável e diminuir custo de tratamento do material; III – Reduzir variação dos tipos de equipamentos de tratamento do material, melhorar pro- cesso de produção e melhorar estrutura da empresa. a) As alternativas I e II estão corretas; b) As alternativas I e III estão corretas; c) Somente a alternativa III está correta; d) As alternativas I, II e III estão corretas. Lo gí st ic a 59 04. Qual das alternativas abaixo melhor define o layout posicional? a) É o tipo de layout em que os insumos/matéria-prima ficam posicionados/ parados, en- quanto os demais atores (equipamentos, máquinas e pessoas) realizam a movimenta- ção em torno das partes que estão sendo montadas; b) É o tipo de layout em que os insumos/matéria-prima não ficam posicionados/ parados, enquanto os demais atores (equipamentos, máquinas e pessoas) realizam a movimen- tação em torno das partes que estão sendo montadas; c) É o tipo de layout em que possibilita o agrupamento de funções de produção de forma semelhante, independente do item produzido, ou seja, é o layout que agrupa em um mesmo arranjo físico, atividades semelhantes de produção; d) Consiste no layout em que as máquinas ficam paradas e os produtos ou materiais são movimentados numa sequência lógica. 05. Qual das alternativas abaixo melhor define o layout funcional? a) É o tipo de layout em que os insumos/matéria-prima ficam posicionados/ parados, en- quanto os demais atores (equipamentos, máquinas e pessoas) realizam a movimenta- ção em torno das partes que estão sendo montadas; b) É o tipo de layout em que os insumos/matéria-prima não ficam posicionados/ parados, enquanto os demais atores (equipamentos, máquinas e pessoas) realizam a movimen- tação em torno das partes que estão sendo montadas; c) É o tipo de layout em que possibilita o agrupamento de funções de produção de forma semelhante, independente do item produzido, ou seja, é o layout que agrupa em um mesmo arranjo físico, atividades semelhantes de produção; d) Consiste no layout em que as máquinas ficam paradas e os produtos ou materiais são movimentados numa sequência lógica. Lo gí st ic a 60 Lo gí st ic a 61 Descrever a gestão e a importância dos transportes para a logística Competência 04 Práticas de relacionamento entre cliente e bancos Antes de iniciar nossa quarta competência, gostaria que você refletisse: pense nos meios de transporte que as empresas podem usar para que os seus produtos cheguem aos consumidores finais. Tenho quase certeza que a primeira modalidade que veio a sua mente foi os meios de transporte rodoviário. Talvez você tenha pensado em outro, como aéreo, e está correto também. O que eu quero com isso é que você perceba que as empresas possuem diversos meios de trans- porte para escoar os seus produtos (terrestre, marítimo, ferroviário, aéreo e dutoviário). Esses meios de transporte recebem o nome de modais. Vamos conversar sobre eles mais detalhadamente no decorrer desta competência. Agora que iniciei a nossa conversa e você já sabe os meios de escoamento dos produtos (modais), gostaria de lhe fazer uma pergunta: qual desses é o melhor ou mais indicado para as empresas? Talvez você tenha escolhido o aéreo, devido à velocidade, ou então o terrestre, devido à facilidade e à disponibilidade. Independente da sua escolha, a escolha de um modal vai depender de uma análise de outros pontos, tendo em vista que cada um possui vantagens e desvantagens. Dito isto, gostaria de convidá-lo a mergulhar no oceano chamado gestão de transportes. A gestão de transportes A gestão dos meios de transporte faz referência ao modo como as empresas movimen- tam os materiais e os produtos acabados nos mais diversos pontos ou canais de distribui- ção. A importância do tema vem ganhando notoriedade e respaldo nas ultimas décadas. O transporte é um aliado das empresas no que se refere a agregar valor para os clientes, tanto em nível de serviços quanto em contribuição na formação de custos. Assim, uma parcela importante da competitividade empresarial está relacionada à correta elaboração e implementação de estratégias de transporte, com maior ou menor impacto, dependendo do tipo de negócio. Nessa linha de raciocínio, Neuschel e Russell (1998) afirmam que a demanda dos ser- Lo gí st ic a 63 viços de transporte vem passando por transformações, principalmente para atender às necessidades de um ambiente dinâmico e concorrido como o atual. Ainda segundo os referidos autores, essas transformações têm exigido que as empre- sas pensem de forma sistêmica e busquem a todo o momento integrar atividades e pres- tadores, a fim de gerar qualidade e ações competitivas. Mas, você sabe definir o que é transporte? Para Caxito (2014, p. 201), transporte é o meio de translação de pessoas ou bens de um lugar para outro e dependente de todos os meios e infraestrutu- ra implicados na movimentação de pessoas e bens. Importante Com base na descrição, podemos ver a importância da gestão de transportes. É através deles que são escoados todos os bens e serviços produzidos e ofertados pelas empresas nos países. Agora que você já conhece o significado de transportes, vamos dar inicio ao estudo dos modais? Modais de transporte Como o próprio nome diz, modal é o modo, a forma como a empresa escolhe para movimentar as cargas, produtos e/ou matéria-prima. Para a escolha do melhor modal, as empresas necessitam analisar as rotas e os custos de manutenção do transporte, como combustíveis, pneus, mão de obra, pedágios, tempo para entrega, estrutura ne- cessário de portos, aeroportos, equipamentos, capacidade em termos de quantidade de itens e segurança. Os transportes podem ser classificados de acordo com sua modalidade e sua forma. Para Calixto (2014, p. 204), em termos de modalidade, destacam-se: terrestre (rodoviário, ferroviário e dutoviário), aquaviário (marítimo e hidroviário) e aéreo. Lo gí st ic a 64 Figura
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