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DISLIPIDEMIA Profª Angela Ilha Coordenadora de Nutrição- FAL Especialista em Doenças Crônicas Degenerativas-HIAE Mestre em Ciências pela FMUSP angela.ilha@estacio.br M o rt a ta li d a d e C V / 1 .0 0 0 150 200 250 300 Colesterol plasmático (mg/dL) 100 16 8 2 MRFIT -J Am Med Assoc 1986 Colesterol Plasmático e Mortalidade por Doença Cardiovascular Am. Heart J. 1990;121:293 4 5 6 7 8 9 4 5 6 7 8 9 4 5 6 7 8 9 4 5 6 7 8 9 4 5 6 7 8 9 0 50 100 E v e n to s d e D C V /1 0 0 0 PAS nl, não fumante, glicose nl HAS, não fumante, glicose nl HAS, fumante, glicose nl HAS, fumante, intolerância a glicose HAS, fumante, intolerância a glicose, alt ECG Colesterol (mmol/L) Quem deve ser investigado? • Adultos > 20 anos • História pessoal de aterosclerose • História familiar de aterosclerose (especialmente H < 55 anos; M < 65 anos) ou de hiperlipidemia • Presença de FR (FR): HAS, DM, sinais físicos (xantomas), fumo, obesos. Cálculo do Escore de Framingham Esta é a calculadora mais utilizada para avaliar o risco cardíaco. Ela foi desenvolvida nos Estados Unidos, com base em um grande estudo populacional, chamado Estudo de Framingham, iniciado em 1948 na cidade de Framingham, Massachusetts, e patrocinado pelo National Heart Institute. Naquela época, pouco se conhecia sobre os fatores de risco cardiovascular e o objetivo do estudo foi identificar os fatores que contribuíam para o desenvolvimento das doenças cardiovasculares. Foram recrutados 5.209 habitantes de Framingham, de ambos os sexos e sem doença cardíaca aparente, que realizaram extensa avaliação clínica e laboratorial e tiveram seus hábitos de vida cuidadosamente analisados. A partir de então eles retornaram para serem avaliados a cada 2 anos. Os resultados dessas observações permitiram a identificação dos principais fatores de risco cardiovascular hoje conhecidos tais como hipertensão arterial, colesterol elevado, tabagismo , entre outros. Tais dados permitiram o desenvolvimento do Escore de Risco de Framingham, que embora tenha sua origem em uma população americana predominantemente branca, teve sua utilidade demonstrada por estudos realizados em várias partes do mundo, inclusive no Brasil. Este mede o risco de uma pessoa apresentar angina, infarto do miocárdio ou morrer de doença cardíaca em 10 anos. O risco é considerado baixo quando o escore é inferior a 10%, intermediário quando éstá entre 10 e 20% e alto quando é superior a 20%. Lembre-se que se trata apenas de uma estimativa de risco e que o fato de você ter baixo risco agora não significa que você nunca terá doença cardíaca e que manter hábitos saudáveis é a melhor forma de cuidar da saúde do seu coração. JAMA 2001;285:2486 NCEP ATP III Resultado Homens Mulheres Classificação do Colesterol Total, LDL-C e HDL-C (mg/dL) Colesterol Total < 200 Desejável 200 – 239 Limítrofe 240 Alto LDL-C < 100 Ótimo 100 – 129 Desejável 130 – 159 Limítrofe 160 – 189 Alto 190 Muito alto HDL-C < 40 Baixo 60 Alto JAMA 2001;285:2486 Valores Alvos de LDL-C (mg/dL) 100 70 < 70 MUITO ALTO DCV+FR 190 (160-189:opcional) 160 < 160 LEVE 0 – 1 FR (risco < 10 %) Risco 10-20%: 130 < 10%: 160 130 < 130 MODERADO 2 ou mais FR (risco 20%) 100 100 < 100 ALTO DCV ou risco equivalente (risco > 20%) Indicação de drogas Iniciar mudanças de hábitos Objetivo RISCO JAMA 2001:2486; Circulation 2004:227 FATORES PARA RISCO MUITO ALTO Portadores de DCV associados com: – Diabetes – Fumo – Síndrome Metabólica: TG 200 mg/dL non-HDL-C 130 mg/dL HDL-C < 40 mg/dL – Síndrome Coronariana Aguda Valores de Triglicérides (ATP-III) Triglicérides (mg/dL) Normal <150 Limítrofes elevados 150-199 Elevados 200-499 Muito Elevados >500 Metas Terapêuticas para Pacientes com Triglicérides 200mg/dL Categoria do paciente Meta para LDL-C (mg/dL) Meta para Non- HDL-C (mg/dL) S/DAC, < 2FR <160 <190 S/DAC, +2 FR <130 <160 CAD ou Equivalente CAD <100 <130 JAMA 2001:2486 LÍPIDES (%) PROTEÍNAS (%) CE CL TG Fosf. Total QM 1-3 0,5-1 86-94 3-8 98-99 1-2 VLDL 12-14 6-8 55-65 12-18 89-94 5-10 LDL 35-40 5-10 8-12 20-25 75-80 20-24 HDL 14-18 3-5 3-6 20-30 50-55 45-50 SR -B I LL H B/E B/ E B/E E VLDL FÍGADO QM QM REM LDLIDL MACRÓFAGO RECEPTOR SCAVENGER CÉLULA PERIFÉRICA CE CE CE LPL LPL LPL INTESTINO B /E CE CLMETABOLISMO DAS LIPOPROTEÍNAS LDL LD L LDL B /E Colesterol HMG CoA redutase Receptor B/E ACAT Metabolismo de Colesterol Intracelular HDL pre - HDL VLDL LDL LCAT TG CETP CE TRANSPORTE REVERSO DE COLESTEROL LLH SR-BI B/E CÉLULA ABCA-1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Apo A1 CUBILINA / MEGALINA CL B/E HDL-C baixo é preditor independente de risco de DCV Am J Med: 1977:707 TRIGLICÉRIDES E ATEROSCLEROSE SÍNDROME METABÓLICA –Obesidade abdominal Circunferência abdominal: Homens > 102 cm Mulheres > 88 cm –Triglicérides 150 mg/dL –HDL-C: Homens < 40 mg/dL Mulheres <50 mg/dL –Pressão Arterial 130/85 mmHg –Glicemia em jejum 100 mg/dL PERFIL ATEROGÊNICO – Hipertrigliceridemia – LDL pequenas – HDL-C HIPERTRIGLICERIDEMIA Resistência à insulina • AGL plasmático • da produção de triglicérides e VLDL • Maior conteúdo de TG nas VLDL • atividade LPL Alterações Genéticas Hiperlipidemia Primária Hipercolesterolimia Familiar Polimorfismos de Apo E Hipertriglicideridemia Primária Hiperquilomicronemia Tipo de Mutação Síntese Transporte do RER para o Golgi Ligação de LDL ao Receptor Internalização (“COATED PIT”) Complexo LDL/Receptor 1 2 3 4 5 x x x x x 1 2 4 LD L 5 LDL LDL 3 B /E Cerca de 900 mutações descritas Heterozigótico Homozigótico Freqüência 1/500 1/1.000.000 Aumento de LDL-c 2x 5 - 7x Início clínico de DAC 40 anos Infância - 20 anos Xantomas 75% 100% HIPERCOLESTEROLEMIA FAMILIAR Doença Coronariana Isquêmica na Hipercolesterolemia Familiar (%) Heterozigoto Homozigoto Idade (anos) Masc Fem 10 0 0 36 11-20 0 0 40 21-30 25 0 100 31-40 44 10 - 41-50 57 25 - 51-60 66 66 - S Afr Med J;52:573,1977 XANTOMAS TENDINOSOS Um xantoma (do grego xanthos, ξανθος, "amarelo") é um depósito de material gorduroso, amarelado, rico em colesterol nos tendões ou na pele, geralmente associadas com doença endócrinas, distúrbios no metabolismo de gorduras (dislipidemias) ou bloqueio dos conduto biliar. Essa acumulação subcutânea de lípidos sob a forma de nódulos forma placas amareladas ocorre em mamíferos, inclusive humanos, e aves. ARCO CÓRNEO XANTOMAS TUBEROSOS XANTELASMA Polimorfismo da Apolipoproteína E Posição do aminoácido 112 158 E2 Cys Cys E3 Cys Arg E4 Arg Arg Genótipo Apo E E4/3 E3/3 E3/2 Freqüência em caucasiano 23% 59% 12% LDL-c > 10% 1 < 10% DAC Sobrevivência E4/4 E4/3 E3/3 E3/2 E4/2 E2/2 0 50 100 150 200 LDL-C APO-B mg/dL Fenótipos de apo E LDL-C e Apo B nos diferentes fenótipos de Apo E Hiperquilomicronemia Autossômica recessiva Deficiência de lipoproteína lipase ou apo CII Hipertrigliceridemia severa (TG> 1000 mg/dL) Manifesta-se desde a infância Risco de pancreatite aguda Formação de Quilomícrons Hipotiroidismo Diabetes mélitos Síndrome Nefrótica Álcool Medicamentos: diuréticos corticóides imunossupressores inibidores de protease estrógenos HIPERLIPIDEMIAS SECUNDÁRIAS INCIDÊNCIA DE EVENTOS CARDIOVASCULARES EM 7 ANOS (%) Não Diabético Diabético IM 18,8 45,0 AVC 7,2 19,5 Mortes por DCV 15,9 42,0 DM x DCV Fatores de Risco • HAS • Tabagismo • Hiperlipemia • Obesidade • Inatividade física DISLIPIDEMIA e DM 1 Deficiência de insulina • Hipertrigliceridemia • Redução de HDL-C • Hipertrigliceridemia • Hiperlipemia pós-prandial • Redução de HDL-C • Maior população de LDL pequenas e densas DIABETES TIPO 1 Deficiência de insulina • atividade da Lipoproteína Lipase • catabolismo de VLDL / IDL • atividade LHS Lipólise tecidual AGL • Síntese de triglicérides VLDL Tecido Adiposo LHS AGL VLDL TG IDL LPL Tamanho de LDL em DM Atherosclerosis, 2002: 47 Formação de LDL e HDL pequenas e densas VLDL Remanes centes IDL HDL2 LDL HDL3 LPL LLH CE CETP TG CETP TG CE LDL pequenas e densas LLH • VLDL mais rica em TG • turnover dos remanescentes • atividade da CETP • > susceptibilidade a oxidação e glico-oxidação INFILTRAÇÃO DE LDL NA ÍNTIMA TRATAMENTO DAS DISLIPIDEMIAS DIETA MEDICAMENTOS -MONOTERAPIA -COMBINADO Tratamento Medicamentoso MEDICAMENTOS : • ESTATINAS • EZETIMIBE • COLESTIRAMINA INIBIDORES DE HMGCoA REDUTASE: Síntese de colesterol Síntese de receptores B/E LDL LDL COLESTEROL B/E B/E HMGCoA redutase Receptor de LDL (B/E) ACAT LDL B /E LDL núcleo Efeito das Estatinas Efeitos Adversos das Estatinas • Cefaléia • Fadiga • Intolerância digestiva • Miopatia • Mialgia Aumento de Enzimas Hepáticas • 0,5 a 2,5 % dos casos • Dose dependente • Problemas hepáticos graves - raros • Melhora com redução da dose ou suspensão Inibem a absorção do colesterol Ezetimibe DIETOTERAPIA- Redução do Colesterol RECOMENDAÇÃO NCEP-ATPIII Nutrientes Recomendações Gordura Total 25 – 30% Saturada < 7% Poliinsaturada até 10 % Monoinsaturada até 20% Colesterol < 200 mg/dia Carboidratos 50 – 60% Proteínas 15 % Fibras 20 – 30 g/dia Redução de LDL-C por Dieta COMPONENTES MODIFICAÇÕES LDL-C Gordura Saturada <7% das calorias 8 - 10% Colesterol <200 mg/dia 3 - 5% Fibras solúveis 5 - 10 g/dia 3 - 5% Esteres estanol/esterol 2 g/dia 6 - 15% Redução de Peso perda 5 kg(10lb) 5 - 8% Dietoterapia na Hipertrigliceridemia Controle de peso – Dieta hipocalórica Redução no conteúdo total de gorduras: < 30% Suspensão de bebidas alcoólicas TRATAMENTO DIETÉTICO DA HIPERQUILOMICRONEMIA Redução no conteúdo total de gorduras: - Retirar toda a gordura adicionada -Utilizar alimentos com baixo conteúdo de gordura Uso de gorduras de cadeia média (TCM) Efeito da redução de gordura na dieta Sacks FM et al; Am J Med 2002:13S RESUMO O aumento da colesterolemia está associado a maior ingestão de colesterol, ácidos graxos saturados e ácidos graxos TRANS. A maior relação de ácidos graxos P/S resulta na menor elevação da colesterolemia decorrente do colesterol alimentar. ÁCIDOS GRAXOS SATURADOS Láurico (12:0) Mirístico (14:0) Palmítico (16:0) Esteárico (18:0) COOH COOH COOH COOH H3C H3C H3C H3C ÁCIDOS GRAXOS SATURADOS 1. Mecanismos de ação LDL colesterol Cadeia retilínea / menor espaço na partícula. ÁCIDOS GRAXOS SATURADOS 2. Mecanismos de ação LDL LDL núcleo LDL COLESTEROL Acetil CoA HMGCoA Mevalonato HMGCoA redutase LDL Diminuição de síntese de receptores B/E ÁCIDOS GRAXOS INSATURADOS Oléico (18:1) Linoléico (18:2) Linolênico (18:3) Araquidônico (20:4) H3C COOH COOH COOH COOH H3C H3C H3C ÁCIDOS GRAXOS INSATURADOS 1. Mecanismos de ação LDL colesterol Configuração espacial / maior espaço na LDL ÁCIDOS GRAXOS INSATURADOS 2. Mecanismos de ação LDL LDL núcleo LDL COLESTEROL Acetil CoA HMGCoA Mevalonato HMGCoA redutase LDL Aumento de síntese de receptores B/E H H H H OH OH O C O C ÁCIDOS GRAXOS TRANS ÁCIDO OLÉICO ÁCIDO ELAÍDICO Isômeros geométricos de ácidos graxos poliinsaturados contendo pelo menos uma dupla ligação na configuração trans. Efeitos Adversos: 1. Níveis de LDL-colesterol 2. Níveis de Lp (a) 3. Níveis de HDL 4. Supressão do metabolismo do ácido linoléico (18:2n-6), aumentando a necessidade do ácido graxo essencial. 5. Aumento da relação LDL/HDL ÁCIDOS GRAXOS TRANS Hipercolesterolemia Disfunção Endotelial Inflamação Hipercolesterolemia IL-6 TNF- Camada Íntima da Artéria IL-6 TNF PCR SAA MCP-1 VCAM-1 ICAM-1 Selectinas Hipercolesterolemia IL-6 TNF- MCP-1 Induzida por: Hipóxia Fluxo Turbulento Hormônios vasoativos Fatores de crescimento ET-1 CML VCAM-1 fosfolípides ácidos biliares ácidos graxos monoglicerídeos diglicerídeos colesterol fitoesteróis Mecanismo de Competição Excreção fecal CG NPC1L1 RE NPC1L1 ABCG5 ABCG8 FE CE ACAT2 CL ApoB48 TG QM VLDL LDL IDL HMGCoA Síntese de Colesterol FASEB J 2002;16:258 Metabolism 2006;55:292 J Lip Res 1997; 38:348 Há 45 anos, nossa vida é transformar a sua. Obrigado.
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