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peça de pratica trabalhista

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EXCELLENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA ___VARA DO TRABALHO DE PETRÓPOLIS / RJ
MARCELA, brasileira, estado civil, babá, filha de______________, portadora do RG n°_________, inscrita no CPF n°___________, CTPS n°___________, PIS n°___________, residente e domiciliado na ______________________________________RJ, CEP________, vem por seu advogado infra assinado, com endereço profissional______________________________, propor a presente:
AÇÃO DE RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
Em face de FAMÍLIA SILVA, portador do RG n°_________, inscrito no CPF n°____________, residente e domiciliado em__________________________________________Petrópolis / RJ, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas :
DAS PRELIMINARES
DA COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA
 Mister ressaltar, que o reclamante não se submeteu a Comissão de Conciliação Prévia, tendo em vista liminar proferida pelo Supremo Tribunal Federal em 13/05/2009 em Ações Direta de Inconstitucionalidade de números (ADIs 2139 e 2160-5). 
Portanto, prevalece o artigo 5º, inciso XXXV, da Carta da República que dispõe ser livre o acesso à Justiça.
DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
Declara o Reclamante, sob as penas da lei, não ter condições de custear as despesas processuais sem prejuízo do próprio sustento e de sua família, a teor do disposto no art. 1º, da Lei 7.115/83, razão pela qual requer o deferimento da justiça gratuita nos termos do art. 790, §3º da CLT c/c art. 14, da Lei nº 5.584/70.
DOS FATOS E FUNDAMENTOS
 A reclamante foi contratada em 25/06/2016 para laborar na residência dos reclamados para realizar os afazeres domésticos. Trabalhava de segunda a sexta, de 07:00 as 16:00 hs com intervalo de 30 minutos e percebia o salário de R$_____________. Seu contrato de experiência era de 45 dias e terminado o período nada foi falado e a reclamante continuou seu trabalho tornando assim o contrato por prazo indeterminado.
A reclamante recebia seu salário com descontos referentes a vale transporte e alimentação que era consumida na residência, 10 e 25% respectivamente de seu salário base.
Em certa data a reclamante viajou a serviço com os reclamados para Gramado/RS por 4 (quatro) dias, ocasião em que exerceu a função de babá de 08:00 as 17:00hs com uma hora de intervalo, função esta diversa da que havia sido contratada.
O trabalho transcorria bem até que em 25/09/2016 a reclamante foi surpreendida com uma dispensa sem justa causa. Recebeu a titulo de verbas indenizatórias, férias proporcionais de 3/12 avos, acrescidos de 1/3 e 13° salário proporcional de 3/12 avos somente, deixando de receber aviso prévio, saldo de salário, FGTS e a multa de 40% sobre o saldo do FGTS.
DOS DESCONTOS INDEVIDOS DE VALE TRANSPORTE E ALIMENTAÇÃO
 A reclamante foi descontada indevidamente na proporção de 10% de seu salário para o custeio de vale transporte, desconto esse feito irregularmente, pois a lei regulamenta o desconto de 6% sobre o salário base, conforme artigo 9°,I do decreto 95.247/87.
 Os reclamados descontavam ainda 25% da remuneração da reclamada referente a alimentação que era consumida no local de trabalho, desconto totalmente em desacordo com a lei que regulamente o trabalho doméstico, tendo em vista que o fornecimento de alimento é uma liberalidade do empregador, assim sendo o fato deste conceder tal benefício não poderá trazer prejuízos financeiros ao trabalhador, ferindo no entanto a lei complementa 150/2015 em seu artigo 18.
 Visto isso, os descontos efetuados pelos reclamantes eram totalmente ilegais, requer a devolução dos valores descontados indevidamente, tanto a título de vale transporte como a título de alimentação.
DA GRATIFICAÇÃO DE VIAGEM E DO DESVIO DE FUNÇÃO
A reclamante quando da sua viagem para acompanhamento com os reclamados não recebeu a gratificação referente a viagem a serviço que versa o artigo 11 em seu § 2° da lei complementar 150/2015 que é de 25% superior ao valor do salário-hora normal.
 Vale ressaltar ainda que, a reclamante exerceu função diversa da que fora contratada, trabalhou por 4 dias como babá, sem receber nenhum acréscimo por isso. Tal ato dos empregadores ofende ao artigo 468 CLT, vez que entre a função ajustada na celebração do contrato e o que lhe foi imposto posteriormente haverá sensível margem prejudicial ao trabalhador, principalmente quando desacompanhada da respectiva compensação salarial. Neste sentido a OJSDI-1 n° 125, TST, pacificou o tema, tendo o empregado direito ao pagamento das respectivas diferenças salariais.
 Diante do exposto requer o pagamento das verbas referentes ao salário viagem e a devida indenização pelo desvio de função.
DAS VERBAS RESCISSÓRIAS
 Há de ressaltar que, com o fim do contrato de trabalho a reclamante não foi indenizada corretamente, deixando de receber todas as verbas correspondentes ao seu contrato que era de prazo indeterminado, a reclamante não recebeu as verbas referentes ao aviso prévio, saldo de salário, FGTS e sua multa de 40%. Com efeito, a reclamada não lhe forneceu as guias para levantamento do FGTS. Com isso requer o pagamento das verbas supracitadas, conforme artigo 467 CLT.

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