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O V O S Faculdade Estácio de São Luis Coordenação do Curso de Nutrição P R O F ª . E S P. H É R I K A P. S . M A R T I N S R A B Ê L O É um corpo unicelular formado no ovário dos animais, composto de protoplasma, vesículas germinativas e envoltórios. O Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal (Brasil, 1997) define: “pela simples designação ovos entende-se os ovos de galinha. Possui devido ao elevada uma diversidade de aplicações de PTNs de de de seu bom teor solubilidade, capacidade e presença formação de espuma lecitina e gordura na gema. CONCEITO OVO MAIS CONSUMIDO: ◦ De galinha ◦ Produzidos em escala industrial Ovos raramente consumidos: ◦ Pata, codorna, galinha-d´angola, gansa, tartaruga e de peixe (ovos de esturjão, caviar) Ovos exóticos: ◦ De avestruz (até 1,5 Kg) ◦ De crocodilo Casca ◦ Composta de carbonato de cálcio + sais de Mg e PTN = ESTRUTURA POROSA, para troca de gases entre os ambientes interno e externo e a perda de água por evaporação. ◦ A coloração branca ou avermelhada depende da raça e da linhagem da ave ➖ Valor nutritivo semelhante. ◦ Equivale a 11% do peso total. ◦ Deve ser lavada e desinfectada com cloro (100 ppm por 5 min.) no momento do uso. ESTRUTURA Clara ◦ Composta de espessa mistura de PTN (85%) e água (13%). ◦ É formado por 2 camadas que se diferenciam pela fluidez Clara fluida e Clara espessa. ◦ Situada ao redor da gema, tem a finalidade centralizada; ◦ É constituída pelas seguintes proteínas: de mantê-la Ovalbumina Conoalbumina ou ovotransferrina Ovomucoide Lisozima Ovomucina Ovoglobulina Avidina Constitui 57% do peso total do ovo. ESTRUTURA CLARA ◦ Ovoalbumina Corresponde a 50% das PTNs totais, pode ser desnaturada por agitação e coagula-se por aquecimento. ◦ Conoalbumina Coagula-se temperaturas 600C. pelo calor, sob menores que ◦ Ovomucoide Glicoproteína facilmente desnaturada pelo calor em pH neutro e alcalino. ◦ Ovomucina Glicoproteína rica em cistina, resistente ao calor, de consistência gelatinosa e que representa 2% das PTNs da clara. É responsável pelo espessamento da clara (+ na espessa) e apresenta viscosidade em meio alcalino. ◦ Ovoglobulina PTN responsável pela estabilização da espuma. clara CLARA CLARA ◦ Avidina Liga-se a biotina, impedindo a sua ação, porém é inativada pelo calor. ◦ Lisozima Enzima que corresponde a 3% da clara; Atua sobre as bactérias, ajudando a proteger o conteúdo do ovo da invasão bacteriana; É inativada pelo calor. GEMA ◦ Dispersão de fosfo e lipoproteínas em uma solução de PTNs globulares; ◦ Possui pigmentos (xantofila, caroteno, criptoxantina e riboflavina) e os LIPs incluem gorduras simples, fosfolipídios (lecitinas e esteróis) em uma emulsão de óleo em água; ◦ Efeito emulsificante = lipoproteínas + algumas lecitinas. LECITINAS = Combina compostos hidrofóbicos e hidrofílicos, conferindo ao ovo a propriedade de estabilizar emulsões. ◦ Propriedade das suas PTNs: Lipovitelina PTN do grupo prostético, é um fosfolipídio e, com o aumento do pH ácido, chega à forma monômera. Fosfovitina PTN com cerca de 10% de P e 12% de N na molécula. Representa 80% das fosfoproteínas e liga- se a íons férricos, diminuindo a biodisponibilidade do Fe presente nas refeições que contêm ovo. Livitina PTN constituída por 3 componentes: α, β e δ livitina. Compre ende 32% do peso do ovo GEMA VALOR NUTRITIVO Gema ◦ 34% de gordura 5% de colesterol (180 a 190 mg) ◦ 16% de proteína ◦ 50% de água Clara ◦ 10% de proteína ◦ Mínimo de gordura ◦ 90% de água Recomendação: 2 a 3 ovos por semana Podem ser conservados de 2 a 4 semanas a 50C Protegidos do sol e do calor. Devem ser mantidos secos, armazenados limpos e na parte interna do refrigerador. Ovo fresco ◦ Gema: centralizada, alta, destacada e redonda. ◦ Clara: espessa (devido a ovomucina) e membranas aderidas à casca. Espalha-se de maneira uniforme ao redor da gema quando o ovo é quebrado. ◦ Apresenta pH ácido (↓) devido ao CO2, solúvel na clara, preservando a qualidade do ovo. ARMAZENAMENTO OVO VELHO ◦ No armazenamento o pH eleva-se devido a perda de CO2 através da casca ➖ aumento da alcalinidade que resulta em alterações físico- químicas: ↑ o tamanho da câmara de ar; A gema espalha-se, fragilizando a membrana que a envolve; A clara parece liquefeita (↓ ovomucina); Formam-se compostos derivados do enxofre alterando o odor e o sabor do ovo OVO CHOCO. Teste da luz ◦ Quando fresco, ao ser colocado contra a luz, o ovo parece denso e escuro por igual; se houver uma parte oca, o ovo está estragado. Teste da água ◦ Quando colocado em um copo com água e sal, o ovo fresco ficará parado no fundo (estável); se for velho flutuará. ARMAZENAMENTO Fonte: Ornelas, 2006 Fonte: Phillipi, 2006 Peso médio = 50 g PESO MÉDIOS DE OVOS POR TIPO TIPO Peso médio (g) Industrial < 42 Pequeno 43 – 49 Médio 50 – 54 Grande 53 – 62 Extra 63 – 72 Jumbo > 73 PESO MÉDIO DOS OVOS PARA O COMÉRCIO INTERNACIONAL TIPO Peso médio Seleto 60 g ou mais Extra 55 a 60 g Especial 48 a 55 g ARMAZENAMENTO OVOS IMPRÓPRIOS PARA O CONSUMO ◦ Apresentam alterações de gema e clara Aderentes à casca, com manchas, presença de sangue (hemorragia do animal) e embrião desenvolvido; Podridão; Presença de fungos interna e externamente; Odor e sabor alterado. ◦ Casca suja, com brilho ou sem a capacidade natural dada pelo muco, finas ou rachada. ◦ Sensação de conteúdo fluido ao sacudi-lo. SÃO 3 AS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS QUE AS PREPARAÇÕES COM OVO APRESENTAM: Formação de espuma Incorporação de ar ➖ Confere leveza e melhora a textura das preparações, constituindo-se um importante agente de crescimento para produtos assados. O batimento da clara e da gema promove desnaturação da albumina, desdobrando a sua estrutura, formando eixos longos Desnaturação reversível. Uso de utensílios secos e sem mistura de gordura e sal facilita a formação de espuma. Endurecimento ↑ concentrações de PTN Coagulação Dá resistência a sobremesas e cremes, mas em excesso excessivamente pode tornar o produto firme. Ex.: em bolos com mistura de farinha de trigo e amido, usar mais gemas do que o ovo inteiro Emulsificação Lecitina na gema Possui uma extremidade polar (afinidade com água) e outra (afinidade com gorduras). Ex.: maionese, sorvete, bolos, ... apolar APLICAÇÃO O ovo pode ser preparado e consumido de diversas formas: ◦ Puro ou combinado Ovo quente, cozido, frito, mexido, pochê, fritada, omelete e gemada; Gemada = ovo batido acrescentado de açúcar; Fritadas e omeletes = preparações salgadas com diferentes alimentos (queijos, presunto, legumes). APLICAÇÃO Usado como acompanhamento ◦ Bife à cavalo (com 1 ovo em cima), bife à camões(com 2 ovos em cima), carne recheada com ovos cozidos. APLICAÇÃO ◦ Ingrediente de preparações FUNÇÃO DO OVO COMO INGREDIENTE DE PREPARAÇÕES Preparação Função Cremes, mingaus, sopas, molhos Espessar Pães de ló, suflês, musses Crescer, aerar Bife à milanesa, frango à milanesa Cobrir Bolos, pudins, flã Unir Superfície de pães e tortas Conferir cor, brilho e sabor Maionese, molhos, sorvetes Emulsificar Recheios Conferir liga Pastéis, tortas Vedar Ovo inteiro, picado, ralado Decorar APLICAÇÃO Pode ser desidratada. encontrado na forma líquida ou Vantagens: praticidade, economia, segurança (pasteurização), facilidade de transporte, redução no espaço de armazenamento, controle de qualidade na entrada da matéria-prima, redução do desperdício, fácil de dosar no preparo dos alimentos. OVOS INDUSTRIALIZADOS Duração: ◦ Ovo líquido 7 dias ◦ Ovo em pó 6 meses ◦ A escolha do fornecedor é importante. Ovos especiais: ◦ São aqueles que apresentam menor teor de colesterol ou são enriquecidos com ômega-3 e vitamina E, por exemplo: OVOS INDUSTRIALIZADOS EXEMPLOS DA UTILIZAÇÃO DE OVOS INDUSTRIALIZADOS EM PREPARAÇÕES Ovo industrializado Preparações Ovo integral líquido pasteurizado ou desidratado Massas, biscoitos, pães, tortas, empanados Gema líquida pasteurizada ou desidratada Confeitaria, sorvete, panetone, maionese, biscoitos Gema desidratada para maionese Especifica para o preparo de maionese, proporciona maior rendimento Clara líquida pasteurizada ou desidratada Massas, suspiro, sorvete, merengue, musse, suflê Ovo integral + gema + sal Maionese OVOS INDUSTRIALIZADOS Utilizar os ovos à temperatura ambiente, pois melhora o rendimento e evita rachaduras durante a cocção. Esfriar rapidamente após a cocção para evitar a camada escurecida em torno da gema (sulfeto de ferro). Utilizar somente a clara em preparações à milanesa, pois a cobertura fica mais crocante e o óleo espirra menos durante a fritura. Não acrescentar ovos a misturas quentes, para não talhar. Esperar esfriar ou adicionar pequena quantidade da mistura aos ovos e colocar sobre o restante. ORIENTAÇÕES PRÁTICAS Incorporar a ingredientes clara somente em neve com no os outros último momento, com movimentos suaves. Verificar os ovos um a um, antes de acrescentá-los à preparação, pois podem estar estragados e comprometer a receita. Nunca quebrar ovos sobre os outros ingredientes. Adicionar ácidos na água (limão ou vinagre) para a cocção dos ovos. A parte externa coagula imediatamente e evita vazamentos. ORIENTAÇÕES PRÁTICAS O ovo gelado não deve ser colocado na água em ebulição, porque a diferença de pressão pode provocar a ruptura da casca. No ovo frito simples, a clara deve coagular apenas e a gema permanecer parcialmente crua para que a preparação seja de fácil digestão. Um ovo encharcado de gordura e com a clara desidratada (estorricada), oferece maior dificuldade digestiva. Acrescentar sal ao fritar um ovo, pois também acelera a coagulação das proteínas. ORIENTAÇÕES PRÁTICAS Cortar ovos cozidos em rodelas fica mais fácil se a faca for antes mergulhada em água quente; isso evita que o ovo se esfarele. Acrescentar ácido (limão, vinagre) na água de cocção de ovos ponchê, pois acelera a coagulação das proteínas. Evitar o cozimento excessivo do ovo, pois as proteínas da clara contem ácidos de enxofre, que, submetidos a altas temperaturas, liberam gás sulfeto de hidrogênio, causando odor desagradável e coloração esverdeada ao redor da gema. ORIENTAÇÕES PRÁTICAS Ovo do século ◦ Conhecido como ovo preservado ou ovo centenário é um ingrediente chinês da culinária que é feito preservando ovos de pato, de galinha ou de codorna em uma mistura de argila, cinza, sal, cal e casca de arroz por diversas semanas a diversos meses, dependendo do método do processamento. CURIOSIDADE PHILIPPI, S. T. Nutrição e Técnica Dietética. Barueri - São Paulo, Editora Manole, 2006; 2ª edição. ORNELAS, L.H. Técnica Dietética: seleção e preparo de alimentos. São Paulo, Editora Atheneu, 2006, 8ª edição. Disponível on line em: <http://edself.blogspot.com/2009/12/ovo-do-seculo.html> Acesso em 22/03/2011. DOMENE, S. M. A. Técnica Dietética: Teoria e aplicações. Rio de Janeiro: Ed. Guanabara Koogan, 2011. 350 p.
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