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Curso Regular de Administração Geral Aula 09 – Cultura, Clima e Competência Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 1 Aula 09 Administração Geral Cultura, Clima e Competência Professor: Vinicius Ribeiro Curso Regular de Administração Geral Aula 09 – Cultura, Clima e Competência Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 2 Olá pessoal, vamos seguindo? Tópicos da Aula Cultura e Clima ................................................................................... 02 Questões.............................................................................................. 17 Gestão por Competência ...................................................................... 26 Questões.............................................................................................. 38 Vale a Pena Estudar de Novo ............................................................. 51 Exercícios Trabalhados ...................................................................... 56 Gabarito ............................................................................................ 71 Cultura e Clima Organizacional A cultura, em uma empresa, envolve o conjunto de valores, hábitos, crenças, atitudes, costumes, comportamentos e relacionamentos daqueles que compõem a organização. Nesse sentido, é fácil perceber a peculiaridade de cada organização nesse aspecto. O que quero dizer é que, com todo um histórico de vivência e experiência de uma empresa, é praticamente impossível que duas organizações possuam culturas iguais, ou até mesmo parecidas. Segundo Beckhard, a cultura “significa um modo de vida, um sistema de crenças e valores, uma forma aceita de interação e de relacionamento típica de determinada organização”. Edgar Schein assim define cultura organizacional: “Sistema de ações, valores e crenças compartilhados que se desenvolve em uma organização e orienta o comportamento dos seus membros”. Vejamos as dimensões das culturas. Aula 9 Curso Regular de Administração Geral Aula 09 – Cultura, Clima e Competência Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 3 Valores Organizacionais: são a filosofia da empresa, mostrando como as coisas devem ser. Cultura Gerencial: reflete os valores quando se trata de autoridade, ou seja, relaciona-se com os estilos de liderança. Heróis Organizacionais: são personificações de padronização de valores. Histórias e mitos da organização: é a reflexão dos valores traduzida em narrativas com folclores que tratam de façanhas obtidas pelos heróis, geralmente os fundadores da organização. Tabus e rituais de organização: tabus são limites, padrões aceitáveis de comportamento. Rituais são cerimônias, homenagens aos heróis, premiações. Símbolos culturais: são artefatos materiais, como um brasão, logotipo, marcas, vestuário, cores, leiautes, etc. Quando estudamos cultura organizacional, devemos ter em mente os 3 níveis de divisão propostos por Schein. Vejamos: Artefatos: constituem o primeiro nível, sendo o mais superficial, visível e perceptível. Os artefatos são tudo aquilo que conseguimos perceber (vendo, ouvindo ou sentindo) ao deparamos com uma organização: produtos, serviços, vestuário, maneira de falar, símbolos, histórias, etc. Valores compartilhados: o segundo nível pode ser definido como os aspectos determinantes para as pessoas e que geram os motivos pelos quais elas fazem o que fazem, servindo de justificativa para todos os membros. É o famoso “aqui sempre fizemos dessa maneira”, tomando pela acepção não pejorativa do termo. Pressuposições básicas: o terceiro nível é mais íntimo, profundo e oculto. São crenças inconscientes, percepções, sentimentos, ou seja, naquilo que os funcionários da empresa acreditam. Curso Regular de Administração Geral Aula 09 – Cultura, Clima e Competência Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 4 Esses três níveis podem ser ilustrados em um Iceberg, em que os artefatos são a ponta do iceberg, visível por todos. Logo abaixo temos os valores compartilhados e as pressuposições básicas estão mais ao fundo. Nas organizações, podemos encontrar culturas conservadoras, que são mais rígidas com relação a mudanças. Nesse tipo de empresa, a cultura não sofre grandes alterações ao longo do tempo, independentemente do momento vivenciado, seja uma crise, seja uma revolução tecnológica. Por outro lado, existem as culturas adaptativas, mais flexíveis e inovadoras. Em empresas com esse tipo de cultura, à medida que a realidade vai se transformando, a cultura organizacional vai tomando nova forma, adaptando-se às alterações do mundo moderno. É preciso destacar que não existe o certo nem o errado nos dois tipos de cultura. Se por um lado parece ser interessante adaptar às novas realidades, uma cultura forte e sem muitas mudanças também pode trazer segurança para o futuro empresarial. Assim, é preciso analisar se a postura empresarial, seja inovadora ou inflexível, está sendo eficaz para enfrentar o mercado e obter êxito. Essa análise mostrará que aqui vale o clichê “cada caso é um caso”, cada mercado é uma história. Um tópico importante quando falamos em cultura é o poder. Tendo em vista a globalização da economia mundial, que influencia diretamente o dia-a-dia de uma empresa, podemos fazer a seguinte conclusão: poder não é só aquilo que se manifesta no interior da organização. As influências externas também atuam nos resultados de uma empresa. O ser humano necessita da interação social e, quando ele se isola da sociedade, ele perde o contato com o poder. No contexto organizacional, no início, o poder é centralizado nas mãos dos fundadores/proprietários. À medida que a empresa cresce, o poder vai migrando, vai se descentralizando. Além da descentralização, a influência externa passa a acontecer. À medida que as empresas ficam interdependentes (influenciadas externamente), as influências na organização aumentam. Se compararmos com Curso Regular de Administração Geral Aula 09 – Cultura, Clima e Competência Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 5 a cultura, essa representa algo interno, relacionando-se com a imagem que a organização reflete no ambiente. O poder deve ser visto como a possibilidade de decidir, como a situação de posição de privilégio em relação à outra parte. Podemos dizer que a cultura e o poder estão intimamente ligados às relações sociais. A cultura constitui peça- chave para que possamos compreender as relações de poder nas organizações. Mesmo que haja a influência externa, é preciso entender a cultura para compreender a maneira como o poder influencia a empresa. Ritos Organizacionais Existe uma abordagem que trata dos diferentes ritos organizacionais. Ela foi elaborada por Trice e Beyer, que elencam seis tipos de ritos: Ritos de passagem: utilizados em processos de admissão, ascensão e remanejamentos. Esses ritos buscam facilitar a transição de funcionários para novos papéis ou status. Ritos de degradação: utilizados em casos de demissão, afastamentos e substituições de um alto executivo. Além disso, são usados para denúncia de falhas, incompetências, incoerências e violação de normas. Esses ritos dissolvem identidades sociais e o poder. Ritosde confirmação ou reforço (engrandecimento): utilizados no reconhecimento público de conquistas históricas, feitos heroicos, cerimônias de premiação por desempenho e superação de metas. Esses ritos fortalecem identidades sociais e o poder. Ritos de renovação ou reprodução: utilizados em programas de treinamento e na adoção de novos métodos gerenciais. Esses ritos renovam as estruturas sociais, melhorando o funcionamento. São um processo de negociação coletiva. Ritos de redução de conflitos: reestabelecem o equilíbrio das relações, reduzindo o conflito e as agressões. Ritos de integração: utilizados em festas de aniversário da empresa, datas festivas (final de ano, páscoa, festa junina). Também favorecem a Curso Regular de Administração Geral Aula 09 – Cultura, Clima e Competência Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 6 redução de conflitos por meio de boas relações e emoções no trabalho. Esses ritos encorajam e revivem sentimentos comuns que mantêm os indivíduos em um sistema social. 1) (FCC TRT-12 2013) Uma interessante abordagem a respeito da Cultura Organizacional é aquela que procura compreendê-la através dos ritos que ocorrem nas organizações. A tabela abaixo relaciona, em sua primeira coluna, cinco tipos de “ritos organizacionais”; na segunda coluna, estão listados cinco exemplos de “ritos organizacionais”. A relação correta entre os tipos de ritos e seus exemplos é apresentada, correta e respectivamente, em a) 1-II, 2-III, 3-IV, 4-I, 5-V. b) 1-III, 2-I, 3-II, 4-V, 5-IV. c) 1-III, 2-V, 3-II, 4-IV, 5-I. d) 1-II, 2-V, 3-IV, 4-III, 5-I. e) 1-I, 2-III, 3-II, 4-IV, 5-V. Ritos de passagem ocorrem na admissão de funcionário; ritos de engrandecimento ocorrem em cerimônias de premiação; ritos de degradação ocorrem em demissões; ritos de redução de conflitos ocorrem em negociações Curso Regular de Administração Geral Aula 09 – Cultura, Clima e Competência Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 7 coletivas; e ritos de integração ocorrem em festas de final de ano. Gabarito: C Indicadores da Cultura Organizacional Maximiano, em seu livro, destaca que é possível identificar a cultura de uma organização por meio de indicadores. Vejamos essa sistemática: Indicador Descrição Identidade Maneira como as pessoas identificam-se com a organização Tolerância ou propensão ao risco Como enfrentar situações novas, contrapondo-se com o interesse na permanência do status quo (situação atual) Individualismo Indivíduo cuida apenas de si próprio e de sua família Coletivismo Existência de preocupação com o bem-estar comum (sociedade, organização), com a sinergia do grupo. É uma contraposição ao individualismo. Participação Nível de participação dos colaboradores na administração da empresa Adaptação Quanto as pessoas se preocupam com os clientes, os acionistas e os demais empregados. Demonstra uma cultura voltada para o ambiente externo, voltada para fora. Em outra abordagem, temos seguintes indicadores da cultura: Distância do poder: percepção acerca da autoridade e os diferentes tipos de gestão. Linguagem: diferentes níveis de comunicação. Curso Regular de Administração Geral Aula 09 – Cultura, Clima e Competência Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 8 Relações humanas: relações pessoais x materialismos, consensos x autoridades individuais. Atitude em Relação ao Futuro: antecipação de problema ou ação reativa. Universalismo x Particularismo: aplicação generalizada ou dois pesos e duas medidas. Orientação para o ambiente: adaptativas ou particularistas. Mecanicismo x Organismo: tarefas sendo executadas da mesma maneira ou empresas como “seres vivos”. Tempo: comprometido ou não com a agilidade na realização de tarefas. Qualidade: busca ou não da excelência. Quanto aos sentimentos: emocionais ou neutras. Modelos de Cultura de Handy Segundo o autor, há os seguintes tipos de cultura: Cultura dos papéis: burocrática, racional, carregada de regras e procedimentos. As pessoas não são consideradas, e sim os cargos, as especialidades. Cultura do poder: o poder é concentrado, é centralizado. Cultura da tarefa: orientada para um projeto/trabalho. Cultura da pessoa: indivíduo está no centro. A organização subordina- se aos indivíduos. Estudos de Denison Para Denison, a parte interna é a integração da cultura dentro da empresa. A parte externa é a adaptação ao ambiente externo (mercado, sociedade, governo). Envolvimento, consistência, adaptabilidade e missão são traços que conduzem ao desempenho de uma organização. Segundo o autor, temos os seguintes tipos de cultura: Curso Regular de Administração Geral Aula 09 – Cultura, Clima e Competência Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 9 Cultura interna de consistência (orientada para estabilidade), em que são acentuados os sistemas implícitos de valores e crenças e explícitos de regras; Cultura interna de envolvimento: orientada para a flexibilidade, existe um sentimento forte de responsabilidade, com altos níveis de participação de todos; Cultura externa de adaptabilidade: orientada para a flexibilidade de comportamento e processos, em que as decisões na organização são tomadas em face de pressões externas; Cultura externa de missão: orientada para a estabilidade, possui foco na clareza e na direção dos papéis da instituição e dos funcionários, havendo a necessidade de traçar objetivos. Adkar – Cinco fases da mudança Esse é um modelo definido por Prosci, chamado ADKAR. Dentro de um conceito de mudança que envolve a preparação, a implementação e o reforço, temos as cincos fases do acrônimo ADKAR: Consciência (Awareness): estar consciente da necessidade da mudança Desejo (Desire): querer participar e ajudar na mudança Conhecimento (Knowledge): conhecer como mudar Habilidade (Ability): saber implementar habilidades e comportamentos exigidos Reforço (Reinforcement): sustentar a mudança Cultura e Mudança Cultural Em meio a um mundo globalizado e em completa mudança, realizar mudanças nas empresas é essencial. Essa mudança só ocorre de fato quando a cultura da empresa está aberta a mudanças. É a partir da cultura que de fato pode-se mudar uma organização. Veja o esquema abaixo baseado no Livro “Fazendo a Estratégia Funcionar”, de Lawrence G. Hrebiniak: Curso Regular de Administração Geral Aula 09 – Cultura, Clima e Competência Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 10 Vejam que cultura e desempenho são mutuamente afetados, envolvendo mudança, novos comportamentos. Podemos considerar quatro condições internas para que a mudança cultura efetiva ocorra: Suficiência de recursos Desejo de mudança por parte do senso coletivo Liderança estável com estratégia, visão e poder Habilidade para comunicar a transição cultural. 2) (FGV PREF. FLORIANÓPOLIS 2014) Uma empresa familiar de médio porte valorizava a hierarquia, a lealdade e a assiduidade dos empregados, a promoção por “tempo de casa” e o tratamento cortês entre os colaboradores. Todos os colaboradores se referiam à empresa como “uma grande família”. Após a morte do fundador, sua filha assumiu a presidência disposta a transformar a empresa.Sua primeira iniciativa foi implantar, por decisão própria, o método de avaliação 360 graus como forma de “conhecer a verdadeira opinião de todos os colaboradores”, atribuindo à área de recursos humanos a incumbência de conduzir o processo. O resultado foi desastroso: os empregados sem Cultura Comportamento Desempenho Organizacional Feedback e mudança (Novos comportamentos) Cultura Curso Regular de Administração Geral Aula 09 – Cultura, Clima e Competência Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 11 posição de chefia dividiram-se entre não manifestar qualquer opinião e atacar enfaticamente os chefes; os gerentes sentiram-se acuados e constrangidos durante o processo. Entre as possíveis razões para a iniciativa ter fracassado, pode-se apontar que a avaliação 360 graus: a) só é adequada para colaboradores experientes e com excelente formação; b) só é indicada para a alta cúpula da empresa; c) deve ser condizente com a cultura da empresa e com as demais práticas de gestão de pessoas; d) só é indicada para empresas de estrutura orgânica e cultura inovadora; e) deve ser aplicada após a redefinição da estratégia e da estrutura organizacional. A empresa precisa ter uma cultura organizacional compatível com esse tipo de avaliação. Se a empresa tem a cultura familiar, apesar de a nova presidente estar tentando adotar algumas iniciativas, a cultura está enraizada. Além disso, é preciso que as práticas de gestão de pessoas estejam compatíveis (sejam modernas). Em uma empresa familiar, as práticas de RH são precárias e as pessoas não estão acostumadas a métodos modernos. Uma avaliação 360º pode ser desastrosa, gerando diversos problemas para o clima organizacional. Gabarito: C Clima Taylor em 1912 já tinha preocupação com a temática do clima organizacional. Kurt Lewin também trata do tema na década de 30. Outro nome importante acerca da origem do clima organizacional é Chester Barnard em 1938. No entanto, o termo passou a ganhar a conotação atual por meio de estudos de Lippitt e White. Curso Regular de Administração Geral Aula 09 – Cultura, Clima e Competência Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 12 Se compararmos com a cultura organizacional, podemos fazer a seguinte constatação: cultura é o filme completo da empresa, que passa desde o começo (fundação) até os dias atuais; clima é a foto, é o momento da empresa. Não é tão simples “tirar essa foto” da empresa. Nem sempre os administradores conseguem perceber o clima organizacional, que é bastante contraditório, difuso, incorpóreo. Trata-se de uma trama complexa de ações, reações e sentimentos não explicitados até então. Para facilitar o entendimento do parágrafo acima, podemos dizer que o clima é como um perfume. Todos nós sentimos o cheiro, mas nem sempre reconhecemos todos os seus ingredientes. Dentro de cada organização, é preciso que os dirigentes determinem, sempre auxiliados de especialistas, o que acreditam que seja um padrão ideal de clima organizacional, que gere satisfação de seus colaboradores. Devem ser considerados, nessa determinação: aspirações pessoais e profissionais, motivação, adequação de remuneração, horário e condições do trabalho, relacionamento com os superiores, subordinados e colegas, etc. Vejamos algumas definições de clima: Flávio de Toledo e Benedito Milioni: “Clima organizacional é o conjunto de valores, atitudes e padrões de comportamento, formais e informais, existentes em uma organização”; Stanley Davis: “Clima organizacional é uma avaliação de até que ponto as expectativas das pessoas estão sendo atendidas dentro da organização”; George Litwin: “Clima organizacional é a qualidade do tempo dentro da organização, e que é percebida pelos membros dessa organização como sendo boa ou não, e que influenciam o seu comportamento”. Podemos fazer uma separação dos conceitos em 2 partes: 1. Qualidade ou propriedade do ambiente organizacional que é percebida/experimentada pelos membros; Curso Regular de Administração Geral Aula 09 – Cultura, Clima e Competência Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 13 2. Essa mesma qualidade ou propriedade que influencia o comportamento desses membros. Uma vez influenciando o comportamento, o clima está intimamente ligado com o grau de motivação e satisfação dos membros da organização. O clima organizacional pode ser benéfico ou não para a empresa. Ele será favorável à medida que ele possibilite a satisfação de todos. Por outro lado, o clima será desfavorável quando esse momento está frustrando as necessidades dos membros. Clima organizacional é diferente de satisfação no trabalho. Enquanto a satisfação no trabalho diz respeito avaliação mais individualizada que o trabalhador faz sobre seu trabalho ou situação de trabalho, o clima organizacional refere-se às percepções compartilhadas pelos trabalhadores. A satisfação no trabalho, para Locke, é o “estado positivo ou de prazer, resultando na avaliação positiva do trabalho do indivíduo”. Outro conceito distinto é o de motivação: força motriz incorporada pelos indivíduos, por meio da qual eles tentam alcançar um objetivo específico, com o intuito de satisfazer uma necessidade ou expectativa. Motivação é “motivar a ação”. Apesar de serem distintos, motivação é base para análise do clima. Vejamos os fatores que geram o clima organizacional, segundo Katz e Kahn. Curso Regular de Administração Geral Aula 09 – Cultura, Clima e Competência Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 14 Voltando à comparação com a cultura, podemos dizer que o clima de uma organização resulta da interação dos elementos da cultura. Vejamos alguns exemplos dessa interação: Uma empresa com excessivo foco em tecnologia pode gerar um clima organizacional desumano; As várias pressões de autoridades e normas criam tensões desagradáveis; A aceitação dos afetos leva um clima de tranquilidade, motivação e confiança. No dia a dia de uma empresa, o clima organizacional é influenciado pelas condições econômicas da organização, pelo estilo de liderança adotado, pelas políticas e valores existentes, pela estrutura da organização, pelas características dos membros, pelo ramo de atividade e pelo tempo de vida da organização (estágio de maturidade em que se encontra). Normas e valores do sistema formal Reinterpretação das normas e valores pelo sistema informal História das disputas internas e externas da empresa Perfil das pessoas atraídas e selecionadas Processos de trabalho Comunicação interna Percepção dos fatos Curso Regular de Administração Geral Aula 09 – Cultura, Clima e Competência Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 15 Diante de tantas influências, é fato que o clima (a atmosfera) não pode ser desenvolvido ou criado pela empresa. O clima é algo que já existe, que está vivo e atuante no ambiente interno organizacional. Um ponto importante é que não existe um único clima organizacional dentro de uma empresa. Por que ocorre isso? Devemos entender que cada ser humano é de uma forma, cada um tem uma história de vida e uma personalidade própria. Essa diversidade influencia sobremaneira nos acontecimentos da empresa. Mas não só a diversidade de personalidades faz com que haja diferentes climas ocorrendo concomitantemente em uma organização. Para quem jáviveu o ambiente empresarial ou até mesmo de um órgão público deve ter percebido que também há grandes diferenças quando comparamos os departamentos internos. Podemos dizer que essas diferenças ocorrem pelo fato de que diferentes pessoas compõem as áreas. Cada departamento vai adquirindo determinada identidade se essas pessoas se mantiverem em seus cargos. Além disso, o tipo de trabalho realizado por cada departamento influencia nessas diversidades. Quando vivenciamos uma empresa, resta claro que cada departamento possui suas peculiaridades. O departamento financeiro, por exemplo, é, por natureza, mais pragmático, com pessoas mais sérias. Por outro lado, no departamento de marketing, há pessoas mais extrovertidas. Diante disso, uma situação corriqueira qualquer existente na empresa será percebida de maneira diferente por cada pessoa e departamento. O mesmo acontecimento pode resultar em percepções positivas e negativas ao mesmo tempo. É por isso que vários climas organizacionais convivem ao mesmo tempo em uma organização. Mesmo havendo essas variedades de pessoas e departamentos, é fundamental que os administradores avaliem o clima da organização. A alta administração deve ter uma ideia, ainda que generalizada, de qual a atmosfera dominante na empresa. Há mais pessoas motivadas ou pessoas insatisfeitas? Curso Regular de Administração Geral Aula 09 – Cultura, Clima e Competência Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 16 Por mais que a resposta não seja boa, ela norteará ações internas. Pior do que contestações ruins é a gestão do tipo avestruz: com o intuito de fugir dos problemas, “esconde-se a cabeça para fugir da realidade”. O conhecimento das qualidades e problemas do ambiente interno é fundamental para dar rumos à empresa. Isso é tão importante que a ignorância dessas informações pode levar ao fechamento de uma organização. Diante da importância, efetuar uma pesquisa de clima organizacional envolvendo todos os funcionários é fundamental. Os dados coletados serão fundamentais para que a empresa saiba o que fazer para implantar ações de qualidade e aumentar a produtividade dos colaboradores. 3) (FCC TRT-18 2013) O conceito de clima organizacional envolve um quadro amplo e flexível da influência ambiental sobre a motivação. O clima organizacional é a qualidade ou propriedade do ambiente organizacional que é percebida ou experimentada pelos membros da organização, influenciando seu comportamento. Pode-se identificar que o clima organizacional, dentro de uma organização, favorece aos seus participantes um ambiente propício a a) um sistema de relacionamento ineficaz. b) satisfação das necessidades pessoais dos participantes e elevação de sua moral. c) um sistema de relacionamento com conflitos. d) uma insatisfação no ambiente de trabalho em relação ao comportamento dos participantes. e) uma experimentação sem necessidade de envolver os participantes. O clima favorece a satisfação das necessidades pessoais. Veja a definição abaixo: Stanley Davis: “Clima organizacional é uma avaliação de até que ponto as expectativas das pessoas estão sendo atendidas dentro da organização”; Curso Regular de Administração Geral Aula 09 – Cultura, Clima e Competência Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 17 Gabarito: B Pesquisa de Clima Vejamos os tipos de pesquisa para se entender o clima: Qualitativa: um público específico é diferenciado. Os dados, nesse tipo de pesquisa, fundamentam-se em descrições detalhadas de situações com o objetivo de compreender os indivíduos em seus próprios termos. Não há padronização de dados. Quantitativa: mais generalizada, não havendo um público especial a ser pesquisado. Além disso, as abordagens seguem padrão matemático. Temática: nesse tipo de pesquisa, o assunto é definido e há diversas fontes a serem consultadas. Questões 4) (CESPE TJDFT 2015) A respeito do comportamento humano nas organizações, julgue o item que se segue. Os rituais culturais são importantes para a história da trajetória organizacional, por meio de ritos de renovação (melhoria da estrutura) ou de ritos de integração (boas relações e emoções) no trabalho. O item está certo ao definir corretamente dois dos 6 ritos organizacionais, abordagem elaborada por Trice e Beyer. Ritos de renovação ou reprodução: utilizados em programas de treinamento e na adoção de novos métodos gerenciais. Esses ritos renovam as estruturas sociais, melhorando o funcionamento. São um processo de negociação coletiva. Ritos de integração: utilizados em festas de aniversário da empresa, datas festivas (final de ano, páscoa, festa junina). Favorecem a redução Curso Regular de Administração Geral Aula 09 – Cultura, Clima e Competência Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 18 de conflitos por meio de boas relações e emoções no trabalho. Esses ritos encorajam e revivem sentimentos comuns que mantêm os indivíduos em um sistema social. Os outros 4 ritos são: ritos de passagem, ritos de degradação, ritos de confirmação e ritos de redução de conflitos. Gabarito: C 5) (FGV TJ-SC 2015) Uma funcionária recém-contratada gostaria de conhecer melhor a cultura da empresa em que começou a trabalhar. Para isso, ela poderia observar: a) o clima organizacional, os critérios de avaliação de desempenho e o grau de satisfação dos clientes; b) a linguagem utilizada, os critérios de seleção de funcionários e o mercado em que a empresa atua; c) os critérios de seleção dos funcionários, os critérios de promoção e os rituais; d) o número de sócios da empresa, os rituais e o comportamento dos colegas de trabalho; e) o grau de satisfação dos clientes, o clima organizacional e o comportamento dos colegas de trabalho. A cultura pode ser observada no clima, nos critérios de avaliação, na linguagem, nos critérios de seleção e de promoção, nos rituais e no comportamento. Grau de satisfação de clientes, mercado em que atua, número de sócios: esses aspectos não demonstram a cultura da organização. Gabarito: C 6) (FGV PROCEMPA 2014) Analise o fragmento a seguir. “É o modelo de pressupostos básicos que um grupo assimilou na medida em que resolveu os seus problemas de adaptação externa e integração interna e que, por ter sido suficientemente eficaz, foi considerado válido e repassado (ensinado) aos demais (novos) Curso Regular de Administração Geral Aula 09 – Cultura, Clima e Competência Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 19 membros como a maneira correta de perceber, pensar e sentir em relação àqueles problemas.” (Edgar Schein) O fragmento acima define a) a gestão por competências. b) a motivação. c) a gestão de pessoas. d) o benchmarking. e) a cultura organizacional. Contendo pressupostos que vão passando de geração para geração, estamos falando da cultura organizacional. Enquanto o clima é a foto da empresa, a cultura é o filme. Por curiosidade, o benchmarking pode ser definido como a verificação da qualidade dos produtos fabricados, dos serviços prestados, ou dos processos da empresa em comparação com as melhores práticas dos competidores ou empresas de qualquer ramo que são referência no mercado. Significa utilizar (com as devidas adaptações) aquilo que há de melhor. Gabarito: E 7) (FGV MPE-MS 2014) A maneira tradicional e costumeira de pensar e fazeras coisas de forma compartilhada por todos os membros da organização, direcionando as ações para a realização dos objetivos organizacionais, caracteriza a) o empreendedorismo. b) a gestão da qualidade. c) o controle de processo. d) a cultura organizacional. e) o clima organizacional. Essa é a definição de cultura. Trecho-chave: de forma compartilhada por todos os membros. Curso Regular de Administração Geral Aula 09 – Cultura, Clima e Competência Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 20 Edgar Schein assim define cultura organizacional: “Sistema de ações, valores e crenças compartilhados que se desenvolve em uma organização e orienta o comportamento dos seus membros”. Gabarito: D 8) (FGV COMPESA 2014) A cultura organizacional representa as normas informais e não escritas que orientam o comportamento dos membros de uma organização no dia a dia e suas ações para o alcance dos objetivos organizacionais. A esse respeito, analise o fragmento a seguir. “Toda cultura tem três diferentes níveis de apresentação: _____, _____ compartilhados e _____ básicas.” Assinale a opção que completa corretamente o fragmento acima. estrutura – objetivos – pressuposições. artefatos – critérios – tecnologias. estrutura – valores – pressuposições. artefatos – valores – pressuposições. artefatos – objetivos – tecnologias. É o famoso iceberg: artefatos, valores compartilhados e pressuposições básicas. Gabarito: E 9) (FGV TJ-AM 2013) O conjunto de hábitos, crenças, valores e tradições, interações e relacionamentos sociais típicos de cada organização, é denominado a) Cultura Organizacional. b) Clima Organizacional. c) Diagnóstico organizacional. d) Mudança Organizacional. e) Aprendizagem organizacional. Essa é a definição de cultura organizacional. Importante destacar que a cultura representa o diferencial da empresa e que cada organização tem a sua cultura organizacional. Uma cultura não se repete. Gabarito: A Curso Regular de Administração Geral Aula 09 – Cultura, Clima e Competência Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 21 10) (FGV DPE-MT 2015) A cultura organizacional é dita tradicional, ou seja, caracterizada pelo modelo organizacional burocrático; em outros, a cultura organizacional é chamada de participativa, isto é, calcada na flexibilidade e adaptabilidade. Nesse sentido, considerando as características de ambos os modelos de cultura organizacional, assinale T para uma característica tradicional e P para uma característica participativa. ( ) Autocracia ( ) Informalidade ( ) Remuneração baseada no desempenho ( ) Trabalho individualizado Assinale a opção que indica a relação correta, de cima para baixo. a) P – T – T – P b) P – P – T – T c) P – P – T – P d) T – P – P – T e) T – P – T – P Vejamos os itens. I) Autocracia é o poder para si próprio, típico do autoritarismo. Essa é uma característica de uma cultura mais tradicional. II) Sendo informal, a cultura tem flexibilidade e permite a participação. III) A remuneração baseada no desempenho permite que as pessoas tenham certo grau de escolha nas suas carreiras. Se tiverem bons desempenhos, serão bem avaliados, produzindo frutos para a carreira profissional. Isso é participativo. IV) Nas culturas participativas, o trabalho é realizado por equipe. Na tradicional, temos um trabalho individualizado. Gabarito: D 11) (FGV INEA-RJ 2013) A cultura organizacional compreende um conjunto de propriedades do ambiente de trabalho, percebidas pelos Curso Regular de Administração Geral Aula 09 – Cultura, Clima e Competência Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 22 empregados e que constitui uma das forças que influenciam no comportamento. A cultura organizacional que estabelece padrões ou regras de conduta que devem ser seguidas pelos membros da organização, está baseada em a) valores. b) recompensas. c) poder. d) normas. e) ética. Esses padrões/regras baseiam-se nas normas previamente existentes. É como um decreto que se baseia em uma lei, ou seja, a lei está hierarquicamente em um nível superior ao decreto. Gabarito: D 12) (FGV SUSAM 2014) A cultura organizacional possui aspectos formais que são visíveis e concretos, sendo facilmente identificados e observados. Por outro lado, há aspectos da cultura organizacional mais profundos (ou informais) e que não são claramente perceptíveis. Por isso, alguns autores consideram a cultura organizacional como um iceberg metafórico, ou seja, as partes visíveis são a ponta do iceberg, enquanto que a parte invisível corresponde aos elementos abaixo do nível da água. Levando em consideração essa analogia da cultura organizacional com um iceberg, assinale a opção que diz respeito a um aspecto formal de uma cultura organizacional. a) Atitudes das pessoas b) Normas grupais c) Objetivos organizacionais d) Relações afetivas e) Valores Curso Regular de Administração Geral Aula 09 – Cultura, Clima e Competência Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 23 Normas de um grupo e valores podem ser formais ou não. Aquilo que necessariamente é formal são os objetivos organizacionais. Ela precisa documentar aquilo que pretende. Valores existem, mas não necessariamente são registrados. Normas de grupo podem ser implícitas também. Gabarito: C 13) (FCC SERGIPEGÁS 2013) [...] conjunto de premissas que um grupo aprendeu a aceitar, como resultado da solução de problemas de adaptação ao ambiente e de integração interna. [...] funcionam suficientemente bem para serem consideradas válidas e podem ser ensinadas a novos integrantes como sendo a forma correta de perceber, pensar e sentir-se em relação a esses problemas de adaptação externa e integração interna. Trata-se de a) Estrutura organizacional. b) Cultura organizacional. c) Clima organizacional. d) Planejamento organizacional. e) Mudança organizacional. Essa é a definição de cultura. A cultura, em uma empresa, envolve o conjunto de valores, hábitos, crenças, atitudes, comportamentos e relacionamentos daqueles que compõem a organização. Nesse sentido, é fácil perceber a peculiaridade de cada organização nesse aspecto. Gabarito: B 14) (FCC SERGIPEGÁS 2013) Avaliar o "Clima Organizacional" das empresas é importante porque a) identifica os funcionários menos eficientes em seu quadro. b) constitui uma oportunidade da empresa realizar melhorias contínuas no ambiente de trabalho e nos resultados dos negócios. c) a CLT obriga as empresas a avaliarem seu clima organizacional pelo Curso Regular de Administração Geral Aula 09 – Cultura, Clima e Competência Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 24 menos uma vez ao ano. d) é uma forma de saber como anda o desempenho dos seus principais concorrentes. e) é uma forma de atuar com responsabilidade socioambiental. A análise do clima da empresa gera informações fundamentais para a realização de melhorias no ambiente de trabalho, afetando positivamente os resultados dos negócios. Gabarito: B 15) (FCC TRT-16 2014) Após feito um diagnóstico, fruto de pesquisa de clima organizacional, uma determinada consultoria recomendou, entre outras ações, que os gestores da empresa contratante adotassem práticas de reuniões periódicas com seus subordinadoscom o objetivo de informá-los sobre as mudanças externas que vêm ocorrendo e que são variáveis que afetam a organização, como por exemplo: políticas econômicas, mudanças ecológicas e informações da concorrência direta. Sobre o enunciado considere: I. A adoção das reuniões provocará uma maior integração interna e um alinhamento no direcionamento da empresa, podendo, gradativamente, contribuir para a mudança da cultura organizacional. II. As variáveis descritas são do macroambiente ou ambiente geral. III. A pesquisa trouxe informações sobre a cultura organizacional, que é um dos seus objetivos. Está correto o que se afirma em a) I, apenas. b) I e II, apenas. c) II e III, apenas. d) I, II e III. e) I e III, apenas. Vejamos os itens: I) item correto. Uma vez que a empresa está envolvendo toda a organização Curso Regular de Administração Geral Aula 09 – Cultura, Clima e Competência Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 25 acerca das mudanças que têm acontecido, a integração com os funcionários ocorrerá. Esses colaboradores entenderão, diante das circunstâncias postas, o direcionamento correto para uma eventual mudança de cultura organizacional. Independentemente do nível da mudança, comunicar é sempre fundamental para ter os colaboradores ao lado da empresa, alinhados com ela. II) item errado. Concorrência direta é ambiente de tarefa. III) item errado. Ela trouxe informações de um momento, ou seja, do clima apenas. A pesquisa não estava preocupada em desvendar todo o histórico da empresa para trazer informações acerca da cultura. Gabarito: A 16) (FCC TRT 24ª 2011) O estado de ânimo coletivo que os colaboradores de uma organização demonstram em dado momento é denominado a) brainstorming. b) cultura organizacional. c) ciclos temporais. d) clima interno. e) benchmarking. Essa é a definição de clima organizacional (clima interno), que reflete a foto (momento) dos colaboradores na empresa. Brainstorming é uma tempestade de ideias, muito comum em reuniões empresariais de criação de produto, por exemplo. Benchmarking é a utilização de outros modelos já implementados em outros setores ou empresas. Gabarito: D Curso Regular de Administração Geral Aula 09 – Cultura, Clima e Competência Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 26 Gestão por Competência O estudo de competências remonta à década de 70, sendo que um dos principais autores foi David McClelland. A partir de seus estudos, o conceito de competência passou a virar moda dentro das organizações. Vejamos o conceito de competência: é o conjunto de Conhecimentos, Habilidades e Atitudes (CHA) que são capazes de agregar valor à pessoa e à organização. Conhecimento: é o saber teórico, é a junção do know-what (saber o quê) com o know-why (saber por que fazer). Esse conhecimento pode ser tácito (subentendido, não formalizado, presente apenas na mente dos profissionais) ou explícito (formalizado, enunciado, facilmente transmitido). O grande desafio das empresas é transformar conhecimento tácito em explícito, ou seja, que esse conhecimento torne patrimônio da empresa, disponível para todos. Habilidade: é o saber fazer (know-how: saber como fazer). Geralmente, depende da prática, do treino, de erros e acertos, ou seja, da experiência. Quanto mais um profissional sobe na hierarquia de uma empresa, menos ele utiliza habilidades (execução) e mais ele usa conhecimentos (planejamento). O ideal é fazer com que o planejamento e a execução se aproximem ao máximo para que as habilidades e os conhecimentos sejam aproveitados de forma otimizada. Atitudes: relacionada à ação, ao querer fazer, à proatividade. Atitudes são fundamentais para o implemento de mudanças/melhorias. Nos termos do Dicionário Michaelis, atitude é a “tendência a responder, de forma positiva ou negativa, a pessoas, objetos ou situações.” A gestão da competência preocupa-se com as três características de forma conjunta. Assim, de nada adianta ler centenas de livros, formar-se na melhor faculdade, se esse conhecimento não pode ser transformado em execução. Por C H A Curso Regular de Administração Geral Aula 09 – Cultura, Clima e Competência Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 27 outro lado, aquela pessoa com muita atitude, mas sem o conhecimento, também não consegue ser competente: “de boa intenção o mundo está cheio”. Podemos dizer que a atitude é a característica mais complexa, em que as empresas têm maiores problemas. Capacitar servidores com treinamentos para a busca tanto da habilidade quanto do conhecimento é mais factível. Ensinar alguém a querer é bem mais difícil. É preciso motivar as pessoas para que elas possam desempenhar seus papéis nas empresas. Esse conceito apresentado é mais tradicional (antigo), embora ainda vem sendo cobrado em provas. O que está mais em voga nos últimos anos é uma evolução do C.H.A: trata-se do C.H.A.V.E. Temos agora a chave do sucesso da empresa. Bonito não é? Ou seria brega? Enfim. O que foi acrescentado ao CHA, professor? V de Valores: que são a base de uma pessoa. Dentro de valores, podemos citar a responsabilidade socioambiental, o comprometimento, a ética, o respeito. E de Entorno, Emoção, Energia e Entusiasmo. Alguns autores falam só de emoção, outros só de entorno. Vejamos todos: o Entorno: relativo a aspectos externos ao indivíduo, como a tecnologia, as ferramentas e a própria equipe. É tudo que está no ambiente onde o trabalho é realizado. o Emoção: a inteligência emocional é fundamental nas relações de trabalho o Energia: toda nossa força e paixão (aquilo que faz brilhar os olhos) devem ser utilizadas nos nossos empreendimentos e tarefas. o Entusiasmo: estar disposto, estar animado, ansioso. Tudo isso é fundamental para impulsionar as pessoas. Curso Regular de Administração Geral Aula 09 – Cultura, Clima e Competência Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 28 Ainda na conceituação de competência, temos a contribuição de Prahalad e Hamel, que a definem como conjunto dos seguintes aspectos: conhecimentos, habilidades, tecnologias, valores, sistemas físicos e gerenciais que são inerentes à empresa. Voltando a falar do tradicional CHA, há outra abordagem que acrescenta apenas outro aspecto: entrega. Essa entrega são as soluções apresentadas, é o algo mais que o funcionário faz, agregando valor à sua atividade. O autor Dutra dá uma contribuição ao tema: “ao olharmos as pessoas por sua capacidade de entrega, temos uma perspectiva mais adequada para avaliá-las, para orientar seu desempenho e para estabelecer recompensas”. Alguns autores (não todos) fazem uma distinção entre gestão por competências e gestão de competências. Vejamos: Gestão de Competências: refere-se ao planejamento, organização e controle, avaliando-se as competências necessárias ao negócio, para a divisão das tarefas na equipe conforme as competências de cada um; Gestão por Competências: diz respeito à divisão das tarefas (não se relaciona com planejamento, apenas com a execução) na equipe conforme as competências de cada colaborador. O modelo de gestão de pessoas baseado nas competências tem como diretriz a busca pelo autodesenvolvimento, possibilitando um diagnóstico capaz de •conhecimentos •habilidades •atitudes CHA •conhecimentos•habilidades •atitudes •valores •emoção, entorno, entusiasmo e energia CHAVE Curso Regular de Administração Geral Aula 09 – Cultura, Clima e Competência Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 29 demonstrar as reais necessidades apresentadas no âmbito do trabalho, além das necessidades vitais para o alcance dos desafios estratégicos da organização. A gestão por competências é mais uma evidência do foco atual das empresas, do diferencial organizacional atual: as pessoas, o capital humano. Ela consiste em planejar, captar, desenvolver e avaliar, seja no nível individual, seja no nível grupal (departamentos, equipes) ou no nível organizacional, todas as competências fundamentais para a consecução dos objetivos da instituição. Daí se observa o caráter estratégico (voltado para o longo prazo) da gestão de competências. 17) (CESPE ABIN 2010) As capacidades dinâmicas permitem à organização adaptar continuamente suas competências às exigências do ambiente. Capacidades dinâmicas? Que isso, professor? Calma, não se assustem!!! Já sabemos que as empresas precisam se adaptar ao mercado, às mudanças que ocorrem no ambiente externo. Sendo assim, a organização precisa de dinamismo para adaptação. Isso é capacidade dinâmica. As competências necessárias da organização vão se moldando às requisições do mercado. Gabarito: C Curso Regular de Administração Geral Aula 09 – Cultura, Clima e Competência Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 30 Vejamos uma classificação das competências. 18) (FCC TRT-1ª 2011) A partir da década de 1990, o conceito de competência ganhou destaque na área de gestão organizacional com a proposta do conceito de core competence formulado por Prahalad e Hamel. Para esses autores, as competências organizacionais compõem um conjunto de recursos na forma de a) potencial presente, informações técnicas, planos de carreira, recursos materiais, recursos financeiros e clima organizacional. b) informações técnicas, equipamentos, motivadores, recursos materiais, recursos financeiros e humanos oferecidos pela organização. c) conhecimentos, habilidades, tecnologias, sistemas físicos, gerenciais e valores que a organização possui. d) formação acadêmica, planos de carreira, estimuladores, recursos materiais, recursos financeiros, clima e cultura organizacional. e) formação técnica, planos de carreira, clima organizacional, cultura Curso Regular de Administração Geral Aula 09 – Cultura, Clima e Competência Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 31 organizacional, conhecimentos do mercado e recursos materiais oferecidos pela empresa. Aí fica fácil, não é? Para Prahalad e Hamel, temos: conhecimentos, habilidades, valores, tecnologias, sistemas físicos e gerenciais. Gabarito: C Dentro das competências humanas, temos ainda uma subclassificação. Fundamentais: descrevem comportamentos desejados (esperados) de todos os colaboradores; Gerenciais: relacionam-se com comportamentos desejados de todos aqueles que exercem funções de gerente; Específicas: dizem respeito aos comportamentos de determinados grupos, em razão da área ou unidade em que atuam. Exemplo: o profissional de recursos humanos deve saber lidar com pessoas. Um quadro-resumo para facilitar. Podemos destacar outras classificações de competências. Vejamos: Básicas: referentes à sobrevivência das organizações. Sem elas a empresa não consegue prosseguir; Essenciais: diferenciam a empresa perante o mercado, ou seja, são aquelas que tornam a organização diferenciada, peculiar. Vale dizer que está aqui o foco principal da empresa. Quando ela precisa focar em Classificação das Competências Curso Regular de Administração Geral Aula 09 – Cultura, Clima e Competência Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 32 alguma competência, são as competências essenciais que devem ser olhadas com carinho; Transversais (organizacionais): expressam a cultura organizacional; Específicas (funcionais) o Distintivas: mostram diferentes desempenhos de excelência; o De entrada: são os requisitos mínimos para o desempenho de determinada função; o Transformacionais: necessitam ser desenvolvidas para o alcance do desempenho esperado. Em outra abordagem, são definidas três dimensões de competência. Vamos a elas: Por fim, podemos citar a seguinte classificação de competências, que se relaciona com um ciclo de relevância que sofre alterações ao longo do tempo: Emergentes: surgem com mudanças significativas que ocorrem no mercado de trabalho; Declinantes: relacionam-se com as mudanças tecnológicas ou na maneira Essenciais: visíveis no ambiente externo à empresa. Representam a distinção perante a concorrência. Funcionais: competências de cada departamento (áreas da empresa), como a área de marketing, os recursos humanos, o financeiro, etc. Individuais: presentes em cada colaborador da empresa, podendo influenciar equipes e a própria organização Curso Regular de Administração Geral Aula 09 – Cultura, Clima e Competência Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 33 de operacionalizar as atividades; Estáveis ou essenciais: permanecem relevantes ao longo do tempo; Transitórias: apesar de essenciais em determinados momentos, são necessárias só por um período específico. Mapeamento de Competência Considerando tudo isso que estamos discutindo no que diz respeito a competências, existe algo fundamental: o mapeamento de competências. As empresas precisam mapear aquilo que elas têm disponível. Em outras palavras: quais competências meus funcionários possuem? É para isso que serve o mapeamento de competências. É uma forma de visualizar (após as investigações) as competências existentes para que a empresa saiba aquilo que ela deveria ter e não tem para tomar uma ou outra medida: desenvolver essas competências nos funcionários ou contratar no mercado pessoas que tenham as competências ausentes necessárias. Essas competências ausentes e necessárias também são chamadas de gap (lacuna). A ideia é sempre minimizar esse gap. O que a empresa não pode fazer é não fazer nada. A inação (falta de ação) faz com que aumente o gap entre as competências atuais e as competências necessárias. É importante ponderar que a definição das competências necessárias é algo dinâmico, ou seja, nunca deve parar. A cada momento e contexto, um conjunto de competências pode ser exigido. Assim, a constante atualização é fundamental, principalmente nesse complexo ambiente globalizado onde “vivem” as empresas. Uma competência necessária hoje pode ser obsoleta no futuro. Você como empresário ainda precisa de um datilógrafo? Com certeza não. E há 30 anos atrás? Com certeza sim. É possível também que existam competências desnecessárias para a empresa. Assim, com o mapeamento, você coloca todos os funcionários andando na mesma direção, alinhados com as competências organizacionais. Curso Regular de Administração Geral Aula 09 – Cultura, Clima e Competência Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 34 Podemos imaginar cada seta sendo um funcionário. Vejam que na empresa não alinhada, cada um caminha em uma direção diferente. Não há rumo,é uma “barata tonta”. Já a empresa alinhada, que beleza, todo mundo caminhando junto, para o mesmo caminho, ou seja, os esforços são concentrados para o mesmo foco. 19) (CESPE STM 2011) Em uma organização, o mapeamento de competências consiste na identificação de competências individuais, coletivas e organizacionais com base em uma formulação estratégica. Quando a empresa mapeia suas competências, ela consegue visualizar as competências em nível organizacional, coletivo e individual. Isso só é possível quando a empresa concatena a gestão de competências com uma gestão estratégica dos seus negócios. Gabarito: C Core Competence (Competências Principais) Toda empresa possui o seu negócio em que atua. Apesar de ela ter atividades de recursos humanos, de contas a pagar, que são consideradas atividades-meio, o que é de fato importante são as atividades finalísticas, que definem o negócio da empresa. Esse negócio da empresa é chamado de core business. As atividades-meio podem inclusive serem terceirizadas (outsourcing) para que a empresa não perca o foco naquilo que interessa. Se a empresa produz sofás, ao invés de produzir o couro, ela opta por comprar esse couro. A empresa pode Com alinhamento Sem alinhamento Curso Regular de Administração Geral Aula 09 – Cultura, Clima e Competência Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 35 também transferir quase todo seu departamento financeiro para outra empresa, remunerando-a por esse serviço. Fazendo isso, ela passa a ter uma estrutura mais enxuta focada no próprio negócio. Diferente do core business é core competence, expressão criada por Hamel e Prahalad. São as capacidades que marcam a empresa pela sua qualidade, tornando-a importante perante o mercado. Core competence é tudo aquilo que traz vantagem competitiva, aquilo que distingue a organização. Temos três critérios para que algo seja uma core competence: facilitar o acesso amplo a mercados; contribuir para o produto final de forma substancial; ser de difícil imitação pela concorrência. Cadeia de valor Ainda nesse assunto de atividades que são meio e atividades que são finalísticas, vale tratarmos de um assunto: cadeia de valor. A cadeia de valor, criada por Michael Porter, é um conjunto de atividades que são desenvolvidas pela empresa, que se inicia na pesquisa e desenvolvimento (do produto) e finaliza-se no pós-venda desse produto. Trata-se de um modelo que permite uma visão do todo na empresa, com a demonstração de que cada área possui a sua importância no lucro da empresa, todos devendo trabalhar em conjunto, alinhados com os objetivos organizacionais. Dentro dessas duas etapas, devemos considerar as seguintes atividades (chamadas de primárias ou subprocessos) como componentes de uma cadeia de valor: logística interna, operações, logística externa, marketing e vendas, e serviços ao cliente. Todas essas atividades criam valor para a empresa, pois, à medida que elas são executadas, o produto fabricado vai ganhando valor (financeiro), o que será agregado ao preço de venda. Curso Regular de Administração Geral Aula 09 – Cultura, Clima e Competência Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 36 Além das primárias, temos também atividades de apoio (suporte). Vejamos: aquisição de recursos, desenvolvimento tecnológico, administração (infraestrutura) e administração de recursos humanos. Vejamos a figura que representa a cadeia de valor, demonstrando que essas atividades geram margem (lucro) para a empresa. É importante notar que tanto clientes (saídas) quanto fornecedores estão abrangidos na figura, uma vez que eles se relacionam com a empresa. Os clientes estão presentes no marketing, vendas e no serviço. Os fornecedores estão presentes na aquisição. Competência Interpessoal O conceito de competência interpessoal diz respeito ao saber trabalhar de forma eficaz e eficiente em grupos ou equipes, de modo participativo, sinérgico e responsável. Em outras palavras: é a capacidade de lidar e relacionar-se de forma produtiva com e por meio de outras pessoas. É importante diferenciarmos a competência interpessoal de outros conceitos. Vejamos: Competência Técnica: refere-se à formação, adquirida por meio da Atividades de apoio Margem Infraestrutura da empresa Operações Logística Externa Marketing e Vendas Serviço Atividades de apoio Margem Ma rge m Infraestrutura da empresa Gerência de Recursos Humanos Desenvolvimento de Tecnologia Aquisição Logística Interna Atividades Primárias Operações Logística Externa Marketing e Vendas Serviço Ma rge mLogística Interna Curso Regular de Administração Geral Aula 09 – Cultura, Clima e Competência Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 37 educação, e à experiência, decorrente da prática, da exposição às situações típicas do cargo ocupado, da observação, da análise daquilo que já deu certo e daquilo que não funcionou; Competência de autogestão: diz respeito à capacidade de tomar decisões e comportar-se de maneira adequada. Oriunda da internalização e da prática das funções gerenciais de planejamento, organização e controle; Competência política: relativo ao saber identificar crenças, princípios e valores de uma cultura, decidindo-se pela conveniência de adesão a esses institutos; Comprometimento: motivação e autoconfiança para usar a competência. A competência interpessoal ou humana, que é menos visível que a competência técnica, relaciona-se com alguns fatores, a saber: Delegação: transferência de parte das responsabilidades decisórias aos membros da equipe; Negociação: solução de conflitos; Comunicação: interação dinâmica entre os membros e os grupos; Liderança: motivar e influenciar os membros a agir de acordo com um norte, sempre visando o alcance dos objetivos; Alinhamento: todos possuindo os mesmos objetivos, “andando na mesma direção”. Outras características fundamentais na competência interpessoal são: flexibilidade, capacidade de processar feedback (retroação), autoconhecimento, sensibilidade, equilíbrio emocional e bom senso. O autor Argyris define três critérios que se relacionam com a competência interpessoal que, para ele, é a habilidade de lidar eficazmente com relações. Vejamos. Percepção acurada da situação interpessoal, de suas variáveis mais importantes e a respectiva inter-relação; Habilidade de solucionar, de fato, os problemas, de maneira que não haja involuções/regressões; Soluções alcançadas de tal forma que as pessoas envolvidas continuem Curso Regular de Administração Geral Aula 09 – Cultura, Clima e Competência Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 38 trabalhando juntas de modo igual ou melhor se comparado ao momento em que começaram a resolver os problemas. Questões 20) (FCC TRE-PE 2011) Gestão por competências é um modelo de gestão utilizado pelas organizações, visando a orientar os esforços dos gestores de pessoas no planejamento, captação, desenvolvimento e avaliação das competências organizacionais e humanas necessárias à consecução dos seus objetivos. Analise o gráfico e os itens I a IV abaixo: I. A identificação do gap (lacuna) de competências permite aos gestores de pessoas otimizarem as ações de captação e desenvolvimento de competências, maximizando-se alacuna. II. O gap, na ausência de ações de captação ou desenvolvimento por parte da organização, tende a crescer. Curso Regular de Administração Geral Aula 09 – Cultura, Clima e Competência Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 39 III. A complexidade do ambiente no qual as organizações estão inseridas faz com que sejam exigidas novas competências, o que tende a elevar a curva representativa das competências necessárias para a concretização da estratégia organizacional. IV. A curva que representa as competências atuais disponíveis na organização tende ao declínio, se as competências tornarem-se obsoletas no tempo; por isso, as ações de captação e desenvolvimento dever ser constantes. De acordo com os dados fornecidos, é correto o que consta APENAS em a) I e IV. b) I, II e III. c) I e II. d) III e IV. e) II, III e IV. Vejamos cada item: I) Item errado. A lacuna, com trabalhos de captação de profissionais e desenvolvimento de competências, tende a ser minimizada. II) Item certo. Se não se faz nada (capta profissionais ou desenvolve dentro da empresa), a lacuna tende a aumentar. III) Item certo. O ambiente atual sempre gera novas necessidades de competência. Assim, essa curva de competências necessárias ao cumprimento do planejamento estratégico da empresa tende a ser elevada sempre. IV) Item certo. Como falamos, esse é um processo dinâmico, em constante mudança. Aquilo que hoje é necessário pode não ser no futuro. Captar profissionais com essa expertise (conhecimento que se adquire com a prática, com a experiência) e desenvolver as competências nos funcionários são atividades que nunca podem parar. Gabarito: E 21) (FCC TRE-SP 2012) As competências consideradas essenciais para uma organização ou core competences são as a) semelhantes a todas as organizações que atuam em um determinado Curso Regular de Administração Geral Aula 09 – Cultura, Clima e Competência Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 40 segmento de mercado. b) que cada departamento da empresa deve construir e possuir em sua área de especialização. c) que cada líder deve construir e possuir para gerenciar pessoas. d) que cada colaborador deve construir e possuir para desempenhar a contento sua função. e) distintivas que toda organização precisa construir e possuir para manter sua vantagem competitiva sobre as demais. O foco são sempre as essenciais, aquelas que são distintivas, aquelas que geram vantagem competitiva no mercado. A competência caracterizada como core competence deve ser de difícil imitação, além de gerar qualidade na prestação dos serviços da empresa. Gabarito: E 22) (FCC TRE-RS 2010) A gestão de pessoas por competências é a adoção de uma estratégia a) para o desenvolvimento de competências dos funcionários no processo seletivo para se alcançar propósitos organizacionais de médio e longo prazo. b) para a identificação e o desenvolvimento de competências dos funcionários para se alcançar propósitos ou objetivos organizacionais operacionais. c) para a implementação de um programa de seleção de talentos para se alcançar propósitos ou objetivos organizacionais operacionais e de longo prazo. d) avançada de captação e treinamento de funcionários para se alcançar propósitos ou objetivos organizacionais de longo prazo. e) para a identificação e o desenvolvimento de competências dos funcionários para se alcançar propósitos ou objetivos organizacionais de longo prazo. Vejamos item por item. a) Processo seletivo é o processo que visa a seleção dos novos funcionários de Curso Regular de Administração Geral Aula 09 – Cultura, Clima e Competência Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 41 uma empresa. Nesse momento, é importante sim detectar profissionais com perfil que se adéque à empresa e a gestão de competências irá subsidiar esse processo. Entretanto, não é esse o conceito de gestão por competências. b) Os objetivos não são operacionais, são estratégicos. c) Novamente, apareceram os objetivos operacionais e a seleção de talentos. d) Captar e selecionar possui o mesmo sentido no caso. e) Essa é a nossa resposta. Gabarito: E 23) (FCC TRT-6ª 2012) A concepção de gestão por competências pressupõe a focalização prioritária nas competências a) educacionais. b) individuais. c) gerenciais. d) essenciais. e) funcionais. O foco prioritário de gestão por competências está naquelas tidas como essenciais, pois são essas que fazem da empresa uma organização diferente das demais no mercado. Gabarito: D 24) (FCC TRT-1ª 2011) O sistema de competências promove o alinhamento interno entre as práticas organizacionais, uma vez que todas as atividades relacionadas às pessoas são baseadas a) na elaboração de descrições de cargos bem definidas. b) no desenvolvimento das competências necessárias à organização. c) na definição de políticas de remuneração. d) na análise dos resultados de pesquisas de clima. e) no resultado obtido nas avaliações de treinamento. Temos que pensar que tudo aquilo que existe na empresa necessita estar alinhado aos objetivos da organização. Nesse sentido, todas as atividades que as pessoas executam no seu dia a dia devem estar lastreadas (baseadas) naquilo que é necessário para a empresa. Curso Regular de Administração Geral Aula 09 – Cultura, Clima e Competência Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 42 Trocando em miúdos: tarefas rotineiras devem contribuir para o desenvolvimento das competências tidas como necessárias à organização. Gabarito: B 25) (FCC TRF 5ª 2012) Em recursos humanos, a competência é utilizada como um acrônimo conhecido como CHA, isto é, uma forma de representar as palavras: a) Confiança, Harmonia e Atitudes. b) Capacidades, Harmonia e Arejamento. c) Competitividade, Hierarquia e Atividades. d) Conhecimento, Habilidades e Atitudes. e) Colaboração, Habilidades e Autonomia. Aí fica fácil demais, não é? Como eu disse, embora seja um conceito “ultrapassado”, o CHA é bastante cobrado pelas bancas. Conhecimento, habilidades e atitudes, que depois, ganharam duas letras (V, E), que são os valores, e os 4Es: entorno, energia, entusiasmo e emoção. Gabarito: D 26) (FCC TRE-CE 2012) A gestão por competências é uma prática estratégica que tem como objetivo a) elevar os indicadores de clima, diminuindo o estresse gerado pela falta de habilidades para a função. b) promover o desenvolvimento das equipes de trabalho e a contribuição social da empresa. c) melhorar o desempenho global da organização por meio do incremento do desempenho individual dos funcionários. d) contribuir com o desenvolvimento pessoal de cada membro da equipe de colaboradores. e) oferecer ferramentas para que os líderes possam gerenciar a equipe através de uma metodologia participativa. Qual é o grande objetivo de uma empresa? Lucro. Como ela consegue isso? Tendo um bom desempenho global. Por meio de quem? Dos seus funcionários, do desempenho deles, que deve ser sempre incrementado. Nesse contexto está Curso Regular de Administração Geral Aula 09 – Cultura, Clima e Competência Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 43 a gestão por competências. Gabarito: C 27) (FCC TRE-CE 2012) As competências organizacionais classificadas como essenciais são aquelasa) consideradas fundamentais, pois estabelecem a vantagem competitiva da empresa na manutenção de um clima de trabalho percebido pelos colaboradores como extremamente favorável. b) identificadas e definidas como as mais importantes para o sucesso do negócio e devem ser percebidas pelos clientes. c) necessárias para manter a produção funcionando e são percebidas no ambiente interno d) que não estão vinculadas à atividade-fim da organização, mas que podem gerar valor agregado. e) que devem ser desenvolvidas pelos líderes da empresa para que os valores indicados pelo mercado como essenciais sejam praticados. Vejam que a banca gosta muito desse tema: competências essenciais ou core competence. Elas são as mais importantes para o sucesso da empresa, gerando vantagem competitiva. É importante estabelecer essa relação com o desempenho da empresa junto aos clientes, ou seja, apenas manter um clima favorável para os colaboradores não é suficiente. Vale comentar também que o mercado é um balizador, mas aquilo que é essencial deve ser definido pela empresa. Gabarito: B 28) (FCC TRE-CE 2012) A gestão por competências permite a implantação de processos que objetivam estimular e criar condições para o desenvolvimento das pessoas, principalmente pela possibilidade de definir o desenvolvimento profissional, como a capacidade a) para assumir atribuições e responsabilidades em níveis crescentes de complexidade. b) individual de gerenciar sua própria carreira de forma ascendente. c) de executar com excelência as atribuições do cargo. Curso Regular de Administração Geral Aula 09 – Cultura, Clima e Competência Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 44 d) de aprendizagem, que possibilita uma formação acadêmica sólida e abrangente. e) de atingir objetivos estratégicos para a organização, elevando sempre e continuamente o nível de produção. O profissional de hoje deve ter capacidade de assumir um número crescente de responsabilidades cada vez mais complexas. Vale ressaltar que as empresas enfrentam um ambiente extremamente competitivo, que exige muito esforço de todos para se alcançar uma posição de destaque junto aos clientes. O erro da letra e) está no aumento continuo do nível de produção. Não confunda quantidade com qualidade. A produção não necessariamente precisa aumentar, mas a qualidade (o valor agregado) precisa. Gabarito: A 29) (FCC TRE-AP 2011) Tradicionalmente, competência é definida como um conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias para que as pessoas desenvolvam seu trabalho. Atualmente, esse enfoque tem se mostrado pouco instrumental e discussões mais recentes consideram um quarto elemento, que se refere ao conceito de a) expectativa. b) entrega. c) motivação. d) personalidade. e) adequação. Trata-se da entrega, aquele algo mais que o funcionário dá quando realiza seu trabalho. São soluções para problemas, alternativas para situações, etc. Gabarito: B 30) (FCC TRT 8ª 2010) Um profissional deve desenvolver dois tipos de competências, a técnica e a interpessoal. O desenvolvimento da competência interpessoal exige a aquisição de habilidades que facilitem a compreensão do conteúdo da comunicação entre duas pessoas. Uma dessas habilidades é a verificação da percepção, que consiste em a) identificar ou especificar sua percepção sobre os seus próprios Curso Regular de Administração Geral Aula 09 – Cultura, Clima e Competência Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 45 sentimentos, esclarecendo ao outro como ele deve se relacionar em situações de conflito. b) dizer sua percepção sobre o que o outro está sentindo, a fim de verificar a compreensão de seus sentimentos, além do conteúdo das palavras. c) dizer aquilo que você intui sobre as consequências que seus comportamentos podem ocasionar aos outros. d) identificar ou especificar os sentimentos que a equipe possue em relação ao outro. e) relatar ao outro seus próprios sentimentos em relação ao comportamento que ele está adotando. Em uma relação interpessoal, a comunicação é fundamental. É preciso ser claro ao transmitir a mensagem. O componente percepção reflete o diálogo para se detectar o que o outro está sentindo, objetivando a compreensão dos sentimentos, que irão subsidiar o conteúdo passado pelas palavras. Gabarito: B 31) (CESPE PREVIC 2011) Ao limitar o envolvimento dos gestores operacionais na gestão do capital humano da organização, a gestão por competências diminui a tomada de decisões compartilhadas. A questão afirma que a gestão de competências limita o envolvimento dos gestores em nível operacional. Isso não é verdade. Para que uma empresa possa ter uma gestão de competências eficaz, é preciso que todos os gestores se envolvam na gestão das pessoas, ou seja, do capital humano. Gabarito: E 32) (CESPE STM 2011) Considerando as transformações no contexto das organizações e seus impactos na gestão de pessoas e na psicologia organizacional e do trabalho, julgue os itens a seguir. A gestão de pessoas por competências baseia-se na constante mensuração de resultados, nos mecanismos de controle de desempenho e no desenvolvimento contínuo dos indivíduos. A gestão por competências envolve a potencialização dos conhecimentos, Curso Regular de Administração Geral Aula 09 – Cultura, Clima e Competência Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 46 habilidades e atitudes para que a empresa alcance seus resultados. Ela deve detectar as competências de que precisa, identificar as competências existentes (competências de seus funcionários) e fazer o casamento entre essas necessidades e a realidade. Ao fazer esse casamento, ela acaba por identificar competências necessárias não existentes. Com essa identificação, a empresa estrutura treinamento/desenvolvimento para que os seus colaboradores possam obter essas competências e aplicar nos seus trabalhos dentro da organização, melhorando o desempenho da empresa no mercado. O erro da questão está nos mecanismos de controle. Esse tipo de gestão não foca em controle, foca em resultado. Gabarito: E 33) (CESPE STM 2011) O mapeamento de competências consiste na definição dos objetivos estratégicos e na identificação de competências individuais e organizacionais. Definir objetivos estratégicos é momento anterior ao mapeamento. Essa definição se dá no planejamento estratégico. Com esse plano implantado e com as necessidades de competência conhecidas, a empresa tem condições de mapear as competências existentes já com um olhar de comparação com aquilo que precisa para atuar bem no mercado. Gabarito: E 34) (CESPE ABIN 2010) O mapeamento, que constitui fase da avaliação por competências, consiste em identificar as competências que os colaboradores da organização possuem e em que grau eles as possuem. Não é isso. No mapeamento você olha as competências que possui e compara com aquelas necessárias. Não existe essa ponderação do grau de existência da competência no processo de mapeamento. Gabarito: E 35) (CESPE MPU 2010) Quanto à relevância no contexto organizacional, as competências classificam-se em emergentes, estáveis, declinantes ou transitórias. Curso Regular de Administração Geral Aula 09 – Cultura, Clima e Competência Prof. Vinicius Ribeiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Vinicius Ribeiro 47 Vejamos o conceito de competência: é o conjunto de Conhecimentos, Habilidades
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