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Apostila Complementar de Penal , prof. Marcel

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Direito Penal: Teoria dos Tipos e Crimes em Espécie
(Parte Especial)
	1°.Bimestre
Introdução:
Direito
Direito Penal 1Conceito Social: instrumento de controle social. O mais poderoso instrumento de controle social que o Estado possui; 2Conceito Formal: conjunto de regras reunidas em um ordenamento para regular a sociedade, sob ameaça de aplicação de uma sanção, como consequência jurídica.
Finalidade: 1Garantia segurança; 2Controle proteção dos bens jurídicos
Estado Direito Penal limites: CF
Princípios:
1. Intervenção mínima O Estado deve se valer do Direito Penal minimamente. O Brasil está em um Estado Social de Direito, em que a intervenção do Estado deve ser mínima.
2. Subsidiariedade (“ultima ratio”) O Estado deve se valer do Direito Penal quando os demais ramos não forem suficientes para o controle do convívio social. 
3. Fragmentariedade: O Estado deve fazer uso do Direito Penal minimamente, protegendo os bens jurídicos. Derivam-se outras duas ideias: 1Lesividade (a interesses de terceiros) e 2Ofensividade (guarda dos bens jurídicos).
4. Legalidade (reserva legal): Seguridade em se saber o que é ou não é tipificado como crime; a legalidade pode acontecer na forme de: 1Lei escrita art. 1°, CP e CF; não há crime sem lei anterior que o defina; 2Lei estrita lei ordinária ou complementar; 3lei certataxatividade a lei deve descrever o crime com todas as características e consequências; 4lei prévia lei anterior ao fato; princípio da anterioridade. Lei penal não retroage, a não ser para beneficiar o réu.
Ciência Penal: dever-ser
 “cultural”; não é natural. Não pergunta-se o “porquê”, mas sim o “para quê”.
Dado primário fundamental Norma
Norma Penal “norma jurídica que define crime e estabelece sanção, bem como fixa as condições de sua aplicação”.
Norma (imperativo proibido cria o ilícito) ≠ Lei (forma de expressão da norma cria o delito)
Não incriminadora (2°grau):
Permissivas: 1Justificantes (22, 23, 24); 2Explicantes (28; 181)
Explicativas: 150; 327
Aplicação (2°; 5°)/ direitos (1°)/ interpretação (10; 11)
Incriminadoras: há a previsão de um crime e a aplicação de uma sanção.
Preceito primário parte dispositiva (comando)
Preceito secundário sanção
Preceito primário: comando/ imperativo da norma
	Proibição crimes comissivos
			 Forma indireta	
	Mandamento/ ordem crimes omissivos puros
Há crimes comissivos que podem ser praticados por omissão. Por exemplo, o homicídio, quando um sujeito, determinado a matar outrem, ao sair para mata-lo, depara-se com este atropelado, esvaindo-se em sangue, e nega-se em fazer o chamado de socorro, podendo-o. Responderá, não por homicídio doloso, mas por omissão de socorro. Outro exemplo é a mãe que, querendo matar o filho recém-nascido, ao invés de asfixiá-lo, por exemplo, deixa-o abandonado sem alimentação. Há homicídio doloso por omissão.
Norma penal imperfeita/ incompleta
	preceito secundário aparece distante do preceito primário
	304, CP (o crime de uso de documento falso tem sua sanção prevista junto à norma de falsificação ou alteração); Lei n°.4.898/65 – Lei de abuso de autoridade (arts. 3° e 4° - preceito primário; art. 6° - preceito secundário).
Norma penal em branco:
	preceito primário incompleto
Homogênea: complementação mesma fonte 237, CP (a lei diz “impedimentos”, mas não os cita; no caso, a complementação se dá no Código Civil: Homogênea, pois lei complementa lei).
Heterogênea: complementação outra fonte art. 28, Lei n°. 11.343/06 (a lei não define o que seja “drogas”; a definição se dá em uma Portaria da ANVISA).
Princípio da legalidade – taxatividade
	Núcleo essencial da conduta
Há a corrente que acredita que a complementação heterogênea fere o princípio da legalidade, pois o que define crime é Lei, escrita e estrita e não Portaria. Porém, este entendimento não prevalece, desde que a norma penal em branco tenha em seu preceito primário o seu núcleo essencial da conduta.
(Data)
Codificação:
Norma penal – lei (única fonte)
Lei penal - Código Penal + Legislação extravagante
 - 1830
 - 1890
 - 1940/ 1984 (Parte geral não incriminadoras)
 - Parte Especial – Incriminadoras + não-incriminadoras
	
Parte especial Títulos Capítulos Seções
	Bem jurídico protegido (as divisões se dão de acordo com o bem jurídico tutelado)
III) Classificação (doutrinária) dos crimes:
1. CRIME (delito) pena de detenção ou reclusão/ CONTRAVENÇÃO prisão simples e/ou multa.
2. Crimes COMISSIVOS praticados por um comportamento ativo; o legislador proíbe a prática./ OMISSIVOS praticados por omissão; o legislador exige que haja uma ação e o sujeito não a pratica. Lembrando: há crimes comissivos que podem ser praticados por omissão.
3. Crimes de ação PÚBLICA o Estado tem o dever-poder de punir o sujeito. No texto legal, haverá qual a iniciativa da ação, se pública ou privada; caso não haja expressamente no texto, segue-se a regra, a qual é a ação penal pública, por meio da denúnciaart. 100, CP./ PRIVADA iniciativa do ofendido (ou CCADI), por meio da queixa-crime ->art. 345, CP.
4. Crimes MATERIAL necessita de um resultado naturalístico (evento) para sua consumação. Por exemplo, o homicídio, que depende do evento/acontecimento (causa e efeito) “morte”./ FORMAL ou consumação antecipada; é aquele que, embora preveja, não necessita de um resultado naturalístico para sua consumação, embora esse resultado esteja previsto no tipo. Por exemplo, extorsão mediante sequestro, que prevê obtenção de vantagem como preço do resgate, porém o crime se consuma com o sequestro./ MERA CONDUTA consuma-se apenas com a conduta praticada, não há previsão alguma de resultado naturalístico; há apenas a conduta. Por exemplo, violação de domicílio – art. 150, CP. 
5. Crimes CULPOSOS (exceção: só com previsão expressa)/ DOLOSOS (regra)
	dolo = vontade + consciência (de se praticar a conduta criminosa)
		direto: 
			1°grau: resultado querido e desejado pelo agente criminoso
			2°grau: o resultado é consequência necessária dos meios empregados
		indireto: indiferente ou eventual: indiferença para a ocorrência do resultado
					 ≠culpa consciente
	culpa: inobservância/violação do dever objetivo de cuidado
			imprudência (culpa por ação, agir sem cautela);
			negligência (culpa por omissão, descuido);
			imperícia (culpa profissional, proveniente do exercício da profissão). 
		Inconsciente: sem representação de resultado (maioria dos casos), (resul. imprevisto)
		Consciente: com representação de resultado (excesso de confiança – o resultado foi previsto).
		 Fud&u Fod@-se
Culpa consciente (excesso de confiança) ≠ dolo eventual (o resultado é indiferente para o sujeito): o resultado é previsto e mesmo assim o sujeito age, porém no dolo eventual, o agente se mostra indiferente ao resultado. 	
Infração penal gênero. Crime (sinônimo de delito) e contravenção penal espécies.
(Data)
(Continuação)
6. Crimes COMUM é aquele que, na sua descrição típica, não traz nenhuma exigência quanto à qualidade do sujeito ativo; é aquele que pode ser praticado por qualquer pessoa (coautoria e participação)/ PRÓPRIO é aquele que, na sua descrição típica, exige-se certa qualidade própria, condição especial do sujeito ativo; é aquele que apenas pode ser praticado por uma categoria de pessoas (coautoria e participação)/ MÃO-PRÓPRIA é aquele em que o tipo penal exige a prática da conduta por determinada pessoa e só por determinada pessoa (é o crime também chamado de atuação pessoal); o sujeito tem de praticar o crime com as próprias mãos, não havendo possibilidade de delegar essa prática (somente participação) (art. 342, CP).
Coautoria os dois agem juntos no homicídio e participação alguém empresta o revolver para o autor do homicídio.7. Crimes PLURISSUBJETIVOS tem outra denominação sinônimo “também chamado de crime de concurso necessário”. Ele exige concurso de pessoas, o próprio crime exige que duas ou mais pessoas que cometam o crime. Exemplo: Associação criminosa art. 288, CP; organização criminosa. / UNISSUBJETIVO “Também pode ser chamado de crime facultativo” Pode ser praticado por uma ou mais pessoas. Exemplo: matar alguém, homicídio, estupro, extorsão mediante sequestro. Não se confundem com crimes unisubsistentes e plurisubsistentes, crime unisubsistente é aquele praticado por um ato só, esse crime não admite tentativa. Crimes plurisubsistentes são aqueles praticados por vários atos, admite tentativa. Crimes unisubsistentes e plurisubsistentes estão mais ligados a crimes consumados e tentados. Injúria verbal pratica de um ato só, diferente da injúria praticada por escrito tem vários atos.
As contravenções penais não admitem tentativa, está na própria lei de contravenções penais. Crimes culposos não admitem tentativa, crimes omissivos puros não admitem tentativa.
Exemplo – Art. 137, CP (Participar de rixa, salvo para separar os contendores. Pena – detenção de 15 dias a 2 meses, ou multa.
8. Crimes QUALIFICADO PELO RESULTADO/ PRETERDOLOSO
 Dolo ou culpa	 resultado (só por culpa)
É o crime que tem um resultado que o qualifica. É o crime que tem o dolo no antecedente (crime) e culpa no consequente (resultado).
Ex.: art. 157, CP.	Ex.: lesão corporal seguida de morte – art. 129, CP.
 
Obs item 8:
Preterdoloso = crime + resultado só culpa
Crime qualificado pelo resultado = crime + resultado culpa e doloso
roubo lesão grave suportada pela vítima = 7 a 15 anos + multa 
(violência) morte = 20 a 30 anos + multa
 4 a 109
Anos + multa
(Data)
(Continuação)
9. Crime CONSUMADO quando nele se reúnem todos os elementos da sua definição legal. Quando se reúnem todos os elementos da sua descrição típica. No crime material a consumação ocorre quando o resultado naturalístico acontece. No crime formal ou de mera conduta a consumação se dá com conduta, embora haja previsão de um resultado naturalístico. No crime de mera conduta este se consuma com a conduta e não tem resultado nenhum previsto. Cada crime tem um momento consumativo próprio. TENTADO quando iniciada a execução não se consuma por circunstâncias alheias a vontade do agente. Há crimes que admitem e outros que não admitem (NÃO ADMITEM OS CRIMES: OMISSIVOS, UNISSUBSISTENTES E CONTRAVENÇÃO PENAL). O crime tem um caminho chamado “iter criminis”, começa na cogitação, passa pelos atos preparatórios, início execução, consumação e exaurimento. 1º requisito: tentativa só haverá se iniciada a execução. Se o crime permanecer na fase de cogitação não se fala em tentativa; quando o agente só estiver preparando os atos, atos preparatórios não se fala em tentativa. Para se falar de tentativa do crime que ele idealizou e preparou é necessário que ele inicie a execução. 2º requisito: que o crime não se consume por circunstâncias alheias a sua vontade. Se ele der início a execução e o crime não se consumar pela vontade dele não se fala em tentativa. Se ele deu início a execução e a morte da pessoa não ocorreu, não por circunstâncias alheias mas porque ele não deixou também não se fala em tentativa. Dois institutos no caso em que o crime não se consuma pela vontade do agente: desistência voluntária e arrependimento eficaz, não admitem tentativa, art. 15, CP, vai responder pelos atos praticados. Desistência voluntária: desiste de prosseguir com a execução. Arrependimento eficaz: impede que o resultado se produza. Arrependimento precisa ser eficaz e só será se o resultado não ocorrer. A diferença entre desistência voluntária e tentativa: É que na desistência voluntária o agente pode prosseguir, mas não quer enquanto na tentativa ele quer prosseguir, mas não pode e é impedido por circunstâncias alheias. A execução começa quando o agente começa a praticar a conduta descrita, começa a ofender o bem jurídico protegido pelo tipo protegido pela prática daquela conduta. Entende-se que o homicídio se inicia quando o agente começa a matar o outro. A diferença entre o crime consumado do crime tentado: a pena! O processo vai ser o mesmo, vai haver o oferecimento de denúncia, a competência vai ser a mesma ao final haverá uma pena menor porque a tentativa é uma causa de diminuição de pena da parte geral, ver § único do artigo 15, CP. Crime impossível art. 17, CP quando o agente emprega um meio totalmente ineficaz não se fala em tentativa. Se o meio é relativamente ineficaz se fala em tentativa. Absoluta impropriedade do objeto, mulher acredita que estava grávida e toma substância abortiva e descobre que não estava grávida, crime impossível.
10. Crime HEDIONDO surgimento em 1988, com o advento da CF (art 5°, XLIII). Tráfico de drogas, o terrorismo e tortura são crimes equiparados ao hediondo. Hediondo é o crime bárbaro; quem diz quais são é a lei. Vide lei n°.8.072/90 – rol de crimes hediondos: art. 1°. Não é concedido perdão, graça ou anistia. A contagem para progressão de regime é diferenciada.
(Data)
(Continuação)
11. Infração de MENOR PORTENCIAL OFENSIVO infrações mais leves e menos gravosas; tratamento mais benigno, ameno, mais favorável. Estão definidas em lei. São contravenções penais e crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 02 anos, cumulada ou não com multa (art. 61, Lei n°.9.099/95). Toda e qualquer contravenção penal é infração de menor potencial ofensivo; os crimes sujeitos à pena máxima igual ou inferior a 02 anos, também o são. Quando isolada, a infração de menor potencial ofensivo é competência do Juizado Especial Criminal; quando conexa com outro crime, a competência é do Tribunal natural, respeitando as condições do Juizado a que tal infração de menor potencial ofensivo pertence. Não há instauração de inquérito; faz-se o TC – Termo Circunstanciado. O “SURSIS” processual (art.89, Lei n°.9.099/95) não se limita às infrações de menor potencial ofensivo, sendo um dos critérios de aplicação a pena mínima, diferentemente da infração de menor potencial ofensivo, que se prende à pena máxima.
(Data)
(Continuação)
IV) Tipo Penal:
Conceito “modelo legal de comportamento proibido, contendo todas as características (objetivas e subjetivas) do fato punível”.
Finalidade 1Fundamentar o injusto penal (fato típico (indícios de ilicitude; a conduta do sujeito se adequa ao proibido legalmente. Ex.: art. 121, CP)) e antijurídico (contrário ao Direito (sem as excludentes de ilicitude. Ex.: legítima defesa)); 2de garantia/segurança (nos dá a certeza do que é permitido ou não); 3motivadora (traz no tipo a sanção); 4Indiciária ilicitude (expressão provisória da ilicitude).
Obs.: não necessariamente o fato vai ser típico e antijurídico, todavia, para ser crime necessita que ambos estejam presentes.
Crime: fato típico, antijurídico (e culpável – maioria entende não fazer parte de crime) 1FATO: conduta humana ação e omissão (comportamento humano consciente e voluntário dirigido a um fim (teoria finalista) – dolo/culpa); 2TIPICIDADE: adequação típica (conduta se encaixa no tipo penal): imediata ou mediata; tipicidade formal (adequação típica conduta + resultado + nexo de causalidade entre a conduta e o resultado) física + material (*imputação objetiva da conduta + resultado jurídico + imputação objetiva do resultado); 3ANTIJURIDICIDADE: contrariedade ao direito (excluídas as hipóteses de excludente de ilicitude); 4CULPABILIDADE: é juízo de reprovação pessoal. Responsabilidade pessoal: imputabilidade (capacidade penal, que se dá aos 18 anos e capacidade mental); potencial consciência da ilicitude (possibilidade de conhecimento); exigibilidade de conduta diversa (o agente poderia agir de modo diferente a não praticar o crime). Se o ato praticado não for culpável, devem estar presentes os 3 requisitos, não se punirá.
Obs.: se a conduta for praticada sobre atos reflexos, coação física irresistível,sonambulismo/hipnose ou em decorrência de caso fortuito ou força maior, o crime será afastado.
A pessoa jurídica não pratica crime, pois não tem conduta, não faz o ato. O que é previsto é a sua responsabilização penal em crimes ambientais. Art. 38 da Lei 9.605 e art. 225, §3º da CF.
24-02-2016
(Continuação)
Crime: fato típico, antijurídico (e culpável)
Fato
Tipicidade: formal + material; se faltar a tipicidade material, não há tipicidade.
Adequação típica: 1subordinação imediata; 2subordinação mediata
Tipicidade formal= conduta + resultado material + nexo + adequação típica (sem qualquer destes, não há tipicidade formal).
*evento ligado à conduta pelo nexo = resultado material (nem todo crime tem)
*ofensa ao bem jurídico = resultado jurídico (todo crime tem!)
Tipicidade material=
imputação objetiva na conduta + resultado jurídico + imputação objetiva do resultado
criação/ incrementação lesão/ perigo de lesão conexão entre riscoresultado jurídico
risco proibido relevante concreta/ transcendental/
 significativo ao bem jurídico
risco permitido domínio do autor 
risco tolerado atípico âmbito de proteção da norma resultado 
Vide artigo 13, CP: o resultado, de que depende a existência do crime, é o resultado jurídico; somente é imputável a quem lhe deu causa – imputação é diferente de dar causa; deve haver a observância ao domínio do autor do crime. Por exemplo, certo sujeito furta um automóvel; seu dono, ao se deparar com a notícia de que seu automóvel havia sido furtado, acaba tendo um ataque cardíaco e falece. O sujeito responderá pelo furto, não pela morte do proprietário do carro. O âmbito de proteção da norma é o patrimônio no artigo 155, CP e não abrange a vida.
26-02-2016
Classificação:
Básico/fundamental É aquele que tem o comportamento proibido descrito. Em regra, é o caput do artigo.
Derivado decorre do básico; não há o comportamento do crime, só se tem circunstâncias agregadas ao tipo básico que tornam o crime mais grave ou menos grave (qualificadoras (aquelas que conferem uma pena mínima e máxima nova ao crime), causas de aumento ou diminuição da pena (aumenta/diminui a pena já existente – geralmente frações)). Normalmente são os parágrafos.
Aberto não há a descrição completa da conduta proibida. Nem todo tipo culposo está inserido no campo “aberto”. Normalmente os tipos culposos
Fechado a descrição do comportamento proibido é completa.
Normal só existem elementos descritivos
Anormal possui elementos descritivos e também normativos
Congruente (semelhança) quando o tipo contém apenas dolo como elemento. Quando o existe semelhança entre o seu aspecto subjetivo e objetivo
Incongruente quando o tipo contém o dolo e outro elemento subjetivo. Quando não existe semelhança entre o seu aspecto objetivo e subjetivo. Ex.: sequestro com finalidade de resgate
Simples o tipo penal contém apenas uma única conduta proibida.
Misto é o tipo penal que contém mais de uma conduta proibida. Ex.: art. 122, CP. Pode ser 1alternativo: mesmo que o agente pratique mais de uma conduta, o crime é único; ou 2cumulativo: se o agente praticar mais de uma conduta estará cometendo mais de um crime.
Elementos: dados utilizados pelo legislador para descrever a conduta proibida
Descritivos são aqueles em que o conhecimento é obtido com simples leitura, simples verificação visual. Olha, lê e sabe o significado.
Normativos são aqueles em que o conhecimento é obtido após análise, valoração jurídica ou cultural. Não basta apenas a leitura para o correto entendimento. Ex.: art. 233, CP (ato obsceno)
Essenciais também chamados de elementares, retirando do tipo, o que sobra passa a ser atípico ou típico em outro tipo. Por exemplo, “matar alguém” se retirarmos “alguém”, sobrará “matar”; matar é atípico, pois matar barata, por exemplo, não é crime.
Acidentais também chamados de circunstanciais, se tirado do tipo, o que sobra continua sendo do tipo. Por exemplo, “matar alguém por motivo fútil” se retiramos “motivo fútil”, sobrará “matar alguém”, que continua sendo do mesmo tipo.
Objetivos existem no mundo externo ao agente.
Subjetivos dizem respeito ao estado de ânimo do agente. Existem no mundo interno do agente.
OBS: Todo crime doloso, possui elemento subjetivo e objetivo. Ex.: Homicídio – elemento objetivo (matar, alguém); elemento subjetivo = dolo (vontade e consciência de matar alguém)
Estudos dos Crimes:
A. Objetividade jurídica: é a finalidade/ razão de ser do crime e o porquê de sua incriminadora. 
Todo crime tem! E a finalidade é a Proteção e tutela do bem jurídico objeto jurídico (é o bem jurídico protegido) ≠ objeto material (coisa ou pessoa sobre a qual recai a ação do crime).
B. Sujeito Passivo: quem é o sujeito que pode ser a vítima do crime. É o Titular do bem jurídico tutelado.
C. Sujeito Ativo: quem pode praticar o crime. É o autor, coautor, partícipe da(s) conduta(s) criminosa.
D. Tipo Objetivo
Elementos objetivos do tipo
Núcleo (verbos) um núcleo: simples; mais de um núcleo: misto
Condições de tempo/ local/ maneira de execução
Meios/ modos
Objeto material
Resultado naturalístico
Consumação – tentativa
E. Tipo Subjetivo
Elementos subjetivos do tipo
Doloso dolo (sempre) direto/ eventual
Outros elementos subjetivos do tipo (às vezes)
Violência
Ameaça
fraude
02-03-2016
HOMICÍDIO
I. Considerações Iniciais
Título I Pessoa
			Complexa realidade física e moral
				Vida/ incolumidade/ honra/ liberdade individual-pessoal
Capítulo IVida Humana
			Bem jurídico supremo (mais importante)
			Proteção em todas as fases em formação/ formada
HOMÍCIDIO
Suicídio: política criminal
(ato ilícito)			atípico (não é incriminado, uma vez que, quem já atentou contra a própria vida, receber a aplicação de uma pena, seria inútil, não faria sentido – politica criminal).
Vida humana
 *Aborto		 início do parto ** (homicídio/ infanticídio)	
Início 													Fim
O início da vida se dá com a nidação: instalação do óvulo fecundado no útero. A partir da nidação, qualquer atentado contra o óvulo fecundado e já instalado no útero, configura crime, não de homicídio, mas de aborto.
O infanticídio só se dá durante o parto ou logo após, sob o estado puerperal. Fora disso, será homicídio. Art. 123, CP.
*Crime contra a vida em formação.
**Crime contra a vida formada.
A medicina legal diz que o estado puerperal dura até a involução do útero. Porém é algo relativo.
Homicídio: “morte de um homem por outro”; “eliminação da vida de uma pessoa por outra”.
								
Simples (caput)
			 DOLOSO		 		Privilegiado (§1°)
								Qualificado (§2°)
								Agravado (§§4°; 6)
HOMICÍDIO
(art. 121, CP)						Simples (§3°)
			 CULPOSO			Agravado (§4°)
								Perdão judicial (§5° - apenas culposo)
II. Objetividade jurídica:
Proteção/ tutela da vida humana
				Após início do parto
				Bem jurídico indisponível
					Eutanásia
					 Crime
				 Consentimento irrelevante (embora a vítima tenha autorizado por escrito anteriormente ao seu estado, não afasta a responsabilidade de quem praticar a eutanásia; eutanásia é crime, pois a vida é um bem jurídico indisponível e é tutelado até à morte, a qual acontece com a morte cerebral – Lei n°.9.434/97). 
03-03-2016
HOMICÍDIO
II. Sujeito Ativo:
Qualquer pessoa (crime comum)
Exceção: Omissão próprio (CP, Art. 121, §2°, 13)
Unissubjetivo (pode ser praticado por uma pessoa ou por mais de uma em concurso)
CP, Art. 121, §6° + 1/3 a 1/2: em grupo armado de extermínio
III. Sujeito Passivo: VÍTIMA
Qualquer pessoa com vida, independente: 1grau de vitalidade; 2capacidadede viver
			Ser humano nascido mulher
			Qualquer condição: cor, raça, idade, sexo
						Mulhercondição de mulher
						Agente de segurança pública qualificado
						Vítima: - 14 anos/ +60 anos +1/3
Pressuposto vida
				Termo inicial: início do parto
				Termo final: morte cerebral
 Prova da existência da vida quando a conduta for praticada, obtida através dos exames: dosimasias respiratórias e não respiratórias.
7.170/03 art. 29 requisito: motivação política – contra Presidente da República, do Senado, da Câmara e do Supremo, não há cometimento de homicídio; o crime é específico deste artigo.
2.889/56 crime de genocídio – crime contra a humanidade – destruição total ou parcial de grupo. Pode ser contra um único membro, mas, se com o objetivo de destruição do grupo, é genocídio – a competência não é do Júri, é da Justiça Federal. 
09-03-2016
HOMICÍDIO
V. Tipo Objetivo:
”matar”: eliminar a vida de outrem
ação/ omissão
crime ação livre: qualquer *MEIO idôneo (varia de caso a caso)
 Mecânico
 físico Químico	direto/indireto
*Meio Patogênico
 Psíquico (ou moral)
Crime material: resultado naturalístico
	Nexo causal conduta
 Teoria da Equivalência de Antecedentes
Causa é o elemento sem o qual o crime não teria ocorrido; é vedada a regressão infinita. Toda e qualquer ação ou omissão, sem a qual o crime não teria ocorrido, é causa. O limite causal é o nexo, elemento subjetivo.
 1Preexistentes
 Absolutamente independentes 2Concomitantes
 1 a 3Responde por tentativa 3Supervenientes
Causas
 1Preexistentes
 Relativamente independentes 2Concomitantes
 1 e 2Responde por crime consumado 3Supervenientes (3responde por tentativa)
Consumação: com a morte (cerebral), que é o resultado do homicídio.
Desistência voluntária/ arrependimento eficaz (não se responde por tentativa)
Admite Tentativa: SIM (pena reduzida de 1/3) 
Desistência voluntária: o agente pode prosseguir com a execução, mas não quer.
Tentativa: o agente quer prosseguir com a execução, mas não pode.
VI. Tipo Subjetivo
 Direto: “animus necandi” (vontade e consciência em matar); ânimo de matar
Dolo 
 Eventual: SIM (o agente não deseja o resultado, mas assume o risco e não se importa)
Culpa: §3°
Homicídio ≠ lesão corporal
 Elemento subjetivo é o que diferencia os dois crimes: intenção de matar: homicídio; intenção de ferir: lesão corporal, ainda que advenha morte, ocorre a lesão corporal seguida de morte. Lesão corporal seguida de morte é de difícil comprovação, já se supõe o homicídio, portanto, tem de se ver o motivo, a intenção.
Morte resultado agravador outro crime
11-03-2016
Aula especial de Contrabando e Descaminho
Previsão no artigo 334, CP para os dois crimes; hoje são dois artigos: 334 e 334-A; a pena também foi modificada: art. 334 pena de 1 a 4 anos; e 334-A pena de 2 a 5 anos.
Contrabando: mercadoria proibida (a norma penal é em branco); será contrabando quando não existir norma penal mais grave; contrabando é crime subsidiário, residual. No descaminho, a mercadoria é permitida, mas o imposto que incide sobre ela não é pago, é iludido; desnecessária a comprovação de fraude (omissão/ abaixar valores para declaração de imposto), porém há a clandestinidade. No contrabando a mercadoria é proibida. Qualquer pessoa pode praticar; o crime é consumado quando se ingressa em território nacional. 
16-03-2016
HOMICÍDIO
I. Considerações iniciais
§1°, art. 121
 denominação doutrina
Causas – pena 3ª etapa
Motivo: “antecedente psíquico da ação”; “impulso psicológico que move o agente”.
 Morais/ sociais
 ≠§1° - 3 figuras
 Antissociais/ imorais
Homicídio Privilegiado
II. Consequências:
basta uma causa redução de 1/6 a 1/3
 Obrigatória – art. 492, I, “c”, CPP: o juiz é obrigado a reduzir a pena, fundamentando na sentença as circunstâncias do caso concreto que o levam a reduzi-la de 1/6 a 1/3.
III. Motivo de relevante valor: 1moral; 2social
circunstâncias subjetivas
sentimentos nobres/ elevados/ compatíveis com o senso moral e ético da socie//
Moral ≠ social
 
 Ligado a situação pessoal ligado a um interesse social/ coletivo
Relevante: importante; considerável; notável
IV. Homicídio *Emocional (assim chamado apenas pela doutrina)
*é diferente de homicídio passional (ligado este a casos em que envolve paixão, amor, relações sentimentais).
Circunstância subjetiva estado de ânimo do agente
Para ser emocional, o homicídio deve conter 3 requisitos:
A. Domínio de violenta emoção
≠ influência – art. 65, CP – “minus” – relação de quantidade. (Atenuação da pena quando o crime for praticado sob a influência de violenta emoção logo após provocação da vítima).
tomado totalmente/ repleto de estado de ânimo alterado
EMOÇÃO: estado de ânimo ou de consciência do agente que produz momentânea e violenta perturbação da afetividade com alterações somáticas e fenômenos neurovegetativos (≠ de paixão – sentimento duradouro).
VIOLENTA: séria/ significativa, capaz de destruir freios inibitórios (incompatível – premeditação/ calma/ reflexão)
B. “Logo em seguida”
sem intervalo
na sequência (compatível e lógica)
imediatamente
C. Injusta provocação
Provocação: qualquer fato voluntário (doloso/ culposo da vítima que expresse um desafio ou uma ofensa ao agente, por exemplo, xingamento, vias de fato, etc.). Não se confunde com a agressão.
palavras/ atos/ gestos, etc.
dirigido diretamente ou não ao agente
≠ agressão (legítima defesa)
injusta: sem motivo razoável, contrária ao direito
IV. Aplicação
“caput” – SIM §2° – SIM
 	Objetivas
 1ª etapa: qualificado
 3ª etapa: privilégio
 Hediondo – SIM (RT); NÃO (doutrina)
18-03-2016
HOMICÍDIO
I. Considerações Iniciais
§2° circunstâncias + grave
 Objetivas e subjetivos
Crime Hediondo
Qualificadora:
Quanto ao motivo (I, II, VI e VII) natureza subjetiva
Quanto ao meio de execução (III) natureza objetiva
Quanto ao modo execução (IV) natureza objetiva
Quanto ao fim (V) natureza subjetiva
Qualificadoras com circunstâncias de natureza subjetiva não se comunicam em relação aos coautores, salvo se elementares do crime. As qualificadoras objetivas se comunicam.
Basta uma circunstância para que o crime seja qualificado.
Parricídio (art. 61, II, “e”)/ premeditação (art. 59) por si só, parricídio e premeditação NÃO
São qualificados.
HOMICÍDIO QUALIFICADO
II. Inciso I:
Circunstância subjetiva
A. Homicídio mercenário: é aquele praticado mediante paga ou promessa de recompensa. Não existe se não houver pelo menos duas pessoas: o mandante e o executor; os dois respondem por homicídio.
 
 Executor (mata) aplica-se a qualificadora.
Crime plurissubjetivo
 Mandante (paga) não se atribui o motivo torpe, tem seu próprio motivo. A qualificadora dependerá do caso concreto. O mandante é coautor com o executor, atenção para as qualificadoras de natureza objetiva, as quais se comunicam.
Paga (ocorre antes da execução; não necessariamente dinheiro, mas pode ser) ≠ promessa de recompensa (ocorreantes da execução, mas visa recompensa futura). Paga e promessa de recompensa representam recebimento de *vantagem econômica. O que prevalece é a natureza econômica, havendo discussão na doutrina (Damásio) sobre existirem outros meios de paga e promessa.
 Econômica SIM
Natureza da vantagem
 *Outra – torpe (favor sexual, por exemplo)
Favores o simples fato de atender a um pedido, NÃO qualifica o homicídio como mercenário.
B. Motivo torpe: homicídio praticado por motivo que revela repugnância à sociedade.
Repugnante/ vil/ abjeto
Profundamente imoral/ depravação espiritual
Exemplo: Cobiça, cupidez
Vingança/ ciúmes depende, não será necessariamente sempre torpe.
III. Inciso II:
Circunstância subjetiva
Banal/ insignificante/ frívolo/ fútil
Incapaz de dar explicação razoável ao fato
Discussão acalorada com a vítima afasta a futilidade.
 TribunaisSIM, motivo fútil. Se o homicídio é qualificado por motivo- Ausência de motivo pequeno, quanto mais sem motivo, que é mais grave.
 DoutrinaNÃO, motivo não fútil. Alega não haver crime sem motivo.
Embriaguez: 03 entendimentos
A embriaguez seria compatível com a futilidade do motivo?
-Não, responde por homicídio simples;
-Desde que seja completa, desde que fique demonstrado a não capacidade de o agente compreender a futilidade do motivo e
-Não afasta a responsabilidade penal, nem a qualificadora.
23-03-2016
HOMICÍDIO
IV. Inciso III:
Natureza objetiva
Meios de execução (“com o que matou?”): 1INSIDIOSOS; 2CRUÉIS; 3PERIGO COMUM: (atinge a vítima e outros)
*Veneno
*Explosivo
*Fogo (cruel: atear fogo na própria pessoa; perigo comum: atear fogo na casa que a pessoa está)
*Asfixia (supressão da função respiratória)
*tortura (≠ Lei n°. 9.455/97: crime de homicídio qualificado pela tortura, a intenção é matar; no crime de tortura, a intenção é “apenas” torturar)
V. Inciso IV:
Objetiva
Modos de execução (maneira de agir): “Como matou?”
1Traição
2Emboscada mesma natureza insidiosa/ outro recurso que dificulta/ impede a defesa
3Dissimulação
1Quebra de confiança, que já existia, sem preparo, desprevenida.
2A vítima é surpreendida; o agente fica escondido
3O agente se disfarça, emprega aparato para se aproximar da vítima sem que esta perceba; falsa demonstração de amizade, o que se diferencia da traição, em que a confiança/ amizade já se fazia presente. Na dissimulação, ocorre primeiro a fraude e depois o crime.
Sempre que for usado recurso que dificulte ou impeça a defesa da vítima e haja a natureza insidiosa, o homicídio será qualificado.
VI. Inciso V:
Natureza Subjetiva
Finalidade outro crime (contravenção penal NÃO! O homicídio será qualificado pelo motivo
 execução 	 torpe/ fútil)
 Assegurar ocultação
 impunidade
 vantagem
Conexão teleológica: mata-se para assegurar a execução de outro crime, cometido pelo agente ou por terceiro – os dois crimes serão julgados pelo Tribunal do Júri. 
Conexão consequencial: o homicídio é consequência de um crime anterior; o agente deseja assegurar a ocultação do crime, sua impunidade e/ou obter vantagem do crime (por exemplo, coautor de sequestro que mata o parceiro para receber sozinho a vantagem obtida pelo resgate.). Competência do Tribunal do Júri.
VII. Inciso VI: Feminicídio
Natureza Subjetiva
≠ Femicídio (FEMICÍDIO é morte de mulher – não é qualificado por si só; FEMINICÍDIO é o crime praticado contra mulher em razão de sua condição de mulher, sexo feminino – só a mulher, transexual não).
em razão de condição de sexo feminino de mulher/ de gênero
Violência doméstica/ familiar
 Envolvendo:
Menosprezo/ discriminação de condição de mulher
§7° +1/3 a 1/2: a pena é aumentada, se praticado:
1. Durante a Gestação/ 03 meses após o parto
2. Contra menor de 14 ou maior de 60 anos/ com deficiência
3. Na presença de descendente/ ascendente da vítima
Transexual: Se se seguisse a analogia, haveria prejuízo para o réu, portanto, o legislador optou por considerar MULHER apenas em razão do sexo feminino.
O autor pode ser HOMEM OU MULHER, desde que praticado em razão de condição de sexo feminino, portanto, a vítima pode ser apenas MULHER.
VIII. Inciso VII:
Natureza SUBJETIVA função pública atacada
Agente público de segurança/ autoridade
Exercício, função (in officiun)/ razão dela (propter officin)
142 e 144, CP/ Sistema Prisional/ Força Nacional de Segurança
Parente até 3° grau (consanguíneo; o filho adotado não é consanguíneo)/ cônjuge/ companheiro
IX. Considerações Finais:
Qualificado basta uma qualificadora
Mais de uma pena maior: arts. 59, 61, II, CP
Homicídio qualificado-privilegiado
 SIM qual? objetivas
 	 
30-03-2016
HOMICÍDIO
HOMICÍDIO CULPOSO
Detenção de 1 a 3 anos desvalor da conduta; a competência para julgar o homicídio culposo é do juízo comum – não vai a Júri. O homicídio culposo permite a suspensão condicional do processo, quando não houver as circunstâncias do §4°. Quando o réu sofrer, física ou psicologicamente, com a própria conduta, ficando demonstrado no processo, o juiz pode conceder o perdão judicial. O perdão judicial só pode ser concedido aos réus que cometerem os crimes previstos na lei; não são todos os crimes passíveis de perdão judicial.
I. Considerações iniciais: art. 121, §3°, CP
SIMPLES/ AGRAVADO/ PERDÃO JUDICIAL
 (§3°) (§4°) (§5°)
II. Requisitos:
1. Conduta: 
a conduta é dirigida a um fim que está fora do tipo, se fosse dirigido ao fim previsto no tipo, cometeria o crime previsto nele. Por exemplo, ciclista que, para não se atrasar no trabalho, atropela e mata criança que estava na calçada. A conduta era destinada ao fim de não se atrasar, o que não está ligado ao tipo “matar alguém”, ou seja, a conduta do ciclista do exemplo está alheia ao tipo.
2. Violação do dever objetivo de cuidado:
Quebra de comportamentos devidos/ esperados do homem-médio
Violação de diligência, cuidado, atenção devidos (é dessa forma que se analisa a tipicidade; compara-se como deveria ser a conduta do homem-médio naquela situação: se houver equilíbrio entre a conduta praticada e o esperado do homem-médio, não há tipicidade; se houver divergência, há tipicidade – há a violação do dever objetivo de cuidado).
Art. 18: imprudência, negligência, imperícia (culpa profissional; negligência ou imprudência profissional)
3. Resultado:
morte
lesões corporais (art. 129, §6°, CP)
4. Previsibilidade:
Previsibilidade é a possibilidade de prever o resultado (ilicitude); o agente tinha condições de prever o resultado e não o fez.
Resultado não previsto culpa inconsciente
	O resultado era previsível e não foi
Previsibilidade objetiva qualquer um
Previsibilidade subjetiva agente (culpabilidade)
Culpa consciente (excesso de confiança) ≠ dolo eventual (egoísmo; indiferença ao resultado)
V. Compensação/ Concorrência de culpas:
No Direito penal não há compensação de culpa. 
Concorrência todos respondem
VI. CTB:
*Art. 302: delito especial pena maior
*homicídio culposo na direção de veículo automotor pena de 2 a 4 anos. Se o homicídio culposo não for cometido na direção de veículo automotor, será aquele previsto no art. 121, §3°, CP. Na direção de veículo automotor, o previsto é aquele do art. 302, CTB.
VII. Forma Agravada:
§4° 1/3 – aplicáveis apenas para o art. 121, §3°, CP
1. Regra técnica ante/ofício/ profissão implica “plus” – apenas nos casos de imperícia, culpa profissional
2. Omissão de socorro (quando possível fazê-lo)/ diminuir consequência do ato
3. Fuga para evitar prisão: atençãoà constitucionalidade, pois, literalmente, a lei exige que o agente permaneça no local aguardando para ser preso.
VIII. Perdão Judicial (§5°)
121, §3°, CP e 302, CTB
direito subjetivo do réu
prova cabal requisitos consequências da infração sofrimento físico, psíquico pena desnecessária
*Natureza da Sentença: 
STF: condenatória: só é possível conceder perdão judicial a quem foi condenando; os efeitos secundários permanecem – obrigação de reparar danos e nome no rol de culpados.
STJ: declaratória: não há efeitos secundários.
	Súmula 18
01-04-2016
Induzimento/ Instigação/ Auxílio ao Suicídio
Induzimento/ Instigação/ Auxílio ao Suicídio
I. Considerações Iniciais: O Estado tem interesse em preservar a vida; há o direito de viver, não o de morrer! O suicídio não é crime, não é punível, é ato ilícito, mas não punível; o crime de que trata o artigo 122, CP, vem da prestação de auxílio, do induzimento e da instigação ao suicídio. A conduta de induzimento e instigação é dolosa, ainda que por meio de dolo eventual.
Art. 122, CP
Suicídio: 1ato ilícito; 2política criminal
ato direto, voluntário, consciente de eliminação da própria vida
Três requisitos para o suicídio: ato direto; voluntário e consciente. Tanto que, na falta de um deles, há crime de terceiro, como, por exemplo, induzimento, coação, instigação, prestação de auxílio, etc.
Suicida capacidade, entendimento, vontade livre
II. Objetividade Jurídica
Finalidade: Proteção da vida humana.
Bem indisponível, sendo o consentimento da vítima irrelevante.
III. Sujeito ativo
Qualquer pessoa; trata-se de crime comum.
IV. Sujeito passivo:
Suicida com três requisitos capacidade de resistência; capacidade de discernimento; vontade livre (não viciada)
Crianças/ loucos não podem ser vítimas do art. 122, CP – são vítimas do art. 121, CP.
Fraude/ coação quando, no ato, há fraude ou coação, não se falará em crime do art. 122, CP, mas sim do art. 121, CP, pois a vontade se tornou viciada.
Vítima(s) determinada(s) até mesmo no suicídio coletivo, as vítimas deverão ser determinadas; na publicação de, por exemplo, livro de “melhores maneiras de se matar”, não há crime para aquele indivíduo que o publicou, pois este não foi direcionado a pessoas determinadas. O diferente ocorre com instigação de suicídio em contexto religioso, em que o pregador da instigação se dirige a um grupo específico, mesmo que dele faça parte pessoa desconhecida sua.
V. Tipo Objetivo
Tipo penal misto alternativo tipo penal misto, pois se tem três condutas proibidas em um único tipo, são três núcleos; é alternativo, uma vez que, embora praticadas três condutas, o crime é um só.
Participação moral: Induzir (o indivíduo cria a ideia para incentivar o suicida); Instigar (a ideia já existe para o suicida; o indivíduo reforça essa ideia).
Participação material: Prestar auxílio (é a ajuda, cooperação secundária, o favorecimento, o auxílio, que se dá por empréstimo de instrumento; ensinamento de manuseio de instrumento; vigia de local onde ocorrerá o suicídio).
Induzir/ instigar persuadir/ convencer/ estimular/ participação moral
Prestar auxílio cooperar secundariamente (sem atos de execução)
Omissão Parte da doutrina entende que SIM, no dever legal; outra parte entende que NÃO, no art. 135, CP (omissão de socorro), pois acreditam que se exige sempre conduta positiva.
Nexo de causalidade: tem de haver ligação entre conduta e resultado.
Consumação: 1com a morte; 2com lesões graves (pena menor) - §§1° e 2°, art. 129, CP
Tentativa: NÃO! Este tipo não admite tentativa; o crime sempre se consuma, seja com a morte do suicida ou com lesão grave suportada por este. 
Ausência de lesão/ lesão leve crime atípico, ainda que haja empréstimo de instrumento por exemplo. Leve é a lesão que não for grave.
VI. Tipo Subjetivo
Dolo: direto; é admitido dolo eventual.
Culpa: NÃO
VII. Forma Agravada
Pena duplicada se: 1crime praticado por motivo egoístico; 2a vítima é menor (de 18 anos) 2.1com capacidade; 2.2maior com capacidade de resistência reduzida; ***sem capacidade: a pena não será duplicada, pois o crime cometido será o de homicídio, previsto no art. 121, CP.
VIII. Pacto Morte
Arts. 122 ou 121 (atos de execução). Por exemplo, roleta russa; duelo americano (a própria vítima pratica o ato). No pacto de morte por meio de gás mortífero, o crime praticado pode ser homicídio. Deve-se sempre atentar aos atos de execução. Observar o resultado.
06-04-2016
INFANTICÍDIO
INFANTICÍDIO
I. Considerações iniciais:
Art. 123
Homicídio especial
Pena menor detenção de 2 a 6 anos; competência do Tribunal do Júri; não cabem as qualificadoras e nem as causas de aumento de pena. Razão 02 critérios:
1Psicológico (honra): comete o infanticídio para preservar a própria honra.
2*Fisiopsicológico
 *Estado puerperal (NÃO é doença; não afasta o dolo)
*Perturbações fisiopsíquicas sofridas pela mulher em decorrência do parto.
*Estado fisiológico normal vivenciado por toda parturiente, advindo das fortes dores; perda de sangue esforço físico, do abalo emocional...
Perturba psicologicamente retira os freios inibitórios
II. Objetividade jurídica:
Proteção/ tutela da vida humana do: 1neonato: acabou de nascer, é o recém-nascido; 2nascente: está nascendo.
III. Sujeito Passivo:
A vítima do crime é o filho: 1neonato (recém-nascido) ou 2nascente (aquele que está nascendo); sendo que fora dessas situações, o crime não será de infanticídio. Se a mãe errar a criança que deseja matar, ocorrerá erro de pessoa; a mãe responderá pelo mesmo crime de infanticídio. 
Não importa as condições de vida: não importa a capacidade de viver e nem o grau de vitalidade; o pressuposto é que a criança tenha vida no momento da conduta da mãe e seja recém-nascida ou que está nascendo.
Pressuposto: VIDA, que será provada por realizações da medicina legal. Se o recém-nascido nasce sem vida e a mãe pratica o infanticídio, não incorrerá em crime, pois se trata de crime impossível.
IV. Sujeito Ativo:
Mãe-puérpera (crime próprio, o tipo penal exige que seja a própria mãe-puérpera)
 
 Admite concurso de agentes No caso de concurso de agentes, estes também responderão pelo crime de infanticídio. Arts. 29 (Todo aquele que concorre para a prática de um crime, incide nas penas a ele cominadas, na medida de sua culpabilidade) e 30 CP (não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime). 
V. Tipo Objetivo:
”matar”: É o núcleo do tipo.
Crime de ação livre: pode ser praticado por qualquer meio idôneo
Ação/ Omissão (dever legal): a mãe tem o dever legal de impedir o resultado.
A conduta deve ser praticada, necessariamente, nessas hipóteses temporais: 
1Durante início: rompimento do saco amniótico e dilatação do colo do útero; na cesariana é com a incisão;
 > Parto 
2Logo após fim: dequitação (expulsão) da placenta; na cesariana é com os pontos.
 Imediatamente/ em seguida 
 
 OU
 Enquanto durar o estado puerperal (06 a 08 semanas – não há consenso; alguns entendem durar até que o cordão umbilical da criança caia; outros entendem que dura até que o útero retorne ao seu estado de funcionamento normal - 06 a 08 semanas). *Matar o filho antes do início do parto é ABORTO!
Jurisprudência: presunção
Estado puerperal
Nexo de causalidade sob influência: NÃO Art. 121, CP
Consumação: com a morte
 Tentativa: SIM – redução de pena; por exemplo, deixar a criança recém-nascida em local ermo a fim de que a criança não resista e morra.
VI. Tipo Subjetivo:
≠dolo: 1direto; 2eventual (Sim; situação rara)
Culpa: Não Art. 121, §3° (homicídio culposo)
VII. Considerações Finais:
Psicoses puerperais ≠ estado puerperal (não é doença)
 Alterações patológicas
 Doenças 
 Art. 26, CP
Agravantesgenéricas:
 Filho
> NÃO são aplicadas (bis in idem)
criança
13-04-2016
ABORTO
Aborto
I. Considerações Iniciais
Arts. 124 a 128, CP vida em formação
Não há previsão da conduta culposa no crime de aborto; apenas dolosa e a competência é do Tribunal do Júri.
A gravidez se inicia a partir da nidação.
Aborto é: Interrupção da gravidez com a destruição do produto da concepção; com a destruição da vida em formação. Não é sinônimo de expulsão
Art. 124, CP – pena: detenção de 01 a 03 anos.
Art. 125, CP – pena: reclusão de 03 a 10 anos.
Art. 126, CP – pena: reclusão de 01 a 04 anos.
Produto concepção: 1ovo/ zigoto (até a terceira semana); 2embrião (da terceira semana até o terceiro mês da gestação); 3feto (a partir do terceiro mês de gestação)
Aborto: 1NATURAL OU ESPONTÂNEO Dá-se de forma espontânea – é atípico; 2ACIDENTAL OU CULPOSO por culpa (negligência, imprudência ou imperícia), a gravidez é interrompida. Caso seja a gestante que pratique aborto por culpa, o fato é atípico, pois não se pune a lesão corporal a si mesmo; se for terceiro, ocorrerá crime de lesão corporal culposa tendo como vítima a gestante (não é homicídio, pois antes do parto, fala-se em aborto); 3CRIMINOSO é o aborto previsto como crime. É o auto-aborto (gestante que provoca aborto em si mesma); aborto consentido (a gestante pratica crime quando consente que se pratique aborto em si mesma); aborto provocado por terceiro com e sem consentimento e aborto provocado pelo resultado – sempre há o dolo; 4LEGAL é o aborto autorizado, permitido pela lei – art. 128, I (aborto necessário, profilático, terapêutico (é aquela que é praticado por médico para salvar a vida da gestante) e II (aborto sentimental, humanitário, ético (é aquele praticado quando a gestação se deu por estupro), CP – não há crime e se dispensa qualquer comunicação e autorização judicial. Decisão do STF: aborto ao feto anencéfalo: autorização de aborto para feto portador de anencefalia; 5EUGÊNICO é o aborto praticado para evitar nascimento de crianças com taras hereditárias, doenças graves, anomalias genéticas – é crime; nota-se que se diferencia tais hipóteses da anencefalia, que é autorizada por decisão do STF; 6SOCIAL/ ECONÔMICO é o aborto praticado pela gestante, que comete crime, em razão de sua posição econômica, ou seja, a gestante, por não ter condições financeiras de criar a criança, acaba abortando – é crime; 7“HONORIS CAUSA” é crime; é o aborto praticado para se esconder relação sexual proibida; trata-se de aborto praticado em razão de honra própria.
Aborto criminoso:
Auto-aborto a gestante que provoca aborto em si mesma. A gestante pratica todas as manobras abortivas em si mesma. Art. 124, 1ª parte, CP.
Aborto consentido a gestante permite que terceiro pratique aborto em si mesma, ou seja, ela consente com o aborto. Art. 124, 2ª parte, CP.
Aborto provocado terceiro sem consentimento Art. 125, CP
Aborto provocado por terceiro com consentimento Art. 126, CP
Aborto qualificado pelo resultado o resultado pode ser lesão corporal grave ou morte da gestante. Art. 127, CP
Aborto Legal: Art. 128
Aborto necessário (I) para salvar a vida da gestante. O médico não precisa comunicar a gestante e sua família.
Aborto sentimental (II) basta que a gestação seja resultado de estupro. Não se depende de condenação do agente estuprador.
STF: aborto ao feto anencéfalo autorização de aborto para feto portador de anencefalia. 
II. Objetividade jurídica
Proteção/ tutela da vida (em formação)
III. Sujeito Passivo (vítima)
Arts. 124 e 126, CP: feto ou Estado (divergência doutrinária, uma vez que alguns entender ser a vítima o feto e outros, ser o Estado. Aqueles que defender ser o Estado a vítima, alegam que assim o é pelo fato de o feto não possuir personalidade jurídica. Prevalece a teoria de que a vítima é o feto).
Art. 125, CP: feto ou Estado e gestante
IV. Sujeito Ativo
Art. 124, CP: gestante mão-própria
 Admite participação: art. 29, CP - o partícipe responde com a pena do art. 124, CP.
 Terceiro que provoca: art. 126, CP (quebra a teoria monista)
Arts. 125 e 126, CP: qualquer pessoa (comum)
 Terceiro
 Admite concurso de pessoas: participação; coautoria
Se houver mais de um feto, e a gestante tiver conhecimento, há o cometimento de mais de um crime, tantos quantos forem os fetos.
15-04-2016
CONTINUAÇÃO - ABORTO
V. Tipo Objetivo
“Provocar”: dar causa/ acarretar (utilizar-se de todas as manobras abortivas)
“Consentir”: deixar/ permitir (o consentimento de gestante menor de 14 anos é inválido).
 Aborto: interrupção da gravidez com destruição do produto da concepção.
O consentimento é inválido quando: obtido por grave ameaça; partir de gestante menor de 14 anos. A pena para o terceiro será a prevista no artigo 125, CP.
Crime de ação-livre pode-se valer de qualquer meio idôneo para atingir o resultado.
Ação/ omissão o aborto pode ser praticado por ação e omissão (no caso daqueles que tenham o dever legal de impedi-lo – médico, por exemplo).
Crime impossível quando se vale de qualquer meio inútil/ impossível para prática do aborto, bem como se a mulher não estiver grávida.
Nexo de causalidade é necessário o nexo de causalidade.
Consumação se dá com a eliminação de vida em formação.
Tentativa? SIM – duas hipóteses: 1Quando o agente começa a se utilizar dos meios de execução, porém as medidas não foram suficientes. Por exemplo, ingerir quantidade inferior de medicamento provocador de aborto. 2O agente se vale da tentativa de impedir a gravidez e, mesmo assim, a gestante dá à luz.
VI. Tipo Subjetivo
Dolo: 1direto; 2eventual (o agente assume o risco de produzir o resultado – é o egoísmo)
Culpa: NÃO
 Gestante: atípico
 Terceiro: lesão corporal culposa
VII. Aborto Criminoso
Arts. 124, 125, 126, CP
VIII. Forma Qualificada pelo Resultado
Art. 127, CP
	Lesão corporal grave			 +1/3
02 resultados:						 Gestante 
	Morte						 2X
Os resultados acima não podem ser dolosos, tem de ser CULPOSOS.
A lesão corporal grave está prevista nos §§1° e 2°, art. 129, CP.
Preterdoloso dolo no antecedente, culpa no consequente.
Aborto + morte ou lesão grave
(dolo) (culpa)
Só para artigos 125 e 126, CP
IX. Aborto Legal: É o aborto permitido, autorizado por lei.
Art. 128, CP
Médico: 1Inciso I necessário (para salvar a vida da gestante); 2Inciso II sentimental (quando a gestação é resultante de estupro – não há necessidade de condenação do estuprador, bem como não é necessário inquérito e processo em andamento. Se o médico for levado a erro pela gestante, por fazê-lo acreditar que se tratava de estupro e portanto solicitava o aborto, este não incorrerá em crime, todavia a gestante responderá criminalmente).
Para não haver crime, o aborto tem de ser praticado por médico, o que a legislação traz como requisito. Não é necessário perigo atual, pode se dar após simples verificação em exames médicos.
Causa excludente de ilicitude
Não precisam de autorização judicial
Inciso II consentimento da gestante/ representante legal
*STF feto anencéfalo: A.D.P.F. 54
20-04-2016
LESÃO CORPORAL
LESÃO CORPORAL
I. Considerações Iniciais
Título I; Capítulo II art. 129, CP
	
 Incolumidade pessoal
O bem protegido, tutelado no crime de lesão corporal é a incolumidade pessoal, não mais a vida.
Pena prevista no “caput”: detenção, de três meses a um ano.
Pena prevista no §1°: reclusão, de um a cinco anos. (Grave)
Pena prevista no §2°: reclusão, de dois a oito anos. (Gravíssima)
Pena prevista no §3°: reclusão, de quatro a doze anos. (Seguida de morte)
Pena prevista no §4°: redução de 1/6 a 1/3.
Pena prevista no §5°: substituição da pena por multa.
Pena prevista no §6°: detenção, de dois meses a um ano.
Pena prevista no §7°: aumento de pena de 1/3.
Pena prevista no §9°: detenção, de trêsmeses a três anos.
Pena prevista no §10: aumento de pena de 1/3.
Pena prevista no §11: aumento de pena de 1/3.
“Qualquer ofensa à normalidade funcional do corpo humano, seja sob o ponto de vista anatômico, fisiológico ou mental”. Deve haver resultado – modificação da anatomia corporal ou lesão à saúde. A dor não é relevante, por si só, para caracterizar a lesão corporal. Se não houver o ocasionalmente de lesão corporal, haverá as “vias de fato”, em que há emprego de violência, sendo, portanto, contravenção penal.
Ofensa: 1integridade corporal (modelo anatômico do corpo); 2saúde: (perturbação da mente/ alteração fisiológica).
Lesão corporal:
DOLOSA 1SIMPLES – caput; 2QUALIFICADO PELO RESULTADO: 2.1.Grave - §1°; 2.2.Gravíssima - §2°; 2.3.Seguida de Morte - §3° (crime preterdoloso dolo no antecedente, culpa no consequente); 3PRIVILEGIADA/ SUBSTITUIÇÃO DA PENA - §5°; 4AGRAVADA - §7° e §12; 5VIOLÊNCIA DOMÉSTICA - §9º, §10 e §11 (o crime de violência doméstica é, na verdade, o crime de lesão corporal praticada contra pessoas que convivem ou tenham convivido com o agente, inclusive nas questões de âmbito doméstico ou de hospitalidade; não necessariamente ocorre dentro do lar).
Se não houver nenhum resultado que torne a lesão grave (quatro resultados possíveis), gravíssima (cinco resultados possíveis) ou seguida de morte (um resultado possível: morte) será essa lesão simples, por exclusão. Não pode haver dolo direto e nem dolo eventual na lesão corporal seguida de morte, pois então teríamos o crime de homicídio, a morte deve sempre ocorrer através de culpa do agente. A competência é da justiça comum, não do Tribunal do Júri.
CULPOSA 1SIMPLES - §6°; 2AGRAVADA - §7°; 3PERDÃO JUDICIAL - §8°.
II. Lesão corporal culposa (Não importa a gravidade das lesões)
§6°: Jecrim 
Ação Penal Pública Condicionada: Lei n°. 9.099/95
Requisitos: conduta; violação do dever objetivo de cuidado; resultado; previsibilidade
§7°: + 1/3 = §4°, art. 121, CP
§8°: perdão judicial = §5°, art. 121, CP
Delito especial: “direção de veículo motor” – art. 303, CTB
As lesões corporais causadas em razão de direção de veículo automotor não caracterizam crime de lesão corporal culposa; trata-se de delito especial, previsto no art. 303, CTB.
III. Lesão corporal dolosa
Lesão corporal simples (leve)
Lesão corporal grave
Lesão corporal gravíssima
Lesão corporal seguida de morte
Violência doméstica: crime do §9°
 ≠ Lei n°.11.340/06 (Lei “Maria da Penha” (mais ampla) – incide quando houver violência doméstica contra mulher; para o crime de violência doméstica não há a obrigatoriedade de o sujeito passivo ser mulher. Se se tratar da Lei “Maria da Penha”, não incide a Lei n°.9.099/95).
A. Objetividade Jurídica
B. Sujeito Ativo
C. Sujeito Passivo
D. Tipo Objetivo
E. Tipo Subjetivo 
03-05-2016
Lesão corporal
Leve/ Grave/ Gravíssima
Violência doméstica
A. Objetividade jurídica
Proteção/ tutela incolumidade pessoal
Bem jurídico, em parte, disponível
B. Sujeito passivo
Ser humano vivo
Qualquer pessoa: início parto com vida
Gestante: §1º, IV/ §2º, V
Agente de segurança Pública: + 1/3 a 2/3
Vítima menor de 14 anos/ maior de 60 anos: + 1/3
Descendente/ ascendente/ cônjuge: §9º
Autolesão: atípico – exceto 171, §2º, V, CP (fraudar seguro)
Art. 184, CPM furtar ao serviço militar
C. Sujeito ativo
Qualquer pessoa (comum)
§9º: próprio
Milícia privada/ grupo extermínio: + 1/3
D. Tipo objetivo
Ofender: atacar/ lesar/ atingir
Integridade corporal – anatomia corpo
Saúde: funcionamento do organismo (fisiológico)
funcionamento da mente
Só a dor NÃO
Alteração significativa: saúde
Ferimentos: integridade corporal
Crime ação livre – qualquer meio idôneo
* Consumação: com dano à saúde/ à integridade
** TENTATIVA SIM pena reduzida de 1/3 a 2/3
Várias lesões: mesma ocasião crime único
AQUI PREVALECE A LESÃO MAIS GRAVE
Crime material nexo causalidade: exame de corpo de delito
E. Tipo subjetivo
Dolo: direto
Eventual
Culpa: §6º, CP/ 303, CTB
F. Lesão leve
G. Lesão grave
H. Lesão gravíssima
I. Lesão seguida de morte
11-05-2016
Lesão corporal
F. Lesão Corporal Leve
caput e §9° (a lesão do §9° é a violência doméstica)
critério de exclusão (será leve a lesão que não for grave, gravíssima ou seguida de morte)
JECRIM
	 
	 Exceto Lei n°. 11.340/06
A.P.P. Condicionada (o caput e o §9° são por meio de ação penal pública condicionada)
≠ vias de fato/ injúria real (vias de fato não se confundem com lesão; vias de fato são contravenção penal; injúria real também não se confunde com lesão. A injúria real ataca os atributos, por exemplo, intelectuais de alguém.) 
substituição (§5°) (substituição da pena privativa pela pena de multa: hipóteses: 1§4° e 2recíprocas
violência doméstica: leve - §9°; grave/ seguida de morte - §§1° a 3° = +1/3
G. Lesão Corporal Grave (§1°)
pena de reclusão de 01 a 05 anos
resultados que qualificam - 01 a 05 anos
basta um – a mais grave prevalece
 Mais de um – art. 59, CP
1. Inciso I:
incapacidade para ocupações habituais (não são só trabalho, mas qualquer atividade corriqueira, cotidiana – tomar banho, alimentar-se, praticar esportes, etc.): 1física; 2mental 
Temporária
+30 dias (portanto, pelo menos 31 dias) exame complementar – (art. 168, §2°, CPP)
 Prazo penal (inclui-se o dia do começo)
ocupações habituais = atividades corriqueiras (atividades do dia-a-dia)
são feitos dois exames de corpo de delito: um para constatar a lesão e que a vítima está incapacitada e outro, após o trigésimo primeiro dia, para constatar que a vítima permanece incapacitada (este é o exame complementar)
2. Inciso II:
preterdoloso (dolo em razão da lesão corporal e culpa decorrente do perigo de vida)
risco efetivo/ concreto de morte
decorrente da lesão/ não da conduta (o risco deve ter decorrido da lesão)
indicado precisamente em laudo (O perito deve atestar o motivo pelo qual houve risco efetivo de morte)
NÃO deve haver intenção.
3. Inciso III:
debilidade permanente (que se protrai no tempo; recuperação incerta)
 Redução/ enfraquecimento de: 1membro (braço, perna, etc.)/ 2sentido (visão, paladar, olfato, audição, tato)/ 3função (respiratória, circulatória, digestiva, secretora, reprodutora, locomotora e sensitiva). O perito é quem constata.
intervenções cirúrgicas/ próteses/ aparelhos não afastam a qualificadora e a gravidade da lesão
o perito deve apenas constatar que a recuperação é incerta, não que é permanente
permanente é diferente de perpétua
4. Inciso IV:
antecipação de nascimento (aceleração de parto) – a vítima só pode ser a gestante que terá a gravidez interrompida.
feto sobrevive (a vítima não é o feto, apenas a gestante).
agente deve conhecer da gravidez da vítima
13-05-2016
LESÃO CORPORAL
H. Lesão Corporal Gravíssima (§2°)
denominação de “gravíssima” dada pela doutrina + grave - §1°
prevalece sobre o §1° e caput
Pena de reclusão de 02 a 08 anos
1. Inciso I:
Incapacidade: física; mental; permanente
toda e qualquer atividade laboral (Doutrina e Jurisprudência acertaram que a incapacidade permanente deve ser para toda e qualquer atividade laboral, não apenas àquela que a vítima desempenhava anteriormente)
Permanente (aquela que se protrai no tempo e que a recuperação é incerta)
2. Inciso II:
doença/ moléstia que a medicina não consegue conter ou sanar, mas que não mate
ausência de morte, pois configuraria o §3°.
cardiopatias/ pleurite/ hérnias/ hepatopatias
3. Inciso III:
perda/ inutilização: 1inaptidão total; 2plus de debilidade; 3função aniquilada
perda de membro (separação deste do tronco, pela mutilação (ato do agente) ou amputação (intervenção cirúrgica) ≠ inutilização de membro (o membro permanece ligado ao tronco, mas é impossível sua utilização) 
membro/ sentido/ função
4. Inciso IV:
dano estético considerável e indelével (que não se apaga com o tempo)
aparente e repugnantecondições pessoais da vítima
laudo com fotos
próteses/ aparelho/ disfarces não afastam
5. Inciso V:
preterdoloso (lesão corporal + aborto dolo em relação à lesão e culpa em relação ao aborto)
feto morre
agente deve conhecer da gravidez
I. Lesão Seguida de Morte (§3°)
preterdoloso (lesão corporal + morte dolo em relação à lesão e culpa em relação à morte)
Pena: reclusão de 04 a 12 anos - competência do juízo comum
morte resultado da lesão
 Só culpa
≠ art. 121, CP intenção/ aceitação
18-05-2016
CRIMES CONTRA A HONRA
CRIMES CONTRA A HONRA
I. Considerações Iniciais
Bem jurídico imaterial
CF, art. 5°, X
Conjunto de atributos morais, físicos e intelectuais de uma pessoa que lhe conferem consideração social e estima própria.
Bem jurídico uno e indivisível
Crime doloso
Honra: 1Objetiva: sentimento que a coletividade tem do indivíduo. É a reputação social do indivíduo no meio em que ele vive; 2Subjetiva: sentimento que o indivíduo tem de si mesmo. É a autoestima, amor próprio.
Honra: 1Dignidade: diz respeito aos atributos morais do indivíduo; 2Decoro: diz respeito aos atributos físicos ou intelectuais do indivíduo. Configuram crimes de injúria.
Honra: 1Comum: inerente a toda e qualquer pessoa; 2Profissional: honra que determinada grupo de pessoas têm em razão da profissão que exercem.
24-05-2016
CRIMES CONTRA A HONRA
Proteção penal: Calúnia/ Difamação/ Injúria
 CP – arts. 138, 139, 140 (ação privada)
 Leis especiais – Lei de Segurança Nacional (Lei n°.7.170, art. 26 – ação penal pública incondicionada – só contra Presidentes da República, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal e do Supremo – deve haver motivação política de desestabilizar a democracia); Código Eleitoral (arts. 324, 325, 326 – ação penal pública incondicionada); Lei de Imprensa (não tem mais aplicação no ordenamento jurídico, o CP é quem regulamenta.)
Princípio da Especialidade Lei mais especial prevalece sobre lei geral.
Calúnia (imputação falsa de fato definido como crime - e tem de ser crime, contravenção não se enquadra. Pena: detenção de 06 meses a dois anos e multa) ≠ Difamação (imputar fato ofensivo a reputação de determinada pessoa. Pena: detenção de 03 meses a 01 ano e multa) ≠ Injúria (ofender a dignidade ou o decoro de alguém. Pena: detenção de 01 a 06 meses ou multa). 
Calúnia e Difamação exigem fato, acontecimento, evento. Na calúnia, há a necessidade de o fato ser definido como crime, na difamação, deve contar com fato ofensivo à reputação da vítima. 
Exceção da Verdade 1meio processual de prova; 2facultativo/ incidental; 3meio de defesa em que o querelante prova a veracidade da alegação; 4não é permitida para todos os casos. Se alguém se sentir no direito de processar outrem, alegando que este o caluniou, difamou ou injuriou, o acusado de praticar qualquer um desses crimes pode fazer uso da exceção da verdade, com o que prova que a afirmação que fez era verdadeira, e então não haverá cometimento de crime.
Exceção da Verdade
	
	REGRA
	EXCEÇÃO
	 ART. 138, CP
	SIM
	3
	ART. 139, CP
	NÃO
	1
	ART. 140, CP
	NUNCA
	0
II. Calúnia 
Art. 138, CP
Delito mais específico dos crimes
O objetivo é proteger a honra objetiva do indivíduo, o bom nome, a reputação.
Imputação falsa de fatos criminosos
Para se configurar o crime de calúnia, deve haver a descrição de um evento, fato, acontecimento, sendo que, por exemplo, chamar alguém de “traficante”, é apenas atribuição de qualidade negativa; porém, dizer que este alguém está vendendo drogas em determinado local já configura o tipo penal de calúnia, uma vez que houve descrição de conduta criminosa apontando-se evento.
≠ denunciação caluniosa (art. 339, CP)
A. Objetividade Jurídica
Proteção/ tutela honra objetiva. A calúnia exige o ataque à honra objetiva, sendo necessário que alguém tenha presenciado, ouvido as palavras caluniosas, pois se a calúnia partir de alguém em um ambiente que só haja os sujeitos ativo e passivo, não estará configurado o crime de calúnia, pois a honra objetiva do sujeito passivo não foi atingida.
B. Sujeito Ativo
Qualquer pessoa (comum)
Imunidade parlamentar: 1vereadores – art. 29, VIII, CF; 2deputados/ senadores – art. 53, CF havendo nexo com a opinião e o ofício congressista, e no exercício do mandato, estes são invioláveis. Para vereadores, a imunidade é apenas dentro dos limites territoriais do município que o elegeu; para deputados e senadores, é válida em todo território nacional.
No descumprimento das funções parlamentares
Nexo com o ofício congressual
C. Sujeito Passivo:
“Alguém”: qualquer pessoa viva (todos têm honra)
Desonrados: sim, ou seja, aqueles que já tenham sua honra maculada (que já tenham sido condenadas por crime, estupradores, assassinos, etc.) ainda podem ser vítimas de calúnia.
Mortos: sim, podem ser vítimas de calúnia.
Inimputáveis: sim, desde que a imputação que se faça a eles seja compatível à capacidade de compreensão ou física do inimputável. Por exemplo, bebê que “pega” a chupeta de outro.
Pessoa Jurídica: sim, desde que a ela tenha sido atribuída prática de crime ambiental. São 02 correntes: a que diz que a pessoa jurídica não possui honra, então não pode, em momento algum, ser vítima de calúnia; a outra corrente alega que se pode considerar a pessoa jurídica vítima de calúnia, mas nunca de injúria, pois esta não possui honra subjetiva, mas apenas a objetiva. 
D. Tipo Objetivo
“Imputar”: atribuir
 Falsamente presumido
 Fato de crime: qualquer um; contravenção art. 139, CP
Qualquer meio idôneo imprensa CP
§1° propalar, divulgar dolo direto
Consumação: quando chega a conhecimento de terceiros
 Formal
 Tentativa: sim – admite-se (rara)
E. Tipo Subjetivo
Dolo: vontade/ consciência de atribuir fato criminoso
 “animus diffamandi vel injuriandi”: jocandi (brincar); corregendi (corrigir); consulendi (aconselhar); narrandi (narrar); defendendi (defender) Se se demonstrar que a intenção que ocasionou a calúnia era de brincar, corrigir, etc., haverá exclusão do dolo.
F. Exceção da Verdade
Regra: admite
Exceto: 03 casos
1. Ação privada sem condenação
2. Ação pública com absolvição
3. Presidente da República/ Chefe de Estado/ Presidente de Governo Estrangeiro.
25-05-2016
CRIMES CONTRA A HONRA
III. Difamação
Art. 139, CP
A. Objetividade jurídica
Proteção e tutela da honra, honra objetiva.
B. Sujeito Passivo
Mesmas considerações do crime de calúnia, porém, não há crime de difamação contra os mortos.
C. Sujeito Ativo
Qualquer pessoa – crime comum.
Atenção para as imunidades parlamentares – vereadores, deputados e senadores são isentos, havendo nexo entre a ofensa e a atividade parlamentar exercida no momento. Os abusos serão punidos.
D. Tipo Objetivo
Atribuir/ imputar a alguém fato, acontecimento ou evento ofensivos à sua reputação.
É permitido qualquer meio idôneo para a prática do crime de difamação – crime de ação livre.
A consumação se dá quando o fato chega a conhecimento de terceiro.
O crime é formal e admite tentativa.
E. Tipo Subjetivo
Crime doloso – é necessário o ânimo (animus injuriandi) de ofender a honra de alguém.
Se se demonstrar que a intenção que ocasionou a calúnia era de brincar, corrigir, etc., haverá exclusão do dolo.
F. Exceção da Verdade
Regra: não admissão
Exceto: 01 caso
1. Contra funcionário público; a difamação deve estar associada a questões ligadas ao ofício deste funcionário.
IV. Injúria 
Art. 140, CP
A injúria pode ser 1Comum (simples – pode haver o perdão judicial)/ 2real (através de vias de fato, força física – se houver lesão, o agente responderá pelo crime de injúria e de lesão corporal)/ 3preconceituosa (é o crime mais grave do rol dos crimes contra a honra; pena de reclusão de 01 a 03 anos – o agente tem a intenção de ofender a honra, a dignidade e o decoro de alguém e, para tanto, utiliza-se de fatoresraciais, de origem, de etnia, de religião, de idade e de deficiência – não se confunde com o crime de racismo)
Perdão judicial: não cabe perdão judicial para a calúnia e nem para a difamação, apenas para a injúria COMUM.
A. Objetividade jurídica
Proteção e tutela da honra subjetiva. Esta conduta é tipificada para proteção da autoestima, amor próprio que alguém tem de si mesmo.
B. Sujeito Passivo
“Alguém” (pessoa física viva)
Morto: não
Pessoa Jurídica: não
Inimputáveis: sim, desde que tenham capacidade de entendimento; o fato deve abalar a honra subjetiva, se não houver entendimento, não haverá imputação.
Desonrados: sim
C. Sujeito Ativo
Qualquer pessoa (comum)
Imunidades parlamentares: atenção às imunidades. Mesmas regras da calúnia e difamação.
D. Tipo Objetivo
Ofender: atacar/ macular a dignidade/ decoro utilizando-se de atributos morais (dignidade), físicos e intelectuais (decoro).
Crime de ação livre qualquer meio idôneo
Violência: §2° injúria real
Elementos referentes à raça, cor, etnia, religião, origem, etc. §3°
§2° força física: aviltantes/ ultrajantes/ humilhantes/ vexatórios
 vias de fato absorvida responde apenas pela a injúria real do §2°
 lesão corporal concurso de crimes (injúria real + lesão corporal) penas somadas
§3° expressões preconceituosas
 ≠ racismo (Lei n°. 7.716/89)
Consumação: quando chega ao conhecimento da vítima
 Formal
 Tentativa: SIM (praticamente inexistente)
E. Tipo Subjetivo
Dolo: vontade/ consciência de ofender dignidade/ decoro
 Animus injuriandi
 Outro ânimo (exclusivamente) dolo afastado
F. Exceção da Verdade
NUNCA!
G. Perdão judicial (§1°)
 Só para a injúria comum
 Real não
Duas situações:
1. Provocação reprovável da vítima
2. Retorsão imediata (injúria por injúria)
31-05-2016
CRIMES CONTRA A HONRA
V. Disposições gerais (arts. 141 a 145, CP)
A. Causas + pena (Art. 141, CP)
Aplicam-se três figuras
 + 1/3:
1. Inciso I: 
≠ Lei n°. 7.170/83 (Contra Presidente da República ou Chefe de Governo estrangeiro) 
2. Inciso II:
Em razão da função (funcionário público)
≠ Art. 331
3. Inciso III:
Presença de 03 ou mais pessoas
Maior divulgação
4. Inciso IV:
Exceto o art. 140, CP (injúria)
2X: a pena é duplicada, se a calúnia, difamação ou injúria, forem praticadas mediante paga ou promessa de recompensa. A pena é duplicada para o mandante e para o executor.
5. §único:
Mandante e executor
B. Causas especiais de exclusão da ilicitude (Art. 142, CP)
Só para difamação e injúria
1. Imunidade Judiciária (inciso I)
Parte/ procurador: qualquer pessoa; juiz
 Na discussão causa nexo
 Durante e nos atos processuais
2. Crítica literária/ artística/ científica (Inciso II)
Desde que não haja intenção de ofender
3. Conceito desfavorável funcionário público (Inciso III)
Em razão da funçãonexo de atividade funcional
Sem intenção de ofenderapenas informar/ relatar
4. §único:
Incisos I e III: publicidade – SIM
C. Retratação (Art. 143, CP)
Só para calúnia e difamação
Arrependimento desdizer/ retirar o que disse (negar o ato não é se retratar)
Antes da sentença (1° grau)
Cabal/ unilateral (não depende da aceitação do querelante, basta que o querelado confirme a ofensa e se retrate completamente até antes da sentença)
D. Pedido de explicações (Art. 144, CP)
Três figuras
Medida judicial preparatória e facultativa
Incerteza de ofensa: palavras dúbias; frases vagas
Não interrompe prazo decadencial
Não há procedimento na lei
Não há juízo de valor: torna prevento o juízo
E. Ação Penal (Art. 145, CP)
Três figuras
Regra: A.P. Privada
Exceções:
1. Presidente da República/ Chefe de governo Estrangeiro A.P.P. Condicionada
2. Injúria real com lesões A.P.P. Incondicionada
3. Injúria preconceituosa A.P.P. Condicionada
4. Funcionário Público A.P.P. Condicionada
 Súmula 714, STF
03-06-2016
(AULA NA APOSTILA À PARTE)
08-06-2016
V. Tipo Objetivo
“Subtrair”: tirar/ retirar a coisa da esfera de proteção da vítima.
 Romper poder de fato
 Apoderar-se sem intenção de devolver
Qualquer meio idôneoExceto: violência com grave ameaça (Art. 157, CP)
Objeto material: 
COISA
ALHEIA
MÓVEL (imóveis estão excluídos)
Valor econômico/ valor de uso (valor sentimental)
Furto bagatela princípio da insignificância (até 10% salário mínimo)
 Atípico: 1mínima ofensa na conduta; 2ausência de periculosidade social; 3reduzido grau de reprovação de comportamento; 4inexpressividade da lesão jurídica
Furto famélico: furto de alimentos, de remédios. Se presentes os requisitos do art. 24, CP (estado de necessidade), não haverá cometimento de crime. *Art. 24, CP: atualidade do perigo; involuntariedade; inevitabilidade por outro modo; inexigibilidade de sacrifício do direito ameaçado.
Ser humano: (Art. 148, 249, CP, Lei n°. 9.434/97)
Cadáver: 1SIM (se o cadáver já estiver incorporado ao patrimônio de alguém, como, por exemplo, cadáveres pertencentes a instituições de estudo e pesquisa – Crime de furto); 2NÃO (cadáveres no necrotério, cemitério, etc - Crime de subtração de cadáver - Art. 211, CP)
 Comum NÃO (será furto se a coisa estiver já destacada do todo, por exemplo, água)
COISA Ninguém NÃO
 Abandonada NÃO
 Perdida NÃO (o crime cometido é apropriação indébita – art. 169, II, CP)
Consumação: com a posse de fato, mesmo sem ser tranquila e pacífica (STJ)
 *Jurisprudência antiga com a posse tranquila e desvigiada
Tentativa? SIM
VI. Tipo Subjetivo
Dolo + especial fim de agir (“para si/ outrem”) ânimo de assenhoreamento definitivo
Furto de uso (falta o elemento subjetivo de especial fim de agir – há a intenção de devolver a coisa e a devolução é feita) atípico 1coisa infungível; 2ânimo de usufruir; 3devolução no mesmo estado (devem estar presentes esses três requisitos acima)
VII. Furto de Energia (§3°)
Elétrica ou qualquer outra energia que tenha valor econômico
Sinal de TV a cabo 1STJ (maioria: SIM); 2STF (NÃO)
Redução de marcação de consumo (não é furto; é estelionato: Art. 171, CP)
10-06-2016
FURTO
VIII. Furto Noturno (§1°)
Causa + pena + 1/3 (levada em conta na 3ª fase)
Só para furto simples (“caput”)
Qualificado NÃO – jamais (a pena não será aumentada, mesmo que praticado durante o repouso noturno)
”Repouso noturno”: período em que a vida desaparece das ruas/ Pessoas se recolhem para dormir (critério psicossocial de acordo com cada localidade). É diferente de noite. Noite é o período em que cessa a luz solar. O repouso não é da vítima, mas sim da localidade, compreendido no horário da noite. Não são todas as horas da noite que compreendem o repouso noturno. Alguns julgados alegam que furtos em estabelecimentos comerciais não podem configurar furto noturno, ainda que durante o repouso da localidade; porém não é pacificado.
IX. Furto Privilegiado (§2°)
Causa – pena/ substituição (levadas em conta na 3ª fase de aplicação da pena)
02 requisitos têm de estar presentes concomitantemente: 1agente primário; 2coisa de pequeno valor (parâmetro estabelecido pela jurisprudência: não superior a 01 salário mínimo)
03 consequências das quais o juiz deverá optar:
Substituição reclusão detenção
Redução de 1/3 a 2/3
Só multa
Aplicável:
Simples: SIM
Noturno: SIM
Qualificado: 1STJ (SIM – súmula 511); 2TJ (NÃO – maioria)
X. Furto Qualificado (§§4° e 5°)
Rol taxativo
Basta uma
+ de 1: pena maior art. 59, CP
§5° prevalece §4°
1. Inciso I:
Rompimento (destruição parcial) ou destruição (perda total) de obstáculo externo à coisa que o agente pretende subtrair. Dependerá de perícia.
2. Inciso II:
Abuso de confiança: quebra da fidúcia entre vítima e agente. É o furto cometido por uma pessoa contra uma vítima que confiava no

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