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MODOS DE EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES

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MODOS DE EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES
1)_ Pagamento: real, consignação, sub-rogação, imputação e dação em pagamento.
2)_Novação
3)_Compensação
4)_Confusão
5)_Remissão
ESPÉCIES DE PAGAMENTO: pagamento, como execução da prestação por parte do devedor para extinguir a obrigação pode operar-se por diversas espécies. Essas são: real, consignação, sub-rogação, imputação e dação em pagamento.
a) Pagamento Real: tem-se o pagamento real quando a obrigação se extingue pelo cumprimento da prestação por parte do devedor. Em tal caso, tendo o devedor assumido a obrigação de dar ou fazer alguma coisa, realiza essa prestação sem nenhuma restrição. Aobrigação se extingue pelo fato de haver do devedor cumprido na época oportuna a prestação devida. É o pagamento puro e simples, no dia e no local combinado.
b)Pagamento por Consignação: em vários casos, não quer ou não pode, o credor receber a coisa. Para que cesse a obrigação por parte do devedor, este pode por a coisa devida à disposição do credor, mediante depósito, dando se a essa espécie de pagamento o nome de consignação. Poderá a consignação realizar-se quando sem justa causa, o credor recusar receber a prestação ou dar quitação na forma devida; quando o credor não for ou mandar receber a coisa, no lugar, tempo e segundo as condições estipuladas, dentre outros. Deve-se ter em consideração que a consignação, só pode se feita pelo devedor, por pessoa que a faça em nome desse e por sua conta ou ainda por terceiro interessado na extinção da obrigação. Para que a consignação produza os efeitos de pagamento, necessário será que como acontece com as pessoas, concorram em relação ao objeto, modo, tempo, todos os requisitos para que se torne válido o pagamento, como preconizar o código civil.
Efeitos 
Se a ação de consignação em pagamento for julgada procedente, passa, o depósito consignado, a equivaler ao pagamento da obrigação de modo a extinguir o vínculo obrigacional e encerrar o acúmulo de juros moratórios, também não mais responderá, o devedor, pelos riscos inerentes a posse ou titularidade da coisa objeto da prestação. Assim, caberá ao credor o pagamento das custas processuais e honorários advocatícios do autor. 
Porém, se, de forma contrária, a ação for julgada improcedente, acarretará ao devedor o dever, além do pagamento da coisa que pretende o credor, o pagamento dos juros decorrentes da mora, mesmo durante o período em que havia sido acionada a tutela jurisdicional, e ainda o pagamento das custas processuais e os honorários advocatícios da outra parte. 
c)- Pagamento por sub-rogação: "O termo sub-rogação significa, mormente em nossa ciência, substituição. A sub-rogação não extingue propriamente a obrigação, apenas transfere um direito a uma prestação que era do credor originário para aquele que, sub-rogadamente, adimpliu a obrigação. 
No pagamento com sub-rogação, um terceiro, e não o primitivo devedor, efetua o pagamento. Esse terceiro substitui o credor originário da obrigação, de forma que passa a dispor de todos os direitos, ações e garantias que tinha o primeiro. [...] Não há prejuízo algum para o devedor, que em vez de pagar o que deve a um, deve pagar o devido a outro.
Efeitos 
O terceiro, ao efetuar o pagamento do débito do devedor da relação obrigacional satisfaz a pretensão do credor. Contudo, a obrigação, em si, persiste nas figuras do terceiro como novo credor da relação obrigacional e do devedor primitivo. 
" Art. 349. A sub-rogação transfere ao novo credor todos os direitos, ações, privilégios e garantias do primitivo, em relação à dívida, contra o devedor principal e os fiadores".
d) Imputação De Pagamento :A imputação de pagamento desenvolve-se em uma relação entre mesmo credor e mesmo devedor de várias relações jurídicas distintas, ou seja, deve-se imputar o pagamento efetuado a um ou mais débitos do mesmo devedor em relação ao mesmo credor. 
A imputação, em si, não extingue a obrigação do devedor para com o credor, mas sim, e apenas, atribui ao devedor, ao credor ou a lei o direito de escolha de que obrigação que lhe será imputada o pagamento, qual débito que se extinguirá. "Trata-se da aplicação de um pagamento a determinada dívida (ou mais de uma), entre outras que se têm com o mesmo credor"(21). 
Neste ínterim, deve-se observar também que para poder haver a necessidade, ou mesmo a obrigatoriedade, da imputação, deverá, os débitos, partilharem da mesma natureza, e também deverão ainda tratar de obrigações líquidas e vencidas. A preferência para a escolha da obrigação que se quer adimplir é do devedor, porém, não havendo sua manifestação oportuna passa, o direito a escolha, para o credor, e mantendo-se, ambos, silentes a lei oportunamente fixará qual das obrigações que se adimpliu. 
Requisitos 
Os principais requisitos para a existência da imputação de pagamento é, justamente: i) a pluralidade de débitos de um mesmo devedor para um mesmo credor, não havendo necessidade da imputação para uma única obrigação existente entre os sujeitos do vínculo; ii) as figuras de um mesmo credor ou sujeito ativo das relações obrigacionais e de um mesmo devedor ou sujeito passivo dessas relações. 
Ambos são requisitos primordiais, no entanto, há ainda outros requisitos que também são obrigatórios na imputação mas que são menos perceptíveis: 
os débitos devem ser da mesma natureza , fazendo com que deva existir compatibilidade no objeto ou na forma com que se vai adimplir, posto que uma obrigação na qual sua extinção se fará através da entrega de cereais não é compatível, ou não é da mesma natureza de uma obrigação que deva extinguir-se pelo pagamento em pecúnia; 
também devem ser, as dívidas, líquidas , assim, deve-se, a obrigação, ser certa, quanto à sua existência, e determinada quando do seu objeto, ou seja, o objeto da prestação já deve estar previamente determinado e a existência da obrigação pré-estabelecida; 
a prestação ofertada, ou melhor dizendo, o pagamento ofertado para a quitação dos débitos deve ser suficiente para a promoção do adimplemento de pelo menos uma das dívidas, sendo que ao credor não deve ser obrigado aceitar pagamento parcial do débito; 
por fim, deve ser, a dívida, vencida, já que, como anteriormente, não deve ser obrigado, o credor, a aceitar pagamento antes do prazo de seu vencimento, mesmo que esta seja a vontade do devedor. Então não poderá se imputar um pagamento a uma dívida que nem ao menos tem o aval do credor para seu adimplemento. 
Espécies 
Assim como dito anteriormente, a imputação, em regra, é direito do devedor, porém, se este não a realizar oportunamente, caberá ao credor sua realização, e se ambos não a efetuarem, caberá a imputação a lei. 
Imputação de Pagamento realizada pelo devedor 
Não havendo avençamento em contrário, por se tratar de campo do direito dispositivo, a escolha da imputação, em regra, é do devedor. Porém, deverá, o devedor, realizá-la oportunamente, declarando qual débito quer solver. 
No entanto, cabe uma ressalva ao que bem expôs Venosa: "Tal direito, porém, sofre mitigação; não é absoluto. Se houver capital e juros, o pagamento imputar-se-á primeiro nos juros vencidos"(22), ou seja, se alguma das obrigações tiver a ela vinculado juros e/ou capital, caberá o pagamento à solvência dos juros existentes, desde que não convencionado em contrário. 
Imputação de Pagamento feita pelo credor 
Se o devedor der em prestação o pagamento a uma ou mais dívidas e não expressar para qual ou quais dos débitos está efetuando o pagamento, caberá ao credor o direito da imputação do pagamento ao débito que lhe convier. Se o devedor aceitar que seja imputado o pagamento como declarado pelo credor, aquele não poderá mais poderá reclamar da imputação realizada pelo credor. 
[...] Se o devedor, a quem se quer proteger, abre mão da prerrogativa de escolha e, ao efetuar o pagamento, não declara em qual das dívidas o quer imputar, o direito de fazê-lo se transfere ao credor. 
Tal direito é pelo credor exercido na quitação, onde declara ocrédito em que imputou o pagamento ora quitado. Se o devedor aceitar tal documento, presume-se que concordou com a imputação feita pelo credor, a qual, desde então, só se invalidará provando-se dolo ou violência.(23) 
Imputação de pagamento feita pela lei 
Se restarem ausentes da escolha, se ambos os sujeitos do vínculo se mantiverem alheios a escolha que devem realizar para a quitação e extinção de uma ou mais obrigação e surgir posteriores problemas, a lei definirá qual das obrigações estará, então, extinta. 
[...] Pode ocorrer, entretanto, que nem o devedor escolhe a dívida em que quer imputar o pagamento efetuado, nem o credor se valha, no ato da quitação, da prerrogativa de indicar onde o imputará. Nesta hipótese, a lei supre a vontade faltante das partes, ordenando que a imputação se fará nas dívidas líquidas e vencidas em primeiro lugar .(24) 
e) Dação Em Pagamento: A datio in solutum presume-se no consentimento do credor em receber objeto diverso do objeto original da obrigação. Em verdade, a dação resume-se na substituição do objeto da prestação por outro totalmente estranho àquela relação obrigacional, desde que avençado entre as partes, ou seja, desde que ocorra com o consentimento do credor, já que ao credor não pode ser imputado o recebimento de coisa adversa àquela avençada, mesmo esta sendo mais valiosa. 
Quando existe entrega de uma coisa, em substituição, há alienação, daí por que sua analogia com a compra e venda [...]. O vigente Código atualiza a compreensão da definição de dação em pagamento, conforme nossa observação. Assim, quando se substitui, com aquisciência do credor, o objeto da prestação, ocorre a dação.(25) 
Para as obrigações alternativas ou facultativas, só será permitida a dação se nenhuma das prestações originais for cumprida, por algum tipo de impossibilidade, além da necessidade do consentimento do credor, mas sim for cumprida com uma prestação diferente daquelas decorrentes do pacto original. 
Requisitos, Natureza jurídica e Efeitos 
A dação em pagamento é, na verdade, um negócio jurídico bilateral, oneroso e real em que o devedor, com o consentimento do credor, efetua a entrega (ou no caso das obrigações de fazer ou não fazer, agir para sua execução ou manter-se omisso, respectivamente), ao credor, de coisa diferente daquela que foi objeto originário da obrigação. 
Assim, "há a necessidade de (a) uma obrigação previamente criada, (b) um acordo posterior, em que o credor concorda em aceitar coisa diversa e, por fim, (c) a entrega de coisa diversa com a finalidade de extinguir a obrigação"(26), para que ocorra a datio in solutum . Também é necessário, para ser valido o seu consentimento, que o credor goze de plena capacidade, já que de sua incapacidade pode vir a acarretar-lhe prejuízo. Na dação, não é necessário a equiparação de valores para a substituição do objeto, não há nem ao menos a necessidade de se expressar um valor para o novo objeto da prestação. 
Realizando, assim, o pagamento por meio adverso daquele convencionado originariamente na obrigação, e concedido pelo credor que assim o fosse, tornar-se-á a obrigação extinta. 
NOVAÇÃO 
A novação é forma indireta de solvência de uma obrigação e produz o mesmo efeito do pagamento, embora para o sujeito passivo deste vínculo não tenha ocorrido a redução real de seu passivo. Novação é, em verdade, a criação de um novo vínculo obrigacional entre os sujeitos, com a finalidade de extinguir um anterior. Pode-se, neste intento, mudar o objeto da prestação (novação objetiva), ou, ainda, substituir o credor ou o devedor por terceiro estranho a relação (novação subjetiva). 
Diz-se que há novação quando as partes criam obrigação nova para extinguir uma antiga. Assim, a novação é um modo de extinção de obrigações. Todavia, ao mesmo tempo que por meio dela a primitiva obrigação perece, uma outra surge, tomando seu lugar.
Natureza Jurídica: A novação, por tratar da substituição consensual de obrigação pré-existente por uma nova obrigação, assume naturezacontratual , ou seja, tal acordo emana da vontade mútua das partes com a finalidade de extinção daquela dívida primitiva. 
Na verdade, pouco prático é o resultado da novação, já que, apesar de haver a extinção da obrigação primitiva, passará, o devedor daquela obrigação ou o terceiro estranho ao débito (novação subjetiva), a figurar como devedor(es) de um novo vínculo jurídico. 
Efeitos 
O principal efeito da novação é a extinção da primitiva obrigação, que se faz substituir por outra, constituída, exatamente, para provocar a requerida extinção. Verifica-se também que a novação tem um duplo sentido: ora tem força extintiva, solvendo a antiga obrigação; ora como criadora, por fazer surgir, daí, uma nova relação obrigacional. Exerce, então, concomitantemente, uma dupla função: a) libe-ratória; b) obrigatória. 
Importante é fazer uma ressalva à conseqüente extinção dos acessórios e garantias primitivamente existentes, caso, do contrário, não estiver expresso. 
COMPENSAÇÃO 
" Art. 368. Se duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma da outra, as duas obrigações extinguem-se, até onde se compensarem".(28) 
Deste modo, pensa-se em compensação a forma pela qual extingue-se, ou compensa, uma dívida em face de outra quando se opera pelo mesmo credor e devedor, ou seja, "a compensação aparece como um meio de extinção das obrigações e opera pelo encontro de dois créditos recíprocos entre as mesmas partes"(29). 
Se as obrigações se equivalerem, ficam ambas resolvidas integralmente; porém, se não compartilharem do mesmo valor pecuniário, a maior dívida se reduz até o valor restante da subtração do equivalente ao outro crédito. Assim, se processará, na compensação, como se as dívidas, integralmente, houvessem sido adimplidas reciprocamente, permanecendo a diferença entre os débitos. 
Portanto, se X deve a Y duzentos, e este deve cento e cinqüenta àquele, procederá, então, na subtração de uma dívida pela outra subsistindo a diferença entre os valores. Assim, neste caso, ficaria ainda X devendo cinqüenta a Y . 
Natureza Jurídica: Portanto, claro está que, quanto à sua natureza jurídica , poder-se-á dizer que se trata de pagamento indireto, ou seja, de uma variação de pagamento ou de um modo especial de extinção da obrigação: a ) por exigir que os credores sejam concomitantemente devedores um do outro; b ) por extinguir as dívidas recíprocas antes de serem pagas, e c ) por permitir fracionamento de um dos débitos, representando exceção ao princípio geral de que o credor não pode ser obrigado a receber por partes.
Pressupostos 
Para a compensação for passível de realização é imprescindível que acolha alguns requisitos essenciais, como: (a) reciprocidade de créditos e/ou débitos; (b) certeza, liquidez e exigibilidade das dívidas; e (c) fungibilidade dos débitos entre si. 
Reciprocidade de créditos 
Devem, os créditos recíprocos, serem considerados entre as partes correlacionadas na obrigação, assim, não cabe compensação em face de terceiro, como na hipótese em que o mandante deve ao credor, e este, por usa vez, deve ao mandatário, neste caso é evidente a inexistência da reciprocidade dos débitos. Assim, "a compensação só pode extinguir os créditos de uma das partes contra a outra, e não os créditos de terceiro sobre a contraparte, nem os créditos do devedor contra terceiro"(31). 
Certeza, Liquidez e Exigibilidade: Para a efetivação da compensação entre os créditos recíprocos de ambas as partes é necessário que os créditos sejam: 
Certo quanto à sua existência, ou seja, não depende de nenhuma condição ou cláusula (como cláusula resolutiva) que torne insegura a sua eficácia. Líquido quanto ao seu objeto, ou seja, concretizado quanto à prestação cuja determinação dependa de cálculo. Exigível quanto ao seu cumprimento, ou seja, não depende de termo, que ainda se não tenha vencido, nem da vontade espontânea de cumprir por parte do devedor, como sucede nas obrigações naturais.(32) 
Fungibilidade : Somentea fungibilidade em si, não resolve a obrigação pela compensação, devendo estas serem fungíveis entre si, por isso, uma dívida em que seu objeto de prestação sejam dez sacas de bananas (obrigação fungível) não pode se compensar por outra em que seu objeto sejam dez sacas de laranja (também obrigação fungível), mesmo ambas sendo fungíveis não perfazem fungibilidade entre si, por se tratar de objetos de espécies diferentes. 
Espécies : 
parcial ou total – total quando as dívidas forem de valores equivalentes e parcial quando da subtração entre ambas remanescer ainda resquício obrigacional para uma das partes; 
legal e voluntária – legal quando prescrito em lei e que obedeça aos requisitos prévios para sua efetivação e voluntária por estar condicionado e/ou convencionado entre as partes da relação recíproca de obrigações; 
convencional – operacionaliza-se pela convenção entre as partes, mesmo que falte requisitos para a ocorrência de compensação legal; 
unilateral – pode, a compensação, ser produto de apenas uma das partes, desde que esta seja a que se prejudicaria quando da efetivação da compensação; 
judicial – aquela declarado de ofício pelo juiz, mesmo esta não reunindo todos os requisitos de exigibilidade. Assim, poderia, o juiz, oferecer-lhe os requisitos necessários e declarar sua exigibilidade. 
Efeitos 
A compensação é modalidade de extinção de obrigações. Gera os mesmos efeitos do pagamento e a ele se equipara. Há um cancelamento de obrigações pelo encontro de débitos, ficando os credores reciprocamente satisfeitos. Operando de pleno direito, evita muitos entraves do pagamento. Como vimos, a compensação pode ser total ou parcial. A dívida pode ser compensada (portanto extinta) parcialmente.(33) 
TRANSAÇÃO 
A transação , em síntese, é a negociação entre as partes para contentamento e/ou satisfação da relação obrigacional. Assim, temos que a transação é o negócio jurídico bilateral que tem por finalidade prevenir ou extinguir uma relação jurídica duvidosa ou litigiosa, sendo que para sua efetivação é preciso que ambas as partes desse negócio jurídico façam concessões, reciprocamente. 
Na transação, cada parte abre mão de parcela de seus direitos para impedir ou pôr fim a uma demanda. Transigir é condescender, fazer concessões de parte a parte. Não existe transação se uma das partes abre mão de todos os seus direitos; o negócio jurídico será outro, podendo ser confissão ou reconhecimento do pedido ou até mesmo remissão. É essencial que as partes cheguem a um acordo com mútuas concessões.(34) 
A transação, porém, pressupõe a existência de uma lide ou, ao menos de um conflito de interesses, sendo que na lide já estará presente o processo jurisdicional implantado, enquanto no conflito de interesses há, apenas, a possibilidade, inerente da própria situação conflituosa aparente, da demanda se processar em juízo. 
Natureza Jurídica: A maioria das legislações e mesmo das doutrinas existentes tratam a transação como um contrato, assim também é o entendimento do legislador quando tratou da transação juntamente com o instituto do contrato no ordenamento jurídico atual. 
Destarte, não há como fugir do caráter contratual do presente instituto já que trata-se de contrato bilateral de caráter oneroso que emana da vontade dos litigantes, ou das partes do conflito, que tem por finalidade a resolução de sua relação conflituosa. 
Nestes termos, faça-se uma ressalva ao entendimento de Venosa quando trata da transação: 
Se a essência da transação é a reciprocidade de concessões, existindo ao menos duas vontades no negócio, tal negócio jurídico é bilateral e de natureza contratual. Não perde tal natureza o fato de poder ser realizada no curso da lide, perante o juiz. 
[...] É também um contrato consensual porque se completa pela simples vontade das partes, não dependendo da tradição de coisas. É oneroso pelo simples fato de ambas as partes abrirem mão de suas pretensões.(35) 
Requisitos 
A transação pressupõe a existência ou, ao menos, a possibilidade de existência de uma demanda judicial, sendo este um dos requisitos para a transação; outro é a onerosidade para ambas as partes, ou seja, deverá, ambos, abrir mão de alguns direitos para a satisfação e resolução da lide; e, por fim, o consentimento prévio, formal ou não, das partes concordando em transacionar. 
Modalidades 
A transação pode realizar-se durante a lide ou durante o conflito de interesses, se, para tanto, que haja a necessidade da lide. Assim, a transação pode ser, como bem explica Venosa, judicial ou extrajudicial. 
[Na transação judicial] as partes podem compor-se perante o juiz, na audiência, por exemplo, que é o momento mais oportuno. A transação constará do termo. Pode a transação vir por petição com assinatura conjunta das partes, por seus patronos com poderes especiais. Se houver necessidade de escritura pública, assim se fará. Não é necessário que o escrito particular ou público venham aos autos, já que a lei só fala em homologação do termo dos autos. 
[...] 
Na transação extrajudicial, utilizar-se-á o instrumento particular ou a escritura pública, que no caso couber. Não há necessidade de palavras formais para a transação. O que importa é o conteúdo. Não é contrato solene, não exigindo forma sacramental. A transação é resultado sempre de uma conciliação, formal ou informal.(36) 
Efeitos 
Por se tratar, a transação, de contrato, deverá, então, ela ser vista sob os efeitos do direito contratual. Assim, seus efeitos serão apenas entre as partes envolvidas na transação e no conflito. 
Deste modo, de suas regras decorrem conseqüências, como as seguintes: 
a) não se pode unir a posse do que na transação foi reconhecido possuidor, com a posse que vinha exercendo quem com ele se compôs, não servindo portanto, o título para usucapião ordinário; b) enquanto não prejudicarem direito de terceiro, os efeitos da transação retroagem, pois esta apenas declara o que já existia e não constitui direito novo; c) as partes não são obrigadas a garantir os direitos que reconhecem, posto que os não transferem.(37) 
COMPROMISSO 
O compromisso é, ainda, tratado como forma de extinção de obrigações, mesmo havendo "um claro e inafastável conteúdo contratual"(38), pois, emana da vontade das partes a resolução futura, em termo, da obrigação pelas vias arbitrais, ou seja, constará do contrato cláusula que comprometerá as partes a resolução de eventuais lides pelo juízo arbitral. 
Em qualquer contrato de direito privado, portanto no âmbito de direito disponível das partes, podem estas estipular que quaisquer pendências emanadas do negócio jurídico sejam dirimidas por juízo arbitral. Por essa cláusula ou pacto compromissório (termo que deriva de compromissum do Direito Romano, conhecido na língua inglesa como submission agreement ), as partes comprometem-se a submeter-se a um futuro julgamento arbitral.(39) 
Natureza Jurídica: Compromisso é acordo bilateral (ou contrato bilateral) no qual as partes determinam ficar submetidas, suas controvérsias e conflitos, à decisão de árbitros, ficando comprometidos a acatá-las e, ainda, excluindo a possibilidade da demanda da jurisdição da justiça comum. 
Semelhante à transação, vislumbramos no compromisso uma natureza jurídica " sui generis ", contendo um misto de contrato e de pagamento. Nítida é sua natureza contratual, visto que advém do acordo de vontades das partes interessadas, que escolhem árbitros, vinculando-se acatar a solução dada por eles; logo, cria obrigações para cada um dos participantes, exigindo capacidade das partes, forma própria e objeto lícito. Firmando o compromisso, com a aprovação e aceitação de todos, as partes contratantes terão o dever de acatar a decisão arbitral, cumprindo-a nos termos do próprio compromisso, e os árbitros assumirão a obrigação de proferir o laudo decisório dentro dos poderes conferidos. É também um pagamento, pois, ao dirimir questões controvertidas, extingue relações obrigacionais.(40) 
Pressupostos:Por ater-se a um contrato, ou melhor, por tratar-se de natureza contratual, é imprescindível, para sua validade, que o compromisso seja revestido de pressupostos que façam-lhe garantir sua validade, podendo ser, estes pressupostos (ou requisitos), subjetivos ou objetivos. 
Seus pressupostos subjetivos são: (a) capacidade de se comprometer , que se deve presumir, além da capacidade para os atos da vida civil, a possibilidade dos contratantes de dispor de seus direitos e de ser parte em juízo, já que envolverá a submissão do conflito aos árbitros; e (b) capacidade para ser árbitro , sendo que só pode ser árbitro quem for detentor da confiança de ambas as partes, exceto os incapazes, os analfabetos e os legalmente impedidos ou os suspeitos de parcialidade. 
Requisitos objetivos: em relação ao objeto do compromisso, não poderá, o juízo arbitral, compreender todas as questões controversas, mas somente aquelas que pelo juízo comum forem passíveis de decisão; 
quanto ao conteúdo do compromisso, deverá a cláusula compromissória conter (de acordo com a Lei n. 9.307/96): (i) nomes, sobrenomes, domicílio, profissão e estado civil dos sujeitos do compromisso e do próprio árbitro, assim como também de seus substitutos; (ii) as características e valores do objeto do litígio; e (iii) local onde será proferida a sentença arbitral. 
Espécies 
Poderá, o compromisso, assim como na transação, ser tratado em juízo (judicial) ou de forma extrajudicial, assim temos: (a) judicial , refere-se ao conflito já ajuizado, celebrando-se por termo nos autos, perante o juízo ou tribunal por onde correr a demanda; e (b) extrajudicial , quando ainda não houver demanda ajuizada, celebrando-se o compromisso por escritura pública ou particular, assinada pelas partes e duas testemunhas. 
Efeitos 
Os efeitos do compromisso serão: (a) somente entre as partes (compromitentes); e (b) também entre as partes e o árbitro. Assim teremos: 
efeitos quanto as partes : (a) exclusão da possibilidade de intervenção do juízo comum para a solução do litígio; (b) submissão dos compromitentes à sentença arbitral, tendo apenas o direito de recorrer ao tribunal no caso de nulidade do laudo. 
Entre as partes e o árbitro : (a) investidura do árbitro após sua aceitação; (b) substituição do árbitro no caso de falta, recusa ou impedimento; (c) indicação de um terceiro para efetuar o desempate, caso aconteça; (d) pagamento, ao árbitro, de honorários ajustados pelo exercício de sua função; (e) responsabilidade por perdas e danos do árbitro que não auferiu sentença arbitral a seu tempo, acarretando a extinção do compromisso, ou que, depois de ter aceitado o encargo, a ele renunciar injustificadamente; e (f) aplicação da fixada pelo Código de Processo Civil, art. 133, sobre os deveres e responsabilidades dos juízes, aos árbitros que o merecerem. 
CONFUSÃO 
A confusão é a reunião, na mesma pessoa e na mesma relação jurídica, da figura do credor e devedor. Assim, é estranho a existência de um vínculo jurídico em que as partes se encontram na mesma pessoa, porquanto nenhum indivíduo poder ser credor ou devedor de si mesmo. Por isso, quando de sua ocorrência, o vínculo obrigacional se extingue, por confusão. 
Destarte, a relação obrigacional não deveria se extinguir – já que esta não foi adimplida nem se resolveu –, mas sim neutralizar-se, já que a obrigação apenas deixou de ser exigível na prática, tendo em vista que o credor nunca há de reclamar débito de sua própria pessoa. 
A confusão pode ser total ou parcial, conforme o valor da obrigação que lhe diga respeito, ao credor, sendo ela total se lhe for de inteira a responsabilidade e parcial se em apenas parte dela figurar como devedor. 
Assim, são requisitos da confusão: (a) a exigência de que uma única pessoa reuna as qualidades de credor e devedor; (b) essa reunião de qualidades deve ser considerada em uma mesma relação jurídica, a uma mesma obrigação; (c) é necessário que não haja a separação de patrimônios, como no caso do diretor de empresa, como pessoa física que é credor da pessoa jurídica não haverá a confusão pois trata-se de diferentes patrimônios. 
Declarada a confusão, extingue-se o direito a prestação do valor ao qual lhe foi computado o débito, portanto, persistindo o direito ao crédito na confusão parcial. E, também, não se extingue mera e exclusivamente a relação principal, mas também as acessórias que a ela estavam vinculadas. 
REMISSÃO 
Remissão é o perdão dado ao devedor da dívida que provinha do vínculo obrigacional para com o credor. Assim podemos dizer da remissão em outras palavras que, "a remissão das dívidas é a liberação graciosa do devedor pelo credor, que voluntariamente abre mão de seus direitos creditórios, com o escopo de extinguir a obrigação, mediante o consentimento expresso ou tácito do devedor"(41). 
"[...] Nada impede que a remissão tome a forma bilateral de um contrato, mas não é de sua essência. Essencial é a aquiescência do devedor, ainda que presumida ou tácita".(42) 
Natureza Jurídica: A natureza jurídica do ato remissivo é questão prenhe de controvérsia, pois a doutrina contém amplas discussões a respeito de sua unilateralidade ou bilateralidade. Alguns juristas se inclinam a considerá-lo como um negócio jurídico unilateral, por entenderem que, para remitir, o credor não precisará de declaração da vontade do devedor, visto que a essência do perdão está na vontade abdicativa do credor, independendo da aceitação do devedor. Outros, aos quais nos filiamos, nela vislumbram um negócio jurídico bilateral, entendendo que o credo não poderá exonerar o devedor sem a anuência deste, não lhe sendo lícito sobrepor-se à vontade do devedor de cumprir a relação obrigacional, uma vez que a obrigação é um vínculo jurídico que não se poderá desatar sem o concurso da vontade das partes que o constituíram.(43) 
Espécies 
A remissão pode se dar: (a) total ou parcial – total se o perdão dado for concernente a toda a obrigação ou parcial se credor perdoar apenas parte do débito, que subsistirá em parte e em parte será remitido; (b) expressa ou tácita –expressa se for firmado por ato escrito, ou seja, se estiver contido num instrumento público ou particular que manifeste, formalmente, a vontade do credor de remitir o devedor ou tácita se decorrer do que a lei prescrever, nos quais se presume a vontade do credor de remitir, por ser resultado de atos que indicam a sua vontade em perdoar o débito. 
Efeitos A remissão poderá surtir os seguintes efeitos: 
a resolução do débito, ou melhor, a extinção da obrigação que se equiparará ao pagamento, por liberar o devedor e seus coobrigados; 
a remissão da dívida do devedor principal extinguirá, por conseguinte, as garantias reais e fidejussórias, no entanto, a recíproca não é verdadeira; 
a remissão dada a um dos co-devedores extinguirá a dívida na parte a ele vinculada, porém, ainda se resistirá a dívida para os demais devedores lhes cabendo abatimento, no valor do débito, do valor remitido àquele devedor exonerado; 
a liberação do devedor realizada por um dos credores solidários extinguirá totalmente o débito; 
a indivisibilidade do débito impedirá, mesmo que um dos credores remita a dívida, a extinção do vínculo obrigacional para com os demais credores, no entanto, estes só terão o direito a exigência do pagamento com o desconto da parte do credor remitente; 
a extinção do vínculo obrigacional se o credor perdoar (remitir) toda a dívida.

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