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Aula 5 Alegaçoes finais

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA CRIMINAL DA COMARCA DO ESTADO...
Processo nº...
TÍCIO, já devidamente qualificado nos autos do processo criminal em epígrafe que lhe move o Ministério Público, por seu advogado que esta subscreve, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, respeitosamente, interpor:
ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS
com fulcro nos artigos 411, §4º c/c 403, §3º, ambos do CPP, face à acusação formulada pelo Ministério Público, pelas razoes de fato e direito a seguir expostas: 
DOS FATOS
Após mais um dia de trabalho, o acusado ofereceu uma carona a vítima que estava grávida, pois ambos trabalhavam na mesma empresa. Acontece que de forma imprudente, o acusado faz o trajeto em velocidade excessiva, pois queria chegar a tempo de assistir ao jogo de futebol do seu time e ao fazer uma curva fechada acabou perdendo o controle do carro, vindo a capotar o mesmo. 
Os bombeiros após prestarem socorro a vitima a encaminhou para hospital mais próximo, pois a mesma não havia sofrido nenhum tipo de lesão, mas constatou-se que a gravidez havia sido interrompida pela violência do acidente automobilístico, conforme se comprovou no laudo.
II- DOS FUNDAMENTOS
A) DA ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA
Em razão de tal fato, o acusado foi denunciado pelo Parquet no crime constante no art. 125 do Código Penal, pois, por conta do acidente automobilístico, sua carona, apesar de não ter sofrido qualquer lesão, veio a sofrer aborto em razão da violência do fato, conforme laudos do IML constante às fls. 14 dos autos. 
		Entretanto, de acordo com as circunstâncias do ocorrido, pode-se verificar que não houve dolo por parte do acusado, haja vista que o agente não quis o resultado e tampouco assumiu o risco de produzi-lo, em concordância com o exigido para classificação de crime de aborto.
 Entendendo assim a jurisprudência:
(TJ-MG 104700502364420011 MG 1.0470.05.023644-2/001(1), Relator: ANTÔNIO ARMANDO DOS ANJOS, Data de Julgamento: 04/03/2008, Data de Publicação: 09/04/2008)
PROCESSUAL PENAL - ABORTO PROVOCADO - AUSÊNCIA DE DOLO - IMPRONÚNCIA - LAUDO ASSINADO POR UM ÚNICO PERITO - POSSIBILIDADE. 1. Diante dos princípios ""pas de nullité sans grief"" e da instrumentalidade das formas, previstos nos artigos 563 e 566, do CPP, não se decreta a nulidade de nenhum ato processual que dele não resulte prejuízo para a acusação ou para a defesa, bem como o que não tenha influído na apuração da verdade substancial ou na decisão da causa. 2. De acordo com a jurisprudência sedimentada nos Tribunais Superiores, bem como na Súmula 28 deste Tribunal, não é nulo o exame pericial realizado por um único perito oficial, pois a exigência de dois peritos aplica-se aos casos em que a perícia for realizada por peritos leigos. 3. Diante da ausência do elemento subjetivo do dolo específico na conduta do agente, denunciado por crime de aborto provocado sem o consentimento da gestante, ainda que o médico faça opção por procedimento pouco recomendável para o caso, não há elementos para se afirmar que agiu dolosamente, com intenção de provocar o aborto da gestante e a morte do feto, impondo-se, nos termos do art. 409, do CPP, a sua impronúncia. Preliminares rejeitadas. Recursos desprovidos.
Ademais, apesar de ter ocorrido o aborto, não há que se falar na prática culposa do mesmo, apesar de o acusado não ter agido com dolo, pois em crimes desta espécie, não existe modalidade culposa.
Portanto, não havendo o DOLO DIRETO OU EVENTUAL de provocar o acidente e gerar o resultado aborto, torna-se a denúncia do Ministério Público ATÍPICA, na forma do Artigo 415, III DO Código de Processo Penal.
III- DOS PEDIDOS
Ante o exposto, requer que seja reconhecida a atipicidade da conduta do acusado, com a consequente ABSOLVIÇÃO SÚMARIA, com fulcro no art. 415, III CPP. Não devendo ser, então levado à Júri. 
Nesses termos,
Pede deferimento
Local, 04 de setembro de 2017
Advogado
OAB/nº

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