Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ORGANIZAÇÕES, SISTEMAS E MÉTODOS Professora Esp. Marilicy Maia Guerra Cardoso GRADUAÇÃO ADMINISTRAÇÃO PROCESSOS GERENCIAIS MARINGÁ-PR 2012 Reitor: Wilson de Matos Silva Vice-Reitor: Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração: Wilson de Matos Silva Filho Presidente da Mantenedora: Cláudio Ferdinandi NEAD - Núcleo de Educação a Distância Diretoria do NEAD: Willian Victor Kendrick de Matos Silva Coordenação Pedagógica: Gislene Miotto Catolino Raymundo Coordenação de Marketing: Bruno Jorge Coordenação Comercial: Helder Machado Coordenação de Tecnologia: Fabrício Ricardo Lazilha Coordenação de Curso: Reginaldo Aparecido Carneiro Supervisora do Núcleo de Produção de Materiais: Nalva Aparecida da Rosa Moura Capa e Editoração: Daniel Fuverki Hey, Fernando Henrique Mendes, Luiz Fernando Rokubuiti, Renata Sguissardi e Thayla Daiany Guimarães Cripaldi Supervisão de Materiais: Nádila de Almeida Toledo Revisão Textual e Normas: Cristiane de Oliveira Alves, Gabriela Fonseca Tofanelo, Janaína Bicudo Kikuchi, Jaquelina Kutsunugi e Maria Fernanda Canova Vasconcelos. CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a distância: C397 Organização, sistemas e métodos/ Marilicy Maia Guerra Car doso. Maringá - PR, 2012. 218 p. “Curso de Graduação em Administração - EaD”. 1. Administração. 2. Organização e métodos. 3. Estrutura orga nizacional. 4. EaD. I. Título. CDD - 22 ed. 658.402 CIP - NBR 12899 - AACR/2 Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Central - CESUMAR “As imagens utilizadas neste livro foram obtidas a partir dos sites PHOTOS.COM e SHUTTERSTOCK.COM”. Av. Guedner, 1610 - Jd. Aclimação - (44) 3027-6360 - CEP 87050-390 - Maringá - Paraná - www.cesumar.br NEAD - Núcleo de Educação a Distância - bl. 4 sl. 1 e 2 - (44) 3027-6363 - ead@cesumar.br - www.ead.cesumar.br ORGANIZAÇÕES, SISTEMAS E MÉTODOS Professora Esp. Marilicy Maia Guerra Cardoso 5ORGANIZAÇÕES, SISTEMAS E MÉTODOS | Educação a Distância APRESENTAÇÃO DO REITOR Viver e trabalhar em uma sociedade global é um grande desafio para todos os cidadãos. A busca por tecnologia, informação, conhecimento de qualidade, novas habilidades para liderança e solução de problemas com eficiência tornou-se uma questão de sobrevivência no mundo do trabalho. Cada um de nós tem uma grande responsabilidade: as escolhas que fizermos por nós e pelos nossos fará grande diferença no futuro. Com essa visão, o Cesumar – Centro Universitário de Maringá – assume o compromisso de democratizar o conhecimento por meio de alta tecnologia e contribuir para o futuro dos brasileiros. No cumprimento de sua missão – “promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária” –, o Cesumar busca a integração do ensino-pesquisa- extensão com as demandas institucionais e sociais; a realização de uma prática acadêmica que contribua para o desenvolvimento da consciência social e política e, por fim, a democratização do conhecimento acadêmico com a articulação e a integração com a sociedade. Diante disso, o Cesumar almeja ser reconhecido como uma instituição universitária de referência regional e nacional pela qualidade e compromisso do corpo docente; aquisição de competências institucionais para o desenvolvimento de linhas de pesquisa; consolidação da extensão universitária; qualidade da oferta dos ensinos presencial e a distância; bem- estar e satisfação da comunidade interna; qualidade da gestão acadêmica e administrativa; compromisso social de inclusão; processos de cooperação e parceria com o mundo do trabalho, como também pelo compromisso e relacionamento permanente com os egressos, incentivando a educação continuada. Professor Wilson de Matos Silva Reitor 6 ORGANIZAÇÕES, SISTEMAS E MÉTODOS | Educação a Distância Caro aluno, “ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção” (FREIRE, 1996, p. 25). Tenho a certeza de que no Núcleo de Educação a Distância do Cesumar, você terá à sua disposição todas as condições para se fazer um competente profissional e, assim, colaborar efetivamente para o desenvolvimento da realidade social em que está inserido. Todas as atividades de estudo presentes neste material foram desenvolvidas para atender o seu processo de formação e contemplam as diretrizes curriculares dos cursos de graduação, determinadas pelo Ministério da Educação (MEC). Desta forma, buscando atender essas necessidades, dispomos de uma equipe de profissionais multidisciplinares para que, independente da distância geográfica que você esteja, possamos interagir e, assim, fazer-se presentes no seu processo de ensino-aprendizagem-conhecimento. Neste sentido, por meio de um modelo pedagógico interativo, possibilitamos que, efetivamente, você construa e amplie a sua rede de conhecimentos. Essa interatividade será vivenciada especialmente no ambiente virtual de aprendizagem – AVA – no qual disponibilizamos, além do material produzido em linguagem dialógica, aulas sobre os conteúdos abordados, atividades de estudo, enfim, um mundo de linguagens diferenciadas e ricas de possibilidades efetivas para a sua aprendizagem. Assim sendo, todas as atividades de ensino, disponibilizadas para o seu processo de formação, têm por intuito possibilitar o desenvolvimento de novas competências necessárias para que você se aproprie do conhecimento de forma colaborativa. Portanto, recomendo que durante a realização de seu curso, você procure interagir com os textos, fazer anotações, responder às atividades de autoestudo, participar ativamente dos fóruns, ver as indicações de leitura e realizar novas pesquisas sobre os assuntos tratados, pois tais atividades lhe possibilitarão organizar o seu processo educativo e, assim, superar os desafios na construção de conhecimentos. Para finalizar essa mensagem de boas-vindas, lhe estendo o convite para que caminhe conosco na Comunidade do Conhecimento e vivencie a oportunidade de constituir-se sujeito do seu processo de aprendizagem e membro de uma comunidade mais universal e igualitária. Um grande abraço e ótimos momentos de construção de aprendizagem! Professora Gislene Miotto Catolino Raymundo Coordenadora Pedagógica do NEAD- CESUMAR 7ORGANIZAÇÕES, SISTEMAS E MÉTODOS | Educação a Distância APRESENTAÇÃO Livro: ORGANIZAÇÕES, SISTEMAS E MÉTODOS Professora Esp. Marilicy Maia Guerra Cardoso Querido(a) aluno(a), é com muito prazer que participo com você de um assunto tão importante e relevante para Administração. Acredito poder contribuir para a disseminação deste assunto uma vez que tenho uma trajetória de vida profissional alinhada ao mesmo, junto com um envolvimento afetivo muito prazeroso em atuar nesta área da Administração. Você deve estar se perguntando, mas quando isto começou? Posso lhe afirmar que quando ainda adolescente, ao fazer o primeiro curso voltado às técnicas administrativas da época, tive o primeiro contato com alguns conteúdos da Administração, apesar de ter sido tratado de maneira (metodologicamente falando) superficial, chamou muito minha atenção e interesse pela área e acredito, o despertar de minha vocação pela atuação no monitoramento e controle dos processos administrativos. Com o passar do tempo, busquei reunir conhecimento por intermédio da leitura de referências literárias sobre os assuntos que envolviam os estudos dos processos administrativos. Naquela época não tínhamos tanto recursos tecnológicos, como você tem hoje, contudo a busca em bibliotecas da escola, do bairro e da cidade eram constantes, por estes temas. Ao ingressar na universidade, no curso de Administração, busquei dedicar-me em todas as disciplinas ofertadas pelo curso, mas confessoque o interesse e a afeição pelas disciplinas que focavam o estudo do método, a Administração de materiais, bem como as disciplinas que envolviam o controle e monitoramento dos processos administrativos, passavam a assumir um vínculo cada vez mais forte. Especialmente quando ingressei no meu primeiro emprego como estagiária, no departamento de Recursos Humanos de uma empresa do segmento de alimentos. Durante minha formação acadêmica tive a disciplina de Estágio Supervisionado II que contemplava a elaboração do trabalho final de conclusão de curso, a tão temida monografia. Para minha sorte, pude contar com a orientação e envolvimento de um dos melhores professores e educadores da época da área de Recursos Humanos de nossa Universidade 8 ORGANIZAÇÕES, SISTEMAS E MÉTODOS | Educação a Distância e inclusive com a disponibilidade (de dados, informações por intermédio de pesquisas, da empresa a qual fazia o estágio em Recursos Humanos). Neste estudo, a pesquisa referia-se ao levantamento e análise de todos os processos administrativos que envolviam a atuação dos recursos humanos da empresa, nos módulos de recrutamento e seleção, treinamento e desenvolvimento, recompensas e incentivos... nem preciso falar que este momento foi decisivo para o meu total desprendimento e envolvimento pela área em questão. Assim, concluída a graduação e atuando profissionalmente no departamento de recursos humanos de uma empresa da região, optei pela Pós-Graduação “Latu Sensu” em MBA – Recursos Humanos, quando pude conhecer e compreender com maior precisão e detalhes os processos administrativos que envolvem a gestão de talentos, gestão por competências, que contribuem tanto para o desenvolvimento organizacional e humano. Mais uma vez, você pode imaginar como me esforcei para reunir e focar toda a minha atenção e tempo possível aos estudos daquele momento, focando inclusive as aplicabilidades destes na vida profissional. Com a Pós-Graduação também tive a disciplina de Metodologia do Ensino Superior – Tecnologia no Processo Ensino-Aprendizagem em Administração, quando pude conceber e reunir conhecimento das diversas metodologias para aprendizagem no ensino superior, didáticas, plano de aula... a partir daí, e com a influência de profissionais renomados da área acadêmica, passei a atuar como docente em disciplinas voltadas à Organização, Sistemas e Métodos (OSM), disciplinas que envolvem e compreendem as quatro funções principais da Administração, ou seja, o PODC (Planejamento, Organização, Direção e Controle) e disciplinas focadas na Gestão de Pessoas. Assim, espero que você encontre neste material inspiração e desejo de melhorar sempre: seja na vida acadêmica, seja profissionalmente ou ainda em sua vida particular. Os conteúdos que você verá aqui são muito importantes para sua formação e para a construção de uma nova concepção da Organização, Sistemas e Métodos. Assim, é muito importante que você compreenda o que é a OSM, sua finalidade e os profissionais que devem manter interação com esta área de estudo da administração. Na sequência, você constatará que vamos enfatizar a estrutura organizacional, apresentando seus aspectos básicos, desde seus componentes, condicionantes, níveis de influência, as características de estruturas voltadas a ambientes rígidos e as características de estruturas 9ORGANIZAÇÕES, SISTEMAS E MÉTODOS | Educação a Distância voltadas a ambientes flexíveis, de inovação. Em suma, você compreenderá que a estratégia, o tamanho, a tecnologia e o ambiente vão determinar o tipo de estrutura de uma empresa. Na terceira unidade, trataremos do estudo da departamentalização como o processo de divisão das tarefas em blocos de trabalhos chamados “departamentos”. A junção de todos esses blocos em uma representação gráfica definirá o tipo de organograma existente. Contudo, caro(a) aluno(a), você poderá verificar que o tipo e modelo de departamentalização a ser utilizado dependerá dos condicionantes (ambiente, estratégias/ objetivos, fator humano e tecnologia) que esta empresa está inserida. Para nossa quarta unidade, reservei um espaço especial para tratar a função controle como uma das atribuições do analista de OSM, no que diz respeito ao acompanhamento do desempenho dos processos e sistemas administrativos, por intermédio da comparação entre os resultados alcançados e o que era previsto. Na sequência, apresentaremos o “fluxograma” como uma das representações gráficas utilizadas pelo profissional de OSM, para o delineamento, monitoramento e manutenção dos processos administrativos. Em seguida, daremos ênfase ao estudo do arranjo físico/layout, enfatizando o fluxo de documentos, pessoas, disposição dos instrumentos de trabalho (máquinas/equipamentos e outros) partindo do princípio de que o arranjo físico/layout adequado em um ambiente organizacional irá proporcionar maior economia e produtividade. Para encerrar o nosso livro com chave de ouro não poderia deixar de propor e dissertar sobre as fases do desenvolvimento do projeto de sistemas, fazendo uma abordagem da sequência dos passos necessários para o estudo do Método. Após isto, enfatizaremos o estudo e distribuição do trabalho, como uma ferramenta essencial para a racionalização e simplificação do fluxo de trabalho em uma organização. E, finalmente, para concluir nossos estudos, você observará que apresentamos os manuais administrativos como um conjunto de normas e procedimentos necessários a uma empresa, para a maior ordenação dos seus processos. Caro(a) aluno(a), eu costumo usar o seguinte pensamento com meus discentes: “Existe algo interessante a respeito da vida; se você se recusa a aceitar aquilo que não seja ótimo, com muita frequência você a obtém” (W. SOMERSET MAUGHAM). Não preciso nem destacar que você já fez a melhor opção! Contudo, os resultados finais dependerão com certeza da sua disposição em buscar o conhecimento e aplicá-lo com comprometimento e dedicação. 10 ORGANIZAÇÕES, SISTEMAS E MÉTODOS | Educação a Distância Acreditando que você tem potencial para alcançar topos mais altos, então lhe convido... Vamos começar nossos estudos? Então, vamos lá... Um forte abraço, Professora Esp. Marilicy Maia Guerra Cardoso UNIDADE I INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE ORGANIZAÇÃO, SISTEMAS E MÉTODOS INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE ORGANIZAÇÃO, SISTEMAS E MÉTODOS (OSM): O QUE É E PARA QUE SERVE? 18 CULTURA ORGANIZACIONAL 28 CRESCIMENTO ORGANIZACIONAL 29 O SURGIMENTO DA ÁREA DE ORGANIZAÇÃO E MÉTODOS 30 AS EMPRESAS VISTAS COMO SISTEMAS 38 CONCEITUANDO “SISTEMAS ADMINISTRATIVOS” 39 UNIDADE II UMA ABORDAGEM à ESTRUTURA ORGANIZACIONAL ESTRUTURA ORGANIZACIONAL 53 CONCEITUANDO A ESTRUTURA ORGANIZACIONAL 55 ESTRUTURA FORMAL E INFORMAL 56 COMPONENTES DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL 61 SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS 69 CONDICIONANTES DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL 71 NÍVEIS DE INFLUÊNCIA DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL 73 NÍVEIS DE ABRANGÊNCIA DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL 74 AVALIAÇÃO DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL 75 MODELOS DE ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS 76 PATOLOGIA ADMINISTRATIVA 80 UNIDADE III ANÁLISE DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL IDEAL DEPARTAMENTALIZAÇÃO: UMA ABORDAGEM QUANTO AO CONCEITO, OBJETIVO E MODELOS EXISTENTES 93 TIPOS E MODELOS DE DEPARTAMENTALIZAÇÃO 98 IDENTIFICANDO E RELACIONANDO AS ATIVIDADES DE LINHA E ATIVIDADES DE ASSESSORIA NAS ORGANIZAÇÕES 113 CENTRALIZAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO 117 UNIDADE IV UMA ABORDAGEM AOS GRÁFICOS DE ORGANIZAÇÃO E CONTROLE CONTROLE DE PROCESSOS 129 AS ETAPAS DO CONTROLE 133 GRÁFICOS DE ORGANIZAÇÃO E CONTROLE/FLUXOGRAMAS 135 ETAPAS PARA O ESTUDO DAS ROTINAS POR INTERMÉDIO DO USO DE FLUXOGRAMAS: PRINCIPAIS VANTAGENS DA UTILIZAÇÃO DESsES 137 TIPOS DE FLUXOGRAMAS 146 FUNCIONOGRAMA 150 ESTUDO DO ARRANJO FÍSICO (LAYOUT) 151 ETAPAS DE UM PROJETO DE ARRANJOFÍSICO E/OU LAYOUT 154 UNIDADE V DESENVOLVENDO UM PROJETO DE MUDANÇA FASES DO DESENVOLVIMENTO DO PROJETO DE SISTEMAS 169 CONSIDERAÇÕES BÁSICAS SOBRE AS RESPECTIVAS FASES DA METODOLOGIA DE LEVANTAMENTO, ANÁLISE, DESENVOLVIMENTO E IMPLEMENTAÇÃO DE MÉTODOS ADMINISTRATIVOS 170 ANÁLISE DA DISTRIBUIÇÃO DO TRABALHO 186 SISTEMÁTICA PARA ANÁLISE DO QDT 193 MANUAIS ADMINISTRATIVOS 197 TIPOS DE MANUAIS ADMINISTRATIVOS 202 PROCESSO DE ATUALIZAÇÃO DO MANUAL 208 CONCLUSÃO 214 REFERÊNCIAS 218 UNIDADE I INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE ORGANIZAÇÃO, SISTEMAS E MÉTODOS Professora Esp. Marilicy Maia Guerra Cardoso Objetivos de Aprendizagem • Levar o aluno ao estudo da área de Organização, Sistemas e Métodos (OSM): o que é e para que serve. • Conhecer as profissões que estão envolvidas com a área de OSM e o que são processos empresariais. • Analisar a diferença entre a gestão por processos e o modelo tradicional de gestão. • Identificar o que é e o que trata a reengenharia de processos. • Evidenciar a relação entre OSM e TI. • Constatar a relação existente entre OSM e gestão da qualidade total. • Detectar a relação entre OSM e auditoria interna. • Analisar o significado do termo “Organização” para dar introdução ao estudo da área de O&M. • Relacionar os termos cultura e crescimento organizacional com a área de O&M. • Abordar o surgimento da área de O&M. • Apresentar os aspectos básicos sobre os sistemas administrativos (as empresas vistas como sistemas). • Expor a influência que os ambientes organizacionais estão sujeitos por parte dos grupos de interessados (stakeholders). Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Introdução ao estudo da Organização, Sistemas e Métodos: levando o aluno ao conhecimento do que trata OSM e sua finalidade • Identificando quais profissões estão envolvidas no âmbito da área de OSM • Compreendendo o que são processos empresariais • Assimilando a diferença entre a gestão por processos e o modelo tradicional de gestão • Uma abordagem à reengenharia de processos • Expondo a relação entre OSM e TI • Apresentando a relação entre OSM e gestão da qualidade total • Demonstrando a afinidade existente entre OSM e auditoria interna • Analisando o significado do termo “Organização” para dar introdução ao es- tudo da área de O&M • Relacionando os termos cultura e crescimento organizacional com a área de O&M • Uma abordagem ao surgimento da área de O&M • Apresentando os aspectos básicos sobre os sistemas administrativos (as empresas vistas como sistemas) • Os grupos de interessados (stakeholders) e a influência que estes podem causar nos ambientes organizacionais 17ORGANIZAÇÕES, SISTEMAS E MÉTODOS | Educação a Distância INTRODUÇÃO Caríssimo(a) aluno(a), diante das exigências impostas pelo mercado e da necessidade de manter as organizações em equilíbrio com as constantes mudanças ambientais (internas e externas), o intuito desta primeira unidade consistirá na compreensão dos conceitos e práticas de OSM – Organização, Sistemas e Métodos, a partir do que é OSM, sua finalidade e que tipos de profissionais devem manter interação com esta área de estudo da administração. Para tanto, não existe a atuação do profissional de OSM sem que não tratemos do que sejam os processos, bem como da reengenharia destes, como manutenção e reformulação dos métodos administrativos. Na sequência será feito um estudo do termo Organização para permitir inclusive um melhor entendimento sobre os sistemas, ou seja, as empresas vistas como sistemas compostos de unidades organizacionais que devem interagir com o ambiente interno e externo a fim de se tornarem cada vez mais competitivas. Finalizando a respectiva unidade abordaremos o surgimento da área de O&M, identificando como os estudos da administração científica (Taylor) e da teoria administrativa (Fayol) contribuíram em muito para chegarmos às técnicas de redução de tempo, simplificação de trabalho e redução de custos usados pelas empresas em seus processos organizacionais, de negócios e gerenciais. 18 ORGANIZAÇÕES, SISTEMAS E MÉTODOS | Educação a Distância INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE ORGANIZAÇÃO, SISTEMAS E MÉTODOS (OSM): O QUE É E PARA QUE SERVE? Querido(a) aluno(a), antes de enfatizarmos especificamente a área de estudo conhecida como Organização, Sistemas e Métodos, vamos apresentar o que trata a OSM, o que é OSM, já que podemos imaginar que você deve estar se perguntando o que significa tal terminologia, para que serve esta área de estudo e onde poderemos aplicá-la. Neste contexto, podemos afirmar que a aplicabilidade de organização, sistemas e métodos (OSM) se torna vital no mundo dos negócios. Nas empresas, o departamento de OSM costuma ser responsável por formular, organizar e aperfeiçoar os processos empresariais, desde aqueles pertencentes ao 19ORGANIZAÇÕES, SISTEMAS E MÉTODOS | Educação a Distância departamento administrativo, ao departamento de logística (que tem entre tantas atribuições prover o armazenamento, a expedição e a distribuição dos produtos produzidos pelas empresas). Essa afirmação coincide com o que ensina Chiavenato (2010, p. 4), quando afirma que OSM é “a disciplina ou especialidade que trata da definição e do arranjo das principais características de todos os processos nas organizações”. Uma visão estratégica de organização, sistemas e métodos em uma empresa ajuda a promover, por exemplo, a escolha de procedimentos mais eficientes, o que evita o desperdício de tempo, material e esforço humano. De acordo com D’Ascenção (2007), a “febre” da eficiência só ganhou espaço no Brasil a partir de 1968, quando teve início um conjunto de transformações econômicas. Em outras palavras, mais especificamente a década de 1970, registrou um forte crescimento econômico para as empresas brasileiras, levando as mesmas a revisarem seus processos empresariais radicalmente a fim de torná-los mais enxutos e eficazes. Neste momento, você deve estar se perguntando, mas qual o objetivo destas mudanças para as empresas? Podemos esclarecer que o objetivo dessas mudanças era evitar os desperdícios e reduzir os custos, propiciando uma combinação indispensável para a inserção e manutenção competitiva em um mercado cada vez mais exigente. Outro ponto muito relevante desta transformação empresarial diz respeito ao treinamento da mão de obra. Em outras palavras, caro(a) aluno(a), como os funcionários são responsáveis pela execução das tarefas, é imprescindível que eles conheçam estratégias que favoreçam a simplificação e racionalização dos processos. Desta forma e em virtude da crescente procura por estratégias de controle e aperfeiçoamento, os analistas de OSM ganharam espaço e prestígio no mercado de trabalho. A título de exemplo podemos citar, de acordo com Llatas (2011), uma empresa que se utilizou dos manuais (que veremos mais adiante) para instruir e orientar o trabalho de seus funcionários e, em contrapartida, obteve ganhos em termos de simplificação e racionalização dos processos empresariais. Em suma, o departamento de OSM deve procurar os melhores moldes para o fluxo dos processos empresariais, privilegiando sempre a eficiência e a simplificação. Para tanto, quatro 20 ORGANIZAÇÕES, SISTEMAS E MÉTODOS | Educação a Distância objetivos principais orientam as tarefas do setor, como: melhoria contínua, reorganização dos processos, aumento da produtividade e busca do menor custo. Contudo, para o alcance desses objetivos o analista de OSM deve ter uma atuação incontestável em alguns aspectos, tais como no melhor aproveitamento dos recursos humanos, em outras palavras distribuindo devidamente o trabalho, para que não ocorra gargalos ou ainda áreas funcionais sobrecarregadas que nãoconseguem dar conta do trabalho existente. Em segundo lugar quanto, à atuação do profissional de OSM, diz respeito aos recursos materiais, já que a administração eficiente destes por intermédio do uso de formulários, fluxogramas etc., contribuirá com certeza para a redução de custos e desperdícios influenciando positivamente no preço final do produto e/ou serviço ofertado ao mercado. Em terceiro e quarto planos, respectivamente, quanto à atuação do departamento de OSM, frisamos o manejo do tempo, que significa o aproveitamento adequado do tempo dos funcionários em suas frentes de trabalho e o arranjo físico, que deve ser alinhado às reais necessidades de cada setor. Por último, enfatizamos a importância da atuação do profissional de OSM na definição da estrutura organizacional, uma vez que é atribuição deste departamento criar, fazer a manutenção/atualização e ainda eliminação de unidades organizacionais sempre que necessário. Que profissões estão envolvidas com OSM e o que são processos empresariais? Após a exposição do que é OSM e sua finalidade, vamos enfatizar quais são as profissões que se interagem consideravelmente quando da aplicabilidade da OSM, em outras palavras do estudo de estratégias administrativas, da reorganização e informatização dos processos empresariais. Diante do propósito desta abordagem destacamos de acordo com Llatas (2011), dois tipos diferentes de profissionais, citados a seguir: • Analista de sistemas – expert na área de informática, graduado em Ciência da informa- ção, Análise de sistemas e áreas afins, sua função é dispor de soluções tecnológicas mais adequadas ao processo que tem necessidade de ser informatizado. • Analista de OSM – sua especialidade está ligada às técnicas de otimização dos proces- sos. Graduado em Administração ou Economia. Em suma, a informatização realizada pelo 21ORGANIZAÇÕES, SISTEMAS E MÉTODOS | Educação a Distância analista de sistemas, na maioria das vezes, é precedida por uma ordenação e aprimo- ramento por parte do analista de OSM. Assim, podemos concluir que ambas atividades são complementares, já que compartilham um objetivo comum, quanto à racionalização e simplificação dos processos empresariais. Por falar em processos empresariais, você saberia dizer o que é um processo? Para contribuir com nosso estudo utilizaremos as sábias palavras de Michael Hammer e o administrador James Champy (1994 apud LLA- TAS, 2011), quando diz que um processo é composto por uma sequência de atividades ordenadas de forma lógica, cujo objetivo é produzir um bem ou um serviço que tem valor para um grupo de clientes. Contudo, Gonçalves (2000, p. 7 apud LLATAS, 2011, p. 12) sugere que os processos empresariais podem ser vistos como um conjunto de atividades “que toma um input, adiciona valor a ele e fornece um output a um cliente específico”. Com o intuito de esclarecer com maior clareza os tipos de processos existentes, destacaremos os três tipos específicos de processos existentes no ambiente empresarial, conforme a figura abaixo. Tipos de processos Internos Processos organizacionais Processos gerenciaisProcessos de negócios Externos Figura 01: Tipos de Processos Fonte: adaptado de Gonçalves (2000 apud LLATAS, 2011, p. 13) 22 ORGANIZAÇÕES, SISTEMAS E MÉTODOS | Educação a Distância Quadro 01: Tipos de processo TIPO DE PROCESSO EXEMPLOS Processos de negócio Fabricação de bicicletas e atendimento aos pedidos de clientes. Processos organizacionais Pagamento de contas e compra de materiais. Processos gerenciais Definição das metas da empresa, negociação de preços com o fornecedor e planejamento do orçamento. Fonte: adaptado de Gonçalves (2000, p. 11 apud LLATAS, 2011, p. 13) Também conhecidos como processos de cliente, os processos de negócio resultam nos produtos e serviços que a empresa oferece ao consumidor. Mesmo sendo externos, os processos de negócios contam com o auxílio de atividades internas, que podem ser de dois tipos: organizacionais ou gerenciais. Como o próprio nome indica, os processos organizacionais abrangem as atividades administrativas que dão suporte aos processos de negócio. Já os processos gerenciais incluem a tomada de decisões, a supervisão e a avaliação do desempenho, bem como a realização de ajustes necessários. Qual é a diferença entre a gestão por processos e o modelo tradicional de gestão? Caro acadêmico, uma vez explorado o que é um processo, passaremos a analisar a distinção da gestão por processos e o modelo tradicional de gestão. Como cada processo tem características próprias, a distribuição de tarefas por departamentos nem sempre é a ideal. Às vezes, o trabalho conjunto é a melhor saída para dar conta de determinadas atividades. Por isso, o novo modelo de gestão não prioriza a segmentação da empresa em setores, mas sim a divisão dos funcionários de acordo com as etapas do processo. O modelo tradicional de gestão é voltado para questões internas, como a distribuição de tarefas entre os departamentos. A gestão por processos desloca seu foco para os processos, entendidos como as atividades que resultam nos produtos e serviços oferecidos ao cliente. Esse modelo de gestão não se 23ORGANIZAÇÕES, SISTEMAS E MÉTODOS | Educação a Distância preocupa em erguer divisões rígidas entre os departamentos; ao contrário: é comum que funcionários de departamentos diferentes tenham de cooperar para garantir a conclusão de um processo compartilhado. Já quando da implantação da gestão por processos, além do analista de OSM definir e descrever os processos, é incumbência do mesmo organizá-lo em etapas, sem deixar de especificar os funcionários envolvidos e designar uma pessoa como responsável por comandar a execução do processo todo — como um perpetuador do processo. Esse “perpetuador” fica encarregado de monitorar o fluxo do trabalho e facilitar a interação entre os demais. Após a conclusão das tarefas, ele também deve ser capaz de avaliar o processo, como medir a importância deste processo para a empresa e indicar os aspectos que precisam ser aperfeiçoados. Nesta linha de estudo você deve estar se questionando: mas como medir um processo? O analista de OSM poderá realizar este estudo e análise utilizando alguns requisitos essenciais, que compreende avaliar e analisar: • o processo que apresentar o orçamento mais alto; • o processo que agregar vantagens competitivas aos produtos ou serviços; • que incluir funções, cuja execução depende o funcionamento da empresa. Enfim, o nível de prioridade dos processos é definido por critérios financeiros, estratégicos e operacionais, segundo Llatas (2011). O que é reengenharia de processos? Seguindo nossa linha de estudo sobre o que trata OSM, acreditamos ser imensamente relevante questionarmos e analisarmos o significado de reengenharia. Entende-se por reengenharia a reformulação da maneira como a empresa executa tarefas e busca cumprir suas metas. Em outras palavras, o objetivo é redefinir os processos, tornando-os mais eficientes, geralmente, as mudanças englobam redução dos gastos, otimização do manejo do tempo e melhoria 24 ORGANIZAÇÕES, SISTEMAS E MÉTODOS | Educação a Distância da qualidade dos produtos ou serviços. Com o intuito de facilitar seu entendimento, caro(a) aluno(a), ilustraremos abaixo as etapas da reengenharia de processos, em síntese, o que deve ser tratada em cada momento desta reformulação de tarefas. Identificação do processo problemático Levantamento detalhado do processo Análise crítica do processo Redesenho do processo Implantação do novo processo 1 2 3 4 5 Figura 02: Etapas da reengenharia de processos Fonte: adaptado de D’Ascenção (2007) Como você mesmo pôde constatar, caro(a) aluno(a), o primeiro passo para que ocorra a reengenharia de um processo tem seu início pela identificação e diagnósticodo problema existente para que a partir deste ponto, o analista de OSM possa delinear e/ou definir as possíveis soluções e melhorias para o problema existente. Nesta linha de estudo, Llatas (2011) contribui quando afirma que os problemas mais frequentes nas pautas dos analistas de OSM costumam ser em virtude do excesso de burocracia, a falta de treinamento dos profissionais envolvidos nos processos e de equipamento/máquinas adequados para o desenvolvimento das atividades organizacionais. A Interação da área de OSM com as demais áreas organizacionais de uma empresa Neste tópico, vamos nos ater à interação da área de OSM com as demais áreas organizacionais da empresa, assim você poderá constar a importância da interação e integração do profissional de OSM com todos os profissionais de uma empresa. Para tanto, vamos iniciar esta importância em relação às Tecnologias de informação, ou essas, estas podem ajudar o analista de OSM a alcançar seus objetivos de diversas formas. Em primeira instância, estes recursos tecnológicos agilizam a troca de informações entre os funcionários, o que confere maior rapidez e eficiência aos processos. Além do mais, as tecnologias de informação podem 25ORGANIZAÇÕES, SISTEMAS E MÉTODOS | Educação a Distância servir como instrumento de controle, pois permitem que o analista de OSM monitore o fluxo de trabalho a partir das trocas virtuais entre os funcionários. A utilização de tecnologia também pode agregar mais valor às mercadorias da empresa, ou mesmo promover melhorias nos produtos e serviços a fim de aumentar o nível de satisfação do cliente. Quanto à Gestão da qualidade total podemos constatar que tanto a área de OSM quanto a gestão da qualidade total, apresentam pontos comuns de trabalho que relaciona a melhoria contínua, o foco nos processos e não nos departamentos, a realização de revisões periódicas como manutenção dos processos e finalmente enfatizam o treinamento da mão de obra. Já com respeito à auditoria interna, Llatas (2011) relata que a auditoria que usualmente ocorre nas empresas torna-se semelhante a de OSM, uma vez que o seu objetivo é evitar ou eliminar erros, “gargalos”, fraudes, entre outras práticas que prejudicam a eficiência dos processos em análise. Assim, você pode concluir, caro(a) aluno(a), que o auditor interno e o analista de OSM executam diversas atividades semelhantes relacionadas ao monitoramento dos processos empresariais. Análise do significado do termo “Organização” para dar introdução ao estudo da área de OSM Neste momento de estudo temos a pretensão de fazer uma abordagem ao termo Organização, com o intuito de que você possa aprofundar seus conhecimentos sobre o que seja organização empresarial. Assim, partimos para a definição de organização como o conjunto de atividades Fo nt e: P HO TO S. CO M 26 ORGANIZAÇÕES, SISTEMAS E MÉTODOS | Educação a Distância que visam à coordenação racional e lógica do esforço coletivo que auxiliam a divisão de tarefas e no combate ao desperdício, como bem o diz D’Ascenção (2007, p. 37): “Às atividades de formar agrupamentos humanos, distribuir o trabalho entre seus membros e equacionar a utilização dos recursos, visando ao atendimento de suas necessidades, deu-se o nome de organização”. Também podemos focar Organização como o ambiente pelo qual pessoas de diferentes ou iguais capacidades trabalham com o intuito de alcançar um objetivo único. Em outras palavras, as organizações buscam lucratividade, qualidade de vida da sociedade, soluções de problemas e muitos outros objetivos que podem ser alcançados com a interação de pessoas. Para Araujo (1985), as organizações se diferem umas das outras, assim como as pessoas, precisando ser tratadas e analisadas de maneiras diferentes. Já Daft (2002) afirma que o principal elemento de uma organização são as pessoas e seus relacionamentos e elas só existem quando as pessoas interagem para realizar funções essenciais que auxiliam a alcançar metas. As mais recentes abordagens são desenhadas com o intuito de dar aos funcionários maiores oportunidades de aprender e contribuir, visando atingir metas comuns. Embora o trabalho possa ser estruturado em departamentos separados ou em conjunto de atividades, a maioria das organizações atuais está se esforçando para obter maior coordenação horizontal das atividades relacionadas com o trabalho, muitas vezes utilizando equipes de funcionários de diferentes áreas funcionais para trabalharem juntas em projetos. As fronteiras entre os departamentos e entre as organizações tornam-se mais flexíveis e difusas à medida que as empresas enfrentam a necessidade de responder às mudanças do ambiente externo com maior rapidez (DAFT, 2002, p. 11). De acordo com Chinelato (2001, p. 4), “as organizações não podem ser estáticas, já que são compostas de seres humanos e voltadas para um mercado consumidor em constante mutação”. Além do que as organizações sobrevivem das aquisições feitas pela sociedade e em virtude dessa fusão de interesses, o mundo dos negócios, destaca organizações de diferentes segmentos e objetivos, ou seja, enquanto algumas se apresentam como organizações fabris, 27ORGANIZAÇÕES, SISTEMAS E MÉTODOS | Educação a Distância outras são comerciais, outras culturais, outras políticas, religiosas, filantrópicas etc. Independente da área de atuação e do objetivo propriamente dito para a existência de uma empresa, Daft (2002, p.12) colabora com nosso estudo quando lista sete razões pelas quais as organizações são importantes: • Reunir recursos para alcançar metas e resultados desejados. • Produzir bens e serviços com eficiência. • Facilitar a inovação. • Utilizar tecnologia moderna de fabricação e tecnologia baseada no computador. • Adaptar-se a um ambiente em transformação e influenciá-lo. • Criar valor para proprietários, clientes e funcionários. • Acomodar constantes desafios da diversidade, da ética e da motivação e coordenação dos funcionários. Concluímos, portanto, que o termo organização empresarial é uma entidade constituída de pessoas (agrupamentos humanos) que visam um objetivo comum, distribuídas cada uma em funções diferentes, que convivem em um ambiente interno e externo, utilizando diferentes tecnologias e recursos. Fo nt e: S HU TT ER ST OC K. CO M 28 ORGANIZAÇÕES, SISTEMAS E MÉTODOS | Educação a Distância CULTURA ORGANIZACIONAL Caro(a) aluno(a), ao nos referirmos aos aspectos que norteiam e influenciam as organizações, consideramos importante estudarmos o termo cultura organizacional, ou seja, toda organização possui certa cultura que é iniciada com seus fundadores e permuta ou se altera de acordo com os sucessores, funcionários, administração e acontecimentos. Desta forma, Silva (2008) corrobora com nossos estudos quando afirma que a cultura organizacional é o sistema de valores, crenças, normas e hábitos compartilhados que rege a interação dos elementos de uma organização. Já Chinelato (2001), faz sua contribuição a esta linha de estudo quando afirma que a cultura da organização está ligada à natureza do trabalho, aos valores culturais, religiosos, morais e políticos do grupo, aos fatores de ambientação do trabalho, ao nível de interação da empresa com o ambiente externo, ao seu porte, tempo de existência no mercado e seu nível de crescimento. Em outras palavras podemos constatar que diante de ambos os conceitos apresentados, a cultura é um conjunto de padrões de valores e crenças compartilhadas pelos membros da organização e suposições sobre como as coisas são feitas dentro de uma organização. Esses padrões são aprendidos pelos colaboradores de uma empresa, a título de exemplo, quando enfrentam problemas de desajustes em seus processos internos sendo ensinados aos seus membros efetivos e aos novos, como omodo correto de perceber, pensar, sentir e agir. Os valores, por sua vez, podem estar no nível superficial e são notados, facilmente, como formas de vestir, padrões de comportamento, símbolos e layout dos escritórios. Podendo em outros momentos estar em um nível mais profundo, como valores e crenças expressos, que não são observáveis, não sendo visíveis no primeiro momento, requerendo análise de comportamentos e atitudes, podendo ser interpretados observando-se fatores como símbolos, histórias, heróis, slogans e solenidades. 29ORGANIZAÇÕES, SISTEMAS E MÉTODOS | Educação a Distância A cultura organizacional é responsável por algumas funções essenciais às empresas, como: criar e possibilitar a distinção de uma empresa para outra; propiciar a identidade de seus membros; criar um clima de comprometimento das pessoas com a organização; colaborar com a estabilidade do sistema social; e, fi nalmente, direcionar e orientar os trabalhadores no que diz respeito ao comportamento e atitudes desses. CRESCIMENTO ORGANIZACIONAL Este tópico tratará de um fenômeno inevitável para o ciclo de vida de uma empresa que pretende manter-se no mercado, ou seja, o crescimento organizacional. Em outras palavras, trata-se de um fenômeno natural na vida das organizações, até mesmo para que haja a afirmação e solidificação desta empresa no mercado, seja pela elevação do nível do consumo dos seus produtos, ou ainda pela diversificação ou geração do seu mix de produtos. Para explicitarmos mais detalhadamente como pode se dar este tipo de crescimento, vamos apresentar as diferentes formas de crescimento de uma organização, segundo Chinelato (2008) sendo: a. vertical; b. horizontal e c. funcional. De forma: a. Vertical: caracteriza-se o crescimento do número de funcionários no âmbito de um depar- tamento. A título de exemplo, a empresa Fantasy Brinquedos, no início de suas atividades, contava com o proprietário mais quatro funcionários (compreendendo atividades de produ- ção e vendas). No terceiro ano de existência já contava com 14 funcionários (produção e vendas). b. Horizontal: entenda-se que há um acréscimo de novas atividades às atribuições de um departamento, compondo mais de uma equipe de trabalho, havendo uma especialização dentro das atividades já realizadas. A título de exemplo, podemos ter por intermédio do 30 ORGANIZAÇÕES, SISTEMAS E MÉTODOS | Educação a Distância acréscimo de novas atividades, em uma fábrica de brinquedos, o gerente geral além do se- tor de Produção e Controle de Qualidade, deve gerenciar o setor de Vendas e Propaganda, como ilustrado abaixo: Crescimento Horizontal Gerente Setor de Produção e Controle de Qualidade Setor de Vendas e Propaganda Figura 03: Crescimento Horizontal Fonte: Chinelato (2008, p. 07) c. Funcional: e, finalmente, na de forma funcional quando existe a intensificação de novas atividades, obrigando o administrador a fazer uso das técnicas de departamentalização, da delegação de autoridade e dos demais instrumentos técnicos administrativos, neste momento é comum inclusive a diretoria contar com a assessoria de áreas como de OSM, jurídica... Diante da exposição das formas de crescimento organizacional apresentadas, consideramos importante frisar que o termo organização, neste momento, toma uma conotação empresarial, ou seja, organização para Chinelato (2008, p. 7) significa “qualquer empreendimento humano criado e mantido com certos objetivos a serem alcançados”. O SURGIMENTO DA ÁREA DE ORGANIZAÇÃO E MÉTODOS Neste tópico pretendemos levá-lo a compreensão dos fatos que influenciaram e engendraram o surgimento da área de OSM, apesar de já havermos citado alguns fatos que propiciaram a chegada desta área de estudo no Brasil no início desta unidade, temos a pretensão neste 31ORGANIZAÇÕES, SISTEMAS E MÉTODOS | Educação a Distância momento, de dar um enfoque mais abrangente em termo do surgimento da disciplina de OSM. Desta maneira, fazendo um link ao último tópico abordado, ou seja, ao crescimento organizacional, podemos afirmar que o crescimento fez com que as organizações de um modo geral se deparassem com problemas estruturais, como falhas e desvios em seus processos internos de difícil solução, que levavam a consequências desastrosas como, desperdício de tempo e esforços, como tarefas e atividades refeitas, consequentemente aumentando os custos dos processos empresariais. Tomando como base o período que antecede e que ocorre a Revolução Industrial, os administradores e alguns estudiosos da ciência conhecida como a administração, passaram a dar uma relevância maior aos estudos e processos relacionados às organizações. Neste momento, é importante frisar que alguns estudiosos da administração contribuíram em muito para o desenvolvimento de técnicas científicas e processos organizacionais aplicados até os dias de hoje nos ambientes organizacionais. Dentre os estudiosos que tiveram uma participação primordial para o desenvolvimento e surgimento desta área de estudo que foca a eficácia e eficiência dos processos organizacionais, destacaremos Taylor e Fayol, que contribuíram em muito para que se chegasse às técnicas administrativas e processos organizacionais estabelecidos pelas empresas deste século. Contudo, vale a pena frisar, de acordo com Chinelato (2008), que o elemento fundamental de qualquer processo produtivo, é o homem. Ainda por intermédio da contribuição dada por estes precursores da Administração, constatou-se que muitas das técnicas utilizadas pelas empresas no início do século passado, quanto à produtividade organizacional, já estavam obsoletas e que a real eficiência somente seria alcançada com condições que fossem favoráveis ao homem, levando em consideração seu máximo rendimento físico e intelectual, focando uma maior produtividade. Neste momento da história, caríssimo(a) aluno(a), relata Chinelato (2008) que o surgimento de problemas complexos nas organizações passaram a exigir uma atenção especial às revisões e controles internos. Contribuindo com nossa linha de estudo, Araujo (1985, p. 18) reforça a presente questão quando relata sobre o surgimento da área de O&M e os estudos de Taylor: 32 ORGANIZAÇÕES, SISTEMAS E MÉTODOS | Educação a Distância Frederick Winslow Taylor é, sem dúvida, a figura que mais se destacou na história da administração. Precursor da administração cientifica, Taylor é, rigorosamente, aquele que mais contribuiu para a formação da tecnologia de Organização e Métodos, principalmente a nível da instrumentação para fins de racionalização do trabalho ou, se o leitor preferir, simplificação do trabalho. De qualquer maneira, dizer-se que a ou b está aplicando a “teoria de Taylor” seria o mesmo que dizer que a ou b está, praticamente, aplicando O&M. Analisando os estudos realizados por Taylor, caro(a) aluno(a), vale a pena enfatizar que o sistema de Taylor, ou melhor dizendo, seus estudos e experimentos caracterizavam-se pelos seguintes aspectos, de acordo com Silva (2008): a. Análise do trabalho. b. Padronização das ferramentas. c. Seleção e treinamento dos trabalhadores. d. Supervisão e planejamento. e. Pagamento por produção. Contudo, os estudos de Taylor se dividiram em duas fases marcantes, a primeira datada por volta de 1903, trata de técnicas de racionalização do trabalho do operário por meio do estudo dos tempos e movimentos, enquanto a segunda apresenta os estudos sobre a administração geral, que dominou a administração científica, sem deixar a preocupação com relação às tarefas dos operários. Todavia, os estudos de Taylor eram pautados nos males aos quais as indústrias da época padeciam, que compreendia segundo Taylor: - a vadiagem sistêmica por parte dos operários; - o desconhecimento, pela gerência, da rotina de trabalho e do tempo necessários para sua execução e finalmente - afalta de uniformidade das técnicas e dos métodos de trabalho dos empregados. A partir destes problemas organizacionais, Taylor criou e definiu os princípios da administração científica, destacados a seguir, que como já mencionado, contribuíram e muito para o desenvolvimento das técnicas científicas de redução de tempo, esforços e custos, nas empresas, mais especificamente nas áreas produtivas: 33ORGANIZAÇÕES, SISTEMAS E MÉTODOS | Educação a Distância • Desenvolvimento de um método científico para o trabalho dos operários. • Estabelecimento de processo científico de seleção e treinamento do operário. • Cooperação entre as gerências e os operários. • Divisão do trabalho dos operários em função da sua especialização. Já com respeito a Henri Fayol e o surgimento da área de O&M, é importante afirmar que: Henri Fayol, engenheiro francês, contribuiu diferentemente de Taylor, mas, assim mesmo, os estudiosos da Teoria das organizações colocam-no dentro do mesmo grupamento histórico. Administrar, para Fayol, é prever, organizar, comandar e controlar. Embora ele tenha desenvolvido a previsão, coordenação e controle, é muito mais acentuada a sua preocupação com a organização e o comando. Daí, o reconhecimento de que organização e métodos receberam grande influência “faylorista” (ARAUJO, 1985, p.18). Ainda para Fayol: Todos os empregados em uma organização participam, em maior ou menor grau, da função administrativa... [e] têm oportunidade para executar suas faculdades administrativas e ser reconhecidos por isso. Aqueles que são particularmente talentosos podem subir dos degraus mais baixos aos mais altos da hierarquia da organização (FAYOL, em folheto apresentado no Congresso Internacional de Mineração e Metalurgia, 1900). Tanto Taylor como Fayol contribuíram com a área de estudo da administração conhecida como O&M, sendo que Fayol acrescentou na formulação do prisma estrutural, isso porque esteve sempre voltado para a cúpula, portanto, apontava a estrutura central, superior da organização, devido suas influências e experiências. E Taylor sempre esteve mais interessado com a linha de produção. E, por consequência, seus estudos ficaram evidentes no campo operacional. Em uma linguagem bem simples, poderíamos simplificar da seguinte forma: Organização = Taylor e Métodos = Fayol. Contudo, ao analisarmos a história da administração, no que tange a esta disciplina de O&M, não podemos deixar de lado contribuições dadas por outros precursores da Administração, tais como: Henry Ford, Aleksei Stakhanov, Henry L. Gantt, Harrigton Emerson e outros. 34 ORGANIZAÇÕES, SISTEMAS E MÉTODOS | Educação a Distância Em suma, esses fatores alavancaram para o surgimento de mais uma das funções administrativas, chamada Organização e Métodos. Com base no estudioso Araujo (1985), esse termo O&M, (empregando a utilização dessas duas palavras, com um significado expressivo), teve como primeira referência pelo norte-americano Thomas Woodrow Wilson, cientista político e então professor da Universidade de Princeton. Na Inglaterra O&M foi incorporado às unidades da administração pública que cuidavam dos processos de organização e racionalização do trabalho. E seu início foi por volta da Segunda Guerra Mundial. E por volta de 1950, mais de 20 países contavam com uma unidade de O&M. É interessante sabermos que essa nova área da administração tomou corpo. Foi na Inglaterra e logo se espalhando pelo resto da Europa. Devemos lembrar que essa nova área surgiu na administração pública, e logo depois chegou às empresas particulares. Esse termo chegou ao Brasil pelos meados de 1955, em que se deu início com a criação do Curso de Administração Pública da Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro e contratação de um consultor da Organização das Nações Unidas – ONU, professor Harry Miller, autor inclusive, do primeiro livro editado no Brasil sobre O&M. Acrescenta Araujo (1985) que OSM é uma atividade do governo que atua como um órgão de assessoria e aconselhamento, que presta assistência aos administradores e gerentes em todos os aspectos que envolvam a organização e a metodologia dos processos administrativos, focando a eficiência do trabalho. Com o intuito de apresentar uma definição mais atual, citamos Cruz (2002) que define OSM como a área responsável pela análise e delineamento das estruturas organizacionais, no que diz respeito ao estudo minucioso de todas as suas atividades, propiciando mecanismos que facilitem a interação destas diversas atividades dentro de uma visão holística, ou seja, visão sistêmica. Diante desta definição, caro(a) aluno(a), você poderá concluir que as decisões do departamento 35ORGANIZAÇÕES, SISTEMAS E MÉTODOS | Educação a Distância de OSM de uma empresa não são tomadas repentinamente, pelo contrário, essas são resultados de uma série de estudos prévios que envolvem a estrutura e o funcionamento das organizações. Comparando o significado com Chinelato podemos observar o seguinte conceito: Organização é atividade voltada para a estruturação harmoniosa dos recursos disponíveis com intuito de promover uma atuação sistêmica eficiente e, assim, obter a esperada eficácia de conjunto. Método, por sua vez, refere-se à economia de esforços, tempo e movimentos por meio da simplificação do trabalho, tendo, como resultados diretos, o aumento da produtividade e a diminuição de despesas (CHINELATO FILHO, 2008, p.35). Aprofundando no raciocínio do autor citado, Organização é a atividade que estrutura os recursos organizacionais, promovendo atuação sistêmica eficiente e eficaz do conjunto. Métodos é a economia de esforços, tempos e movimentos por meio da simplificação do trabalho, resultando aumento de produtividade e diminuição de despesas. O surgimento da área de OSM tem como importância, conforme discorre Chinelato Filho (2008), equilibrar e ponderar os esforços humanos, recursos materiais e tecnológicos a fim de manter a dignidade do homem e suas limitações biológicas. Essa integralização pode trazer para a organização resultados satisfatórios, como reduções de custos, harmonia entre os funcionários, melhor produtividade e qualidade. Desta forma, você poderá chegar à conclusão, caro(a) aluno(a), que esta nova área administrativa preocupa-se com o sentido lógico de cada operação e de cada sistema, baseado no questionamento do “por quê e para quê”. Em outras palavras, um empreendimento deve apresentar efetividade, sentido lógico de existir, caso contrário de nada adiantará os esforços do profissional de OSM no sentido de revitalizá-lo, por exemplo, aplicando a reengenharia de processos, uma vez que o negócio em si não apresenta coerência em existir, não sendo efetivo. Em contrapartida, havendo efetividade em um empreendimento Chinelato (2008) enfatiza que cabe ao analista de OSM exercer atividades, tais como: o estudo da estrutura 36 ORGANIZAÇÕES, SISTEMAS E MÉTODOS | Educação a Distância organizacional; racionalização do trabalho; elaboração e avaliação de instrumentos de controle de sistemas; assessoria aos setores pertinentes a O&M; disseminação de procedimentos, métodos, metodologias e terminologias técnicas e uniformes abrangentes aos programas da Qualidade e de Reengenharia. Ainda neste sentido, acrescenta Miller: As atribuições do analista de O&M são: reconhecimento de métodos e técnicas administrativas (organização, delegação de responsabilidade, planejamento e controle, orçamentos, manuais e regulamentos); técnicas de análise na área administrativa (distribuição do trabalho, procedimentos, desenho e controle de formulários, programação do trabalho, distribuição do espaço etc.); técnicas de análise nas áreas da indústria e vendas (tempos e movimentos, movimentação de material, vendas e distribuição); serviços de escritório (processamento eletrônico de dados, comunicação,correspondência, arquivo, serviço de estenodatilografia, reprodução de documentos, conservação e manutenção de prédios, localização de prédios e condições do trabalho); outros serviços administrativos (administração de pessoal, administração de equipamentos de escritório, administração de material, administração de serviços e equipamentos) (MILLER apud ARAUJO, 1985, p.39). Devemos lembrar que Miller deixou alguns excessos referentes às atribuições ao analista de Organização, Sistemas e Métodos. Mas se formos avaliar seus estudos, chegamos à ideia, por exemplo, que seja exigido pelo analista conhecimento de distribuição. Isso não significa que ele tenha que ser especialista em logística, mas o objetivo é saber analisar os meios para melhor distribuir os produtos, a eficiência dos sistemas, fluxo de trabalho etc. Fo nt e: S HU TT ER ST OC K. CO M 37ORGANIZAÇÕES, SISTEMAS E MÉTODOS | Educação a Distância No que diz respeito ao posicionamento do órgão de O&M, Araujo (1985) acrescenta que o analista dever ter a posição de staff (posição de aconselhamento e não mandatório). Esse profissional deve ser staff e não linha (vale mencionar que este conteúdo, linha e assessoria, veremos mais adiante em tópico especial), como é comum encontrar em algumas organizações, tanto públicas como privadas no Brasil. O órgão de O&M não tem autoridade de mandar mesmo que seus estudos indicam serem necessários, pois os subordinados podem desprezar as recomendações do Departamento sem mais nem menos. No passado a abordagem estrutural era o mais importante, desta forma as abordagens realizadas tinham foco na consecução dos objetivos de racionalização e estruturação. Ainda conforme Araujo (1985), em consequência, a mudança organizacional tinha como base a análise estrutural e sua meta era a transformação, sendo esta também estrutural. Assim era a maneira de o profissional de Organização e Métodos atuar na organização. Com a evolução das teorias e novas pesquisas realizadas por renomados da época, os estudos de O&M avançaram até atingir uma nova óptica mais realista, visando à organização como um todo integrado e sistêmico assim atingindo os componentes mencionados acima. Neste contexto discorre Araujo: “não temos dúvida em afirmar que a função de organização e métodos passa a ocupar um lugar de destaque na estrutura das organizações, pois reduz custos, elimina movimentos supérfluos e prepara a organização para o crescimento” (ARAUJO, 1985, p.18). A área de OSM deve apresentar como característica básica a Imparcialidade com que se deve tratar as questões e demais áreas de uma empresa. Em suma, não há interesse particular a preservar. 38 ORGANIZAÇÕES, SISTEMAS E MÉTODOS | Educação a Distância AS EMPRESAS VISTAS COMO SISTEMAS Neste tópico, caro(a) aluno(a), enfocaremos as empresas como sistemas vivos, entretanto para o seu melhor entendimento do que seja um “sistema”, tomaremos a princípio os primórdios do século XVII com o estudo da Mecânica, Matemática e Física. Os homens interpretavam e conviviam em sociedade usando os mesmos conceitos e suposições que essas ciências defendiam, a partir daí passaram a rejeitar de certa forma a teologia, o misticismo e o antropomorfismo como forma de interpretação da sociedade, segundo Oliveira (2011). Contudo, esta forma mecânica de pensar, fixada nas mentes dos homens durante tantas décadas, alicerçou o estilo burocrático criando dificuldades para entrada de novas percepções organizacionais, prevalecendo assim, a imagem da empresa constituída de partes que se interligam formando o funcionamento do todo, a “máquina”. Desta forma, assim como o modelo mecânico aconteceu em uma era de progresso da Física, o modelo orgânico da sociedade foi inspirado pelos progressos da Biologia. Trata-se de um princípio de mútua dependência das partes, assemelhando-se a sociedade a um organismo vivo. Partindo desta linha de pensamento, segundo o autor citado, o homem passa a interpretar as corporações como “sistemas vivos” que existem em um ambiente mais amplo, do qual dependem em termos de satisfação das suas várias necessidades. Tal como um organismo vivo as empresas / organizações nascem, crescem, se desenvolvem, declinam e morrem. Promovem mudanças e se adaptam a ambientes em mutação, interagindo com a natureza e suas diferentes espécies. Portanto, o “moderno enfoque dos sistemas” procura desenvolver: - uma técnica para lidar com a grande e complexa empresa; - um enfoque sintético do todo, não permitindo a análise separada das partes do todo; e – um estudo das relações entre os elementos componentes. 39ORGANIZAÇÕES, SISTEMAS E MÉTODOS | Educação a Distância CONCEITUANDO “SISTEMAS ADMINISTRATIVOS” O moderno enfoque dos sistemas administrativos, caro(a) aluno(a), busca desenvolver técnicas, procedimentos e ferramentas para aplicar nas empresas complexas. Vale a pena frisar, que trata-se de um enfoque que não permite a análise separada das partes do todo, mas dentro de um visão sistêmica e holística, levando em consideração a inter-relação das partes entre si e com o todo. Para tanto, consideramos importante apresentar o que trata um sistema, termo este que será consideravelmente utilizado e aplicado neste estudo. Desta forma, segundo Llatas (2011), os sistemas são compostos por partes que cumprem papéis distintos a fim de atingir um objetivo coletivo. As empresas também são sistemas, formadas por sistemas menores, muitas vezes chamados de subsistemas. Por trás desses subsistemas, geralmente encontra-se o subsistema administrativo. Um sistema, por sua vez, é constituído dos seguintes componentes: Quadro 02: Componentes do sistema administrativo COMPONENTES DO SISTEMA ADMINISTRATIVO DEFINIÇÕES Objetivo Entradas Processo de transformação Saídas Padrões de qualidade Controle e avaliação Finalidade do sistema, razão de sua criação. Elementos necessários para atingir o objetivo do sistema. As entradas podem ser recursos naturais, dados, mão de obra ou conhecimento tecnológico, por exemplo. Processo que transforma as entradas em saídas. Processo de análise que verifica se as saídas obtidas atendem aos padrões de qualidade estabelecidos. Medidas ideais de qualidade esperadas das saídas. Resultados do processo de transformação. Fonte: adaptado de D’Ascenção (2007 apud LLATAS, 2011, p. 58) 40 ORGANIZAÇÕES, SISTEMAS E MÉTODOS | Educação a Distância Ainda como componentes de um sistema, Oliveira (2011) enfatiza a retroalimentação, ou realimentação, ou feedback do sistema, que pode ser considerado como a reintrodução de uma saída sob forma de informação. Essa realimentação é um instrumento de controle, em que as informações realimentadas são resultados das divergências verificadas entre as respostas de um sistema e os padrões previamente estabelecidos. Desta forma, o objetivo do controle é reduzir as discrepâncias ao mínimo, bem como propiciar uma situação em que esse sistema se torne autorregulador. Outro aspecto a ser estudado e analisado é o ambiente da empresa, quer seja quando o sistema considerado é a empresa inteira (estrutura organizacional), quer seja um procedimento específico (no caso de um método). Desta maneira, utilizaremos a figura abaixo para definir o ambiente de um sistema. AMBIENTE CONJUNTO DE ELEMENTOS QUE NÃO PERTENCEM AO SISTEMA ONDE QUALQUER ALTERAÇÃO NO SISTEMA PODE MUDAR OU ALTERAR OS ELEMEN - TOS. QUALQUER ALTERAÇÃO NOS ELEMENTOS PODE MUDAR OU ALTERAR O SISTEMA. Figura 04: Definição de ambiente Fonte: adaptado de Oliveira (2011) Em outras palavras a todo esse conjunto de variáveis externas, tangíveis ou não, que interferem no funcionamento das empresas damos o nome de ambiente (LLATAS, 2011). As empresas recebem pressões de todas as partes. De um lado,os clientes demandam sofisticação a preços mais acessíveis. De outro, os órgãos reguladores introduzem continuamente novas exigências relacionadas à qualidade e à segurança dos produtos. A concorrência ameaça ganhar mais espaço no mercado, graças a campanhas de marketing e inovações nos produtos e serviços oferecidos. Em um mercado tão exigente e competitivo, a chave para o sucesso empresarial está, portanto, na qualidade e na rapidez das respostas às mudanças ao seu 41ORGANIZAÇÕES, SISTEMAS E MÉTODOS | Educação a Distância redor. Para tanto, ressaltaremos algumas considerações quanto às empresas e os sistemas abertos, ou seja, são aquelas que estão em permanente intercâmbio com seu meio ambiente caracterizando um equilíbrio dinâmico. Sindicatos Clientes Fornecedores Ciência e tecnologia Política Concorrentes Órgãos reguladores Empresa Acionistas Mudanças internacionais Economia AMBIENTE Figura 05: Componentes do ambiente de sistemas Fonte: adaptado de Rebouças (2009 apud LLATAS, 2011, p. 59) De acordo com Von Bertalanffy (apud OLIVEIRA, 2011), existem duas premissas que facilitam o entendimento da empresa como sistema aberto e sua integração com o ambiente: a) equifinalidade, segundo a qual um mesmo estado final pode ser alcançado, partindo de diferentes condições iniciais e por maneiras diferentes; e b) entropia negativa, que mostra o empenho dos sistemas em se organizarem para a sobre- vivência, por meio de maior ordenação. O processo entrópico, normalmente se considera em sua forma negativa, entretanto, ESSE pode ser considerado em sua forma positiva, ou seja, na afirmação da desorganização e do desgaste do sistema ou subsistema, alvo de análise e estudo. Para estar à frente o administrador deve ver o planejamento organizacional como um instrumento de fundamental importância, pois visa antecipar-se às alterações da realidade 42 ORGANIZAÇÕES, SISTEMAS E MÉTODOS | Educação a Distância por intermédio do planejamento da mudança (evolução dos sistemas). Em suma, para evitar o processo entrópico, a empresa deve planejar a trajetória dos sistemas e subsistemas pela aplicação da análise e previsão da evolução das variáveis ambientais, ou seja, deve estar atento às mudanças que possam surgir externas ao sistema, ou ainda as internas, que podem ocorrer dentro do próprio sistema. Para tanto, os sistemas quando sujeitos a mudanças desta natureza, devem estar propensos às adaptações internas (dentro do sistema) ou externas (em seu ambiente) (OLIVEIRA, 2011). Desta maneira, adaptação é a habilidade do sistema para se modificar ou modificar seu ambiente quando algum deles sofreu uma mudança. A preservação do caráter do sistema estabelece que o ciclo de eventos de um sistema pode conduzi-lo a um estado firme ou a um processo entrópico. A eficiência com que o sistema trabalha pode conduzir a uma relação saída/entrada cada vez maior ou menor (entropia). O estado firme caracteriza a constância no intercâmbio de energia com o ambiente. Contudo, é interessante que o sistema apresente equilíbrio, mas que o estado homeostático deste e a sua preservação (caráter do sistema) sejam trabalhados de forma dinâmica, isto é, de maneira que haja contínuos ganhos do processador, sendo expressos pela relação saída/entrada. O avanço tecnológico, o crescimento dos mercados, o aumento de concorrência, o aumento da complexidade e da efervescência dos aspectos econômicos, políticos e sociais levam os sistemas mais simples a se transformarem em complexos, caracterizando-se, em consequência, por um volume maior de entropia e desagregação e exigindo técnicas mais avançadas para evitar o envelhecimento e a morte (OLIVEIRA, 2011). Elementos com Interesses nas Organizações Quando apresentamos e dissertamos sobre o ambiente nas organizações podemos verificar que o ambiente é formado por um conjunto de elementos que não pertencem ao sistema. Esses elementos, por sua vez, vão formar os grupos de interessados nas organizações 43ORGANIZAÇÕES, SISTEMAS E MÉTODOS | Educação a Distância (stakeholders), que sugere em outras palavras, que as incorporações estejam a serviço da sociedade maior. Esta abordagem reconhece que as exigências sobre as organizações empresariais crescem continuamente, o que inclui uma variedade mais ampla de grupos que não eram tradicionalmente definidos como parte do interesse da organização. Esses grupos são chamados de interessados, ou em inglês, stakeholders. Em um sentido restrito, eles são os grupos ou pessoas identificáveis, de que uma organização depende para sobreviver: acionistas, funcionários, clientes, fornecedores e entidades governamentais. Contudo, a um nível mais amplo, um interessado é qualquer grupo ou indivíduo que possa afetar ou ser afetado pelo desempenho da organização em termos de seus produtos, políticas e processos operacionais (STONER; FREEMAN, 1999). Neste sentido, grupos de interesse público, grupos de protesto, comunidades locais, entidades governamentais, associações comerciais, concorrentes, sindicatos e a imprensa também são interessados na organização. Os acionistas continuam a ocupar um lugar de destaque, mas seus interesses específicos devem ser defendidos no contexto mais amplo do interesse público. De fato, durante as duas últimas décadas as organizações empresariais e sua administração enfrentaram muitas exigências novas, baseadas em expectativas da sociedade em mudança, sobre o papel apropriado das corporações na sociedade maior. Neste sentido, às empresas, foi solicitado reavaliar seus processos produtivos à luz de riscos iminentes ao meio ambiente, a modificar a composição racial e sexual de sua força de trabalho, a melhorar a segurança dos produtos, a garantir uma representação mais exata nos seus argumentos de propaganda, e a mostrar uma preocupação maior para com a saúde e bem-estar geral de seus funcionários. A estrutura dos interessados propicia aos administradores uma maneira mais dirigida de pensar sobre o ambiente da organização. O raciocínio básico é ser capaz de compreender as maneiras em que os diversos interessados são ou podem ser afetados pelas políticas e práticas da organização, como irão provavelmente reagir, e quais são as próprias opções para lidar com essas reações. 44 ORGANIZAÇÕES, SISTEMAS E MÉTODOS | Educação a Distância A conscientização sobre as múltiplas forças que influenciam os acontecimentos nos colocará em uma posição melhor para tomar decisões empresariais. Finalmente, o modelo dos interessados se alinha com as noções contemporâneas de justiça. Contribuindo com nosso estudo, Stoner e Freeman (1999) e Oliveira (2011) permite-nos a conceituação e fixação dos seguintes termos, estudados nesta unidade: Stakeholders: grupos ou indivíduos direta ou indiretamente afetados pela busca de uma organização por seus objetivos. Stakeholders Externos: grupos ou indivíduos do ambiente externo de uma organização e que afetam suas atividades. Stakeholders Internos: grupos ou indivíduos, como empregados, por exemplo, que não fazem es- tritamente parte do ambiente de uma organização, mas pelos quais um administrador individual é responsável. Entropia: estado de desordem e de caos a que tende um sistema. Entropia Negativa: empenho dos organismos que se organizam para a sobrevivência, mediante maior ordenação. É uma função que representa o grau de ordem existente em um sistema. Entropia Positiva: confi rmação do desgaste de um sistema. Representa a desordem de um sistema. Sistema Aberto: possui ambiente. Troca com o ambiente matéria e/ou energia e/ou informações. Fo nt e: S HU TT ER ST OC K. CO M 45ORGANIZAÇÕES, SISTEMAS E MÉTODOS | Educação a Distância Se dois homens vêm andando por uma estrada, cada um com um pão, e, ao se encontrarem, troca- rem os pães, cada um vai emboracom um. Se dois homens vêm andando por uma estrada, cada um com uma ideia, e, ao se encontrarem, trocarem as ideias, cada um vai embora com duas (Provérbio chinês). Leia mais sobre o assunto: Caro(a) aluno(a), no link abaixo você poderá encontrar materiais de apoio referentes ao estudo do surgimento da área de OSM, desde sua origem, a importância da estrutura organizacional para os estudos do analista de OSM. Também poderá evidenciar como surgem os paradigmas e o que os mesmos podem signifi car para as empresas em um processo de mudança. <http://www.uff.br/sta/textos/fs006.pdf>. <http://www.youtube.com/watch?v=2WkazAAuKnk>. 46 ORGANIZAÇÕES, SISTEMAS E MÉTODOS | Educação a Distância CONSIDERAÇÕES FINAIS Caro discente, podemos concluir com esta primeira unidade que OSM é o estudo das organizações por meio da análise de cada uma de suas atividades, a fim de criar procedimentos que venham a interligá-las de forma sistêmica. Serve, portanto, para assegurar a melhoria contínua do desempenho empresarial da grande e complexa empresa, por meio da avaliação e da reformulação dos processos que compõem o fluxo de trabalho. Você pôde também observar durante a apresentação dos conteúdos trabalhados nesta unidade que as mudanças rápidas que ocorrem no ambiente externo exigem cada vez mais a atuação do profissional de OSM, visando o alcance da eficiência e da eficácia organizacional, cabendo a esta área, dentre muitas das suas atribuições, a racionalização e simplificação do trabalho, a reformulação das estruturas organizacionais levando em consideração as mutações do ambiente externo e interno, a implantação de métodos para o aumento da produtividade etc. Contudo, o elemento responsável por todas estas mudanças às quais as organizações estão sujeitas, define-se como stakeholders, ou seja, os grupos interessados nas organizações. Em outras palavras, são os grupos de interessados que têm impacto direto sobre as atividades das organizações. Desta forma, caro(a) aluno(a), cabe à área de OSM, monitorar os ambientes interno e externo, antecipando-se às mudanças que poderiam afetar a organização. ATIVIDADE DE AUTOESTUDO Estudo De Caso: Ilustrando o Ambiente na McDonald’s Uma população cada vez mais consciente da relação entre sal, gordura na alimentação e saúde, junto a preocupações com o meio ambiente e uma queda no ímpeto das vendas, estão forçando o McDonald’s a olhar de modo diferente o mercado de refeições rápidas que ela dominou durante tantos anos. Considere as estatísticas da McDonald’s, a maior cadeia americana de fast-food. Apesar das vendas em 1990 terem passado de 18 bilhões de dólares, quase um terço desse valor veio de operações em outros países. As vendas domésticas, em contraste, estão se estabilizando, e a percentagem de cres- cimento vem se reduzindo há oito trimestres seguidos. Depois de um desempenho ruim no segundo 47ORGANIZAÇÕES, SISTEMAS E MÉTODOS | Educação a Distância trimestre de 1990, os analistas de valores da Prudential Bache baixaram o status da McDonald’s, sugerindo vender suas ações ao invés de mantê-las, mesmo com a classificação da empresa como uma das 500 da revista Fortune e com sua inclusão na Dow Jones 30 Industrials. O que os críticos podem não estar vendo, entretanto é a tradição de resiliência da McDonald’s, sua co- nhecida agilidade em encontrar soluções para problemas difíceis. Um problema é enfrentar o objetivo tradicional de abrir mais 500 unidades a cada ano, numa época em que pontos de venda bem locali- zados estão se tornando escassos e caros. (Para a McDonald’s a expressão bem localizados significa que eles podem usar padrões de demografia e de tráfego para prever se um local irá gerar uma certa quantidade de dólares por ano). O custo de abrir uma nova loja cresceu em 10,2% em 1989, mas as vendas subiram apenas 1,6 % no mesmo período. Essas considerações vêm há muito impedindo a McDonald’s de se expandir para muitas cidades menores. A solução? A empresa está experimentando um conceito de restaurante para cidades pequenas da década de 1950 e abriu o primeiro Golden Arch Café em Hartsville, Tennesse, em 1989. O fato de não usar o nome da McDonald’s dá a empresa mais liberdade para experimentar novas idéias, dizem os administradores. Outro problema é a crescente competição da Pizza Hut, pertencente à Pepsi Co., da Taco Bell e da Kentucky Fried Chicken, que oferecem menus mais variados. Em resposta, a McDonald’s está acelerando a introdução de novos itens no cardápio. Tradicionalmente, ela testava a venda de novos itens do cardápio durante uma mé- dia de cinco anos antes de introduzi-los em nível nacional, mas agora está testando alguns itens mais saudáveis, que não contêm hambúrguer, com planos de levar os mais promissores para distribuição em todo o país, o mais rápido possível. A McDonald’s também precisou enfrentar críticas quanto ao conteúdo de gordura em seu cardápio. Em resposta passou a usar apenas óleo vegetal em suas famosas batatas fritas e reduziu a quanti- dade de gordura nos hambúrgueres, introduzindo em abril de 1991 o McLean de Luxe, 91% livre de gordura. Reduziu em 30% o sódio em suas panquecas e tirou também o glutamato monossódico de seus Chicken Mc-Nuggets. Como diz Ed Rensi, Coo. (Chief Operating Officer) da McDonald’s, “Dei- xamos as condições de mercado, o meio ambiente e nossos clientes nos guiarem estrategicamente”. Agora a empresa está no processo de seguir outro “guia” ambiental, abandonando suas embalagens de espuma plástica. A decisão de passar a usar embalagens de papel, em substituição às de isopor, foi difícil, cara e ainda continua sujeita a controvérsias. A empresa tem uma história de preocupação ambiental, e inicialmen- te mudou as embalagens de papel para as de isopor em meados dos anos 70, quando pesquisadores insistiram na redução de quantidade de papel usado, para impedir a devastação das florestas. Nos anos 80, a empresa reduziu ainda mais o lixo sólido, diminuindo a espessura de seus canudinhos e embalagens. A McDonald’s tornou-se a primeira empresa a assinar um acordo voluntário, em 1987, para abandonar o tipo de poliestireno (espuma plástica) que é fabricado com o uso de clorofluorcarbo- nos (CFC), prejudiciais à camada de ozônio. Ainda assim, a companhia era criticada pela quantidade de lixo sólido que gerava, inclusive uma quantidade anual de 20.000 toneladas de lixo de poliestireno. A McDonald’s assumiu a liderança da reciclagem de poliestireno, iniciando em Massachusetts o que era provavelmente o maior programa do mundo. Ali, o poliestireno proveniente de 450 lojas McDonald’s de New England era convertido em resina plástica e vendido a empresas fabricantes de produtos plásticos, inclusive as bandejas da própria McDonald’s. A companhia se comprometeu a gastar 100 milhões de dólares por ano nos dois 48 ORGANIZAÇÕES, SISTEMAS E MÉTODOS | Educação a Distância anos seguintes em esforços de reciclagem. Em seguida, embarcou num programa destinado a educar a população americana sobre a reciclagem de poliestireno. Os estudos iniciais mostraram uma participação de 70% nos consumidores dentro das lojas. Os críticos diziam, entretanto, que mesmo a espuma plástica sem CFC podia prejudicar a atmosfera durante o processo de fabricação. Além disso, afi rmavam, a reciclagem só funcionava para as refeições feitas nas lojas; mais da metade das vendas da McDonald’s é “para viagem”. Em resposta, os fabricantes de plásticos argumentavam que o consultor externo contratado pela McDonald’s descobriu que o material não continha substâncias tóxicas, gastava menos energia do que o papel para ser produzido e não exigia o corte de árvores. Mas os protestos continuaram. Em outubro de 1990 a Earth Action Network quebrou vitrines e van- dalizou uma loja em San Francisco. Um movimento de crianças de escola, chamado de Kids Against Polystyrene (“crianças contra o poliestireno”)
Compartilhar