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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCATINS CECÍLIA MARQUES TENÓRIO PEREIRA LARISSA CAROLINE DA SILVA MARINHO MARIA LAURA MARTINS RICARDO GONÇALVES BARTZ RELATÓRIO DE TÉCNICA DIETÉTICA PESOS E MEDIDAS Palmas 2017 INTRODUÇÃO A técnica dietética é uma disciplina que estuda os procedimentos que possibilitam a utilização dos alimentos de uma forma que se preserve os valores nutricionais e o alcance dos atributos sensoriais desejados ao ser humano. Além disso, a disciplina também envolve as operações tecnológicas as quais os alimentos são submetidos, as mudanças ocorridas durante o processamento, o consumo e apresentação sensorial dos alimentos. Para a elaboração de uma preparação, é necessário levar em consideração aspectos como tipo do alimento, técnicas e espaço para o preparo, equipamentos e utensílios a serem utilizados. A precisão e quantidade dos ingredientes também são fatores que são determinantes em uma preparação, portanto, é necessária uma descrição precisa para obter um resultado semelhante. As medições dos ingredientes podem ser feitas por meio das medidas caseiras, que consiste na utilização de utensílios como xícaras, colheres, copo, entre outros. Para obter a quantidade dos alimentos deve-se fazer a pesagem dos alimentos de forma precisa e conhecer as características dos alimentos. A importância de fazer uma medição precisa é tornar possível as próximas reproduções da preparação semelhantes à formulação proposta. OBJETIVOS Identificar e aplicar as técnicas recomendadas para a pesagem e medição de alimentos sólidos, líquidos e pastosos; Padronizar as técnicas de medição; Comparar os volumes e medidas com e sem o uso da técnica. MATERIAIS E MÉTODOS Para a mensuração dos alimentos foi utilizado uma balança digital e verificado se a balança encontrava-se zerada. Colocou-se o recipiente de medida vazio para tarar, em seguida adicionou-se o ingrediente no recipiente de forma adequada sobre a balança e verificou-se o peso após estabilizar o valor. A pesagem e medição de ingrediente seco foi realizada com farinha de trigo, farinha de milho, açúcar e sal com três técnicas: ingredientes secos nivelados, sem nivelar e diferença entre manipuladores sem nivelar. Foi utilizado três medidas para cada utensílio, no seco nivelado utilizou-se xicara de chá, colher de sopa, colher de sobremesa e colher de chá e os produtos foram farinha de trigo, farinha de milho, açúcar e sal; no sem nivelar utilizou-se xícara de chá e colher de sopa, e os produtos foram farinha de trigo, açúcar e sal; nas diferenças entre manipuladores utilizou-se colher de sopa e o produto farinha de trigo. Nos secos nivelados peneirou-se cada ingrediente separadamente no medidor com auxílio de uma colher sem comprimir, nem sacudir ou pressionar, até estar completo. Nivelou-se o excesso com uma espátula ou lado liso da faca. Colocou-se o prato da balança, tarou-se e anotou-se o peso, por fim, calculou-se as médias. Nos secos sem nivelar usou-se a mesma técnica, mas, sem nivelar. A diferença entre os manipuladores sem nivelar foi usada a mesma técnica dos secos sem nivelar, porém, com diferentes manipuladores. A pesagem e medição de ingredientes líquidos foi realizada com água, leite e óleo. A água foi utilizada no experimento de padronização dos utensílios, onde foram utilizados copo americano, xícara de chá, xícara de café, colher de sopa, colher de sobremesa, colher de chá. Mediu-se três vezes o volume da água em cada utensílio e depois calculou-se a média das medidas. O leite e o óleo foram utilizados em outro experimento no qual foram medidos em gramas (g) e mililitros (ml), utilizou-se três medidas para cada utensílio que foram xícara de chá, colher de sopa, colher de sobremesa e colher de chá. Pesou-se o utensílio vazio, colocou-se os líquidos nos medidores e pesou-se em gramas. Em seguida, colocou-se os líquidos dos utensílios nos copos graduados e mediu-se em mililitros. Realizou-se três medidas e calculou-se a média. A pesagem e medição de ingredientes pastosos foi realizada com margarina e doce de leite em gramas (g). Foram utilizados os utensílios xícara de chá, colher de sopa, colher de sobremesa e colher de chá. Pesou-se o utensílio vazio, colocou-se o ingrediente nos medidores com auxílio de uma colher e pesou-se em gramas, atendando-se em pressionar o alimento a fim de acomodá-lo e evitar a formação de bolhas de ar. Quando o recipiente estiver cheio, nivelar com espátula ou lado cego da faca. Realizou-se três medidas e calculou-se a média. RESULTADOS E DICUSSÃO Utensílios 1o medida 2°medida 3o medida Média Copo americano 140 ml 146ml 139ml 141,6ml Xícara de chá 180ml 170ml 175ml 175ml Xícara de café 66ml 60ml 55ml 60,3ml Colher de sopa 7,5g 7,4g 7,3g 7,4g Colher de sobremesa 7,3g 7,4g 7,5g 7,4g Colher de chá 4,5ml 4,6ml 2,6ml 3,9ml Experimento 1 Tabela 1 – Padronização dos utensílios Experimento 2 Produto Xícara de chá (kg) Colher de sopa (kg) Colher de sobremesa (kg) Colher de chá (kg) 1 2 3 M 1 2 3 M 1 2 3 M 1 2 3 M Farinha de trigo 0,105 0,104 0,104 0,104 0,003 0,004 0,002 0,003 0,002 0,002 0,003 0,002 0,001 0,001 0,001 0,001 Farinha de milho 0,125 0,131 0,124 0,126 0,003 0,003 0,003 0,003 0,009 0,009 0,003 0,007 0,001 0,001 0,001 0,001 Açúcar 0,168 0,168 0,170 0,168 0,004 0,008 0,006 0,006 0,0040 0,004 0,004 0,004 0,002 0,002 0,002 0,002 Sal - - - - 0,009 0,005 0,006 0,006 0,004 0,004 0,004 0,004 0,002 0,002 0,002 0,002 Tabela 2 – Técnicas de pesagem (ingredientes secos nivelados) Legenda: M (média). Tabela 3 – Técnicas de pesagem (ingredientes secos sem nivelar) Produto Xícara de chá (g) Colher de sopa (g) 1o 2o 3o Média 1o 2o 3o Média Farinha de trigo 102,6 96,07 110,58 101,08 14,44 16,66 15,70 15,60 Acúcar 171,01 171,06 173,09 171,72 13,38 13,26 14,65 16,76 Sal - - - - 15,71 13,29 15,65 14,88 Para o experimento 2, técnicas de pesagem de ingredientes secos nivelados e sem nivelar, foram utilizadas como medidas caseiras a xícara de chá (g) e a colher de sopa (g) por ser duas medidas usuais e costumeiramente utilizadas em qualquer cozinha. O comparativo entre as medidas com e sem nivelamento para os utensílios medidores citados, segue nas tabelas abaixo. Tabela 4. Comparação entre médias das pesagens de ingredientes secos nivelados e sem nivelar com xícara de chá. Nivelados (g) Não nivelados (g) Farinha de trigo 104 101,08 Açúcar 168 171,72 Tabela 5. Comparação entre médias das pesagens de ingredientes secos nivelados e sem nivelar com colher de sopa. Nivelados (g) Não nivelados (g) Farinha de trigo 2 15,60 Açúcar 6 16,76 Na tabela onde o medida utilizada foi a xícara de chá percebe-se pouca diferença entre as medições, sendo uma diferença de 2,92g para a farinha de trigo e 3,72 g para o açúcar. Já para a colher de sopa, a diferença é significativa entre as medições: 13,60g para a farinha de trigo e 10,76g para o açúcar. Esta diferença significativa nos traz à tona a importância da padronização das técnicas de pesagem e do treinamento para as pessoas manipuladoras, tendo em vista que uma alteração na quantidade de algum ingrediente pode modificar tanto sensorial como tecnicamente a receita. Neste mesmo experimento 2, também foram observadas as diferenças de pesagem entre os manipuladores conforme a tabela abaixo. Tabela 6. Diferença entre os manipuladores sem nivelar com colher de sopa (g). 1º 2º 3º 4º Média Farinha de trigo 10,50 8,87 13,40 11,76 11,13 Nos resultados da tabela, percebe-se que houve diferença significativa na pesagem entre osmanipuladores. Esta diferença também mostrou certa diferença na média em comparação à pesagem anterior (15,60g e 11,13g) números estes evidenciam que, para uma melhor pesagem é importância e inconteste o manipulador ser preciso e não haver mais de uma pessoa fazendo esta pesagem, tendo em vista as diferenças significativas encontradas no experimento (FERNANDES, 2016). A diferença nas pesagens entre os manipuladores já era esperada, pois não houve treinamento para cada medida e manipulação de utensílios e por cada pessoa tem um entendimento destes utensílios e medidas caseiras. Foram várias variações, que poderiam interferir no preparo de um cardápio, não tendo um resultado final esperado. Em uma UAN, isso seria um erro que causaria transtorno, pois a preparação poderia não sair da forma desejada, aumentado assim, o tempo de cocção, além de gastos desnecessários de ingredientes, aumento o valor de custo e final (BAUER, 2014). Outro fator observado é o valor nutricional, o qual em uma determinada alimentação que se espera um valor nutricional, com a diferença nas medidas, teria outro valor, interferindo nos fatores determinados para àquela preparação, sendo mais significativo e perigoso numa dieta específica de pacientes hospitalizados, por exemplo (RETAMOSO et al, 2009). Tabela 7 - Ingrediente líquido Produto Xícara de chá Colher de sopa Colher de sobremesa Colher de chá 1 2 3 M 1 2 3 M 1 2 3 M 1 2 3 M Leite (gramas) 0,164 0,161 0,164 0,164 0,008 0,008 0,008 0,008 0,005 0,005 0,005 0,005 0,002 0,002 0,003 0,002 Leite (mililitros) 170 170 175 170 7,5 7,5 7,5 7,5 7,5 7,5 7,5 7,5 5 5 5 5 Óleo (gramas) 0,150 0,144 0,154 0,149 0,008 0,008 0,008 0,008 0,004 0,005 0,004 0,004 0,002 0,002 0,002 0,002 Óleo (mililitros) 170 170 160 166 10 10 10 10 7 7 7 7 5 5 5 5 Tabela 8 - Ingrediente pastoso Produto Xícara de chá Colher de sopa Colher de sobremesa Colher de chá 1 2 3 M 1 2 3 M 1 2 3 M 1 2 3 M Margarina (gramas) 197,63 193,70 190,58 183,97 4,86 6,31 4,90 5,35 4,52 4,04 3,82 4,12 1,43 1,58 1,54 1,51 Doce de Leite (mililitros) 252,39 254,79 261,15 256,44 6,76 6,31 6,11 6,39 5,67 4,26 4,83 4,92 2,10 2,04 2,36 2,16 CONCLUSÃO Foi observado ao fim da aula prática a importância de se utilizar os utensílios de medidas de forma correta para a preparação de alimentos. Além disso, pôde-se notar como as medidas caseiras sofrem influência direta dependendo do manipulador. Essas mudanças podem ocorrer devido a prática, conhecimento da técnica, de como o alimento se acomoda no utensílio e do próprio utensílio utilizado. Portanto, é necessária uma técnica eficiente na mensuração dos ingredientes para que seja realizada uma preparação, pois isso vai influenciar nas quantidades que devem ser adquiridas além da qualidade do produto final. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BAUER, C. C. Proposta de Padronização de Medidas Caseiras para Coleta de Amostras em Serviços de Alimentação. Monografia. Universidade Federal do Rio Grande Do Sul – UFRGS, 2014. FERNANDES, M. Tabela de Medidas Caseiras e Índices dos Alimentos. Monografia. Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUI, 2016. PHILIPPI, S. T. Nutrição e Técnica Dietética. Barueri, SP. Ed. Manole, 2006. REMATOSO, V.; MESQUITA, M.; OLIVEIRA, V. R. Padronização de medidas Caseiras como instrumento facilitador para discentes e docentes do curso de nutrição. Ciências da Saúde, Santa Maria, v. 10, p. 127-136,20009.
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