Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
FACULDADE ATENAS ANA CAROLINE CORRÊA DE MELO FLÁVIO ALEXANDRE DOS SANTOS LAYLA RODRIGUES PAULA PIMENTEL THIAGO RIBEIRO LEI DE EXECUÇÃO PENAL Paracatu 2017 EXECUÇÃO DE MEDIDA DE SEGURANÇA A medida de segurança é um tratamento a que deve ser submetido o autor de um crime com o fim de curá-lo ou, no caso de tratar-se de portador de doença mental incurável, de torná-lo apto a conviver em sociedade sem voltar a delinquir (cometer crimes). A medida de segurança é aplicada àqueles criminosos que, devido a doenças mentais, não podem ser considerados responsáveis por seus atos, não devendo ser preso, e sim tratado. O tratamento desse autor de crime deverá ser feito em hospital de tratamento e custódia, e não havendo necessidade de internação, o tratamento será ambulatorial, onde o mesmo deverá se apresentar, durante o dia, em local próprio para o atendimento, dando-se assistência médica ao paciente. Na ausência de hospitais para o referido tratamento, o Código aduz que este deverá ser efetuado em outro estabelecimento adequado para tal fim, mas não em presídio, que está longe de ser local adequado para atender um doente mental. prazo mínimo de duração da medida de segurança, estabelecido pelo juiz, será de 1(um) a 3(três) anos (art. 97, §1º, do CP). Não há, no Código Penal, previsão de prazo máximo da medida de segurança, mas, por analogia ao preceito constitucional de que não haverá pena de caráter perpétuo no Brasil, e que o tempo de prisão não excederá o limite de 30 anos, (art. 75 do CP), é possível afirmar que a medida de segurança não pode ultrapassar 30 anos de duração. O condenado a uma pena não poderá cumprir, cumulativamente ou após cumprimento de pena, pelo mesmo crime, ao cumprimento de medida de segurança, tendo em vista que se o indivíduo foi condenado a cumprir uma pena, o mesmo é apto, mentalmente, não tendo que se falar em medida de segurança para este. Ressalvada a hipótese de que, se durante o cumprimento de pena o indivíduo vir a ter algum tipo de distúrbio mental que autorize a medida de segurança, nesse caso, o Juiz da execução pode substituir a pena por internação para o tratamento que se fizer necessário (art. 183 da LEP), mas, dada a recuperação do mesmo, ele deverá retornar ao presídio para cumprir o restante de sua pena, mas o período de internação é contado como tempo de cumprimento de pena, para efeitos legais. Findo o tempo de pena do indivíduo e o mesmo não houver, ainda, se recuperado, este deverá ser posto em liberdade, porque estará extinta sua punibilidade e o Estado não tem mais poderes para mantê-lo sob sua custódia. Se, ao cumprir integralmente a pena, for verificado que o preso possui doença mental e que poderá voltar a delinquir, este não poderá ser submetido a internação para tratamento, pois o Código Penal adotou um sistema alternativo segundo o qual aplica-se uma pena ou a medida de segurança, nunca as duas juntas. O Estado deve zelar para o correto cumprimento da pena, seja em medida de segurança, quer seja na pena. Para que fosse possível que o indivíduo, condenado a uma pena, passasse a cumprir tratamento por uma medida de segurança, a necessidade desse tratamento deverá ser manifestada antes do término de cumprimento da referida pena, devendo o juiz de conversão ser cientificado da necessidade do fato por laudo médico. O artigo 10 da LEP aduz que o Estado deverá fornecer tratamento adequado à estes indivíduos para sua cura ou recuperação mental, não garantida a cura por haverem doenças mentais incuráveis. O artigo 3º da LEP assegura aos presos (cumprindo pena) e aos internados Cumprindo medida de segurança) todos os direitos não atingidos pela sentença ou pela lei, tais como o direito a ser tratado dignamente, em local adequado e por profissionais competentes, o direito do mesmo de ser submetido a tratamento adequado que possa proporcionar sua cura e/ou recuperação e consequente retorno ao convívio social, o direito de ser submetido a uma perícia médica anual para que se possa verificar o fim de sua periculosidade, bem como o direito de ser defendido por um advogado de sua confiança ou por profissional nomeado pelo Juiz, na ausência de advogado particular (artigo 41 c/c. art. 42 e artigos 99, 100 e 101 da LEP). O próprio Juiz da execução penal é quem deverá determinar a desinternação condicional do interno, desde que verificada e comprovada por perícia médica a cessação de periculosidade do mesmo. EXECUÇÃO DE PENA RESTRITIVA DE DIREITOS A pena restritiva de direitos é uma sanção que substitui a pena privativa de liberdade que consiste na supressão, ou diminuição, dos direitos do condenado, como uma pena alternativa. Será aplicada nos crimes de menor responsabilidade, com penas mais brandas, sendo ligada diretamente ao princípio da proporcionalidade. As penas restritivas de direitos estão elencadas no artigo 43 do Código Penal, sendo elas a prestação pecuniária, a perda de bens e valores, a prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas, a interdição temporária de direitos e a limitação de fim de semana. São alguns os requisitos essenciais para que se possa aplicar esse tipo de pena alternativa, e os mesmos estão elencados no artigo 44 do Código Penal. Ela será aplicada quando a pena privativa de liberdade não for superior a 4(quatro) anos e o crime não for cometido com grave ameaça ou violência à pessoa, ou, se o crime for culposo, independente da pena; quando o réu não for reincidente em crime doloso; quando a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente. OBS: Nos crimes de extorsão (art. 158, CP) e roubo (art. 157, CP) não cabe a substituição da pena. Já quando se tratar de lesão corporal, normalmente, não vai para pena privativa de liberdade, pois é julgado pelo rito sumaríssimo. As penas restritivas de direitos terão a mesma duração da pena privativa de liberdade substituída (com exceção das penas de caráter patrimonial/pecuniário), ressalvados os casos em que a pena é inferior a 1(um) ano, onde será facultado ao condenado cumprir a pena em menor tempo (art. 55 Código Penal), nunca menor que a metade da pena privativa de liberdade fixada. (artigo 46, §4º). - Pena de Prestação Pecuniária (Artigo 45, §1º do CP): pagamento em dinheiro à vítima, a seus dependentes ou a entidade pública ou privada com destinação social, de importância fixada pelo juiz, não inferior a 1(um) salário mínimo nem superior a 360(trezentos e sessenta) salários mínimos. - Pena de Perda de Bens e Valores: consiste em retirar do agente o benefício que auferiu com o crime além de privá-lo da vantagem, diminuindo seu patrimônio e desestimulando a reiteração. Recai sobre bens (móveis e imóveis) e valores (dinheiro, ações, títulos...). - Pena de Prestação de serviços à comunidade: A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas, onde o condenado deverá trabalhar gratuitamente, de acordo com as suas aptidões. O trabalho terá a duração de 8 (oito) horas semanais e será realizado aos sábados, domingos e feriados, ou em dias úteis, de modo a não prejudicar a jornada normal de trabalho. - Interdição temporária de direitos (Artigo 47, CP): proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como de mandato eletivo; proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de habilitação especial, de licença ou autorizaçãodo poder público; suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo; proibição de frequentar determinados lugares; proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exame públicos. - Limitação de fim de semana: obrigação de permanecer, aos sábados e domingos, por 5 (cinco) horas diárias, em casa de albergado ou outro estabelecimento adequado. ANISTIA, GRAÇA E INDULTO - Anistia é o “esquecimento” de certas infrações penais, chamada de anistia especial se incidir sobre crimes políticos e de anistia comum se incidir sobre delitos comuns. Cabível em qualquer momento do processo, inclusive antes do mesmo, e depois da condenação, concedida pelo Congresso Nacional. Após concedida a anistia, não pode ser revogada. A Anistia pode ser PRÓPRIA, concedida antes da condenação; IMPRÓPRIA, concedida depois da condenação; GERAL ou PLENA, cita fatos e atinge todos os criminosos; PARCIAL ou RESTRITA, cita fatos, exigindo uma condição pessoal; INCONDICIONADA, quando a lei não determinar requisitos para sua concessão; ou CONDICIONADA, quando a lei determina quaisquer requisitos para sua concessão. - A graça é o perdão da pena de um condenado, e o motivo pode ter incidências diversas, como um ato humanitário, por exemplo. Para NUCCI (2003), a graça é uma clemência para a uma pessoa determinada, independente dos fatos criminosos. A LEP e a própria Constituição Federal não abordam mais o instituto da graça, falando tão somente da anistia e do indulto, fazendo com que a mesma passe a cair num processo de esquecimento. Parte da doutrina entende que a graça não mais subsiste no direito brasileiro, pois teria sido absorvida pela figura do indulto individual. Segundo DINIZ (1998), a graça é um perdão concedido pelo presidente da república por um crime comum ou uma contravenção, extinguindo ou diminuindo a pena imposta. - Indulto também é uma forma de perdão da pena concedido pelo Presidente da República, mas destinado aos sentenciados que cumprem pena privativa de liberdade, dentro dos casos elencados no Decreto Presidencial, dentre elas, o alcance de determinado lapso temporal e comportamento carcerário satisfatório. REFERÊNCIAS DINIZ, Maria Helena. Dicionário Jurídico, v. 1. Saraiva. 1998 NUCCI, Guilherme de Souza. Código Penal Comentado. Revista dos Tribunais. 2003. Centro de Estudos – disponível em: http://www.pge.sp.gov.br/centrodeestudos/bibliotecavirtual/presos/parte910.htm acesso em: 05/12/2017 Premissa Venia – disponível em: https://permissavenia.wordpress.com/2010/01/06/anistia-graca-e-indulto/ acesso em: 05/12/2017 Tudo Direito – disponível em: https://tudodireito.wordpress.com/2013/07/10/penas-restritivas-de-direito-3/ acesso em: 05/12/2017
Compartilhar