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RAISER Ortopedia

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Prévia do material em texto

Ortopedia – Parte I 
INSTRUÇÕES 
 
1. Os arquivos estão em extensão pdf; 
2. Os filmes não estão lincados ao texto; possuem apenas 
chamada conforme o título; 
3. Eles rodam no Windows Media Player; 
4. Se os filmes não rodarem instale o CODECMPEG4 cujo 
arquivo está em anexo. 
 
1.1- Estrutura óssea 
 
cortical: porção óssea compacta que envolve o osso e possui 
maior espessura na região diafisária média tornando-se mais delgada 
na metáfise e epífise; 
medular: a cavidade medular compõe a porção central 
especialmente dos ossos longos; 
esponjosa: porção menos densa que predomina nas áreas 
metafisãrias e epifisária. 
1.2 - Zonas anatômicas 
epifisária: região que compreende 
as extremidades articulares, onde está a 
placa de crescimento (Figura 1.1 - a); 
metafisária: porção de transição 
entre a epífise e a diáfise (Figura 1.1 - 
b); 
diafisária: é a hste de um osso 
longo, ou seja, sua porção central (Figura 
1.1 - c). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Verificar na figura 1.1 que devido a conformação variável do 
canal medular, pinos muito rígidos podem não ser 
adequadamente acomodados e precisam ser exteriorizados pela 
região metafisária. 
 
 
Figura 1.1 – Estrutura 
óssea e zonas 
anatômicas em pequenos 
animais (modificado de 
Lewis, 2000) 
1c 
1a 
1a 
1b 
1b 
Dr Alceu Gaspar Raiser 
 2 
1.3 – Vascularização (Figura 1.2) 
1.3.1 Sistema aferente: artérias que nutrem o osso por via 
periosteal nas inserções musculares e pela artéria nutrícia; 
1.3.2 Sistema eferente: veias que drenam o sangue trazido ao 
osso, por via periosteal e pela atividade hematopoiética da 
cavidade medular; 
1.3.3 Sistema intermediário: no osso compacto, formado 
pelos sistemas de Havers e Volkmann. 
 
 
 
No animal jovem a vascularização metafiseal e fiseal são 
independentes (Figura 1.2a) ao contrário do adulto (Figura 
1.2b). Em pacientes com fratura epifisária, o comprometimento 
da vascularização no segmento distal pode levar a 
desvitalização ao contrário do que ocorre no adulto. Nos jovens, 
portanto, há que se tomar maior cuidado na redução e 
imobilização de fraturas que envolvam a placa epifisária, 
responsável pelo crescimento ósseo. 
 
1.4 – Causas de fraturas 
1.4.1 - Origem externa 
•Ação direta: a solução de continuidade ocorre no local do 
impacto. 
Figura 1.2 – Vascularização óssea no 
animal jovem e adulto. 
1 – artéria nutricia 
2 – vascularização periosteal 
3 – vascularização metafisária 
4 – vascularização epifisária 
(Archibald, 1974) 
a 
b 
c 
Ortopedia, traumatologia e reabilitação 
 
 3 
•Ação indireta (fraturas por avulsão): a solução de 
continuidade ocorre na inserção de um ou mais tendões (fratura 
de tuberosidade tibial ou de trocanter maior). 
1.4.2 - Patologia óssea 
•neoplasia 
•hiperparatireoidismo 
1.4.3 - Fadiga 
•trauma repetido em uma mesma região do membro. 
 
1.5 - Classificação das fraturas 
1.5.1 - Relação com tecidos moles 
•fechada ou simples: sem exposição do osso (Figura 
1.3a); 
•aberta ou composta: exposição da extremidade 
fraturada com perfuração (Figura 1.3b) de dentro para fora 
(grau I), de fora para dentro (grau II) ou fratura exposta com 
cominução e extensa lesão de tecidos moles (grau III). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.5.2 - Extensão da lesão 
•incompleta: a solução de continuidade ocorre em apenas 
um lado da superfície periostal (Figura 1.4a) e é também 
denominada fratura em talo verde; 
•completa: ocorre efetiva separação em dois ou mais 
fragmentos (Figura 1.4b); 
•fissura: fendas que se estendem ao longo da cortical e 
que, principalmente em animais jovens mantém o periósteo 
intacto (Figura 1.4c). 
Figura 1.3 – Fratura simples ou 
fechada (A) e exposta ou aberta 
(B). 
Dr Alceu Gaspar Raiser 
 4 
 
 
 
1.5.3 - Disposição da linha 
•oblíqua: a linha se apresenta em ângulo superior a 30 
graus em relação ao eixo longitudinal do osso (Figura 1.5a); 
•espiral: a linha se apresenta obliquada e circula ao 
redor do osso (Figura 1.5b); 
•múltipla ou segmentária: presença de duas ou mais 
linhas independentes (Figura 1.5.c); 
•transversa: a linha é perpendicular ou em ângulo 
inferior a 90 graus em relação ao eixo ósseo (Figura 1.5d). 
•cominutiva: possui linhas convergentes ou em comum 
entre os segmentos fraturados (Figura 1.8); 
•epifisária, diafisária, metafisária: a linha está localizada 
respectivamente na porção mediana do eixo ósseo, na transição 
da diáfise e epífise e na região epifisária; 
•condílea, intercondílea: a linha envolve a separação de 
um côndilo ou localiza-se entre ambos. 
 
 
 
a b c d 
Figura 1.5 – Fraturas conforme a disposição 
da linha: 
a – obliqua; b – espiral; c – múltipla; d – 
transversa. (Modificado de 
Figura 1.4 – Classificação das fraturas conforme a 
extensão da lesão: fissura (a), fratura em talo verde (b), 
fratura completa (c). (Modificado de Piermatei & Flo, 1999) 
a 
b 
c 
Ortopedia, traumatologia e reabilitação 
 
 5 
Classificação de Salter-Harris para fraturas epifisárias 
(Figura 1.6): 
tipo I = separação na linha epifisária da porção distal; 
tipo II = separação de um segmento epifisário; 
tipo III = separa na linha epifisária mantendo um segmento 
metafisário; 
tipo IV = separação de um segmento metafisário-epifisário; 
tipo V = lesão na placa epifisária por compressão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.5.4 - Deslocamento ósseo 
•impactada 
•por compressão 
•por avulsão (calcâneo, tuberosidade tibial) 
•afundamento (ossos planos -crânio) 
1.5.5 – Estabilidade 
•estável (transversa) 
•instável (obliqua) 
•estabilidade intermediária 
 
No diagnóstico de uma fratura deve-se utilizar ao menos 3 a 
4 itens de classificação (Figuras 1.7 e 1.8). Por exemplo: 
fratura simples, completa, oblíqua da diáfise femural. 
 
 
 
 
 
 
Figura 1.6 – Classificação das fraturas epifisárias. 
Figura 1.7 - Fratura fechada, completa, 
obliqua, instável de diáfise tibial em 
cão. 
Dr Alceu Gaspar Raiser 
 6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.6.1 - Exame ortopédico 
• histórico 
• raça, idade, sexo 
• proprietário (finanças) 
• causa (traumática ou espontânea) 
• postura (decúbito, claudicação) 
• evolução cronológica 
• Exame físico 
• à distância (apresentação) 
• em marcha (claudicação, defeito de apoio) 
• palpação (sensibilidade - anestesia) 
• estação 
• decúbito 
1.6.2- Sinais primários 
•dor 
•mobilidade anormal 
•deformidade 
•crepitação 
•comprometimento da função 
•Ingurgitação e edema 
variável 
a partir de 12h 
diferenciar de hematoma 
1.6.3 - Avaliar tecidos moles 
•músculos: freqüentemente há laceração ou contusão; 
•tendões e ligamentos: podem sofrer ruptura; 
•vasos e nervos: a ruptura de grande vaso Não é comum, 
mas já houve ruptura da artéria femural; em cães é comum a 
neuropraxia ou neurotmese do radial superficial (Figura 1.9) 
•pele e anexos: feridas laceradas ou punctórias; 
•vísceras: ruptura de uretra em fratura de pelve; 
•articulações: fraturas intrarticulares (condílea, maleolar). 
 
Figura 1.8 - Fratura fechada, completa, 
cominutiva, de diáfise e metáfise do 
úmero de cão. 
Ortopedia, traumatologia e reabilitação 
 
 7 
 
Fraturas no 1/3 distal do úmero podem causar lesão do 
nervo radial superficial e comprometer a propriocepção. 
Fraturas subtrocantéricas do fêmur podem lesionar o nervo 
radial e comprometer o apoio no membro posterior, que 
também perde a propriocepção. 
 
1.6.4 - Avaliação radiográfica (Figura 1.10) 
•sedação ou anestesia: para adequado posicionamento; 
•terapia emergencial: estabilizar previamente pacientes 
com problemas respiratório ou cardiovascular;•exame prévio: definir por exame clínico prévio o local em 
que vai se obter a imagem; 
•dupla exposição: fundamental para identificar esquírolas 
e fissuras. 
 
O diagnóstico por imagem nunca é urgência. O paciente deve 
ser estabilizado, se necessário, antes de ser encaminhado para 
este tipo de exame, sob risco de sofrer óbito durante 
manipulação para obter a imagem. 
. 
 
 
Figura 1.9 – Esquema 
representativo do trajeto do 
nervo radial (a) e cão com 
neuropatia do radial (b) 
Dr Alceu Gaspar Raiser 
 8 
 
 
 
Na obtenção da imagem de uma fratura deve-se incluir na 
película radiográfica as articulações adjacentes e obter duas ou 
mais exposição - ao menos lateral e antero-posterior. 
 
 
1.6.5 - Apoio diagnóstico 
• artroscopia 
• mielografia 
• ultra-sonografia diagnóstica 
• tomografia computadorizada 
• imagem por ressonância magnética 
1.6.6 – Artrocentese e artrotomia exploratória 
• artrocentese: está indicada como apoio diagnóstico nas 
patologias articulares em que se colhe sinóvia para avaliação de 
sua característica (Figura 1.11); 
• artrotomia exploratória: a exploração cirúrgica estará 
indicada sempre que os demais métodos de avaliação não 
tenham sido eficientes ou que se requeira exploração adicional. 
 
Figura 1.10 – As imagens devem ter 
definição, e ser obtidas em ao menos 
duas exposições para permitir 
adequada avaliação e diagnóstico. 
Nas imagens da pelve é fundamental 
esvaziar a ampola retal para 
visibilizar especialmente o púbis e 
coluna. 
Ortopedia, traumatologia e reabilitação 
 
 9 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.7 – Cicatrização da fraturas 
De um modo geral os eventos têm a seguinte seqüência: 
1.7.1 - Formação do calo 
•Hematoma 
•Morte celular na linha de fratura 
•Precipitação de fibrina 
•Migração de fibroblastos 
1.7.2 - Vascularização do calo 
•Invasão neocapilar 
•Tecido de granulação 
•Hiperemia - osteólise 
•Interstício rico em sais 
•Meio com pH ácido 
1.7.3 - Ossificação do calo 
•Multiplicação e diferenciação 
osteoblasto – O2 + tensão = fibrose (não–união) 
osteoblasto - O2 + compactação = cartilagem 
(pseudoartrose) 
osteoblasto + O2 + compactação = osso 
•Síntese de substância básica 
•Entrelaçamento de trabéculas 
•União por tecido esponjoso 
1.7.4 - Remodelação do calo 
•Inicia após mineralização 
•Reduz tamanho do calo 
Figura 1.11 – Pontos referenciais de artrocentese no cão (Piermattei 
& Flo, 1999). 
Dr Alceu Gaspar Raiser 
 10 
•Formação de osso maduro 
•Orientação estrutural 
•Remodelação canais de Havers 
•Reabsorção osteoclástica - 100mg/dia 
•Proliferação osteóide - 1mg/dia 
•Reconstrução cortical 
•Formação óssea 
•pH alcalino e carga negativa. 
 
Para uma adequada cicatrização do osso é fundamental a 
redução da fratura, manter o alinhamento ósseo e obter 
imobilização por tempo suficiente (30 dias em animais jovens e 
45 a 60 dias em adultos. Com placas de compressão podem ser 
necessários vários meses). 
 
 Os eventos descritos acima ocorrem com maior ou menor 
exuberância se a cicatrização ocorrer por união óssea indireta 
(formação de calo cicatricial) ou por união óssea direta (sem 
formação de calo). 
 Na união óssea indireta a estabilidade dos fragmentos não é 
absoluta, pois há micromovimentos e resulta da imobilização por 
métodos externos (tala, calha, muleta, gesso), fixadores externos 
(Kirschner, Ehmer-Kirschner), placas de apoio ou pino intramedular. 
 Na união óssea indireta não há reabsorção óssea e ocorre 
remodelamento interno dos sistemas de Havers. Nesse caso, o calo é 
microscópico ou ausente e ocorre quando a fratura for imobilizada 
com placas de compressão. 
 Histologicamente, a cicatrização óssea pode ocorrer por 
ossificação endocondral a partir de pequenos fragmentos de 
cartilagem que aí se formam e por ossificação intramembranosa que 
tem lugar no interior de membranas conjuntivas em que fibroblastos 
se diferenciam em osteoblastos. 
 
A cicatrização óssea, a semelhança dos tecidos moles, requer 
adequado nível de proteínas para síntese de novo osso. Assim, 
uma alimentação balanceada com nível protéico apropriado é 
suficiente, na fase de cicatrização. A suplementação mineral, ou 
o uso de complexos vitamínicos estão indicados apenas nos 
pacientes com problemas de mineralização óssea. 
 
1.8.1 – Emergencial (Filme1.1) 
1.8.1.1 - Medidas gerais 
• ventilação adequada: verificar a condição 
respiratória, fazendo higienização e desobstrução das vias 
aéreas superiores. Animais hipoxêmicos ou inconscientes, 
intubar e ventilar com oxigênio; 
Ortopedia, traumatologia e reabilitação 
 
 11 
• controle de hemorragia: fraturas de fêmur e 
úmero podem lesionar grandes vasos e formar 
hematomas importantes. Verificar lesões internas como 
hemotórax ou hemoperitônio que podem ocorrer em 
animais atropelados ou mordidos. Nas hemorragias 
externas, a maioria delas é controlada por compressão de 
5 a 7 minutos; 
• terapia ao choque: expandir a volemia e 
reidratar: iniciar fulidoterapia com solução de Ringer 
lactato na dose de 90ml/kg para o cão e 60ml/kg para o 
gato. Se houver hemodiluição, associar sangue (20ml/kg 
para o cão, 10ml/kg para o gato) ou um expansor de alto 
peso molecular como o hidroxietilamido (cão: 10-
20ml/kg; gato: 5ml/kg); 
• prevenir infecção: higienizar as feridas 
cutâneas mediante tricotomia, desbridamento e uso de 
anti-sépticos locais. Esses ferimentos são submetidos a 
procedimentos de enfermagem inicialmente e podem ter a 
correção cirúrgica antes ou no momento da reparação da 
fratura. 
1.8.1.2 - Imobilização temporária (Figura 1.12) 
A imobilização temporária de uma fratura visa a 
evitar que ela se torne exposta ou que ocorra lesão de 
tecidos moles, especialmente vasos, nervos e tendões. 
Estão indicadas: 
Muleta de Thomas modificada 
•tíbia 
•rádio-ulna 
•Canaleta ou tala 
•carpo e metacarpo 
•tarso e metatarso•Robert Jones 
•todas incluindo fêmur e úmero 
 
 
Dr Alceu Gaspar Raiser 
 12 
1.8.1.3 – Prevenir ou tratar o edema 
A prevenção ou tratamento do edema favorece 
a redução e imobilização das fraturas, seja por osteossíntese, 
seja por imobilização externa. 
• AntiinflamatórioRobert Jones 
Este tipo de bandagem é feita com, pelo 
menos 500g de algodão ortopédico que pode 
ser sobreposto em diferentes camadas presas 
por atadura elástica (crepom ou Vetrap®). 
(Filme1.2) 
 
1.8.1.4 - Analgesia 
Nos pacientes de traumatismo é essencial que 
se use fármaco opióide ou derivado para que se 
obtenha adequada analgesia. Nos pacientes com 
problema respiratório deve-se ficar atento, pois esses 
fármacos podem causar depressão respiratória. 
• Protocolo 1 
Acepromazina 
Acepran (0,05mg/kg) 
Sulfato de morfina 
Dimorf (0,5 – 1,0mg/kg) 
Associar Atropina e evitar em animais 
que tenham instabilidade cardiovascular devido ao 
efeito vasodilatador dos fenotiazínicos. 
• Protocolo 2 
Midazolan 
Dormire (0,1mg/kg) 
Butorfanol 
Turbogesic (0,4mg/kg) 
IM na mesma seringa 
• Protocolo 3 
Tramal 
Tramadol (1-2mg/kg, IM, SC) 
Figura 1.12 – a) tala plástica ; b) tala de alumínio; c) Muleta de Thomas modificada. 
a 
c 
b 
Ortopedia, traumatologia e reabilitação 
 
 13 
1.8.2 – Redução 
Requisitos 
•Obter imobilização precisa e estável 
•Manipulação efetiva para conseguir a redução 
•Preservar suprimento sangüíneo 
Tipos 
• Fechada 
É o método ideal 
o Indicações 
•fraturas recentes e estáveis 
•animais de pequeno porte 
o Métodos 
•manipulação 
•angulação 
•tração e contração (Figura 1.13) 
extensor de Gordon 
manual 
tração esquelética 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Aberta 
Quando se estabilizar a fratura com 
osteossíntese ou não se consigaa redução pelo método 
fechado. 
o Indicações 
•fratura com espasmo muscular 
•fratura intracapsular 
•união retardada e não-união 
•corrigir mau alinhamento 
•remover seqüestro ou implante 
•para osteosíntese 
o Princípios gerais 
•Técnica atraumática 
assepsia rigorosa 
hemostasia cuidadosa 
divulsão nas separações anatômicas 
Figura 1.13 – Tração para redução de 
fraturas. À direita extensor de Gordon 
(Piermatei & Flo, 1999). 
Dr Alceu Gaspar Raiser 
 14 
miotomia (se necessária) na origem ou 
inserção preferir aspiração ao uso 
de compressas 
preservar vasos e nervos 
proporcionar drenagem adequada da 
ferida de abordagem 
o Vantagens 
•redução mais acurada 
•rígida fixação 
•previne lesão de nervo ou vaso 
•menor envolvimento com paciente 
o Desvantagens 
•risco de infecção 
•interfere com a cicatrização 
•descola inserções e periósteo 
o Métodos 
•alavanca 
•força direta 
em um fragmento 
em ambos os fragmentos (Figura 1.14) 
•combinada 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.8.3 - Imobilização externa 
1.8.3.1 - Princípios 
•definir o objetivo 
•selecionar o agente imobilizador 
•considerar idade, raça, atividade 
•avaliar temperamento 
cão 
proprietário 
•manter no período necessário 
Figura 1.14 – Redução de fratura mediante angulação dos 
segmentos proximal e distal. 
Ortopedia, traumatologia e reabilitação 
 
 15 
controle radiográfico 
avaliar complicações 
1.8.3.2 - sinais clínicos de consolidação 
•ausência de dor ou movimento 
•restauração da função 
•palpação de calo externo 
1.8.3.3 - sinais radiográficos de consolidação (Figura 
1.15) 
•ausência de linha de fratura 
•canal medular indistinguível 
•calo opaco e densidade homogênea 
•calo externo envolvendo a fratura 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.8.3.4 - monitoração periódica – detectar: 
•afrouxamento 
•irritação ou ferida 
•edema (Figura 1.16) 
•dermatite 
•rigidez articular 
Figura 1.15 – Imagem radiográfica logo depois da redução da fratura, 
aos 45 e 60 dias após. 
Dr Alceu Gaspar Raiser 
 16 
 
1.8.3.5 - adaptação apropriada 
o conforme o tipo de fratura 
• distal ao joelho e cotovelo 
• transversa e oblíqua curta 
• um de ossos pares 
• em talo verdeanestesiar 
o imobilizar articulações adjacentes 
o evitar compressão excessiva 
• acolchoamento 
• higienização 
• tosa 
 
1.8.3.6 - Métodos 
1.8.3.6.1 - Muleta de Thomas (Figura 1.17) 
Indicações 
•imobilização temporária/definitiva 
•método auxiliar 
•cirurgia articular 
•lesão tendínea 
•exceto fêmur, úmero proximal e 
falanges 
Material 
•fio de alumínio (1/8”, 3/16”, 3/8”) 
•algodão ortopédico 
•fita adesiva 
•alicate 
•torno 
Cuidados 
•manter aparelho limpo e seco 
Figura 1.16 – Bandagem mal adaptada em que 
a atadura elástica esta causando compressão 
com edema distal. 
Ortopedia, traumatologia e reabilitação 
 
 17 
•polvilhar diariamente o anel 
proximal 
•detectar edema ou dor 
•Revisar a cada 7-10 dias 
•Detectar complicações (Figuras 1.18 
e 1.19) 
 
Muletas devem ser confeccionadas sob medida e de forma 
que acompanhem a anatomia de um membro sadio e devem 
manter a fratura reduzida sem estressar o membro e/ou o 
animal. Das muletas adquiridas prontas, nem todas 
permitem adequada antagonização das forças de distração 
ou sobreposição. 
 
 
 
 
 
 
Complicações 
• Mal-união (Figura 1.18) 
• Mau alinhamento (Figura 1.19) 
• Não união 
• Ulceração ou dermatite 
• Afrouxamento. 
 
 
 
Figura 1.17 – Seqüência da 
confecção de uma Muleta de 
Thomas modificada para cão. 
Dr Alceu Gaspar Raiser 
 18 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.8.3.6.2 – Talas e canaletas 
Indicações 
•fratura exposta 
•fratura simples de osso longo 
•fratura cominutiva grave 
•fixação auxiliar 
Tipos 
•alumínio, metal, acrílico (Figura 
1.20) 
•madeira, pvc 
Figura 1.19 – A muleta mantém o alinhamento 
mediano, mas falha no alinhamento do desvio 
caudal. Seta indica o ponto de tração cranial 
necessário. 
Figura 1.15a - Método inadequado para imobilizar fratura distal de fêmur. A fratura não 
foi reduzida e o anel proximal interfere com a posição do segmento proximal em relação 
ao distal. O resultado é uma má união 
Ortopedia, traumatologia e reabilitação 
 
 19 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cuidados (Filme1.3) (Figura 1.21) 
•tricotomia para pelo longo 
•lavar e desengordurar o membro 
•imobilizar articulações adjacentes 
•pressão homogênea 
•mantê-las limpas e secas 
•observar pele adjacente 
•revisar semanalmente 
Sinais de complicação 
•dor, tumefação, edema 
•irritação local, dormência 
•depressão, perda de apetite 
•hipertermia 
•mastigação do molde 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.8.3.6.3 - Gesso sintético 
Indicações 
•fraturas estáveis 
abaixo do cotovelo (Figura 1.22) 
Figura 1.20 – Tipos de canaletas de acrílico. 
Figura 1.21 – Adapta de tala de alumínio em fratura de rdio-ulna com 
imobiliza das articula adjacentes. O esparadrapo ou a atadura elstica não 
devem ultrapassar a margem de acolchoamento com algodo ortopdico. 
Dr Alceu Gaspar Raiser 
 20 
abaixo do joelho 
Vantagens 
•fácil de aplicar 
•fácil de estocar 
•molde em flexão ou extensão 
•facilita movimentação 
•rígido e leve 
Desvantagens 
•requer anestesia 
•restrição para fêmur e úmero 
•complicação vascular 
•impede tratamento de ferimentos 
•impede drenagem de exsudatos 
Cuidados (Filme1.4) 
•tosar pelo longo 
•higienizar a área 
•acolchoar adequadamente 
•revisar a cada 10 dias 
 
 
1.8.3.6.4 - Bandagem de Ehmer 
Indicações 
•imobilização coxo-femoral (Figura 
1.23) 
•evitar sobrecarga articular 
•evitar apoio do membro posterior 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.8.3.6.5 - Bandagem de Velpeau 
Indicações 
•imobilização da escápula 
•evitar sobrecarga articular 
•evitar apoio do membro anterior 
(Figura 1.24) 
 
 
 
Figura 1.22 – Gesso 
sintético em fratura de 
rádio-ulna em cão. 
Figura 1.23 – Bandagem de Ehmer em Pastor alemão com redução de luxação coxofemoral. 
Ortopedia, traumatologia e reabilitação 
 
 21 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.9 - Fratura exposta 
1.9.1 Classificação 
•Grau I = perfuração de dentro para fora (Figura 1.25) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
•Grau II = perfuração de fora para dentro (Figura 1.26) 
 
Figura 1.24 – Collie com bandagem de Velpeau para imobilizar 
o cotovelo. 
Figura 1.25 – Fratura completa, diafisária, 
exposta de tíbia, em um cão atropelado por 
automóvel. 
Dr Alceu Gaspar Raiser 
 22 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
•Grau III = fratura cominutiva e lesão de tecidos moles 
(Figura 1.27) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.9.2 Conduta 
1.9.2.1 Fratura contaminada (6-8h de evolução) 
� Pré-requisito 
•redução e imobilização 
•proteger osso com tecidos moles 
� Objetivo 
•transformar ferida suja em limpa (Figura 1.28) 
� Desbridamento 
•tricotomia – proteger ferida 
Figura 1.26 – Fratura completa diafisária, exposta, de úmero 
em ferimento por arma de fogo em um cão Collie. 
Figura 1.27 – Fratura completa, metafisária, com 
exposição e extensa laceração de tecidos moles. 
Ortopedia, traumatologia e reabilitação 
 
 23 
•membro em tração•higienizar a ferida 
•anestesia geral 
•remover tecidos desvitalizados 
•irrigação exaustiva 
 
 
� Redução e imobilização 
•definir o método 
osteossíntese 
Ehmer-Kirschner 
muleta de Thomas 
•antibiótico profilático 
•fechar a ferida e espaço morto� Contra-indicações para fechamento 
•evolução > 8-10h 
•edema severo 
•extensa necrose de pele 
•impossibilidade de desbridamento 
 
1.9.2.2 Fratura infectada (> 8h de evolução) 
• infecção 
local 
osteomielite (Figura 1.29) 
septicemia 
• retardamento na cicatrização 
• proliferação fibrosa 
Figura 1.28 – Fratura exposta contaminada de tíbia (evolução de 5h) em que foi 
efetuada higienização, abordagem, desbridamento, redução e estabilização pelo 
método Ehmer-Kirschner. 
Dr Alceu Gaspar Raiser 
 24 
 
 
• Fontes (Figura 1.30) 
� externa (1) 
� hematoma (2) 
� trato da fratura (3) 
� pelo implante (4) 
� cortical 
face interna (5) 
face externa (6) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Estruturas envolvidas 
� canais de Havers 
� canais de Volkmann 
� cavidade medular 
� periósteo 
• Rotas 
� direta 
fratura exposta 
cirurgia contaminada 
ferida punctória 
� hematógena 
� extensão de foco adjacente 
Figura 1.29 – Fratura exposta com duas 
semanas de evolução, considerada 
infectada. 
Figura 1.30 – Principais rotas 
de infecção para ossos longos. 
Ortopedia, traumatologia e reabilitação 
 
 25 
• Sinais clínicos 
� dor 
� edema não compressivo 
� febre discreta e persistente 
� elevação no leucograma 
� Forma aguda 
evolução curta 
infiltração leucocítica local 
fagocitose de agentes infectantes 
liberação de enzimas proteolíticas 
dor, calor, edema 
desuso do membro 
sinais sistêmicos (eventuais) 
� Forma crônica (Figura 1.32) 
necrose óssea isquêmica 
seqüestro, forma invólucro 
forma sinus 
fibrose e infiltração leucocítica discreta. 
 
• Sinais radiográficos 
� Forma aguda (Figura 1.31) 
não há evidência radiográfica de alteração 
óssea. 
buscar imagem indicativa da presença de 
gás (área radioluscente) nos tecidos moles. 
 
 
 
� Forma crônica (Figura 1.32) 
proliferação periosteal 
lise focal e esclerose 
seqüestro e invólucro 
união retardada ou não união 
Figura 1.31 – Fratura completa diafisária, 
fechada de fêmur com infecção via 
hematógena. Observar áreas de 
radioluscencia indicativas da presença de 
gás. 
Dr Alceu Gaspar Raiser 
 26 
alterações hipertróficas 
 
 
 
• Apoio laboratorial 
� hemograma 
leucocitose 
neutrofilia 
desvio a esquerda 
� bacteriológico 
� antibiograma 
◊ agentes infectantes 
Staphylococcus ββββ-lactamase (50%) 
Staphylococcus spp 
Streptococcus spp 
Escherichia coli 
Pseudomonas aeruginosa 
Klebsiella spp 
Pasteurella spp 
Proteus spp 
Nocardia spp 
Bacterioides* 
Fusobacterium* 
Actinomyces* 
Clostridium* 
Peptostreptococcus spp* 
* anaeróbios. 
• Profilaxia 
� cirurgia asséptica 
maior índice de infecção é por 
contaminação nosocomial 
� antibiótico profilático 
cefalotina ou cefalexina (intravenosa) 
repetir a cada 90 minutos 
Figura 1.32 – Osteomielite crônica em cão com 
fratura diafisária de tíbia ocorrida há 25 dias 
com imobilização inadequada. Observar áreas 
de oosteólise (radioluscentes) e neoproliferação 
(especialmente periosteal). 
Ortopedia, traumatologia e reabilitação 
 
 27 
• Terapia 
� forma aguda 
◊ sem supuração 
♦ antibiótico sistêmico 
antibiograma ou 
fármaco de amplo espectro 
cefalexina 
ceftriaxona 
metronidazole (anaeróbios) 
♦ imobilização rígida da fratura 
◊ com supuração 
♦ antibioticoterapia sistêmica 
drenar e imobilizar (Figura 1.33) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
� Forma crônica 
◊ Desbridamento 
limpeza e curetagem 
irrigação abundante 
4-6 litros – 1o dia 
2-3 litros – nos demais 
imobilização temporária (método 
externo) 
curetar osso necrótico 
excisar sinus e tratos 
remover seqüestros 
remover implante frouxo (Filme1.5) 
enxerto de osso esponjoso (após 
controle da infecção) 
manter dreno (Figura 1.34) 
antibioticoterapia 
cefalosporinas na infecção óssea 
Figura 1.33 – Drenagem da infecção 
mostrada na figura 4.5 em cão da raça 
Collie, atropelado há 3 dias e com fratura 
completa diafisária, fechada de fêmur. 
Devido a dificuldade de imobilização 
externa nessa área, o cão foi mantido 
confinado até o controle da infecção com 
posterior osteossíntese. 
Dr Alceu Gaspar Raiser 
 28 
Figura 1.34 – Drenagem de osteomielite crônica. 
As áreas radioluscentes correspondem a pontos 
de curetagem e de remoção de osso necrótico. 
Observar a presença de drenos tubulares que 
passam pelo canal medular. 
Cefalexina: 30mg/kg, bid 
Cefalotina: 35mg/kg, tid 
Ceftriaxona: 30mg/kg, dia 
imobilização definitiva 
sem sinais de infecçãopreferir placa 
a pino 
proteger suprimento vascular 
evitar sutura sob tensão 
cobrir tendão, nervo e vaso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referências adicionais 
PIERMATTEI, D.L., FLO, G.L. Manual de ortopedia e tratamento das 
fraturas dos pequenos animais. 3.ed. São Paulo: Manole, 1999. 694p. 
KEALY, J.K.; MCALLISTER, H. Radiologia e ultra-sonografia do cão e do gato. 
São paulo: Manole, 2005. 436p. 
NEWTON, C.D., NUNAMAKER, D.M. Textbook of small animal 
orthopaedics. Philadelphia: Lippincott, 1985. 1140 p. Disponível na Internet: 
http://www.ivis.org/special_books/ortho/toc.asp 
PIERMATTEI, D.L., JOHNSON, K.A.. An atlas of surgical approaches to the 
bonés and joints of the dog and cat. 4.ed. Philadelphia:Saunders, 2004. 
400 p. 
RABELO, R.C.; CROWE Jr, D.T. Fundamentos de terapia intensiva 
veterinária em pequenos animais. Condutas no paciente crítico. Rio de 
janeiro: L.F. Livros, 2005. 772p. 
SLATTER, D.H. Textbook of small animal surgery. 3. ed. Philadelphia: 
Saunders, 2003. 2 v. 
ZASLOW, I.M. Veterinary Trauma and critical care. Philadelphia: Lea & 
febiger, 1984. 584 p. 
Ortopedia, traumatologia e reabilitação 
 
 29

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