Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
4/4/2014 1 Estrutura e Função dos Lipídios Profa. Dra. Daniela L. Ambrósio Lipídeos - lipídeos, juntamente com os CH e proteínas, formam um grupo importante e frequentemente encontrado nos alimentos (vegetais e animais) - Principal fonte de energia no homem: fornecem em peso, 2,3X mais calorias que os CH e proteinas - São compostos por C, H e O e algumas classes por P, N e S - Derivados de ácidos graxos - Insolubilidade em água, solubilidade em solventes organicos (extração) 4/4/2014 2 - Gorduras e óleos: armazenamento de energia em vários organismos - Fosfolipídeos e esteróis: elementos estruturais de membranas biológicas - Outros lipídeos: • cofatores enzimáticos • transportadores de elétrons • pigmentos que absorvem luz • âncoras hidrofóbicas para proteínas • chaperonas no dobramento de proteínas de membranas celulares • agentes emulsificantes no trato digestivo • hormônios e mensageiros intracelulares Ácidos Graxos - ácido monocarboxilico alifático (ác. carboxilico com cadeia hidrocarbonada (4 a 36C) - ácidos graxos livres ocorrem em quantidades pequenas em óleos e gorduras, maior parte na construção de moléculas 4/4/2014 3 - Com algumas exceções, todos os AG encontrados na natureza possuem alto PM (mais que 12 C) e em geral de cadeia linear Ácidos Graxos Saturados - Ausência de lig dupla - Geralmente sólidos a temperatura ambiente - Os principais são ác. láurico (12C), ác. palmítico (16C) e ác. esteárico (18C) - Presentes em gorduras de origem animal, gema de ovo Ácidos Graxos Insaturados - Presença de 1 lig dupla (mono) ou mais lig duplas (poli) - Geralmente líquidos a temperatura ambiente - óleos de origem vegetal são ricos em AG insaturados - Os principais são ác. olêico (18C, 1 ins), ác. linolêico (18C, 2 ins) e ác. linolênico (18C, 3 ins) - Nao são facilmente sintetizados por tecidos animais, devem ser ingeridos 4/4/2014 4 Nomenclatura dos Ácidos Graxos - Substituição do sufixo O do HC com o mesmo número de C, pelo sufixo ÓICO - Numeração dos C inicia no grupo carboxílico - Substituições e insaturações sao indicadas pelo numero do C onde ocorre - Por convenção, utiliza-se o número equivalente aos C e lig duplas. Números sobrescritos ao Δ indicam a localização da lig dupla. (18:2) Δ9,12 4/4/2014 5 - Uma nomenclatura alternativa enumera os C a partir do mais distante do carboxil (Cω) -Lig dupla entre C3 e C4: omega-3 (ω-3) -Lig dupla entre C6 e C7: omega-6 (ω-6) - Em quase todos os ác graxos de ocorrência natural as ligações duplas estão em configuração cis. A configuração trans são produzidos em derivados de leite e carne, hidrogenação de óleos vegetais e de peixes 4/4/2014 6 4/4/2014 7 Propriedades Físicas dos Ácidos Graxos - Relacionadas ao comprimento e grau de insaturação da cadeia hidrocarbonada - Quanto maior a cadeia carbônica e menor o número de ligações duplas, menor a solubilidade em água - O grupo carboxílico polar (ionizado em pH fisiológico) é responsável pela discreta solubilidade em água de ác graxos de cadeia curta - Temperatura de fusão a 25oC: ác graxo entre 12C e 24C saturado – cera ác graxo entre 12C e 24C insaturado – líq oleosos 4/4/2014 8 - As diferenças de pontos de fusão se devem aos diferentes graus de empacotamento das moléculas - AG insaturados terão pontos de fusão e ebulição mais baixos Classificação 1) Lipídeos Simples - Compostos que por hidrólise dão origem a ácidos graxos e álcoois A) Óleos e gorduras: ésteres de ácidos graxos e glicerol (acilgliceróis) - Monoacilglicerol, diacilglicerol ou triacilglicerol 4/4/2014 9 Triacilgliceróis - Lipídios mais simples contendo ác graxos, tb chamados de triglicerídios, gorduras ou gorduras neutras - São compostos por 3 moléculas de ác graxo unidas por ligação éster a uma única molécula de glicerol R1, R2 e R3 podem ser diferentes - Mesmo tipo de ác graxo – triglicerídio simples – triestearina (16:0), tripalmitina (18:0) e trioleína (18:1) - Na natureza a maioria dos triacilgliceróis são mistos (2 ou 3 ác graxos diferentes) – nome e posição - triacilgliceróis: apolares, hidrofóbicos e essencialmente insolúveis em água e de densidade menor que a da água - Adipócitos ou células gordurosas: armazenamento de triacilgliceróis (gotículas de gordura) em vertebrados 4/4/2014 10 - São também armazenados em sementes – energia para germinação - lipases: hidrólise dos triacilgliceróis em ác graxos nos locais de armazenamento - oxidação triacilglicerol gera 2X mais energia (mais reduzidos) - hidrofóbicos, não hidratados, menor peso - pessoas moderadamente obesas armazenam 15-20 kg triacilgliceróis nos adipócitos – necessidades energéticas por meses - Triacilgliceróis X amido/glicogênio para o armazenamento de energia: - Os triacilgliceróis também são utilizados como isolantes térmicos em animais polares e animais que hibernam - A baixa densidade dos triacilgliceróis permite que animais, como a cachalote, varie a densidade corporal durante os mergulhos 4/4/2014 11 Os triacilgliceróis nos alimentos - Óleos vegetais, produtos lácteos e gorduras animais são misturas complexas de triacilgliceróis simples e mistos - Industrialmente os óleos podem ser convertidos em gorduras pela hidrogenação catalítica – converte algumas ligações em lig simples e outras em duplas tipo trans - Deterioração de alimentos ricos em gorduras (rancidez): rompimento de lig duplas por oxidação, com produção de aldeídos e ác graxos de menor comprimento - Uma dieta rica em ác graxos trans está relacionado com o aumento de LDL (colesterol ruim) e diminuição do HDL (colesterol bom) B) Ceras: ésteres de ácidos graxos e mono-hidroxiálcoois de alto PM 4/4/2014 12 - Armazenamento de energia em plâncton, impermeabilizantes em vertebrados (proteção de pelos e pele, mantendo flexíveis e lubrificados), folhas lustrosas que impedem a evaporação excessiva de água e as protege contra parasitas). Variedade de aplicações na indústria farmacêutica. 2) Lipídeos Compostos A) Fosfolipídeos - são moléculas anfipáticas (uma extremidade hidrofóbica e outra hidrofílica) - Grupo polar da cabeça unido a porção hidrofóbica por lig fosfodiéster - 2 ác graxos ligados por ligação éster ao 1º e 2º C do glicerol e um grupo polar ou eletricamente carregado está ligado por ligação fosfodiéster ao 3º C 16-18 C 18-20 C - Principal componente da membrana plasmática 4/4/2014 13 - Alguns fosfolipídios fazem uma ligação éter ao invés de éster - O tecido cardíaco e membrana de certos microorganismos são ricos neste tipo de lipídio – motivo desconhecido (resistência a fosfolipases) - Derivados de fosfolipídeos: fosfatidilcolina, fosfatidilserina, fosfatidiletanolamina e fosfatidilinositol 4/4/2014 14 B) Glicolípideos - Lipídeo ligado a CH - lipídeos de membrana, localizados nos cloroplastos (70-80% total de lipídeos de membrana de uma planta) - Galactolipídeos: um ou mais resíduos de galactose estão conectados por uma ligação glicosídica ao C3 de uma molécula de 1,2-diacilglicerol - Sulfolipídeos: tb presente na membrana das plantas, possui um resíduo de glicose sulfonado ligado a um diacilglicerol 4/4/2014 15 C) Esteróides - presença de um núcleo esteróide constituído por 4 anéis fundidos entre si e nao possui AG na sua estrutura – quase plano e sem rotação Colesterol - Possuem funções variadas: hormonal, vitamínica, detergente e estrutural - Estigmasterol nos vegetais e ergosterol nos fungos - as bactérias são incapazes de sintetizar esteróis, sendo que algumas poucas espécies podem incorporá-los - além das funções como constituintes de membrana, os esteróis são precursores de produtos com atividades biológicas, comoos hormônios esteróides que regulam a expressão de genes e ác biliares que emulsificam gorduras 4/4/2014 16 - Plantas superiores contém fitosterol (campesterol, sitosterol e estigmasterol) - O campesterol e o principal precursor de um tipo de hormônio envolvido no desenvolvimento vegetal D) Esfingolipídios - Contém 1 esfingosina (amino-álcool de cadeia longa) ao invés de glicerol, 1 ác graxo de cadeia longa e 1 grupo-cabeça polar Ceramida – C2 ligado a uma amida - 3 subclasses: esfingomielinas, glicolipídeos neutros (não carregados) e gangliosídeos - Lipídeos estruturais de membrana 4/4/2014 17 - esfingomielina – classificada como fosfolipídio (semelhança com fosfatidilcolina), importantes na mielina que envolve os axônios 4/4/2014 18 - as porções CH dos esfingolipídios definem os grupos sanguíneos humanos - Os lipídios de membrana são hidrolisados no lisossomo – fosfolipases 4/4/2014 19 E) Lipoproteínas - Associação de lipídeos a proteínas presentes na corrente sanguínea - Ex: LDL e HDL no transporte de colesterol na circulação sanguínea - As plantas produzem milhares de compostos lipofilicos voláteis que são utilizados para atrair polinizadores, repelir herbívoros, atrair organismos que defendem a planta contra herbívoros e para comunicação com outras plantas - Ex: jasmonato (derivado de AG): ativa as defesas da planta em resposta a um dano produzido por insetos – óleo de jasmim Trabalhando com lipídeos - Extração e fracionamento (cromatografias) requerem o uso de solventes orgânicos e técnicas especiais - Reação de saponificação: desesterificação do triglicerídeo em presença de uma base forte, resultando em AG e glicerol. Reação importante em determinações analíticas - Os lipídeos isolados são identificados por seu comportamento cromatográfico, susceptibilidade a hidrólise por enzimas específicas e por espectrometria de massas 4/4/2014 20
Compartilhar