Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Universidade Federal do Ceará Centro de Ciências Agrárias Departamento de Tecnologia de Alimentos Curso: Engenharia de Alimentos Disciplina: Matérias-primas Agropecuárias Leite como matéria-prima Profa. Ana Alice da Silva Xavier, M.Sc. Introdução � Leite é o produto oriundo da ordenha completa e ininterrupta, em condições de higiene, de vacas sadias, bem alimentadas e descansadas. O leite de outros animais deve denominar-se segundo a espécie de que proceda (IN 51/2002 do MAPA) � O leite é uma combinação de diversos elementos sólidos (13%) em água (87%) Introdução Produção do leite � Estrutura da glândula mamária: � Úbere: órgão designado para a produção do leite Produção do leite � Divisão do úbere: � Sistema de suporte � Sistema secretor � Sistema sangüíneo: 1 L de leite – 400 a 500 L de sangue Leite como alimento � Água: � Elemento em maior proporção � Nela encontram-se dispersos os componentes sólidos (lipídios, proteínas, carboidratos, vitaminas e sais minerais) � Água livre – desenvolvimento microbiano � A produção de leite é afetada pelo suprimento de água � Animal deve ter acesso livre à água o tempo todo Leite como alimento � Carboidratos: � Lactose (5%) � Corresponde a 50% dos sólidos do leite � Dissacarídeo (glicose + galactose) � Principal fonte de energia para os M.O. � Não é alterada pela dieta do animal � Similar em todas as raças � Intolerância à lactose: deficiência na formação da lactase no trato digestivo Leite como alimento � Proteínas: � 3 a 4% � Varia com a raça do animal � Relação com a quantidade de gordura � Tipos: caseína (80%) e proteínas do soro (20%) � Caseína é termosensível e de difícil digestão � Em pH 4,6 perde a estabilidade e precipita – produção de leites fermentados e queijos � Proteínas do soro: albuminas e globulinas Leite como alimento � Gordura: � Varia com a raça do animal e alimentação � Fração mais variável do leite � 97 a 98% triglicerídios (ácidos graxos e glicerol) Leite como alimento � Vitaminas e minerais: � Rico em vitaminas A, E, tiamina, riboflavina, piridoxina, cobalamina, ácido pantotênico e biotina � Os sais encontrados são cloretos, fosfatos, bicarbonatos de cálcio, potássio e magnésio Constituição físico-química � Extrato seco total - é representado pela gordura, açúcar, proteínas e sais minerais. Quanto maior esse componente no leite, maior será o rendimento dos produtos � Extrato seco desengordurado - compreende todos os componentes, menos a gordura � Gordura - é o componente mais importante do leite. O leite enviado à indústria deve conter, no mínimo, 3% de gordura � Água – se for adicionada ao leite, o peso do produto será alterado sensivelmente. Logo, isso constitui uma fraude � Densidade - É a relação entre peso e volume. Assim, 1 litro de leite normal pesa de 1.028 a 1.033 g Qualidade do leite � Fatores que afetam a qualidade do leite: � Alimentação do animal: tem que ser abundante e balanceada para o funcionamento da glândula mamária e a síntese de todas as substâncias que vão auxiliar a formação do leite. � Raça do animal: influencia o volume de leite produzido e a riqueza em gordura � Ordenha: influencia o teor de gordura. A primeira ordenha produz um maior volume de leite com menor teor de gordura. Ao contrário, na segunda ordenha, o leite é rico em gordura e a produção diminui. Além disso influencia a quantidade de M.O. Qualidade do leite � Avaliação higiênico-sanitária: � Acidez: indicador de fermentação �De origem: 13 a 15ºD �Progressiva: 16 a 18ºD OBS: 1ºD = 0,1 g ácido lático; acima de 18ºD – leite não serve pra pasteurizar (precipita as proteínas) � pH 6,5 a 6,8 � Densidade: 1,028 a 1,032 g/mL à 15ºC OBS: composição variável – a densidade varia inversamente com a temperatura Qualidade do leite � Avaliação higiênico-sanitária: � Gordura: butirômetro de Gerber � E.S.T.: disco de Ackerman �Variação: 10 a 14% � abaixo de 10% - fraude com água � acima de 14% - fraude com sólidos � E.S.D.: varia de 8 a 10% �E.S.T - gordura Qualidade do leite � Índice crioscópico: � Indica a temperatura de congelamento do leite � -0,53 a – 0,55ºC � Proporcional à concentração de sólidos Qualidade do leite � Prova do álcool-alizarol � Verifica a tendência do leite à coagular � O leite que coagula nessa prova não resiste ao calor � Teste de redutase do azul de metileno (TRAM) � Avalia-se a atividade das bactérias presentes no leite, por meio de um corante - classifica o leite nos tipos A, B e C. � Quanto mais rápido for o tempo de descoloração do corante de azul para branco, maior é o numero de M.O. existentes � No Brasil, o leite é aceito quando a descoloração ocorre a partir de 2h e 30 min Patógenos do leite � Staphylococcus aureus: � Manipuladores � Ingestão da enterotoxina � Ordenha mecânica � Salmonella sp.: � Manipuladores � Ingestão de células viáveis (contaminação cruzada) � Higiene do manipulador Patógenos do leite � Listeria monocytogenes: � Ambiente refrigerado � Ingestão de células viáveis – leite cru � Tratamento térmico e BPFs � Escherichia coli: � Manipuladores � Ingestão de células viáveis (contaminação cruzada) � Higiene do manipulador Patógenos do leite � Coxiella burnetti: � Animal infeccionado � Ingestão de células viáveis – leite cru � Tratamento térmico (Pasteurização) � Brucella abortus: � Animal infeccionado � Ingestão de células viáveis – leite cru � Tratamento térmico Mastite � Doença mais persistente e disseminada da vaca � Inflamação do úbere da vaca: Streptococcus agalactiae, Sthaphylococcus aureus e Mycoplasma bovis � Interferência na qualidade: � Redução dos teores de lactose, gordura e caseína � Aumento das proteínas do soro, cloretos, sódio e ácidos graxos livres � Aumento do número de células somáticas � Redução da consistência e da estabilidade térmica � Alteração no sabor e odor Mastite � Medidas de controle: � Higienização do ordenhador ou da ordenhadeira mecânica � Higienização das tetas � Utilização de cloro � Alimentação da vaca após a ordenha – evitar que ela se deite e contamine seus canais das tetas (abertos) Classificação do leite � Tipos A, B e C Tratamento térmico � Pasteurização: � Inativar enzimas � Destruir microrganismos patogênicos: C. burnetti � Reduzir a flora total � Temperaturas abaixo de 100ºC � Produto sob refrigeração � Lenta: 62 a 65ºC por 30 min. � Rápida: 72ºC por 40 seg. � Controle: Fosfatase alcalina negativa e Lactoperoxidase positiva Tratamento térmico � Esterilização: � 130 a 150ºC por 3 a 5 seg � Resfriamento � Embalagem asséptica � Destruição total das células viáveis � O leite longa vida não precisa ser armazenado na geladeira antes de aberto � A embalagem longa vida constitui uma perfeita barreira contra a entrada de agentes que prejudiquem a qualidade do leite, tanto os microorganismos, quanto a luz, o ar etc… Produtos derivados
Compartilhar