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Análise Jurídica do Filme “EM NOME DO PAI”

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Pontifícia Universidade Católica de Goiás 
Direito Processual Penal II
Analise do Filme “EM NOME DO PAI”
O filme é baseado em fatos verídicos, e por isso justamente nos chama atenção para o fato narrado. Tendo como base a autobiografia de Gerry Conlon, um dos primeiros a serem detidos e condenados sob a vigência das leis antiterrorismo inglesas, mostra o que ainda hoje constitui uma vergonha para a polícia britânica. 
Em 1974 a capital da Irlanda do Norte vive um grande conflito. Soldados britânicos nas ruas tentam evitar os conflitos gerados entre militantes protestantes e católicos, os primeiros formando o Grupo Paramilitar Unionista, e o segundo, o Exército Republicano Irlandês (IRA), que defende a separação da Irlanda do Norte do domínio britânico.
Gerry foi para Londres a pedido do pai (Guiseppe), afinal onde morava os agentes da IRA já estavam fartos das suas brincadeiras e pequenos roubos. Porém, ele foi para o lugar errado na hora errada. O filme narra sobre a explosão de uma bomba no Guildford pub, Londres, e assim percebemos com a injustiça do filme é formada. Quarto jovens, Gerry Conlon, Paul Hill, Paddy Armstrong e Carole Richardson, são presos, torturados, interrogados e condenados. A família de Gerry é presa como cúmplice: o pai Guiseppe, a tia Annie Maguire, seu filho de 14 anos e seu marido. 
Vemos claramente o erro judiciário, o abuso de poder e a pressão sofrida. Para mostrar rápidos resultados à população, ensandecida diante dos ataques terroristas, a polícia britânica passa a prender irlandeses sem motivos e sem evidências. O caso ficou conhecido como caso “Guilford Four”, o procedimento inquisitório foi secreto para a defesa, sem contraditório e sem participação da defesa na produção das provas, e não garantiu a verdade, desrespeitando os direitos individuais de cada acusado e da própria família, que sofreu muito. Da mesma forma, o procedimento acusatório, falhou na tarefa de fazer aparecer à inocência, pois as provas mais importantes da defesa se encontravam nas mãos da polícia. 
A desigualdade de forças é elemento a se considerar quando se propugna pela igualdade de armas no processo penal. Partindo então a necessidade de que intervenha um juiz forte, imparcial, e atuante para buscar esclarecimento próprio, não só sobre os fatos, mas também sobre os métodos utilizados na formação da prova. Afinal, muitas provas obtidas foram através de torturas, aonde os inocentes ate mesmo assinaram uma folha em branco para que os policiais fizessem o testemunho com bem quisessem. Isso tudo por meio e ameaças de morte para a família. E ironicamente quando são apresentadas dizem o juramento “juro que a prova que darei é verdade, nada mais que a verdade”.
No nosso ordenamento tal atitude é bastante punida, no processo penal, a teoria dos frutos da árvore envenenada “fruits of the poisonous tree” propugna que provas lícitas oriundas de meios ilícitos não poderão ser aceitas, vez que contaminadas. Portanto, em razão um vício na origem, de ilicitude, serão ilícitas as demais provas que delas se originarem. Assim como o doutrinador Fernando Capez afirma: 
“É o caso da confissão extorquida mediante tortura, que venha a fornecer informações corretas a respeito do lugar onde se encontra o produto do crime, propiciando a sua regular apreensão. Esta última prova, a despeito de ser regular, estaria contaminada pelo vício na origem. Outro exemplo seria o da interceptação telefônica clandestina — crime punido com pena de reclusão de dois a quatro anos, além de multa (art. 10 da Lei n. 9.296/96) — por intermédio da qual o órgão policial descobre uma testemunha do fato que, em depoimento regularmente prestado, incrimina o acusado.”
Assim as provas obtinas não faleriam nada, e éjustamente o que a advogada, Dra. Gareth Peirce tenta provar, com a inocência dos seus clientes. Gerry e seu pai determinados a provarem suas inocências, começam uma campanha que toca grande parte da polução.
No desenrolar do filme o vimos como essa luta é difícil, e o quanto um erro no judiciário pode causar danos, “antes um culpado solto que um inocente preso”, afirma Marco Aurélio Mello. Assim o judiciário percebe o erro e liberta todos os inocentes do caso.
O filme termina com as seguintes informações “Gerry Conlon mora em Londres, após ser liberado ele Gareth Peirce e Sarah Colon fizeram campanha para limpar o nome de Giuseppe (que morreu na cadeia); Paddy Armstrong voltou para a Irlanda e morava em Dublin; Carole Richardson mora na Inglaterra, casada e com um filho; Paul Hill caso-se com Courtney Kennedy, filha de Robert Kennedy, morando em Nova York; Investigaram sobre as condenações de Giuseppe e da família Maguire, descobriram provas que afetaram a credibilidade dos técnicos forenses e da promotoria, com a conclusão de que as condenações foram um erro; Os homens do IRA assumiram a responsabilidade da bomba de Guildford e nunca foram acusados; Três ex detetives foram absolvidos de complô para perverter o curso da justiça em maio de 1993; Nenhum policial foi preso por este caso; e Giusepp Conlon esta enterrado em Belfast.”

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