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2/16/16 1 Alimentos: operações preliminares e defini7vas Lilian Soares ARMAZENAMENTO TEMPERATURA AMBIENTE ARMAZENAMENTO TEMPERATURA CONTROLADA Pré-‐preparo • Operações de limpeza, divisão ou mistura, para serem consumidos crus ou subme7dos à cocção Método seco -‐ Escolher arroz e feijão Método úmido -‐ Lavar frutas, legumes e verduras Divisão Simples: Cortar/ picar: dividir o alimento em pedaços menores, u7lizando facas ou lâminas Moer: dividir o alimento em pequenos pedaços, tornando-‐o homogêneo, por meio manual ou com a u7lização de máquinas Triturar: dividir o alimento em pedaços muito pequenos por meio de aparelhos ou máquinas 2/16/16 2 Divisão com separação de partes O alimento pode ser fracionado em partes menores, cada parte contém diferentes componentes. Por meio da divisão com separação de partes, é possível: 1. Separar dois líquidos 2. Separar dois sólidos 3. Separar um líquido e um sólido Alimentos líquidos Decantar: separar dois componentes líquidos, deixando-‐os descansar e fazendo com que se separem, devido as diferentes densidades Centrifugar: separar dois líquidos de densidade diferentes com o auxílio de uma centrífuga Alimentos sólidos Peneirar ou tamisar: separar parVculas sólidas de diversos tamanhos Moer: re7rar partes de um alimento; pode ser u7lizado um moinho Pelar ou descascar: re7rar a pele ou casca, u7lizando facas Alimentos sólidos e líquidos Filtrar ou coar: separar parVculas sólidas de um líquido Centrifugar: separar sólidos e líquidos por força centrífuga Sedimentar: deixar o líquido em repouso para que as parVculas sólidas nele con7das, depositem-‐se no fundo do recipiente Espremer: extrair um líquido de um alimento sólido, u7lizando agentes de pressão, como espremedor manual ou elétrico 2/16/16 3 União dos alimentos: Bater: unir dois ou mais ingredientes de di\cil mistura. Neste caso há necessidade de movimento mais rápido, que pode ser feito manualmente ou com batedeira Amassar, sovar: durante o preparo de massas, é importante amassá-‐las bem, para que todos os ingredientes unam-‐se uniformemente, garan7ndo assim, o desenvolvimento do glúten Misturar: unir dois ou mais ingredientes facilmente misturáveis, empregando-‐se energia mecânica Preparo • Compreende operações fundamentais por meio de energia mecânica (divisão ou união), energia térmica (calor ou frio), ou pela associação de ambas Obje7vos • Manter ou melhorar o valor nutri7vo • Aumentar a diges7bilidade • Aumentar a palatabilidade • Inibir o crescimento de microrganismos patogênicos e o desenvolvimento de substâncias prejudiciais à saúde Valor nutri7vo • Perda de compostos hidrossolúveis quan7dade de água u7lizada/ tempo de duração do processo • Tiamina e ácido ascórbico podem ser destruídas pelo calor 2/16/16 4 Sabor • Manter a palatabilidade dos alimentos = cocção breve (vegetais com mínimo de água) Super\cie dourada = calor seco (assar, grelhar ou fritar) • Acentuar o sabor natural • Modificar ou misturar os sabores = cocção mais longa Formas de transferência de calor Convecção: transmissão de calor pelo deslocamento de moléculas aquecidas (líquidos) Radiação ou Irradiação:transmissão de calor pelo ar e mesmo através do vácuo em forma de ondas (microondas) Condução: transmissão de calor de uma molécula para outra através de contato (chapa) Processos Básicos de Cocção Calor Seco desidrata com gordura sem gordura Calor Úmido hidratar/ dissolver Calor Misto Ação conjunta 2/16/16 5 Cocção-‐ Calor úmido: por meio de líquido quente ou vapor Método CaracterísKcas Fervura Em fogo lento: longa duração, líquido suficiente para cobrir o alimento, T máxima 95º C Em ebulição: com bastante água, T= 100º C. Ex: caldos, batatas, leguminosas secas, massas, legumes Consumir caldo para evitar perdas por dissolução Vapor Submeter ao vapor d’água ou de outros líquidos, com ou sem pressão. T= 121º C, mais rápido e menos perdas por dissolução, realça aparência dos alimentos Pocher ou escalfar Cocção em pequena quan7dade de líquido quente abaixo da temperatura de ebulição T= 65 a 80º C, t = poucos minutos, uso restrito Cocção-‐ Calor seco Método CaracterísKcas c/ Gordura Frigir Pouca gordura, bem quente, sem movimentar o recipiente de cocção t= poucos minutos Ex. ovo frito Saltear Cocção por curto período, pequenas quan7dades de alimentos em pouca gordura, bem quente, mantendo a frigideira em constante movimento Rapidez, uso restrito T acima de 100º C Fritar com gordura Colocar os alimentos em gordura suficiente, em temperatura elevada, sem imersão Ex. Bife à milanesa Fritar por imersão Mergulhar completamente o alimento em grande quan7dade de gordura Ex. Batata frita s/ GorduraAssar Em forno ou espeto, sem tampa e sem adição de líquidos (indireto) T= variável Meio direto ou indireto Grelhar Consiste em preparar os alimentos por exposição ao calor seco e forte, u7lizando-‐se grelha (método direto). O calor é transferido para chapa, que transfere ao alimento T= 150 a 190º C Cocção-‐ Calor misto: inicia-‐se com calor seco em gordura, posteriormente submete-‐se a calor úmido Método CaracterísKcas Ensopar É refogado em gordura quente, em seguida acrescentando quan7dade de líquido suficiente para cozinhar, até que o alimento esteja macio e o molho encorpado Ex. frango com batata Refogar O alimento é frito em pouca gordura e termina de cozinhar no vapor que se desprende na cocção. Pode-‐se acrescentar uma pequena quan7dade de água Ex. chuchu, abobrinha, arroz Brasear Cocção lenta, em chama ou fogo, 1º alta temperatura em uma panela com pouca gordura, para corar, restante cocção em forno por período prolongado, com adição de líquido, mantendo-‐se em fervura até que fique macio Ex. carne de panela Auxiliares de Métodos de Cocção Método CaracterísKcas Branqueamento Pré-‐cocção em água fervente, curto período tempo seguido de resfriamento imediato em água gelada Firmeza, manutenção da cor, ina7vação de enzimas, inibição de microrganismos Gra7nar Não é um método de cocção. Finalidade proporcionar colorido à super\cie do alimento Equipamentos: salamandra, fornos com resistência superior Banho-‐maria Para alimentos delicados que não podem ser subme7dos diretamente ao calor forte. Para manutenção de alimentos prontos 2/16/16 6 Cocção no microondas Microondas: transmissão de calor por irradiacão Ondas eletromagné7cas penetram até 4 cm de profundidade no interior do alimento Microondas vibram em alta frequência – 2450 MHz-‐ afetam moléculas polares, que vibram em movimentos rotacionais gerando atrito e liberando calor às demais moléculas Não causam mudanças químicas perigosas, pois são ondas não ionizantes Vantagens: preservar nutrientes Desvantagens: uso limitado; aquecimento não uniforme; alimento sensorialmente inadequado • Forno combinado: Dois 7pos de calor -‐seco e úmido, separadamente ou em conjunto Câmaras separadas Vantagens: economia de espaço e tempo; redução de mão-de-obra Desvantagens: custo elevado; qualificação manipuladores • Indução: processo de geração e troca de calor. No lugar de chamas há um indutor de campo magné7co. Indutor só aquece metais (ferro, aço inox ou esmaltado) Vantagens: aquecimento eficiente; rapidez da cocção; economia de energia; não aquecer área de trabalho e cozinha Desvantagens: Custo elevado; uso doméstico Cocção a vácuo (sous vide): são selados à vácuo, em sacos plás7cos e cozidos no vapor do próprio alimento, em tanques com água aquecida, e rapidamente resfriados Armazenados a T de 3 a 5º C ou congelados Vantagens: Preservação da qualidade nutricional e sensorial do alimento 2/16/16 7 Tempo de Cocção T elevada ou tempo de exposição prolongado 1. Degradação nutrientes termolábeis diminui valor nutri7vo (vitaminas hidrossoluveis e compostos bioa7vos) Minerais perda por lixiviação (cocção úmida por imersão) 2. Comprome7mento de aminoácidos decorrente Reação de Maillard: produtos resultantes podem reduzir biodisponibilidade de aminoácidos indispensáveis -‐lisina e formar complexos-‐ lisina-‐ alanina que podem inibir o crescimento Respeitar ORDEM DE COLOCAÇÃO = o tempo de cocção de cada alimento e o 7po de preparação culinária 3. Produção de aminas heterocíclicas e hidrocarbonetos policíclicos aromá7cos Hidrocarbonetos Policíclicos Aromá4cos – compostos potencialmente carcinogênicos formados durante a combustão incompleta de material orgânico, que são encontrados em óleos, gorduras, defumados e carnes assadas na brasa Aminas heterocíclicas formação ocorre na pirólise de certos aminoácidos (triptofano, lisina, ácido glutâmico e fenilalanina) ou pela reação entre a crea7nina e produtos da reação de Maillard 4. Formação da acrilamida Formada espontaneamente em alimentos ricos em amido, T superior a 120°C e longo tempo de exposição -‐ Fritura em T elevada (formação de acroleína, irritação de mucosas) -‐ Assar -‐ Torrar -‐ Grelhar Ação neurotóxica. Além de danos neurológicos, como dormência em membros inferiores e superiores, provável agente carcinogênico As maiores concentrações foram encontradas em batatas fritas e chips Indicadores no preparo de alimentos • Conceitos • Indicador de parte comesVvel • Indicador de conversão • Indicador de reidratação 2/16/16 8 Per capita • É uma expressão la7na= “por cabeça”, ou seja, para cada pessoa de uma população • Valores referenciais ou médios: ponto de par7da para elaboração de fichas técnicas, tornando-‐se padronizadas • PORÇÃO = Quan7dade do alimento pronto para consumo para 1 pessoa • Per capita = Quan7dade de alimento cru e limpo para uma pessoa• Peso bruto (PB): pedido de compra e custo. Peso do alimento tal como adquirido com aparas (cascas, sementes, talos, ossos). • Peso líquido (PL): para cálculo dieté7co do alimento na prescrição ou planejamento da dieta ou do cardápio. Fração aproveitável do alimento no estado cru, ob7do a par7r do pré-‐preparo • Peso cozido do alimento (PCA): para cálculo dieté7co na a7vidade de diagnós7co, para a es7ma7va de consumo a par7r de levantamentos por inquérito dieté7co • Peso cozido da preparação (PCP):para cálculo dieté7co na a7vidade de diagnós7co, para a es7ma7va de consumo a par7r de levantamentos por inquérito dieté7co 2/16/16 9 • Indicador de parte comesVvel (IPC): corrige a variação de peso que o alimento apresenta decorrente da fase de pré-‐preparo; permite es7mar o custo real do alimento • Índice de conversão (IC): corrige a variação de peso que o alimento apresenta decorrente da etapa de cocção Indicador de parte comesVvel-‐ IPC IPC = PB (g) PL (g) -‐ Cálculo de perdas por re7rada de cascas, aparas, sementes, talos e sujidades -‐ Avaliação do valor nutri7vo da dieta e/ou cardápio não fique sub ou superes7mada -‐ Cálculo de custo/ elaboração da lista de compras/ Diretamente proporcional ao tempo decorrido entre a colheita e a oferta Indicador de parte comesVvel-‐ IPC Falhas: -‐ Aumento nos custos -‐ Desperdícios com sobras de alimentos já preparados -‐ Aquisição superfaturada Fatores: -‐ No pré-‐preparo: técnica empregada, 7po de utensílio ou equipamento, recurso humano -‐ No preparo e na forma de apresentação: corte de legumes e forma de consumo Variação do IPC de alimentos, a par7r de compilação dos valores para frutas indicados por três autores FRUTA ÍNDICE DE PARTE COMESTÍVEL LUNA, 1995 SILVA E MONNERAT, 1982 ORNELLAS, 1988 Abacaxi 1,61 a 1,77 1,75 1,89 Banana prata 1,33 1,38 1,51 Jaca 1,40 ? 4,13 ? Laranja pera 1,27 1,39 1,39 a 2,13 Laranja suco 2,15 Mamão comum 1,32 1,30 a 1,60 1,47 a 1,79 Maracujá 1,3 3,17 -‐ Melancia 2,0 2,17 2,17 Melão 1,6 1,4 1,04 Uva branca 1,48 1,20 1,21 Fonte: DOMENE, 2011 2/16/16 10 Indicador de Conversão • Modificações sofridas por fatores \sicos (temperatura), químicos (ácidos), biológicos (fermentos), e a ação externa que os alimentos recebem, na passagem de um estado para outro (cocção, congelamento, descongelamento) modifica o peso dos alimentos • Outros fatores interferem no produto final: -‐ Calor úmido/ calor seco -‐ Intensidade do calor -‐ Tempo de cocção -‐ Espécie de utensílio -‐ Adequação de equipamentos -‐ Qualificação da mão de obra -‐ Tipo de preparação (assado, grelhado, gra7nado, refogado) Indicador de Conversão IC = ____ peso do alimento no estado inicial (g) Pode ser: -‐ De cru para processado -‐ De congelado para descongelado -‐ De cru para cozido Ex: Arroz 50 g = 120 g IC= 120:50 =2,4 Nas preparações líquidas como chá, café, etc, a água é contabilizada. Nas demais preparações sólidas ou semi-‐ sólidas, ela entra apenas hidratando os alimentos Indicador de Reidratação U7lizado para cereais, leguminosas, alimentos deixados de remolho Maior tempo de reidratação = Menor tempo de cocção IR = peso do alimento reidratado (g) peso do alimento seco (g) Ex: PTS (2,0); quinua (2,0); triguilho (2,0) 2/16/16 11 Rendimento • Outra forma de indicar perdas no alimento Rendimento (%) = PL (g) x 100 ou P processado (g) x 100 PB (g) P não processado (g) Exercícios • Foi entregue 6 kg de feijão mula7nho. Após catado, lavado e colocado no remolho obteve-‐se 10,4 kg. Calcule o IR. • Foi colocado 25 kg de coxa de frango congelado para o pré-‐ preparo. Após esta etapa observou-‐se a perda de 4,0 kg. Calcule o IPC. • Se um restaurante atende 100 pessoas por dia e a porção de feijão cozido servida é de 55g por pessoa, quanto de feijão cru é u7lizado diariamente? Considere um IC de 2,5 e um IPC de 1,0. Exercício Complementar U7lizando a tabela de IPC, calcule: a. Quan7dade do alimento pronto para servir b. Total de perdas Hortaliças Quantidade Comprada (kg) IPC Abóbora Japonesa 75 1,3 Agrião 36 1,40 Acelga 24 1,25 Batata 112 1,20 Couve-flor c/ folhas 42 2,20 Cenoura 37 1,15 Chuchu 15 1,32 Vagem 23 1,23 Tomate 33 1,27 O nutricionista da empresa está testando vários 7pos de arroz, para isto ela orientou o cozinheiro que preparasse separadamente as diferentes marcas e pesasse o Peso inicial e final de cada preparação. Após o preparo, o cozinheiro informou os seguintes dados: Arroz A Peso inicial= 550 g Peso final= 1, 10 kg Arroz B Peso final = 1,80 kg IC = 1,95 Arroz C Peso inicial = 0,550 kg IC= 2,1 a) Qual o arroz que rendeu mais? b) Qual o arroz que rendeu menos? c) Qual a quan7dade de arroz cru u7lizado em cada marca de arroz? d) Qual a quan7dade de arroz pronto de cada marca de arroz?
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