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Caso Clínico 01 Obesidade Gabarito

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CASO CLÍNICO 01 – OBESIDADE - GABARITO 
 
Monitora: Daniela Almeida 
 
 
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Paciente, sexo feminino, 37 anos, procurou consultório para a perda de peso e melhora da 
sensibilidade à insulina. 
Apresenta função intestinal irregular, distensão abdominal e flatulência. 
Há 15 anos tenta perder peso sem sucesso e há 7 anos realizou colocação de balão 
intragástrico, perdendo inicialmente 11kg em um ano, porém o peso foi recuperado no ano 
seguinte. 
Tem dificuldade de seguir as dietas, principalmente por gostar de doces e salgadinhos. Come 
fora todos os dias e bebe mais de 3 vezes ao dia refrigerantes e sucos industrializados. 
Peso atual: 92kg 
Altura: 1,65m 
CC: 109 cm CQ: 112 cm 
Glicemia jejum: 110 mg/dL (70 a 99) 
Hemoglobina glicada: 7,5% (2,2 a 5,9) 
Curva de cortisol crescente ao longo do dia 
HDL-colesterol: 36 mg/dL (risco <50) LDL-colesterol: 208 mg/dl (excesso ≥ 190) 
Restante dentro da normalidade. 
 
1) Faça a avaliação antropométrica, semiológica e bioquímica, traçando o risco e diagnóstico 
nutricional. 
Avaliação Antropométrica: 
IMC = PA/A2 = 92/1,652 = 92/2,7225 = 33,8 kg/m2 → Obesidade Grau I 
IMCideal = 24,9 kg/m2 
PT = IMCideal x A2 = 24,9 x 1,652 = 24,9 x 2,7225 = 67,8 kg 
PT_______ 100% 67,8______ 100% 
PA_______ x 92_______ x 
67,8x = 92 x 100 → x = 9200/67,8 → x = 135,7% → > 115% (precisa calcular Peso Ajustado) 
Pajustado = (PT – PA) x 0,25 + PA 
= (67,8 – 92) x 0,25 + 92 = (-24,2 x 0,25) + 92 = -6,05 + 92 = 85,9 kg 
CC = 109cm (> 80cm) → risco para DCV 
RCQ = CC/CQ = 109/112 = 0,97 (> 0,8) → risco 
Segundo a avaliação antropométrica, a paciente apresenta risco nutricional moderado (obesidade 
grau I e risco para DCV). 
CASO CLÍNICO 01 – OBESIDADE - GABARITO 
 
Monitora: Daniela Almeida 
 
 
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Avaliação Semiológica: 
A paciente consume com frequência carboidratos simples, gorduras saturadas, alimentos 
industrializados e aditivos químicos. Os maus hábitos alimentares são causadores de disbiose, o que 
leva a uma má absorção intestinal e como consequência, uma função intestinal irregular, flatos e 
distensão abdominal. 
Adicionalmente a paciente realizou uma cirurgia bariátrica, que também está sujeita à desequilíbrio 
intestinal, e isso se manifesta com os sintomas digestivos, principalmente muitos gases, e reganho 
de peso após alguns anos da cirurgia. 
Todos os sinais e sintomas da paciente podem ser revertidos através nutrição, sendo assim 
classificados como leves. 
 
Avaliação Bioquímica: 
A paciente apresenta hiperglicemia devido à obesidade e alimentação rica em carboidratos simples. 
O excesso de glicose no sangue aumenta o estado inflamatório e há um aumento na produção de 
colesterol. O LDL retira o colesterol do fígado e leva para o corrente sanguínea, o que explica o alto 
valor de LDL. 
Por sua vez, o HDL faz o “transporte reverso”, isto é, retira o colesterol do sangue e leva para o 
fígado para ser excretado. Porém, a paciente tem uma alimentação rica em carboidratos simples e 
gorduras saturadas, isto leva a níveis baixos de HDL. 
Os valores altos de LDL e baixo de HDL representam risco de DCV. 
Apresenta curva crescente de cortisol ao longo do dia. Isso provavelmente deve-se à obesidade onde 
o grau inflamatório é alto e consequentemente ocorre o aumento dos níveis de cortisol. O cortisol 
ativa o NPY (hormônio orexígeno) que aumenta a fome gerando o aumento rápido do peso com 
acúmulo de gordura na região abdominal e afetando os níveis de glicose no sangue. 
A bioquímica da paciente está alterada e quando os exames estão alterados significa que o tecido 
não está conseguindo equilibrar todo o processo, e já estão ocorrendo alterações funcionais, 
consequentemente o impacto é grave. 
 
Risco e diagnóstico nutricional: obesidade grau 1 com risco grave. 
 
2) Determine os objetivos e conduta nutricionais. 
Promover reeducação alimentar através da redução de consumo de gordura saturada, carboidratos 
simples, alimentos ultraprocessados. Organizar a frequência e fracionamento das refeições. 
Melhorar a função intestinal através do aumento da ingestão de fibras e ingestão hídrica. Avaliar a 
necessidade de prescrição de probiótico. 
Regular o perfil bioquímico e diminuir a inflamação através da melhora da qualidade de 
carboidratos e lipídeos consumidos. 
Promover perda de peso. 
 
CASO CLÍNICO 01 – OBESIDADE - GABARITO 
 
Monitora: Daniela Almeida 
 
 
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3) Quais exames laboratoriais podem ser pedidos para complementar a avaliação 
nutricional? 
Repetir o perfil lipídico e glicídico, solicitar LDL-oxidado. 
O LDL sofre oxidação por meio de ataque de radicais livres e o sistema imunológico não o 
reconhece, induzindo a formação de agregados moleculares. 
 
4) Calcule as necessidades nutricionais (VET e macronutrientes). 
Como primeiramente o objetivo é uma reeducação alimentar, para o cálculo do VET será usado o 
peso atual, pois a paciente, provavelmente já ingere calorias superiores às suas necessidades 
energéticas. 
 
TMB = 8,7 x P + 829 = 8,7 x 92 + 829 = 800,4 + 829 = 1629,4 kcal 
VET = TMB x FA = 1629,4 x 1,56 = 2541,9 kcal 
Com objetivo de manter a massa magra, a dieta vai ser ligeiramente hiperproteíca (1 a 1,3g/kg de 
PTN) 
PTN = 1,1g/kg x 92 kg = 101,2g x 4 = 404,8 kcal 
VET ________ 100% 
PTN ________ x 
2541,9 kcal_________ 100% 
 404,8 kcal_________ x 
2541,9 x = 404,8 x 100 = 40480/2541,9 = 15,9% 
Com objetivo de diminuir a taxa de glicemia do paciente, a distribuição de CHO vai ser a menor 
possível para uma dieta normoglicídica (55% a 65%). Então, CHO vai ser 55% do VET. 
VET = CHO + PTN + LIP → LIP = VET – CHO – PTN = 100 – 55 – 15,9 = 29,1% (dieta 
normolipídica com gorduras de melhor qualidade para dar saciedade ao paciente). 
CHO = 55% x VET = 0,55 x 2541,9 = 1398 kcal / 4 = 349,5g 
LIP = 29,1% x VET = 0,291 x 2541,9 = 739,7 kcal / 9 = 82,2g 
Valores de referência: 
PTN: 10 a 35% 
LIP: 20 a 35% 
CHO: 45* a 65% 
*causa hipoglicemia, então o valor mínimo usado é 55% 
CASO CLÍNICO 01 – OBESIDADE - GABARITO 
 
Monitora: Daniela Almeida 
 
 
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5) Calcule os equivalentes. 
1eq PTNAVB = 7g PTN 
1eq PTNBVB = 2g PTN 
1eq CHOcomplexo = 15g CHO 
1eq CHOsimples = 10g PTN 
1eq LIP (poli-insaturado, monoinsaturado, saturado) = 5g LIP 
PTN: 
80% AVB = 0,8 x 101,2g = 80,96g / 7g = 11,6 = 12eq (os valores de equivalentes tem que ser 
número inteiro) 
20% BVB = 0,2 x 101,2g = 20,24g / 2g = 10,1 = 10eq 
CHO: 
70% complexo = 0,7 x 349,5g = 244,65g / 15g = 16,3 = 16eq 
30% simples = 0,3 x 349,5g = 104,85g / 10g = 10,5 = 10eq 
LIP: (atenção a porcentagem de LIP é do VET, não é da grama de LIP) 
Poli-insaturada = 10 a 20% VET 
Monoinsaturada = 5 a 15% VET 
Saturada = 7 a 10% VET 
LIP representa 29,1% do VET na dieta, então tenho que distribuir essa porcentagem, respeitado o 
limite de cada gordura. 
Como se quer reduzir a ingestão de gordura saturada, o valor vai ser o mínimo possível (7%). 
Restam 22,1% para dividir entre poli-insaturada e monoinsaturada, dando preferência para o 
consumo maior de gordura poli-insaturada. Então a divisão sugerida é: poli-insaturada = 12,1%, 
monoinsaturada = 10% e saturada = 7%. (A distribuição pode ser diferente, desde que respeite os 
limites de cada gordura e que a porcentagem de gordura poli-insaturada seja maior do que a de 
monoinsaturada). 
Poli-insaturada = 0,121 x 2541,9 = 307,57kcal / 9kcal/g = 34,2g / 5g = 6,8 = 7eq 
Monoinsaturada = 0,10 x 2541,9 = 254,19kcal / 9kcal/g = 28,2g / 5g = 5,6 = 6eq 
Saturada = 0,07 x 2541,9 = 177,93kcal / 9kcal/g = 19,8g / 5g = 4eq

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