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CASO CLÍNICO 02 – OBESIDADE – REVISADO - GABARITO Monitora: Daniela Almeida Página 1 de 4 A.B.C, foi atendido na clínica médica hoje, reclamando de fadiga e batimento cardíaco oscilante após subir dois lances de escada. Ele tem um emprego bem estressante com engenheiro de software. Depois que parou de fumar e se casou, há um ano, ele ganhou 10 quilos. Toma café da manhã e almoça em restaurante fast-food, e seus alimentos favoritos são pães doces e fast-foods. A esposa prepara o jantar todas as noites e ele bebe três a cinco cervejas por noite enquanto assiste à televisão. Não faz exercício regularmente, exceto subir os dois lances de escada para chegar ao escritório. Seu perfil clínico é o seguinte: sexo masculino, 35 anos de idade, altura: 1,80m; peso: 103kg. Avaliação bioquímica: Glicemia: 155mg/dL (70 a 99) Colesterol total: 250mg/dL (alto > 240) LDL colesterol: 140mg/dL (limite 130 a 159) HDL colesterol: 40mg/dL (risco <40) Apresenta ainda, hiperleptinemia leve. 1) Em qual(is) ambiente(s) obesogênico(s) se enquadra o paciente? Maus hábitos alimentares, estresse, sedentarismo 2) Faça a avaliação antropométrica, semiológica e bioquímica. Avalição antropométrica: IMC = PA/A2 = 103/1,802 = 103/3,24 = 31,8 kg/m2 → Obesidade Grau I IMCideal = 24,9 kg/m2 PT = IMCideal x A2 = 24,9 x 1,802 = 24,9 x 3,24 = 80,7 kg PT_______ 100% 80,7______ 100% PA_______ x 103_______ x 80,7x = 103 x 100 → x = 10300/80,7 → x = 127,6% → > 115% (precisa calcular Peso Ajustado) Pajustado = (PT – PA) x 0,25 + PA = (80,7 – 103) x 0,25 + 103 = -22,3 x 0,25 + 103 = - 5,575 + 103 = 97,4 kg CASO CLÍNICO 02 – OBESIDADE – REVISADO - GABARITO Monitora: Daniela Almeida Página 2 de 4 Avaliação Semiológica: O paciente apresenta quadro de obesidade e consume com frequência carboidratos simples, gorduras saturadas, alimentos industrializados e aditivos químicos, o que leva a um quadro de inflamação. Na inflamação a atividade da CoQ10 está diminuída e ela é a transportadora de elétrons na mitocôndria. Sem o transporte de elétrons a mitocôndria não gera energia para a célula, isso explica a fadiga aos pequenos esforços. A gordura em excesso na barriga pode interferir com o diafragma. A gordura visceral extra preenche o espaço e restringe o movimento do diafragma. É possível puxar o músculo para baixo, mesmo com excesso de gordura, mas é preciso mais esforço, e isso acelera o batimento cardíaco. Avaliação Bioquímica: A paciente apresenta hiperglicemia devido à obesidade e alimentação rica em carboidratos simples. O excesso de glicose no sangue aumenta o estado inflamatório e há um aumento na produção de colesterol. O HDL retira o colesterol do sangue e leva para o fígado para ser excretado. Porém, a paciente tem uma alimentação rica em carboidratos simples e gorduras saturadas e é sedentário, isto leva a níveis baixos de HDL. O valor de LDL está dentro do limite aceitável. Porém, no exame sérico mede-se apenas a LDL e não a LDL oxidada. A LDL oxidada é uma das responsáveis pela lipoperoxidação da membrana celular, portanto o paciente apesar de ter um valor de LDL dentro do limite, ele deve possuir um valor de LDL oxidada alto. Os valores aumentados de LDL e baixo de HDL representam risco de DCV. O paciente apresenta uma hiperleptinemia leve. É comum a hiperleptinemia em obesos devido à alteração nos seus receptores. Nesses casos ocorre diminuição da sensibilidade a esse hormônio ocasionando hiperfagia, redução do gasto energético e consequentemente, aumento de peso. 3) Descrever os objetivos e conduta nutricionais. Reeducação alimentar através da redução do consumo de carboidrato simples, gorduras saturadas e alimentos ultraprocessados. Organizar os horários e fracionamento das refeições. Melhorar a função intestinal através do aumento do consumo de fibras e ingestão hídrica. Avaliar a necessidade de prescrição de probiótico. Regular o perfil bioquímico através da melhora da qualidade dos carboidratos e lipídios ingeridos, e diminuir a inflamação. Promover perda de peso. 4) Calcule as necessidades energéticas e de macronutrientes do paciente. Como primeiramente o objetivo é uma reeducação alimentar, para o cálculo do VET será usado o peso atual, pois o paciente, provavelmente já ingere calorias superiores às suas necessidades energéticas. CASO CLÍNICO 02 – OBESIDADE – REVISADO - GABARITO Monitora: Daniela Almeida Página 3 de 4 TMB = 11,6 x P + 879 = 11,6 x 103 + 879 = 1194,8 + 879 = 2073,8 kcal VET = TMB x FA = 2073,8 x 1,55 = 3214,4 kcal Com objetivo de manter a massa magra, a dieta vai ser ligeiramente hiperproteíca (1 a 1,3g/kg de PTN) PTN = 1,1g/kg x 103 kg = 113,3g x 4 kcal/g = 453,2 kcal VET ________ 100% PTN ________ x 3214,4 kcal_________ 100% 453,2 kcal_________ x x = 45320/3214,4= 14,1% Com objetivo de diminuir a taxa de glicemia do paciente, a distribuição de CHO vai ser a menor possível para uma dieta normoglicídica (55% a 65%). Então, CHO vai ser 55% do VET. VET = CHO + PTN + LIP → LIP = VET – CHO – PTN = 100 – 55 – 14,1 = 30,9% (dieta normolipídica com gorduras de melhor qualidade para dar saciedade ao paciente). CHO = 55% x VET = 0,55 x 3214,4 = 1767,9 / 4 = 442g LIP = 30,9% x VET = 0,309 x 3214,4 = 993,2 / 9 = 110,4g Valores de referência: PTN: 10 a 35% LIP: 20 a 35% CHO: 45* a 65% *causa hipoglicemia, então o valor mínimo usado é 55% 5) Calcule os equivalentes calóricos referentes a todos os macronutrientes. 1eq PTNAVB = 7g PTN 1eq PTNBVB = 2g PTN 1eq CHOcomplexo = 15g CHO 1eq CHOsimples = 10g PTN 1eq LIP (poli-insaturado, monoinsaturado, saturado) = 5g LIP PTN: 80% AVB = 0,8 x 113,3g = 90,64g / 7g = 12,9 = 13eq 20% BVB = 0,2 x 113,3g = 22,66g / 2g = 11,3 = 11eq CASO CLÍNICO 02 – OBESIDADE – REVISADO - GABARITO Monitora: Daniela Almeida Página 4 de 4 CHO: 70% complexo = 0,7 x 442g = 309,4g / 15g = 20,6 = 21eq 30% simples = 0,3 x 442g = 132,6g / 10g = 13,3 = 13eq LIP: (atenção a porcentagem de LIP é do VET, não é da grama de LIP) Poli-insaturada = 10 a 20% VET Monoinsaturada = 5 a 15% VET Saturada = 7 a 10% VET LIP representa 30,9% do VET na dieta, então tenho que distribuir essa porcentagem, respeitado o limite de cada gordura. Como se quer reduzir a ingestão de gordura saturada, o valor vai ser o mínimo possível (7%). Restam 23,9% para dividir entre poli-insaturada e monoinsaturada, dando preferência para o consumo maior de gordura poli-insaturada. Então a divisão sugerida é: poli-insaturada = 13,9%, monoinsaturada = 10% e saturada = 7%. (A distribuição pode ser diferente, desde que respeite os limites de cada gordura e a porcentagem de gordura poli-insaturada seja maior do que a de monoinsaturada). Poli-insaturada = 0,139 x 3214,4 = 446,8kcal / 9kcal/g = 49,64g / 5g = 9,9 = 10eq Monoinsaturada = 0,10 x 3214,4 = 321,4kcal / 9kcal/g = 35,72g / 5g = 7,1 = 7eq Saturada = 0,07 x 3214,4 = 225kcal / 9kcal/g = 25g / 5 g = 5eq
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